Deputados da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau 

Bissau (ANG, 15 de Março de 2015) - A lei sobre vinculação do Estado da Guiné-Bissau aos acordos internacionais rubricados foi aprovado na generalidade na Assembleia Nacional Popular pela maioria dos deputados.
O referido documento, segundo o jornal Nô Pintcha, é constituído por 14 artigos e visa regulamentar a forma como os acordos internacionais assinado vinculam e desvinculam na Guiné-Bissau.
O documento foi apresentado pela deputada do PAIGC Suzi Barbosa que disse que a referida lei visa colmatar a lacuna existente na norma jurídica do pais e que define claramente os instrumentos legais a adoptar na legislação nacional em relação aos acordos internacionais subscritos.
A nova lei atribui ao Governo a competência de negociação, mas admite a participação do Presidente da República nas negociações, conforme o Direito internacional público, assim como a ANP, principalmente quando se trata de matéria exclusiva de sua competência.
A deputada informou que a iniciativa prevê que aprovação dos acordos deve ser partilhada entre a Assembleia Nacional Popular e o Governo, para assim o Direito Internacional passar a ocupar um lugar na ordem jurídica nacional.
“O maior beneficio que se prevê na legislação é da compilação de todos os acordos internacionais num único registo do sistema nacional para saber das data em que cada acordo foi assinado e para que finalidade”, fez notar a legisladora.
Por sua vez, o jurista Pedro Rosa Có destacou a importância do documento para o país, fundamentando que a Guiné-Bissau se depara com a falta de processos sobre vinculação internacional.
“A Constituição da República atribui a competência de negociação ao governo, de legislação à Assembleia Nacional Popular e a competência de ratificação ao Presidente da República”, salientou Rosa Co.
No entanto, prossegue o jurista, não dá poder a ninguém para negociar e nem quando o acordo deve ser submetido ao parlamento para análise e eventual aprovação e quais os documentos que a ANP deve acompanhar para facilitar o trabalho dos deputados, assim como a data em que os mesmos devem ser entregue ao Presidente da República, para efeitos de ratificação e promulgação.
Pedro Rosa Có informou que a legislação interna não possui mecanismos de centralização de informações referentes aos acordos internacionais assinados e as respectivas dinâmicas. “Daí a importância desta lei que, caso for aplicado, irá colmatar as lacunas existentes.

ANG/LPG/JAM/SG

EUA admitem retomar cooperação na luta contra tráfico de droga e terrorismo


 

 Os Estados Unidos da América (EUA) admitem «retomar a cooperação com a Guiné-Bissau na luta contra o tráfico de droga e terrorismo», disse, em Bissau, o novo embaixador norte-americano no país James Zumwalt.
O diplomata, residente em Dakar (Senegal), terminou uma visita de oito dias à Guiné-Bissau, durante a qual entregou as cartas credenciais de embaixador ao Presidente da República José Mário Vaz e manteve diversos encontros com as autoridades de Bissau.

Questionado sobre qual a perceção da administração norte-americana em relação aos riscos de terrorismo e tráfico de droga na Guiné-Bissau, James Zumwalt afirmou que o seu Governo «está disponível» para apoiar o país africano «no combate aos dois flagelos».

«O terrorismo e o tráfico de droga são fenómenos que podem afetar todos os países. O risco existe sempre, mas, no caso da Guiné-Bissau, é um problema que deve ser enquadrado do ponto de vista regional para uma resposta global», assinalou o diplomata americano.

James Zumwalt adiantou ainda ter abordado a questão da contribuição americana «na luta contra esses males» durante uma reunião com Carmelita Pires, ministra guineense da Justiça.

«Agora que a Guiné-Bissau fez eleições democráticas, voltou à norma constitucional, o nosso Governo está disposto a voltar a cooperar com o país na luta contra esses fenómenos», finalizou o embaixador.

Agnelo Regalla: “PRODUÇÃO DA INACEP É POSITIVA NA GUINÉ-BISSAU”


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O Ministro da Comunicação Social, Agnelo Augusto Regalla considerou a produção da Imprensa Nacional – INACEP de positivo, todavia acrescenta que existem muitos passos para dar, a fim de continuar a elevar o nível de produção  desejada.
Agnelo Regalla falava a’O Democrata durante a cerimónia da exposição, no quadro de 136 anos da existência da INACEP, que decorreu nas instalações da imprensa nacional, sob o tema “Bolama Nó Terra”. A exposição visava  demonstrar a evolução desta maior gráfica do país, através de apresentação das máquinas antigas usadas pela imprensa nos primeiros tempos do seu funcionamento, bem como os atuais equipamentos dotados de avanços tecnológicos que dão enorme facilidade e mais eficácia.
O titular da pasta de comunicação social considerou de muito importante os caminhos percorridos pela imprensa nacional até a data presente, dado que conseguiu com os próprios recursos e esforços atingir os seus objectivos satisfazendo as demandas dos seus clientes.
‟Há desafios maiores, mas acreditamos que actual direcção poderá corresponder a estas exigências e criação das condições para que esta empresa, que estava quase a ser privatizada, possa constituir uma empresa de sucesso e modelo para o Estado da Guiné-Bissau” notou.
O governante garante que a instituição que dirige está a trabalhar neste momento para que a imprensa escrita guinenense possam beneficiar de preços acessíveis na impressão dos jornais junto da gráfica, por forma a venderem os exemplares impressos a um preço “normal” aos leitores.
A INACEP é a única gráfica do país que imprime os jornais do país. Foi criada a 13 de março de 1879 e conta atualmente com cento e catorze funcionários.
Por: Aguinaldo Ampa

LÍDER DA UPG: “MESA REDONDA DEVIA SER DESLOCADA PARA UM PAÍS ÁRABE OU PARA CHINA”


Fernando-Vaz 
 O líder da União Patriótica Guineense (UPG), Fernando Vaz, disse que a sua formação política deseja às autoridades sucessos e que a mesa redonda traga os melhores benefícios para a Guiné-Bissau.
Advertiu às autoridades que a actual conjuntura internacional não é favorável à realização da mesa redonda para o país dentro de espaço europeu, porque a “crise do Euro bem como o caso da Grécia e as grandes políticas restritivas da União Europeia também determinam uma conjuntura não favorável para a realização desta mesa redonda em Bruxelas”.
“A escalada do terrorismo a nível internacional vai desviar muitos recursos financeiros da parte da comunidade internacional para estes objectivos, ou seja, para o combate ao terrorismo. Daí a conjuntura também não vai ser favorável”, assinalou o político, que entretanto, avançou ainda que no entender do seu partido a mesa redonda devia ser deslocada para um país árabe ou para a China.
Justificando a posição do partido relativamente à deslocação da mesa redonda para fora de espaço europeu, Vaz assegurou que os países árabes ou a China estariam em melhores condições para apadrinharem o país e os resultados seriam outros, isto é, a favor do sucesso da mesa redonda.

Alertou o executivo para que comece a pensar num plano de contingência, caso a mesa redonda não corra bem, para assim se evitar muitas situações que considera que poderiam ser desagradáveis.
O político assegurou que a iniciativa é do Governo que tomou a decisão da realização da mesa redonda na Europa e que o seu partido está do lado do executivo e irá apoiá-lo para que consiga concretizá-la.

“O interesse é de todos os guineenses e se houver uma ajuda é para a estruturação financeira deste país, se for bem aplicada. Já se deu muita ajuda a este país, mas não se sabe para onde esse dinheiro foi. Esperamos que a ajuda que as autoridades poderão conseguir na mesa redonda seja muito bem aplicada”, notou.
Solicitado a pronunciar-se sobre o que deve ser feito pelas autoridades no sentido de mobilizar a comunidade internacional que está virada para a luta contra o terrorismo e os europeus que enfrentam certas dificuldades, Fernando Vaz disse que apesar da situação da conjuntura internacional que não vai facilitar o sucesso da mesa redonda, é preciso vontade política do executivo que terá que demostrar à comunidade internacional a sua determinação e a transparência na gestão do país.

Por: Assana Sambú

Aos 35 anos de carreira musical: JUSTINO DELGADO LANÇA O ÁLBUM 10 + 1 “ESTÁTUA”

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O cantor, compositor e intérprete, Justino Gomes Delgado (JUJU), lançou oficialmente no passado dia 6 de Março, o seu 11º álbum intitulado “Estátua”, num dos hotéis da capital. O concerto do lendário da música moderna guineense contou com a presença de centenas de fãs do artista bem como do Secretário de Estado de Juventude, Cultura e de Desportos, Tomás Gomes Barbosa. Participaram no concerto músicos nacionais de renome internacional, designadamente Manecas Costa, Zé Manel Fortes, Fernando da Goia (Bidinte) e uma banda nacional que acompanhou a actuação do cantor.
Os cantores Ramiro Naca, Jovem Binham e o artista da nova geração NB coloriram a noite de apresentação do disco. JUJU, ao entrar ao palco, lançou três pombas brancas para o ar, enfatizando a paz que o país precisa para se reencontrar e desenvolver.
O “show” decorreu ao ar livre, no recinto do hotel, testemunhado por um luar brilhante e um frio que fazia sentir naquela noite. O músico Jovem Binham foi quem deu a abertura das actividades com o seu tema musical “Tudu na Passa”, do seu recente álbum chamado “Lifanti Pupa”. De seguida atuaram outros cantores que se solidarizaram com “JUJU”. O lançamento coincidiu com a comemoração do seu 35º ano no mundo da música.
No final do concerto, JUJU disse à imprensa que decidiu fazer o lançamento oficial seis meses depois de estar no mercado, porque pretendia deixar que as pessoas o consumissem para se familiarizarem com o álbum podendo depois “acompanhá-lo” nos concertos.
“Se assim não fosse, o público ficaria apenas a olhar sem cantar, porque não estaria a perceber o que lhe está a ser transmitido. Mas agora, as pessoas já se familiarizaram com o álbum e isso é motivo para estar com o povo para brincar”, notou Justino Delgado.
Instado a pronunciar-se sobre a sua colaboração com o músico Manecas Costa no lançamento do seu disco, Justino Delgado disse que o gesto constitui uma retrospectiva do sonho que ambos tiveram desde quando eram miúdos. “Acho que Deus acompanhou-nos com dedo grande até aqui hoje. Com isso queremos deixar este legado na história do mundo, da Guiné-Bissau e de África”.
“Somos dos mais simples homens que existem. Importantes no trabalho e muito sérios no dom que Deus nos deu. O povo da Guiné-Bissau já nos deu todo seu calor. Quero dizer ao Governo da Guiné-Bissau para não dormir e deixar-nos morrer para de seguida virem ler-nos aquele enorme livro de elogio fúnebre e agradecimento. Sabemos que todos temos valor, mas quem não tem lágrimas chora cedo. Este é o único lamento que temos e o resto, estamos aqui para o que der e para o que vier”, sublinhou JUJU.
Manecas Costa considera que é uma honra e um marco histórico para a música do país estar ao lado do Justino Delgado, acrescentando que cresceram juntos. E transportaram os sucessos desde a sua geração até a geração seguinte, alguma vontade de dançar, de namorar.
“A nossa música faz parte de várias situações aqui no país, desde romances, casamentos, festa de amigos. Por isso, acho que é motivo de orgulho para todos os filhos da Guiné-Bissau e dos nossos fãs nos verem juntos num palco”, contou.
Costa aponta que o grupo “África Livre” acaba por ser também uma fórmula de união dos dois cantores nacionais de renome internacional. Lembrando que “África Livre” foi onde nasceram na música, cresceram, trabalharam e ambos partilharam vários momentos com colegas, uns estão entre nós, mas outros não. Para Manecas Costa, o momento acaba por constituir uma homenagem para ambos, sendo uma noite que vai marcar a história da música guineense.
Manecas assegurou que essa união é para continuar, mostrando que os jovens artistas e músicos estão a despontar com grande talento e motivação. Devem aparecer mais “Justinos” e mais “Manecas”, e mais pessoas com capacidades devem emergir no país, porque esta é a terra de Amílcar Cabral. “Não podemos envergonharmo-nos nunca. Temos a capacidade de produzir aqui no país vários cantores e músicos e excelentes instrumentistas”.




GUINÉ-BISSAU, O PAÍS LUSÓFONO QUE MAIS SUBIU NO ÍNDICE DE DEMOCRACIA



Guiné-Bissau, Jovens apoiam os seus candidatos às eleições de 13 de Abril, cidade de Bissau, Abril 2014

Cabo Verde, que caiu quatro posições, continua a ser o melhor lusófono no índice da Economy Intelligence Unit.
A Guiné-Bissau foi o país lusófono que mais cresceu no índice de democracia da Economy Intelligence Unit, empresa de investigação ligada à revista britânica "The Economist", em 2014, mas continua na cauda da tabela, ao ocupar a posição 159 contra 166 no ano passado.
Cabo Verde é o melhor país de língua portuguesa ao ficar no 31º. lugar mas perdeu quatro lugares.
Moçambique, que perdeu três lugares, ocupa agora o 107º. lugar, enquanto Angola, embora tenha subido um lugar, continua no grupo dos países de regimes autoritários, na posição 132.
Portugal ficou na 33a. posição, enquanto o Brasil manteve o 44º lugar alcançado em 2013.
O Índice de Democracia é elaborado pela Economist Intelligence Unit e já vai na sua sétima edição. O estudo mede a democracia em 167 países e centra a sua atenção em cinco categorias gerais: processo eleitoral e pluralismo, as liberdades civis, funcionamento do participação governamental, política e cultura política.
No topo da lista desta classificação encontra-se a Noruega, seguida de países da Europa do Norte, Suécia, Islândia), Nova Zelândia e Dinamarca .
.voaportugues

«INACEP» SINDICATO DE BASE DESTACA NOVA DINÂMICA DA EMPRESA


Bissau 13 Mar. 15 (ANG) – O O Presidente do Sindicato de Base da INACEP Cipriano Sanca, disse que, apesar da divida de três meses aos trabalhadores a Direcção da empresa tem sabido gerir as poucas receitas de que dispõe para sustentar o salário do pessoal.
“Com a queda das receitas internas, a Inacep tem dificuldades em pagar os salários”, disse Sanca em declarações a ANG por ocasião das celeberaçöes dos 136 anos de existência da Inacep.
“Dantes tínhamos o receio da concorrência devido a falta de matéria prima e recursos humanos, mas agora que a direcção tem vindo a reformar a casa e a dar formação ao pessoal, sentimo-nos mais a vontade”, referiu.
A celebração da efeméride está marcada por um leque de programa, nomeadamente, cinco dias de exposição sob o lema “Bolama Nô Terra”e um Workshop sob o lema: Inacep 1979-2015 , durante o qual se vai falar sobre a história da empresa e Inacep face as novas tecnologias.

Domingos Simões Pereira, Primeiro-Ministro da Guiné-Bissau
Bissau (Lusa, 13 de Março de 2015) – O primeiro-ministro apresentou, pela primeira vez, os valores que o país vai solicitar aos parceiros internacionais na mesa redonda que decorre dia 25 de março na capital da União Europeia, Bruxelas.
Falando perante os deputados do Parlamento, Domingos Simões Pereira disse que a estratégia de desenvolvimento do país, montada pelo governo, divide-se em duas fases, totalizando 2.250 milhões de dólares (2.119 milhões de euros).
A primeira fase está orçada em 450 milhões de dólares (423 milhões de euros), com os quais acredita que vai conseguir executar os “grandes projetos estruturantes” do país durante três anos e meio.
A segunda tem um horizonte até 2020 para a qual serão necessários 1.800 milhões de dólares (1.600 milhões de euros) para a materialização de “projetos de grande envergadura”.
“O primeiro indicador, para nós, vai ser contar com o apoio da comunidade internacional. Temos vários parceiros internacionais que deixaram os seus programas de cooperação e se exprimirem a sua intenção de retomar a cooperação com a Guiné-Bissau será o primeiro grande ganho para esta nossa mesa redonda”, afirmou Domingos Simões Pereira.
O primeiro-ministro apresentou hoje aos deputados, de forma detalhada, toda visão do país para o horizonte 2015-2025 e os documentos que serão apresentados na mesa redonda, tendo obtido a aprovação de todas as bancadas parlamentares.
Foi também oportunidade para o presidente do Parlamento voltar a pedir à comunidade internacional para que apoie a visão do governo.
Guiné-Bissau quer o Senegal e Angola na mesa redonda de doadores
Entretanto, o governo guineense vai solicitar ao Presidente do Senegal e ao governo de Angola para que marquem presença na mesa redonda com os parceiros do país no dia 25 de março em Bruxelas, anunciou ontem o primeiro-ministro.
Domingos Simões Pereira segue hoje para Dacar, capital do Senegal, onde vai manter encontro com o Presidente senegalês, Macky Sall, a quem vai entregar pessoalmente um convite para estar presente no evento. De Dacar, o primeiro-ministro seguirá para Luanda, capital de Angola, com o mesmo objetivo e ainda para analisar com as autoridades angolanas “todos os programas de cooperação” bilateral.
A sua estada em Lunda será de três dias, com início este sábado, disse à Lusa fonte do seu gabinete.


Opinião: O QUE BRUXELAS TEM A DAR AOS GUINEENSES?

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 Na Guiné-Bissau, tem-se ouvido muito falar sobre “mesa redonda” em quase toda a esfera social e política do País. Não obstante, tanto se fala, mas pouco se entende sobre o assunto. Por isso queria começar meu modesto texto fazendo uma definição conceitual do que seria uma mesa redonda.
Além do conceito histórico nas antigas civilizações, a mesa redonda é um tipo de reunião entre pessoas, em que se discute um tema ou um assunto, sobre o qual todos os participantes têm o direito de manifestar suas opiniões de forma democrática. O encontro é simbolizado por uma mesa redonda. Esse tipo de reunião também pode ter caráter decisório, na qual os membros decidem de forma democrática o destino de algo.
Agora qual seria o objetivo da Guiné-Bissau na mesa redonda dos doadores em Bruxelas? Por que precisaríamos nos deslocar até este país europeu? Primeiro vale lembrar que a Guiné é um dos países mais pobres de mundo, principalmente no que diz respeito a seu PIB (Produto Interno Bruto) que se encontra na faixa de U$$2,502. O país encontra-se, também, com devastadas infraestruturas e uma precaridade nas condições mínimas de serviços básicos como Saúde, Educação, alimentação e segurança etc.

Toda esta situação foi condicionada pelas graves e conhecidas mazelas de Guiné-Bissau. Dentre elas podemos destacar golpes, contra-golpes, levantes e insurgências, sem contar com o que já é uma prática cultural no país, a corrupção edêmica. Tudo isto fragilizou o aparelho estatal e impossibilitou qualquer tipo de progresso. O último quadro instável do governo guineense não ajudou muito a situação, permitiu mais fragilizações do Estado, aumentou a dívida nacional soberana, houve um aumento desnecessário de funcionários,que acarretou mais prejuízos ao erário público guineense. Toda esta situação crônica fez estagnar o Estado guineense, ficando este, a mercê da pobreza.
Hoje, com um novo governo de cariz popular, advindo de uma eleição justa e democrática, os guineenses voltam a sonhar com um futuro melhor. É perceptível uma forte renovação da esperança. Os discursos têm prometido muita coisa, mas apesar de ver os sinais, é bem cedo proclamar êxitos. Eu gostaria de conhecer o diploma que o país levará para Bruxelas, quais os pontos prioritários, como está o plano traçado pelo governo e objetivado para esta “caldeirada”.
Estaremos perante “os doadores internacionais”, FMI, BM e outros parceiros estratégicos. Para o desenvolvimento é fundamental que o governo apresente projetos sérios e consistentes.

Proponho, desde já, a reforma no setor da segurança e mais outros também. Por que logo segurança? Pois, quero recordar aqui as antigas recomendações de Carlos Lopes, que demonstrou que, “se não realizarmos uma reforma da segurança, todo esforço será um fracasso”.
Ora bem, o presidente já disse que só quer “dívida boa”. Reconheço a minha ignorância em relação ao fulcro de “dívida boa” a que ele se refere. Também é bom que os guineenses saibam que, a mesa redonda não vai ser a solução, ela sim poderá servir de elemento catalizador de um “começo” que poderá permitir grandes avanços, caso a verba obtida seja bem gerida e aplicada. Daí vejo a necessidade de se pensar numa justiça de qualidade e reforçar a importância do papel do Tribunal de Contas.

Espero ter usado uma linguagem bem prosaica, devido a importância do conteúdo. Entendo a expectativa dos guineenses, isto é normal. Mas para nós, guineenses, que já vivemos de promessas desde os primórdios da luta, devemos esperar o momento certo para comemorar as vitórias. É bom ter espírito de vencedor, ser confiante, mas não aconselho sermos precipitados em relação aos futuros resultados. Como falei e repito, nota-se uma boa vontade deste governo, mas pelo nosso histórico devemos ser mais cautelosos.
Ainda no quesito mesa redonda, os guineenses, de fato, devem ter desde já ter a capacidade de entender que, uma ação apenas, por mais vantajosa que seja, não resolverá grandes problemas, sobretudo quando falamos de um país como Guiné Bissau. E vale também lembrarmos que, não existe um “velho avarento” à espera da Guiné em Bruxelas para lhe oferecer dinheiro. A Europa também tem os seus velhos problemas das constantes recessões, sobretudo da zona que dependemos mais, que é a zona do euro.
Portanto, como se tem notado na sociedade guineense uma esperança bruta e gigante sobre a mesa dos doadores, em que muitas pessoas, até os mais acadêmicos e gente da opinião pública afirmam e confundem ser solução para os problemas, essa “table rond”. Mas, gostaria de recordar que uma amiga minha alemã que, está terminado seu doutorado nos E.U.A, uma vez me disse: -“ Olha, quando nos aparece uma solução fácil para uma questão complexa, devemos desconfiar e ir com calma.” Com isso quero reforçar aos Guineenses o seguinte: a mesa redonda não é a solução para Guiné-Bissau.
A solução deverá ser a capacidade que o governo terá e deverá ter para lidar e gerir tudo aquilo que lhe compete enquanto responsável para a promoção do desenvolvimento econômico, social e cultural da Guiné-Bissau. Porque temos um longo caminho a percorrer, temos uma situação de pobreza ao extremo e graves problemas de saúde materna. O nosso país é onde ainda hoje morrem mais crianças vítimas da precariedade sanitária.

Pois bem, espero ter mexido um pouco com as mentes e ter esclarecido muita gente que acha que a mesa redonda vai ser a solução. O conceito “doadores” até soa um pouco mal, ao ponto de muita gente não saber que a possível verba que, sairá deste encontro, não será de graça para Guiné Bissau, teremos que pagar, mais cedo ou mais tarde com os devidos juros.
Espero que as terras frias e ventiladas de Rubane tenham servido de um bom espaço de reflexão do executivo, liderado por Domingos Simões Pereira. Também acredito numa Guiné forte que poderá ser uma Suécia na África, como disse um dia o socialista democrata Olof Palme, ex premiê sueco responsável pelos êxitos econômicos da Suécia nos anos 60. Também tenho a esperança numa Guiné capaz de marchar com próprios pés e guiada por seus próprios ideais, como sonhava Amílcar Cabral. Desejo ao executivo, boa sorte para o dia 25 do corrente mês. Espero que a última avaliação do FMI, que nas vésperas da mesa redonda, deu nota positiva a Guiné Bissau nestes primeiros momentos do atual executivo, seja um fator a contar e uma mais valia.
Quero fechar este pequeno artigo de opinião com uma frase de Amílcar Cabral:
“Pensar para melhor agir e agir para melhor pensar”.


Por: Tamilton Gomes Teixeira,
estudante da Sociologia na UNILAB – Brasil



«PÁSCOA 2015» ‘MAIO COOPÉ’ A CAMINHO DO PORTO – SÁBADO, DIA 04 DE ABRIL (ASSIM KU MUSICA KUNSA)


Maio Coopé

"PATCHE DI RIMA" APRESENTOU O SEU 'DISCO DE OURO' EM LONDRES, PETERBOROUGH, ALMERIA, MADRID, LEEDS, ROTTERDAM, ST. NAZARÉ, LISBOA, PARIS, EVREUX, PORTO, SENEGAL, CABO VERDE E RECEBIDO COM "POMPAS" NA GUINÉ-BISSAU, POR CHEFE DO GOVERNO


Patche di Rima & Primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira 

DISCO DE OURO

Segundo álbum «RENDEZ-VOUS DE SIKO» com mais de 10 mil copias de vendas em 2014! 



Patche nasceu em Bissau, concretamente do Bairro de “Reno N’Djaka”.





 Patche di Rima com Cândido Barbosa, Cônsul Geral da G-B em Cabo Verde


















“ESTADO É MAIOR DEVEDOR DE APGB COM MAIS DE CINCO BILHÕES DE FRANCOS CFA

  Não dá para acreditar mas leia a notícia para tirar ilações. “Estado guineense é maior devedor de APGB, com mais de cinco bilhões de fr...