Ministra da Defesa promete mais investimentos para melhorar saúde dos militares e da população


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A ministra da Defesa Nacional afirmou, quinta-feira, que a saúde das populações e dos militares guineenses «não têm preço nem limite de investimento» por parte do Estado.

Estas palavras foram proferidas, em Bissau, por Adiatu Djaló Nandigna na cerimónia de abertura da primeira Conferência Nacional sobre Doença Cardiovascular-Hipertensão.

«A hipertensão tornou-se num fenómeno medonho na nossa sociedade, pois tem custado a vida a milhares de guineenses, deixando muitos com sequelas irreparáveis», assinalou a ministra da Defesa Nacional. Djaló Nandigna ressalvou, por outro lado, que a doença é evitável, desde que sejam tomadas as «devidas precauções».

Segundo especialistas, a hipertensão tem aumentado consideravelmente em África nos últimos anos, em grande parte devido à falta de cuidados alimentares e estilo sedentário de vida.

«PARTIDO DEMOCRÁTICO PARA O DESENVOLVIMENTO» NOTA DE IMPRENSA



Partido Democrático para o Desenvolvimento Nota de Imprensa O clima de tensão existente no país continua a aumentar e a causar uma profunda Crise política no País. 

A razão principal desta crise tem sido, invariavelmente, o difícil relacionamento entre os titulares dos órgãos de soberania e os partidos ali representados, nomeadamente, o Presidente da República, a ANP, o Governo, o PAIGC e o PRS.
Com base nesta premissa, e ainda perante a situação atual do Parlamento, o Partido Democrático para o Desenvolvimento (PDD) reuniu a sua Comissão Política Nacional para debater a questão, analisar as consequências que nos possa causar e propor caminhos relativo ao impasse na ANP, que não tem como ser ultrapassado enquanto se mantiver o caráter ofensivo e violento dos discursos proferidos pelos Senhores Deputados, que não dignam ao país e à sua qualidade de representantes do povo na ANP. 

Não se deixou de ter em conta o estado frágil das instituições democráticas e a vulnerabilidade dos atores políticos a comportamentos antidemocráticos e antiéticos. Facto que se pode comprovar pelo funcionamento institucional do Estado, principalmente ao longo do último ano. 

Teve-se atenção de que o que se está a passar põe em causa o bom funcionamento da democracia e que a inversão da situação exige o comprometimento e responsabilidade político-social de todos os atores – Presidente da República, ANP, Governo, Partidos Políticos (os com assento parlamentar e os que não têm) e a Sociedade Civil. 

O que será possível num considerável período de aperfeiçoamento e consolidação das regras do jogo democrático, possível a partir de uma educação dos seus principais atores, sobre o Estado, os seus valores e dos titulares dos seus órgãos. 

Ainda se tomou em consideração a situação da greve nos sectores da Educação e Saúde, uma das funestas consequências da situação de tensão política em que se vive e que põe em causa os interesses do povo e da juventude, o que agrava ainda mais o seu baixo nível de bem-estar e a probabilidade de o alcançar brevemente. 

Diante do cenário sombrio, constatou-se que pela gravidade do desenrolar da situação política prevalecente no país, que se exacerba cada dia mais, tudo aponta para uma resolução imprevisível, mas em nada abonatória para as conquistas democráticas alcançadas e para a proteção dos dignos interesses dos cidadãos e demais residentes no país; 

Certos da necessidade de mudança de atitude que levará a novo e melhor rumo que terá como principal finalidade a defesa dos direitos fundamentais dos cidadãos, a busca do seu bem-estar, a consolidação da democracia e a reconciliação nacional, o Partido Democrático para Desenvolvimento (PDD), comprometido com a responsabilidade de pensar a Guiné pela positiva e contribuir para o reforço da democracia, exorta o seguinte: 

1. A Sua Excelência Senhor Presidente da República, Dr. José Mário Vaz, que assuma uma postura de Chefe de Estado e garante do bom funcionamento de todas as instituições políticas do país e proponha uma busca séria de melhor caminho; 

2. Aos demais atores políticos, que assumam e aceitem o desafio de dialogarem entre si, colocando temas concretos e delimitando objetivos que se quer atingir, evitando de se escudarem em subterfúgios e mal-entendidos intencionalmente provocados para manter a situação vigente; 

3. O Governo que não continue a se desleixar do seu papel apenas porque está perante crise, e deve providenciar a segurança e ordem pública que hoje estão praticamente abandonadas, o que põem em causa o direito dos cidadãos de viver num clima de paz e estabilidade;
4. Igualmente que se tomem medidas, principalmente, sobre o controle de produtos de primeira necessidade e dos medicamentos, não só quanto aos respetivos custos, como a qualidade em que são colocados no mercado; 

5. À Sociedade Civil uma maior responsabilidade e capacidade de estarem supra partes e, principalmente, que tenha presente, em cada exigência a fazer, que a ponderação e a razoabilidade são fatores chave, sem olvidar a situação estrutural do país. 

6. Como consequência direta e indireta da crise, urge encontrar uma solução para pôr termo às greves nos sectores da Educação e da Saúde, sendo que cada uma das partes não se deve esquecer a sua responsabilidade, embora em graus diferentes, de defender o país e a sua população; 

O Partido Democrático para o Desenvolvimento (PDD) propõe ainda um fórum onde se discutirá, sem preconceitos e numa ampla escala (temporal e social), todas as questões que hoje levam o nosso país ao abismo para que se possa pensar numa redefinição de estratégias não só de relacionamento dos órgãos de soberania entre si, assim como com os partidos políticos e ainda entre estes, a Sociedade Civil, e do próprio desenvolvimento.

 Feito aos quatro dias do mês de maio de 2016

GUINÉ-BISSAU: MALIANO MODIBO TOURÉ É O NOVO ENVIADO DA ONU



Modibo Ibrahim Toure

Economista assume a pasta de representante especial no lugar de Miguel Trovoada; carreira do recém-nomeado inclui postos de alto nível em países como QuéniaChadeCote d’Ivoire e Etiópia.

O maliano Modibo Touré foi anunciado esta quinta-feira como o novo representante do secretário-geral das Nações Unidas para a Guiné-Bissau.

Touré também substitui o são-tomense Miguel Trovoada no cargo de chefe do Escritório Integrado da ONU para a Consolidação da Paz no país, que terminou o mandato em abril.

Liderança

Em nota, apresentada pelo seu porta-voz Stephane Dujarric, Ban Ki-moon agradece ao enviado cessante pela liderança e pelas realizações da missão durante o seu trabalho na Guiné-Bissau.

O novo representante é mestre em Gestão de Empresas e licenciado em Economia tendo ocupado o cargo de assessor especial do enviado especial para a Região dos Grandes Lagos, de 2013 a 2015.

Coordenador

Touré já trabalhou em países como Quénia, Chade, Cote d’Ivoire e Etiópia como coordenador residente interino da ONU, chefe humanitário e na liderança do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas, Pnud.

A sua carreira inclui cargos de alto nível no Banco Africano de Desenvolvimento, BAD, e como ministro de Novas Tecnologias, Telecomunicações e Correios no Mali.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque/Conosaba


Depois de estudar na Escola Nacional de Administração em Bamako, Modibo Ibrahim Touré começou sua carreira no serviço público como Inspector das Finanças. 

Realizou estudos de pós-graduação nos Estados Unidos e obteve um MBA em 1989 na Universidade de Vanderbilt, no Tennessee. 

Em 1990 trabalhou nas UPS multinacionais dos Estados Unidos (United Parcel Service) como um executivo sénior em planeamento financeiro Divisão de Controles Internos em Nashville.

OPOSIÇÃO NA GUINÉ-BISSAU QUER DERRUBAR GOVERNO DE CARLOS CORREIA COM MOÇÃO DE CENSURA


PRS, principal partido na oposição da Guiné-Bissau, quer derrubar o Governo com uma moção de censura no Parlamento que há três dias não consegue funcionar por divergências entre os deputados.
 
O vice-líder da bancada parlamentar do Partido da Renovação Social (PRS), Daniel Embaló, apresentou, em voz alta, uma carta que disse conter os fundamentos de um requerimento do seu partido à mesa da Assembleia Nacional Popular (ANP, Parlamento guineense) no qual se destaca a intenção de censurar o Governo do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

Mesmo perante a insistência do presidente em exercício do Parlamento, Inácio Correia, para que parasse com a leitura do alegado requerimento, Daniel Embaló apresentou o documento até ao fim. 

PRS queria que o requerimento fosse agendado entre os assuntos que iriam ser discutidos na ordem de trabalhos, mas, pelo terceiro dia consecutivo, a sessão foi suspensa sem que a agenda fosse aprovada. 

O partido, que detém 41 dos 102 mandatos no Parlamento guineense acusa o executivo, liderado porCarlos Correia, de 83 anos, de estar a governar "sem o programa de Governo ou Orçamento Geral do Estado aprovados". 

Acusa ainda o Governo de estar "a contrair dívidas em nome do país" sem ter mandato.

Inácio Correia, primeiro vice-presidente do Parlamento e que dirigiu parte dos trabalhos parlamentares de hoje, disse que simplesmente iria ignorar as declarações do dirigente do PRS por serem "desenquadradas". 

De seguida deu por encerrada a sessão e, ato contínuo, mandou evacuar a sala da plenária com recurso aos elementos da Guarda Nacional. 

Inácio Correia sustentou a decisão com o facto de, em ocasiões passadas, alguns deputados terem permanecido no local mesmo depois do encerramento formal da sessão, o que disse, contraria a lei.


Lusa/conosaba/MO

«DIPLOMACIA» PRESIDENTE DA GUINÉ-BISSAU RECEBEU AS CARTAS CREDENCIAIS DE MAIS QUATRO NOVOS EMBAIXADORES


Bissau, 05 Maio 16 (ANG) – O Chefe de Estado, José Mário Vaz recebeu ontem as cartas credenciais de mais quatro novos embaixadores para a Guiné-Bissau mas com residência no estrangeiro.

São embaixadores de Argélia, Irão, Quatar e Suécia.

A saída da cerimónia, a Embaixadora da Suécia para o país com residência em Portugal Caroline Fleetwood sublinhou que o seu país já tinha uma embaixada e um embaixador no país no passado e que a entrega das cartas credencias ao Chefe do Estado mostra que os guineenses estão no coração dos suecos.

“Tivemos uma cooperação muito boa e interessante logo nos princípios da libertação do país e agora estamos a cooperar através das instituições multilaterais, disse, salientando que o seu país dá muitos fundos aos diferentes órgãos das Organização das Nações Unidas (ONU), como UNICEF, FAO instituições entre outros presentes na Guiné-Bissau .

Perguntado se a Suécia vai retomar os projectos que já tinha no país, a diplomata respondeu que a retoma da embaixada é um primeiro passo com o governo, salientando que tem esperança que no futuro os dois estados poderão colaborar de várias e diferentes formas.]
Seyed Hamid Reza Vahid KianiEmbaixador do Irão para a Guiné-Bissau com residência emKonacry, disse que o seu país quer intervir no país nas ares da agricultura e pecuária , havendo já um acordo com as autoridades de Bissau para o efeito.

“Como sabem, o Irão é um país poderoso na sua região este poder vem e depende da resistência do nosso país. Temos o apoio do Presidente da República e do Ministro dos Negócios Estrangeiros para vinda de empresas Iranianas para trabalhar na Guiné-Bissau e espero que o país possa vir a ser um produtor como o meu país não importador” desejou.

Por seu turno, o Embaixador de Qatar com residência em Dakar disse que é a primeira vez que o seu país nomeou um emissário não residente para a República da Guiné-Bissau.

Sereya Bin Ali Al Qahtani adiantou ainda que dialogaram com o Chefe do Estado sobre as oportunidades de investimento por parte dos homens de negócios daquele “gigante asiático” no país, bem como o reforço das relações bilaterais entre os dois povos em todas os vertentes. Ali Al Qahtanidisse esperar que as relações entre os dois países se desenvolvam nos próximos tempos. 
 
Embaixador da Argelia
ANG/MSC/SG/Conosaba

Cocaína fresca continua a chegar ao país e está à venda no centro da capital

Um jovem de 22 anos mostra um saquinho de 22 gramas de cocaína que cabe na palma da mão. "Esta droga chegou há dias à Guiné-Bissau, num avião clandestino" que aterrou numa das ilhas do país, diz.


Parte da carga terá sido depois dissimulada em canoas e transportada "discretamente" até ser distribuída por pequenos traficantes de Bissau como ele, que vive no bairro de Nova Sintra.

A droga esconde-se na amálgama de habitações de adobe e lata, no meio do pó, lixo e esgotos a céu aberto - a cinco minutos a pé da zona nobre da capital.

Cada grama de cocaína pode render-lhe entre 12.500 a 15.000 francos CFA -- entre 19 a 23 euros, metade do que um guineense ganha num mês de trabalho, se ganhar.

Ou pode render mais ainda se for derretida para fazer pedrinhas de "crack", a cocaína cristalizada que se fuma.

"Com um grama já assisti em minutos à produção de 52 pedras de crack", refere Abílio Aleluia, sociólogo guineense do Instituto Nacional de Saúde Pública (INASA).

Abílio, 35 anos, estuda o consumo de estupefacientes no país, sonha colocar no terreno um observatório sobre o tema e mantém contacto regular com consumidores e traficantes como este que nos mostra cocaína no bairro de Nova Sintra.

"Continua a faltar vontade política e capacidade das autoridades para acabar com o tráfico", sentencia, em tom pesaroso.

O sociólogo mostra-se mais pessimista que a comunidade internacional, que tem expressado confiança na vontade política dos governantes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), eleitos em 2014, e no objetivo do novo líder das forças armadas, Biaguê Nan Tan, de combater o narcotráfico.

É um cenário muito diferente do denunciado em 2007 pelas Nações Unidas. Na ocasião, a ONU anunciou que os grandes traficantes de drogas estavam "infiltrados nas estruturas do Estado" e estavam "a atuar impunemente" na Guiné-Bissau, a corromper tudo e todos, nas palavras de António Maria Costa, diretor executivo do Departamento para as Drogas e Crime da ONU (UNODC), perante o Conselho de Segurança, em Nova Iorque.

O trânsito de estupefacientes nunca mais parou, usando a África Ocidental como trampolim da América do Sul para o mundo. Hoje a Guiné-Bissau continua a fazer parte de um grupo de 11 países da região vulneráveis ao tráfico de droga, refere fonte da UNODC em Bissau.

A detenção em flagrante por agentes norte-americanos do oficial da marinha guineense Bubo Na Tchuto e seus cúmplices, em abril de 2013 (depois de atraídos para fazer parte de uma transação de cocaína encenada para os capturar), teve um efeito dissuasor, dizem fontes da Polícia Judiciária (PJ) guineense e da UNODC.

As eleições de 2014, com consequente diminuição da influência dos militares que protegiam o trânsito da droga, também atenuaram o tráfico, acrescentam.

Mas ele continua, aproveitando o facto de o território guineense praticamente não ser vigiado -- tanto no continente como nas 80 ilhas e ilhéus dos Bijagós, muitas desertas, um esconderijo quase perfeito para qualquer atividade ilícita.

Hoje as autoridades estimam que os pequenos aviões clandestinos oriundos da América do Sul carregados de cocaína aterrem com menos frequência e que os traficantes prefiram largar a droga empacotada no mar, junto do arquipélago dos Bijagós.

Entre setembro e outubro de 2015, agentes no terreno receberam informações sobre duas destas largadas, entre o ilhéu do Meio, no extremo sul do arquipélago, e a Guiné-Conacri -- sendo que cada avião deverá ter capacidade para 500 a 600 quilos de droga.

Com a carga a flutuar, cúmplices em canoas a motor recolhem-na, agrupam-na em praias desertas e levam a maior parte para a Guiné-Conacri.

A PJ já recebeu relatos de droga dissimulada nas arcas frigoríficas das canoas, usadas para guardar peixe. Já do lado de Conacri, os traficantes encaminham a cocaína para diferentes destinos.

Outra fonte da ONU referiu à Lusa que há testemunhos da população recolhidos no primeiro trimestre deste ano sobre movimentações de aeronaves e descargas no território continental.

A conjugação destes relatos faz crer que o tráfico de droga está a acontecer também no interior do país.


Droga. Está calado e serás valorizado...

A população de Cufar, no sul da Guiné-Bissau, foge quando se pergunta sobre os voos que descarregavam cocaína na pista de aviação da aldeia e até os militares colaboram com o silêncio da população.


"Sem autorização superior" das hierarquias militares não é possível perguntar a quem vive na zona sobre o tráfico de droga. A antiga pista de aviação portuguesa de Cufar, colada à capital regional de Catió, está referenciada como uma das mais utilizadas para tráfico de droga na Guiné-Bissau ao longo da última década.

No local, o assunto é tabu: chegar à aldeia e começar a meter conversa com os residentes, perguntando por quem se recorde das aterragens, faz com que as pessoas se afastem com medo.

"Quando chegavam jipes de luxo, de alta cilindrada, pelas sete, oito da tarde, já sabíamos que ia chegar avião nessa noite", conta um dos habitantes, um dos raros que aceita falar, sob anonimato, sobre "as aterragens" que remontam a 2007.

"Os carros chegavam, mas ficavam meio escondidos", por entre a vegetação da savana. Surgiam homens que colocavam lâmpadas de 100 em 100 metros ao longo da pista e, com armas, afastavam a população.

A partir daquela altura, "ninguém podia pisar no local" até o avião aterrar e a mercadoria ser descarregada e aí de quem falasse sobre o assunto.

Ainda hoje as conversas com residentes de Cufar são interrompidas por elementos à paisana, que se apresentam como militares.

"Eles não gostam que a gente fale do assunto e não gostam de ver aqui estranhos", acrescenta o residente.

Logo depois, um militar à paisana interrompe a conversa e indica que, "sem autorização superior" não é possível continuar a fazer perguntas sobre o tráfico de droga, já que a pista é um espaço militar -- logo, reservado -- mesmo funcione como acesso principal à aldeia, onde todos passam.

"Já basta a má fama que isto tem", desabafa em crioulo, mas sem querer abordar o assunto.

Em Amedalai, Mansoa, centro do país, a estrada era cortada por militares para os aviões com droga aterrarem -- e a população mantida à distância sob ameaça de armas de fogo.

Bubaque, capital das ilhas, com uma pista sem vigilância, ou a costa de Biombo, perto de Bissau, foram outros locais que ganharam notoriedade depois de 2007 e onde os residentes, seus amigos ou familiares guardam histórias ligadas ao tráfico.

Um motorista de organizações não-governamentais (ONG), que também prefere ficar no anonimato, conheceu várias dessas histórias ao percorrer o país e recorda um homem que concretizou o sonho de uma vida: construiu a sua própria casa, em Cufar.

A única coisa que tinha que fazer era guardar material descarregado na pista da aldeia.

"Diziam-lhe que eram químicos e medicamentos e que ele não podia tocar naquilo. Podia causar problemas" -- e nunca tocou em nada, recebendo em troca 50 mil francos CFA (76 euros) por cada carregamento.

As contas finais só ele as saberá, mas o sonho concretizou-se e está à vista de todos.
 
 

 
 

Em Bissau narcotraficantes seguidos por uma polícia com falta de meios

"Em fevereiro houve um forte seguimento de pessoas que chegaram ao país e desencadearam diversas atividades", referiu fonte da PJ.

"Não fotografámos estupefacientes, mas o que constatámos deixa-nos 90% certos de que estavam a preparar algo ligado ao tráfico", acrescentou.


Entre setembro e outubro de 2015, no mesmo período em que o Presidente da República demitiu o Governo e houve uma situação de turbulência política, registou-se na Guiné-Bissau o "mais intenso movimento" de sul-americanos ligados ao tráfico de droga.

"Tudo por causa da indefinição no poder. Eles aproveitam a instabilidade como distração", acrescentou a mesma fonte da PJ.

Aquela polícia guineense realiza atualmente "operações de seguimento e vigilância várias vezes por mês".

O objetivo é um dia apanhar em flagrante um "tubarão", ou seja, um grande traficante, e os operacionais acreditam que já estiveram mais longe de o conseguir.

Segundo refere a mesma fonte, continua a haver cumplicidade "de alguns militares" guineenses no tráfico de cocaína, mas "por iniciativa pessoal: são ligações que ficaram com os traficantes" e não um envolvimento por indicação superior da hierarquia militar, "como antes acontecia".

O maior desafio das autoridades para enfrentar o narcotráfico na Guiné-Bissau "é a falta de capacidade para se fazerem investigações profundas e complexas", refere a fonte da UNODC em Bissau, numa alusão à incapacidade das polícias.

O problema é um denominador comum nos relatórios sobre o tráfico de cocaína oriunda da América do Sul e que há uma década faz da África Ocidental o trampolim para o resto do mundo.

Já em abril de 2009, o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Zamora Induta, apontava as ilhas de Bubaque, Orango e João Vieira, no arquipélago guineense dos Bijagós, como locais de aterragem de aviões suspeitos.

"Isto tudo acontece por falta de autoridade de Estado nessas ilhas", dizia.

E neste aspeto, apesar de haver uma nova vontade política, no terreno, pouco mudou.

Desde 2006, a PJ intercetou pouco mais de uma tonelada de cocaína (a última grande apreensão foi em 2007), apesar de a diretora daquela força ter admitido, em 2008, que podiam estar a passar pelo país 300 toneladas por ano.

"Este tipo de operações exige uma intervenção rápida, mal se saiba o que se vai passar", para apanhar os intervenientes em flagrante, refere um dos agentes operacionais.

Mas a PJ não tem sequer um barco, nem equipamento de proteção pessoal que dê aos agentes a confiança necessária para enfrentar "pessoas altamente perigosas".

"Por mais que se queira, não se arriscam vidas sem ter a certeza que uma operação estará à altura de os enfrentar", acrescenta.

Acresce ainda ao cenário uma série de outras debilidades.

"O Porto de Bissau não tem uma equipa canina" para detetar cocaína ou outros produtos, queixa-se aquela fonte da PJ.

"Só há um controlo visual" do parque de contentores, respetivas cargas e descargas.

"E o que dizer das fronteiras terrestres", em que há inúmeros caminhos não vigiados percorridos todos os dias. "Quem controla o crime organizado com certeza deve estudar estes pormenores", conclui.
 
A Polícia Judiciária da Guiné-Bissau está a seguir os passos de diversas pessoas identificadas a nível internacional por suspeita de serem grandes traficantes de droga, disse à Lusa fonte da instituição.
 
 

Aposta no microcrédito para fazer crescer economia social lusófona


O presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca sublinhou o "importante e incontornável" contributo da economia promovida por cooperativas, associações mutualistas, associações comunitárias, fundações, e outras, no desenvolvimento dos países.


"A cereja em cima do bolo, neste sistema de coisas seria a 'bancarização' do sistema de microcrédito, com inclusão na Câmara de Compensação", sustentou.

O chefe de Estado cabo-verdiano falava para uma plateia de cerca de centena e meia de representantes das várias organizações de países lusófonos durante a sessão de abertura do I Congresso da Economia Social e Solidária do Espaço Lusófono, que decorre até sábado na capital cabo-verdiana.

Jorge Carlos Fonseca desafiou também os participantes a debruçarem-se sobre esta questão e incluírem nas recomendações do congresso a "criação de bancos de desenvolvimento social".

A economia social regista um crescimento significativo em vários países do mundo, segundo as Nações Unidas, mas entre os países lusófonos apenas o Brasil e Portugal têm contabilizado o seu peso no crescimento económico dos países.

Por isso, um dos objetivos do Congresso passa também por lançar as bases para a realização de uma avaliação global do peso da economia social na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

"Uma das orientações deste congresso é fazer o mapeamento da realidade da economia social na CPLP e construir indicadores verificáveis e universalmente aceites", disse aos jornalistas Jacinto Santos, presidente da organização não-governamental (ONG) Citi-Habitat, anfitriã do congresso.

No caso concreto de Cabo Verde, Jacinto Santos adiantou que um estudo recente feito num universo de 724 organizações concluiu que só as associações e as ONG criavam mais de dois mil postos de trabalho diretos.

O responsável assinalou que a taxa de penetração associativa em Cabo Verde corresponde a 46 por cento da população cabo-verdiana, com grandes efeitos na formação profissional e na empregabilidade.

No entanto, Jacinto Santos adiantou que faltam ainda ao país muitos dados para conseguir construir uma conta satélite da economia social e solidária, como existe em países como Portugal, que prepara já a segunda edição deste instrumento de contabilidade.

"O nosso objetivo é caminharmos no sentido de vir a ter também uma conta satélite da economia social e solidária", disse, acrescentando que é também objetivo do congresso criar uma "rede lusófona da economia social solidária".

Eduardo Graça, da Cooperativa António Sérgio para a Economia Social, de Portugal, que representa a Organização das Cooperativas dos Países de Língua Oficial Portuguesa (OCPLOP), falou sobre a realidade portuguesa da economia social.

"É uma realidade expressiva do ponto de vista económico e da criação de emprego constituída por cerca de 63 mil entidades (organizações, associações, mutualistas, IPSS, etc.) com um contributo de cerca de 3% para o Valor Acrescentado Bruto e de pelo menos 5,5 % para o emprego remunerado. É já hoje em Portugal uma realidade com expressão económica e social", disse.

Eduardo Graça mostrou-se convencido que este congresso e outras iniciativas que estão previstas neste âmbito irão "desembocar num trabalho conjunto que permitirá valorar, valorizar e compreender no plano estatístico esta realidade no conjunto dos países lusófonos", acrescentou.

Presente na abertura do congresso, a representante do sistema das Nações Unidas em Cabo Verde, Ulrika Richardson, sublinhou os resultados positivos do modelo misto deste tipo de economia [público, privado, social e solidário) em países do norte da Europa como a Dinamarca, Holanda, Finlândia, Noruega e Suécia, onde a economia social e solidária representa cerca de 35 por cento do Produto Interno Bruto.

Apontou ainda o exemplo do Brasil, onde em 2014, mais de três milhões de pessoas trabalhavam de forma associativa em iniciativas de economia social e solidária.

"As cooperativas na Argentina, Brasil, Indonésia e Quénia empregam entre 250 mil e 300 mil pessoas em cada país. Em todo o mundo, as cooperativas asseguram 100 milhões de empregos", disse.
 
 

 

TRIBUNAL REGIONAL DE BISSAU ANULA DELIBERAÇÃO QUE EXPULSOU BACIRO DJA DO PAIGC


A Vara Cível do Tribunal Regional de Bissau declara anulada a deliberação do Conselho Nacional de Jurisdição do PAIGC, que expulsou Baciro Dja, terceiro vice-presidente no referido partido. 

De acordo com o “despacho Saneador-Sentença do juiz de direito Lassana Camara de 04 de maio, a decisão do Conselho de Jurisdição do ora reu, está inquerido de ilegalidade, por violação flagrantes disposições estatutárias e legais por um lado e por outro, viola os princípios de ampla defesa, que é, um dos princípios informadores do direito sancionatório.”

A reação não se fez esperar. Esta 5ª feira dia 05, em conferência de imprensa na sede da ANP, Baciro Dja acusou o líder do PAIGC de assumir uma postura antidemocrática e ditatorial no seio dos libertadores e mentor da deliberação do Conselho de Jurisdição que o expulsou do partido.
Por isso, Baciro Dja convidou ao Domingos Simões Pereira de colocar o seu cargo a disposição por forma a estabilizar o PAIGC e o país.

PARLAMENTO GUINEENSE MANTÉM BLOQUEIO


A sessão parlamentar da Assembleia Nacional Popular (ANP) da passada quinta-feira iniciou os trabalhos no período da tarde e foi dominada com palavras obscenas entre o grupo de 15 deputados expulsos do partido e alguns da bancada parlamentar do PAIGC, transformando a plenária do parlamento num autêntico palco de descaradas acusações mútuas sem ética entre os representantes do povo. 

O facto suscitou mais uma vez a suspensão da sessão por se considerar improdutiva, apenas era só o desperdice do tempo necessário que servia para apreciação de alguns diplomas da suma importância sobre a vida sociopolítica do país. 
Até quando os representantes do povo se vão cumprir com as suas obrigações ao povo que o elegeu?

DIA DA LÍNGUA PORTUGUESA E DA CULTURA NA CPLP


No âmbito do Dia da Língua Portuguesa e da Cultura na CPLP, que se celebra ontem dia 05 de maio, realizou-se um festival de homenagem às línguas maternas da Guiné-Bissau, onde os visitantes poderem interagir com falantes bilingues de todas as línguas maternas, participaram em alguns jogos didáticos e conhecer outras expressões destas culturas.
O Dia da Língua Portuguesa e da Cultura na CPLP reúne em parceria as Embaixadas de Angola, Brasil e Portugal, o Representante Especial da CPLP, o INEP, a Corubal e o Camões IP, com o patrocínio do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau.

As celebrações intercederam com entrega de certificados aos alunos da III.ª Oficina de Escrita e Produção Literária e encerraram com palestra dos escritores Abdulai Silá e Miguel Gullander, no Centro Cultural Brasil - Guiné-Bissau.

“ESTADO É MAIOR DEVEDOR DE APGB COM MAIS DE CINCO BILHÕES DE FRANCOS CFA

  Não dá para acreditar mas leia a notícia para tirar ilações. “Estado guineense é maior devedor de APGB, com mais de cinco bilhões de fr...