PAIGC preocupado com desavenças entre principais dirigentes do país

Sede do PAIGC em Bissau

O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), no poder na Guiné-Bissau, vai juntar à mesma mesa os presidentes da República, do parlamento e o primeiro-ministro para um esclarecimento sobre os motivos de alegadas desavenças entre os três órgãos de soberania, avançou no sábado à Lusa uma fonte da direção do partido.
Este encontro, entre as três altas figuras do país, foi uma das principais conclusões da reunião do ‘bureau político’ do PAIGC realizada no sábado em Bissau.
Os veteranos do partido auscultaram individualmente o Presidente José Mário Vaz, o líder do parlamento, Cipriano Cassamá, e o primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, para saber se as alegadas desavenças entre os três têm fundamento, ou não, e quais os motivos
Após estas diligências, os veteranos do PAIGC, que se dizem preocupados, fizeram a restituição das auscultações aos 91 membros do ‘bureau’ político, que, por sua vez, sugeriram um encontro entre os três.
A fonte da direção do PAIGC notou ainda que o encontro entre os três, a ser organizado pelos veteranos do partido, visa sobretudo esclarecer mal entendidos “e promover a coesão a bem do partido e da nação”, sublinhou.
O ‘bureau’ político também fez uma menção honrosa ao desempenho do governo, cujo líder, Domingos Simões Pereira, encorajou a prosseguir as suas ações, manifestando-lhe “total solidariedade” quanto à mesa redonda de 25 de março em Bruxelas, com os doadores internacionais.

ANP: deputado do PRS defende regresso de expatriados por motivos políticos

Sede da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau

No dia 2 de Março de 2015) – O deputado da bancada do Partido da Renovação Social (PRS), Sola Inquilim Nabitchita, pediu na quinta–feira que seja autorizado o regresso de todos os guineenses que ainda se encontram refugiados no estrangeiro por motivos políticos.
O deputado, que falava no período antes da ordem-do-dia, questionou o porquê de Carlos Gomes Júnior (ex-Primeiro-ministro deposto em 2012), Francisco José Fadul, o jornalista António Ali Silva e outros não podem regressar ao país:
“Estes concidadãos foram proibidos de voltar à sua terra natal enquanto os criminosos – golpistas – estão a circular livremente nas ruas de Bissau, depois de terem cometido várias atrocidades e assassinatos”, criticou.
Sola Inquilim declarou haver, agora, um novo poder instalado, mas questionou o fato de nenhum inquérito ter sido instaurado pelas novas autoridades nacionais para julgar presumíveis autores de crimes de acordo com a lei em vigor no país.
Entretanto, uma outra notícia da ANP, avançada pelo portal Bissaudigital, aponta para o adiamento “sine die” do debate e da votação do projeto lei sobre o estatuto do líder da oposição na Guiné-Bissau.
A decisão é da mesa da ANP, em resposta ao pedido da bancada parlamentar do PAIGC, que entende ser necessário auscultar outras forças políticas sobre o assunto.
Este adiamento do debate foi igualmente defendido por Certório Biote, líder parlamentar dos renovadores – segunda força política do país – que considera legítimas as preocupações da bancada do PAIGC.

Nesta sessão, que termina a 7 de abril, serão debatidos também o projeto-lei sobre a disciplina militar, o estatuto dos antigos titulares dos órgãos de soberania e o estatuto remuneratório dos magistrados judiciais.

Projeto para reduzir mortalidade materno-infantil com duas novas ambulâncias


Um projeto na área da saúde para redução da mortalidade materno-infantil na Guiné-Bissau vai passar a dispor de duas ambulâncias e dois motociclos para melhorar os transportes de urgência, anunciou, este sábado, a delegação da União Europeia (UE) em Bissau.

Os novos meios de transporte de doentes foram entregues pela UE e pela organização Entraide Médicale Internationale (EMI) e serão utilizados pelo Programa Integrado para a Redução da Mortalidade Materno-Infantil na Guiné-Bissau (PIMI).

«Entre as atividades da iniciativa, destaca-se o transporte gratuito da população alvo do projeto em caso de emergência e os equipamentos agora entregues ao Ministério da Saúde da Guiné-Bissau vão facilitar essa atividade», realçou a delegação da UE.

Serão beneficiários os residentes das regiões de Cacheu (norte), Oio (centro) e Gabu (leste), especialmente mães, mulheres grávidas e crianças menores de cinco anos, assim como o Hospital Regional de Mansoa e os Centros de Saúde de Dandum, Jeta e Pecixe.

Iniciado em julho de 2013 e com uma duração de três anos, o PIMI está orçado em de 9,8 milhões de euros e é financiado a 80% pela UE - os restantes 20% serão assegurados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Instituto Marquês de Vale Flor (IMVF) e EMI.

ARTISTAS PLÁSTICOS PREPARAM QUADROS PARA OFERECER AOS DOADORES


O artista plástico Lemos Hipólito Djata
Bissau 02 Mar 15 (Bissau) -  A Associação dos Artistas Plástico da Guiné-Bissau (AAPG-Bissau Arte), realizou este fim de semana uma Jornada de Pinturas de dez quadros, sob o lema “Sol Na Iardi” (O sol brilha) que serão oferecidos aos doadores presentes na Mesa Redonda prevista para o dia 25 deste mês, em Bruxelas. 


 Numa iniciativa conjunta entre a Secretaria de Estado do Plano e Integração Regional e a Associação dos artistas Plásticos Guineenses participaram 15 artistas plástico e escultores nacionais  que  pintaram diversas temáticas, numa harmonia cromática de cores representando o presente e o futuro do país.

A jornada, segundo o Presidente da AAPG, representa uma contribuição dos artistas da Guiné-Bissau às acçöes de sensibilização dos investidores .


Em entrevista a Agência e Notícias da Guiné-ANG, Lemos Hipólito Djata, disse que as obras traduzem os temas: “No Misti um Guiné Mindjor”, (queremos uma Guiné melhor), “Guiné Projectada”, uma projecção futurística do país onde se vê uma Guiné-Bissau com auto-estradas, com o sol a brilhar no fundo da tela.
                                                           Aspecto dos quadros pintados durante a Jornada

“Também temos obras que relatam o trabalho, a emoção de uma Guiné positiva e não aquela face negativa da Guiné retratada como um país de pé atolado na lama, mas sim um país com pés assentes na terra”, explicou.


Falando da associação, Lemos disse que ainda não têm uma sede própria, por isso pôs, interinamente, a disposição da AAPG o seu próprio atelier. Entretanto revelou que a AAPG é constituida duma diversidade artística, nomeadamente músicos, guitarístas, artistas plásticos e escultores.

Economia cresceu em 2014 acima das previsões, diz FMI


As receitas fiscais da Guiné-Bissau em 2014 subiram acima das previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI), anunciou esta quarta-feira o chefe de uma comitiva daquela organização que visitou o país. "Comparando com as receitas de 2013, incrementaram 60%. Isto é um desempenho importante e muito encorajador", referiu o economista Félix Fischer, em conferência de imprensa, em Bissau.

O novo Governo tomou posse em Julho, após dois anos de crise que se seguiram ao golpe de Estado de 2012. A previsão apontava para um incremento de 40% na arrecadação fiscal, mas o número foi superado e isso traz vantagens para a Guiné-Bissau, referiu o ministro da Economia e Finanças, Geraldo Martins.

"Com estas receitas, [o Estado] liquidou os atrasados de dívida externa, o que é importante porque abre caminho para novos financiamentos dessas organizações, que, em alguns casos, já tinham fechado as portas à Guiné-Bissau durante vários anos", referiu.

Geraldo Martins ilustrou o cenário: "é como se tivéssemos roupa nova e pudéssemos agora apresentarmo-nos diante dessas organizações e dizer: temos projetos para solicitar financiamento". O aumento de receitas é atribuído a um controlo reforçado de mercadorias e à criação de um comité de tesouraria para as finanças públicas, entre outras medidas.

A avaliação positiva do FMI surge pouco tempo antes na mesa redonda de doadores, promovida pelo Governo da Guiné-Bissau, para o próximo dia 25 de março, em Bruxelas. No encontro em que o Governo vai procurar parceiros para a estratégia de desenvolvimento do país, "o FMI joga um papel informativo", referiu Félix Fischer.

A missão que quinta-feira termina a visita a Bissau serviu para apreciar a situação do país depois de em novembro ter recebido um empréstimo do FMI. Na altura, foi aprovado um montante de 5,4 milhões de dólares (4,7 milhões de euros) ao Governo da Guiné-Bissau para fazer face às despesas urgentes e para pagamento de parte da quota do país para com aquela organização.

Até final do primeiro semestre, uma nova missão deve deslocar-se ao país para preparar um plano de financiamento distribuído por vários anos.
Lusa 

Corrida para liderança da Câmara do Comércio anima a Guiné-Bissau

Uma das candidaturas à Câmara do Comércio foi apresentada em Bissau (fotografia de arquivo)
Já se mexem as eleições para a liderança da Câmara do Comercio da Guiné-Bissau, uma das mais importantes organizações da sociedade civil do país.

As eleições ainda não têm uma data marcada mas deverão ter lugar, impreterivelmente, no mês de Março para que a nova direcção possa entrar em funções em Abril, indicou uma fonte da organização.
Este sábado, dois empresários, que se assumem como homens de ruptura com o passado, os empresários Mama Saliu Lamba e Braima Canté lançaram publicamente as suas candidaturas em comícios que mais se assemelhavam às campanhas político-partidárias tal era o entusiasmo e número de apoiantes num lado e noutro.

Mama Saliu Lamba apresentou a sua candidatura em Bissau e Braima Canté na vila de Safim, nos arredores da capital guineense. Perante apoiantes entusiastas, Saliu Lamba (empresário do sector dos combustíveis) e Braima Canté (que se dedica ao comercio da castanha do caju), prometeram, cada um à sua maneira, mudar a Câmara do Comércio, Industria, Agricultura e Servicos (CCIAS) a partir das próximas eleições.

Lamba, actual vice-presidente da CCIAS para as relações internacionais, disse que vai introduzir «a cultura de prestação de contas e afastar a Câmara do Comercio do jogo político», numa referência directa ao actual presidente da organização, Braima Camara, que é deputado ao Parlamento e um dos conselheiros do Presidente guineense, José Mario Vaz.

Braiam Canté prometeu fazer da CCIAS «uma instituição forte, dinâmica e unificadora de todo sector privado» para que possa ajudar no desenvolvimento do país.
Na liderança da Câmara do Comércio guineense há 11 anos, Braima Camara, empresário que também se dedica ao negócio da castanha do caju (principal produto de exportação da Guiné-Bissau) e dono de um conhecido hotel de Bissau, ainda não assumiu oficialmente a recandidatura a um terceiro mandatado, mas fontes que lhe são próximas garantem que deve avançar nos próximos dias.

PAIGCS preocupado com desavenças entre os três principais dirigentes políticos

Domingos Simões Pereira, primeiro-ministro da Guiné-Bissau
O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC, no poder), vai juntar à mesma mesa o Presidente da República, José Mário Vaz, o líder do parlamento, Cipriano Cassamá e o primeiro-ministro Domingos Simões Pereira, para um esclarecimento sobre os motivos das alegadas desavenças entre os três.

A informação sobre este encontro, cuja data não foi revelada, foi avançada por fonte da direção PAIGC e é uma das principais conclusões da reunião política que decorreu ontem, sábado, 28 de fevereiro, em Bissau.

Os veteranos do partido auscultaram individualmente José Mário Vaz, Cipriano Cassamá e Domingos Simões Pereira, para saber se as alegadas desavenças entre os três têm fundamento ou não e quais os motivos.

Após estas diligências, os veteranos do PAIGC, que se manifestaram «preocupados com a falta de sintonia entre principais dirigentes políticos», auscultaram os 91 membros do ´bureau´ político, que, por sua vez, sugeriram um encontro entre as partes.

«A ideia é juntar os três numa mesa redonda para esclarecer os eventuais mal entendidos que possam existir», assinalou a mesma fonte da direção do PAIGC.
abola

Conferência de Berlim: Partilha de África decidiu-se há 130 anos



Há 130 anos, em 1885, terminava na Alemanha um encontro de líderes europeus que ficou conhecido como Conferência de Berlim. O objetivo era dividir África e definir arbitrariamente fronteiras, que existem até hoje.

Tinha cinco metros o mapa que dominou o encontro em Berlim, que teve lugar na Chancelaria do Reich. Mostrava o continente africano, com rios, lagos, nomes de alguns locais e muitas manchas brancas.

Quando a Conferência de Berlim chegou ao fim, a 26 de fevereiro de 1885, depois de mais de três meses de discussões, ainda havia grandes extensões de África onde nenhum europeu tinha posto os pés.

Representantes de 13 países da Europa, dos Estados Unidos da América e do Império Otomano deslocaram-se a Berlim a convite do chanceler alemão Otto von Bismarck para dividirem África entre si, "em conformidade com o direito internacional". Os africanos não foram convidados para a reunião.

À excepção da Etiópia e da Libéria, todos os Estados que hoje compõem África foram divididos entre as potências coloniais poucos anos após o encontro. Muitos historiadores, como Olyaemi Akinwumi, da Universidade Estatal de Nasarawa, na Nigéria, consideram que a Conferência de Berlim foi o fundamento de futuros conflitos internos em África.

"A divisão de África foi feita sem qualquer consideração pela história da sociedade, sem ter em conta as estruturas políticas, sociais e económicas existentes." Segundo Akinwumi, a Conferência de Berlim causou danos irreparáveis e alguns países sofrem até hoje com isso.

Novas fronteiras

Foram definidas novas fronteiras e muitas rotas de comércio desapareceram porque já não era permitido fazer negócios com pessoas fora da sua própria colónia.

Em muitos países, como foi o caso dos Camarões, os europeus desconsideraram completamente as comunidades locais e as suas necessidades, lembra o investigador alemão Michael Pesek, da Universidade de Erfurt.

"Os africanos aprenderam a viver com fronteiras que muitas vezes só existiam no papel. As fronteiras são importantes para a interpretação do panorama geopolítico de África, mas para as populações locais têm pouco significado", defende.

Na década de 1960, quando as colónias em África começaram a tornar-se independentes, os políticos africanos tiveram a oportunidade de rever os limites coloniais. No entanto, não o fizeram.

"Em 1960, grande parte dos políticos africanos disse: se fizermos isso, então vamos abrir a caixa de Pandora", explica Michael Pesek. "E provavelmente tinham razão. Se olharmos para todos os problemas que África teve nos últimos 80 anos, vemos que houve muitos conflitos internos, mas muito poucos entre Estados por causa de fronteiras."

Compensações pelo colonialismo

Em 2010, no 125º aniversário da Conferência de Berlim, representantes de muitos países africanos em Berlim exigiram compensações para reparar os danos do colonialismo. A divisão arbitrária do continente africano entre as potências europeias foi um crime contra a humanidade, disseram em comunicado.

Defendiam, por exemplo, o financiamento de monumentos em locais históricos, a devolução de terra e outros recursos roubados e a restituição de bens culturais.

Mas, até hoje, nada disso foi feito. O historiador Michael Pesek não se mostra surpreendido. "Fala-se muito em compensações por causa do comércio de escravos e do Holocausto. Mas pouco se fala dos crimes cometidos pelas potências coloniais europeias durante os anos que passaram em África."


O investigador nigeriano Olyaemi Akinwumi também não acredita que algum dia haverá qualquer tipo de indemnização. Com o dw.de

Comunicado do conselho de ministros da Guiné-Bissau do dia 26 de Fevereiro de 2015



O Primeiro-Ministro e Chefe do Governo, Eng.º. Domingos Simões Pereira, Presidiu ontem dia 26, no Salão Nobre “Francisco João Mendes- Tchico Té”, do Palácio do Governo, em Bissau, da qual se comunicou os seguintes:



PJ DETEVE COMISSÁRIO DA POP DE BUBAQUE SUSPEITO NA MORTE DE AGENTE GAMBIANO

Inauguração da sede da Polícia Judiciária em Bissau.A Polícia Judiciária deteve na semana passada o Comissário da Polícia de Ordem Pública de Bubaque, Estevão Vieira, por suspeitas de envolvimento no homicídio do inspetor da Polícia de Gâmbia, Bernard Gomes. O polícia gambiano foi encontrado morto com uma corda atada ao pescoço, numa localidade próxima da residência do comissário, na ilha de Bubaque. Ainda no âmbito da investigação, a PJ deteve mais três civis por fortes suspeitas de envolvimento no caso.
corpo do inspetor da polícia gambiana foi encontrado pendurado na noite de 31 de Janeiro a 1 de Fevereiro, no Bairro de Buba, em Bubaque. Segundo informações, algumas pessoas contaram à polícia que terão visto o inspetor gambiano e o comissário da POP de Bubaque juntos, durante todo o dia de 31 de Janeiro.
O nosso jornal soube ainda que o inspetor da polícia gambiana se encontraria na fase da reforma e em gozo de férias, e que teria aproveitado esse período para acompanhar o corpo do seu cunhado (marido da sua sobrinha) à Guiné-Bissau. O Cunhado falecera em Bandjul (Gâmbia) onde se encontrava em tratamento médico.
Ainda de acordo com informações apuradas, o inspetor da polícia gambiana teria na sua posse uma quantia em dinheiro, destinada a apoiar a sua irmã no velório e nas cerimónias fúnebres do cunhado, razão pela qual terá sido morto.
No entanto, “O Democrata” apurou que o corpo de inspetor da polícia portuária gambiana foi transladado para a Gâmbia pelos responsáveis da embaixada daquele país, no passado dia 18 do mês em curso.
EMBAIXADA DA GÂMBIA PEDE JUSTIÇA NO CASO DA MORTE DO SEU CIDADÃO EM BUBAQUE
Contactado pelo nosso semanário, o embaixador da Gâmbia, Abdou Djedju, disse estar muito preocupado com o silêncio das autoridades guineenses que não reagiram à morte do inspetor Gomes na Guiné-Bissau. Lembrou que, depois de tomar o conhecimento da morte do seu concidadão na ilha de Bubaque, prontificou-se e escreveu uma carta ao Ministério dos Negócios Estrangeiros e da Cooperaçéao Internacional, manifestando o desejo de a embaixada ver na justiça os autores da morte do inspetor Gomes.
“O inspetor acompanhou a sobrinha na transladação do corpo do marido que falecera na Gâmbia. Vieram para Bissau e depois seguiram para a ilha de Bubaque, onde foi realizada a cerimónia fúnebre. O cunhado do inspetor encontrava-se na Gâmbia em tratamento médico. O inspetor passou todo o dia de 31 de Janeiro na aldeia da sua sobrinha, mas infelizmente foi encontrado morto e preso a uma corda na manhã do dia um de fevereiro”, explicou.
O diplomata contou que os resultados de autópsia mostram claramente que o inspetor Gomes terá sido espancado até à morte, e que depois terá sido pendurado, preso a uma corda pelo pescoço, como se se tratasse de um suicídio. Sustentou ainda que uma perícia médico-legal concluiu que as principais causas da morte do inspetor foram poli traumatismo crânio-cefálica, fratura da base craniana e choque traumático.
Djedju assinalou que O Ministério da Administração Interna terá recebido cópias dos originais das correspondências enviadas ao Ministério dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação Internacional sobre o assunto.
“O Presidente Gambiano, Yaya Djheme, disse ao Chefe de Estado guineense que a Gâmbia tem relações diplomáticas com outros países, mas não com a Guiné-Bissau. A Gâmbia considera a Guiné como um país irmão, por isso o povo guineense deve ver os gambianos como seus irmãos”, notou o diplomata, que entretanto mostrou-se “muito preocupado”, dado que os seus cidadãos não têm sido tratados como um povo irmão da Guiné-Bissau.

Entrevista: MÚSICO MANECAS COSTA SONHA VER NO PAÍS UM FESTIVAL INTERNACIONAL “JOSÉ CARLOS SCHWARZ”


Músico Manecas Costa

O músico internacional da Guiné-Bissau, Manecas Costa, disse em entrevista ao jornal O Democrata que o seu maior sonho é ver o seu país natal organizar um Festival Internacional que poderá ser denominado “Festival José Carlos Schwarz”. Também manifestou a vontade e o desejo de gravar um disco infantil no país com crianças guineenses. Explicou ainda que o atraso da colocação no mercado do seu novo disco deve-se à desistência de um grupo de seguidores que queriam apoiá-lo, mas que mudaram de ideias e já não apoiam o trabalho.
O músico informou que há outro grupo de pessoas que está a tratar e bem do assunto. Revelou que o montante em falta para finalizar o novo álbum é estimado em 35.000€. Aproveitou o microfone do jornalista do semanário “O Democrata” para apelar às rádios do país para que passem mais músicas nacionais, ao invés de músicas estrageiras cujas percentagens nas diferentes rádios superam muitas vezes as da música nacional.
O Democrata (OD)O senhor é Produtor, guitarrista (baixo, solo, ritmo) cantor e intérprete. Faz-nos um pequeno resumo do seu percurso musical.
Manecas Costa (MC): Enquanto músico internacional da Guiné-Bissau, o meu percurso é longo. Faltam dois anos para atingir os meus 40 anos de carreira. Eu comecei muito cedo neste país. Aos nove anos já ombreava com os mais velhos num bom sentido, apreciando aquilo que os velhos faziam e imitava-os.
Foi a minha vida desde miúdo fazer a música e acabei por ganhar muita admiração do povo da Guiné-Bissau. É preciso dizer isso, porque sou aquilo que sou hoje graças ao povo da Guiné-Bissau e o devo também à minha família.
A minha carreira tem sido uma carreira normal. Tenho quatro discos. Participei em vários discos, produzi vários artistas da Guiné-Bissau. Tentei no máximo dar o meu melhor para a música da Guiné-Bissau e vender uma imagem positiva do nosso país. Acho que é extremamente importante. Temos que tocar e tentarmos não falar mal, mas sim enaltecer aquilo que o país pode nos dar. Nas minhas músicas tento fazer isso passando para os mais novos esse mesmo espírito.
Obviamente, produzi vários artistas da nova geração, nesse caso produzi o cantor que está actualmente em destaque, o Jovem Binham, uma colaboração bonita. Eu acho que uma mão lava a outra, e acho que é por aí que as coisas têm que passar.
Ao longo da minha carreira envolvi-me com várias pessoas, umas mais velhas como José Carlos Schwarz. Segui os “Cobiana Djazz”, “Mamadjombo” e N’ kassa Kobra. Depois o meu irmão e eu fundamos o grupo “África Livre”. Esse grupo fez com que o Manecas fosse hoje aquilo que é. O grupo África Livre foi uma academia para jovens, por onde passou muita gente e deu também muita alegria ao povo da Guiné-Bissau.
O grupo África Livre é um grupo que me deu tudo aquilo que aprendi e tenho na música. Acho que é uma forma justa e bonita de homenagear o grupo e os colegas deste místico agrupamento e dar uma força enorme aos colegas, porque há uma luz no fundo do túnel. É possível ver África Livre com um disco reeditado, talvez um de uns tempos atrás. Seria um marco histórico para mim, para o meu irmão e para as pessoas que sempre olharam para nós como gente que faz parte da sociedade da Guiné-Bissau.
Portanto, resumindo a minha carreira é enorme, pois tive várias facetas, ganhei festivais, fui embaixador da boa-vontade da UNICEF na Guiné-Bissau, ganhei vários prémios. Fui nomeado a nível do teatro, também fui actor. Faço teatro em Espanha. Nos primeiros anos que me convidaram para fazer parte do elenco de uma peça trabalhei no duro e logo no ano seguinte tive uma nomeação. Acho que mesmo não tendo ganhado, apenas o facto de ter sido nomeado foi um prémio para a Guiné-Bissau. Nunca disse isso, mas acho que é preciso dizê-lo: quando um artista que não é actor, mas que de repente se torna, no espaço de um ano, actor e é nomeado no domínio do teatro, acho que a música da Guiné-Bissau fica a ganhar, o país fica a ser conhecido.
É preciso que a música da Guiné-Bissau saia de um lugar menos positivo e que vá junto ao público. Não apenas a música tradicional, mas também a música do mundo, como música de qualidade, porque temos qualidades no nosso país. Temos músicos, temos artistas e temos pessoas que querem naturalmente dar o seu melhor, mas isso pode acontecer apenas com o trabalho e trabalho de casa bem feito.
OD: Do conjunto dos teus discos, qual deles é que projetou Manecas Costa Internacionalmente? E como isso aconteceu?
MC: O disco que me projectou enormemente foi o “Fundu di Matu”. O tema musical “Fundu di Matu” fez com que a BBC viesse ter comigo. As duas músicas “Fundu di Matu” e “Armons di Terra” são dois temas musicais que fazem parte da coletânea internacional, ou seja essas duas musicais abriram-me as portas a nível mundial, graças a Deus. Estamos a falar dos anos 1997/1998. Depois de o disco “Fundu di Matu” ter sido lançado em 1999, nunca mais parei.
Em várias situações a BBC, a produtora que gravou o disco, pesquisou, procurou, seguiu-me, mas ninguém sabia dos meus contactos. Descobriu-me em Portugal, falamos, houve um namoro, profissionalmente falando. Apresentaram-me a intenção de trabalharmos juntos. Ensaiaram vários cenários. Convidaram-me para ir à Londres para fazer a primeira parte da Orquestra Senegalesa “Baobab”.
Fui e fiz a primeira parte da Orquestra “Baobab”, mas não tinha a ideia que era um cenário montado para que o Manecas assinasse um contrato com a BBC. Fiz o meu “Show”. Um grande “show”. Cantei bem, dancei bem, fiz o espetáculo a meu gosto. Quando sai do palco, vi um batalhão de jornalistas a tentar falar comigo e perguntei o que foi que fiz? Não fazia ideia, mas a minha produtora a rir disse-me que a minha hora chegara, que a hora da Guiné-Bissau chegara. Fiquei muito contente e emocionado.
Perante aquela situação, pedi a minha produtora para me explicar melhor o porquê de ter dito que chegara a minha hora. Ela respondeu-me: “vais assinar o teu contrato e vais tornares-te artista internacional da Guiné-Bissau. A BBC vai projectar-te em todo mundo. O crioulo que tu cantas será ouvido em todo mundo e a tua imagem, o teu desempenho, o teu perfil como músico, como guitarrista, como compositor, intérprete, como actor, seja o que for, a partir de hoje vais ter um estatuto e todo mundo te respeitará”. Quem é que não gosta de ouvir isso? Todos nós gostamos…
Faltam-me dois anos para fazer 40 anos na música, ou seja, eu comecei aos nove anos de idade. A primeira vez que apareci neste país foi em 1976, numa manifestação cultural fora do normal. Era miúdo na altura e não tinha forças nem para segurar uma guitarra, e muito menos para poder usar o cinto deste instrumento. Colocavam-me uma caixa para poder equilibrar o peso. Isso aconteceu na história da música da Guiné-Bissau. Não quer dizer que sou o único, mas pelo que sei da nossa música, acho que ninguém tocou com a minha idade aqui no país. Aparecer ao público em grande e com destaque, acho que ainda não aconteceu no país. Pode ter acontecido, mas acho que ainda este record só me pertence a mim.
Portanto, quando apareci aos nove anos e até hoje ainda não parei. Fiz desta profissão e desta vontade a minha vida e é o que está a acontecer. Por isso mesmo, não me canso de agradecer ao povo da Guiné-Bissau, não me canso de agradecer ao meu pai por tudo o que me ensinou. Porque se sou homem é porque estudei cá, aprendi cá, fiz cá amigos, fui namorado cá, namorei também algumas pessoas e tenho amigos, tenho familiares, tenho pessoas que acreditam na minha forma de estar e na minha vida.
Por outro lado, achei que é extremamente importante falar da importância que a minha família tem, os meus pais, porque eu era miúdo. O meu pai tinha de me orientar, mas nunca existiu da parte dos meus pais um sinal de “Não”, de não me apoiarem. Acho que os meus pais sabiam que em casa havia uma estrela, ou seja, alguém que poderia sonhar com este país, e tive o apoio do meu pai, da minha mãe, dos meus irmãos, da minha família em geral, dos vizinhos, porque era muito importante a vizinhança na altura para dar aquela força, sabe.
Acho que o disco e o contrato assinado com a BBC foram muito importantes. Viajámos para Bissau porque disse que o disco tinha que ser gravado cá na Guiné-Bissau. Por acaso foi neste hotel (hotel Lobato), um dos hotéis no centro da capital Bissau. Gosto deste espaço, pois é um espaço que me dá a máxima tranquilidade, claro que não é a melhor do país.
A BBC veio comigo, vieram com material para gravar o disco intitulado “Paraíso de Gumbé” deslocaram um dos estúdios móveis para Bissau, foi um virar de página histórico para a música da Guiné-Bissau. Passei a ser o primeiro artista da Guiné e se calhar a trazer um estúdio móvel para o seu país com um batalhão de gigantes entre os produtores, “camera men”, fotógrafos, engenheiros de sons para estarmos cá a produzir o disco, imagens de vídeo que deram muita alegria ao nome da Guiné-Bissau. Acho que na altura, quando estivemos cá, fizemos duas vezes directas para BBC World, o que custa muito dinheiro.
Quando se fez o directo da cidade de Cacheu e fomos a casa onde nascemos, a minha irmã e eu, pois somos gémeos, embora a minha irmã já não esteja entre nós, foi emocionante. Cacheu é um lugar histórico, estivemos lá um dia e a BBC fez questão de conhecer a casa que me viu nascer. Tudo isto foi divulgado ao mais alto nível. Divulgamos a cidade de Cacheu e alguns espaços de Bissau.
Acho que foi missão cumprida: um filho que volta à casa seguido de hóspedes, ou seja, de estrangeiros e que vão até a sua casa e ele, o filho, sempre a querer impressioná-los para que fiquem com uma boa imagem do seu país. Isso aconteceu. Lanço um apelo para que visitem a minha página de imprensa no facebook para poderem ter a ideia do porquê de ser um artista internacional. Não exijo o título, nem digo categoricamente que sou, mas se sou artista internacional é porque estou em vários países do mundo. Fui várias vezes criticado pela positiva em vários jornais internacionais. Fui capa de uma revista internacional de música que projectou muito o meu nome chamada “Froots”. É uma revista vendida em todo mundo, deu fama à Guiné-Bissau e deu a conhecer a minha cara a todo mundo, acho que foi um marco histórico.
OD: De que é que se inspira o Manecas Costa para cantar?
MC: As minhas inspirações vêm do nosso país – a Guiné-Bissau, vem do nosso crioulo, do nosso sumo, do nosso limão, da nossa água, da flor, das mulheres e dos homens também, obviamente, das crianças e este sol maravilhoso que temos, a nossa chuva tudo isso canta-se. Acho que a minha inspiração tem a ver com aquilo que sempre sonhei ver na Guiné, ver a nossa sociedade crescer enquanto colectividade, ver o nosso país ser uma Nação promissora e acreditar também na juventude, no ensino, acreditar que há males que vêm por bem.
Enquanto sonhadores podíamos também alcançar os nossos objectivos. Na minha inspiração eu canto aquilo em que sempre acreditei. Voltando atrás, por exemplo, fui embaixador de Boa Vontade do UNICEF na Guiné-Bissau, tinha 20 anos na altura. Cantei muito a mulher, problemas de saúde, vacinação, explicando a importância que a vacina tem ou deve ter nas mulheres e crianças. Expliquei muitas vezes a importância de ter uma rádio em casa ou de haver energia em casa. Com um megafone, andei de porta em porta a explicar o calendário da vacinação e a importância que aquilo tem para a saúde. Acho que acaba por ser algo especial o que me aconteceu, porque um jovem de 20 anos ter essa preocupação, enquanto artista ou no lugar de um cidadão não é para todos.
OD: Quantos álbuns já editou no mercado ao longo dos seus 38 anos de carreira musical?
MC: Tenho quatro discos no mercado. Tenho “Mundo di Fémia”, tenho “Fundu di Matu”, tenho “Paraíso di Gumbé” e tenho um álbum em parceria com o espanhol Narf que se chama “Aló Irmão”. Portanto, tenho estes quatro álbuns que sempre me transmitiram alguma felicidade, alegria e conquistei muita gente, conquistei muitos países. Estive em festivais internacionais, graças a Deus.
Cantei em crioulo da Guiné e fiz muita gente dançar, fiz muita gente pensar na Guiné-Bissau, fiz muita gente respeitar o crioulo da Guiné-Bissau. Fiz com que a música do nosso país fosse falada ao mais alto nível e com qualidade. Tentei sempre puxar os meus colegas também, todos eles, Justino Delgado, Iva e Iche, Dulce Neves, Eneida Marta, Sambala Kanuté, Rui Sangara, Estevão Djibson, Zé Manel. Porque se fazes um trabalho com qualidade o colega que está ao lado também vai querer fazer a mesma coisa. Acho que é por isso que nós puxamos muito uns aos outros.
Acho que a música da Guiné-Bissau respira, neste momento, um ar próprio. Não temos nada a provar ninguém. Já percebemos isso, de que temos grandes senhores da música, temos grandes senhores da poesia, temos grandes senhores no mundo da arte. Do que precisamos neste momento é ter um pouco de sorte e ver o país com um grupo empresarial e o Governo atrás dos artistas para apoiá-los.
Quem está no mundo a brilhar com o nome do seu país, a mostrar a sua bandeira, a mostrar a sua música, a mostrar a sua “guinendade”, a espalhar o crioulo da Guiné-Bissau e valorizá-lo, tem que se arranjar a forma de apoiá-lo. Por vezes o apoio não é apenas dar dinheiro. Há muitas formas de apoio, embora o dinheiro faça muita diferença.
OD: Além do projecto “Aló Irmão” com o Narf, em quantas colectâneas ou outros projectos é que Manecas já participou, seja eles nacionais ou internacionais?
MC: Perdi a conta. Acho que dizendo a verdade, já participei em várias centenas de discos, quase todos os dias participo em discos. Toquei muita música com angolanos, mas as pessoas não sabem que estou lá a tocar e dizerem, por exemplo, “olha o Manecas está aqui a tocar, baixo, guitarra”, porque neste país não há tradição de ler a ficha técnica. Também a nível nacional existem centenas de discos até perdi a conta.
A minha participação, a minha colaboração com os artistas não se resume apenas em trabalhos com artistas nacionais, mas também ela alarga-se aos artistas internacionais. Por exemplo, vou sempre gravar a Londres. Estive duas vezes em colaboração com o grupo chamado “Tama”, onde estava o Djanuno Dabó. Formamos uma colaboração perfeita, fizemos uma coisa bonita na casa do Peter Gabriel, um músico mundial, britânico que mora na Inglaterra e tem um espaço fora de normal que se chama “Real World”.
Quem vai ao “Real World” é porque esteve quase no “Céu”. Eu estive lá duas vezes. Fui seleccionado duas vezes como “Fidju di Guiné-Bissau”. Como filho da Guiné-Bissau é um orgulho para o nosso país. Fui lá, gravei e encontrei muitas pessoas com os quais tornamo-nos amigos. Pessoas do Mali, do Senegal, do Burkina Faso, do Gana, da Gâmbia, da Serra Leoa, gente que está lá a lutar através das suas músicas. Em tudo isso, tenho a minha participação ou a minha colaboração. Em tudo aquilo que participo, sinto-me não só orgulhoso, mas também sinto que é um caminho onde tento dar o meu melhor. Se consigo, é uma missão cumprida, para tal é preciso fazer um bom trabalho de casa.
OD: Qual é o disco melhor sucedido do Manecas Costa? E porquê?
MC: O disco “Fundu di Matu” projectou o Manecas Costa. Mas o disco melhor sucedido de Manecas Costa foi o álbum “Paraíso di Gumbé”. Disco que gravei com a BBC. Como já disse, a BBC esteve cá em Bissau. Foi um disco que teve os temas como a “N’tonia”, “Ermons di Terra”, “Pertu di Bó”, “Sókari”, “Nha Mamé”, “Rapaz Bonitu”. Tem coisas fortes deste país, e acaba por ser um marco histórico no país. O “Paraíso di Gumbé” é o disco mais caro na história da música da Guiné-Bissau é preciso dizer isso.
OD: Porquê do nome “Paraíso di Gumbé”?
MC: “Paraíso di Gumbé” é um paraíso para nós, porque o estilo gumbé é onde transmitimos a nossa alegria, dançamos. Gumbé é o carnaval, gumbé é alegria do povo da Guiné-Bissau. Gumbé é um ritmo que transmite força, energia do povo da Guiné-Bissau. É um ritmo de que não me canso de falar, porque está presente em todas as etnias da Guiné-Bissau.
Em outras palavras, é um ritmo que passa a nossa verdadeira energia, enquanto cidadãos do mundo. Também havia um espaço aqui em Bissau que se chamava Paraíso di Gumbé. Eu sempre liguei esse nome a algo especial. É um nome de que sempre gostei, enquanto miúdo, enquanto baixista do grupo “África Livre”. Nós tocávamos neste espaço. Por isso este espaço ficou na minha mente. Serve igualmente para valorizar aquilo que os mais velhos fizeram ontem, por exemplo, o José Carlos Schwartz, Kobiana Djazz, Aliu Bari, Jorge Cabral, Tchico Caruca, Serifo Banora, Estevao Soares, Herculano Soares, Djon Mon Seca, Tunu de Kobiana Djazz, Mamadu Bá de Kobiana Djazz, Rui Deyves.
Há todo um passado que eu vivi com estes mais velhos, o disco “Paraíso di Gumbé acaba por ser uma forma de homenagear toda essa gente, porque quem escreve “Paraíso di Gumbé” ou quem canta como “Rapaz Bunitu” um ritmo de “Broska”, quem canta temas como “Mininus”, não só quer realçar o nome das crianças, mas também tem a ver com a preocupação da parte social do artista, assim como a preocupação com as mulheres, cantando flor, o amor e algumas situações que fazem parte da nossa vida, obviamente.
Gosto também de cantar a minha família, por exemplo, o tema “Nha Mamé”, um tema que dediquei à minha mãe, um tema que gosto de tocar em toda parte por onde canto, como aconteceu com o outro tema “N’tonia”. N’tonia foi das músicas mais bem tocadas no mundo, passa em toda a parte, no avião, faz parte das músicas do bordo, por exemplo, nos voos Londres – Shangai, Londres – Macau, nos supermercados internacionais, tanto em Londres, Estados Unidos da América, Japão.
Um colega diz que viu um show meu, quando estava no hotel com colegas e no zapping (mudança de canais de televisão) de repente apareci lá num canal a tocar. Disse-me “olha Manecas tu não imaginas como fiquei”. Foi na Correia de Sul, um país que não tem nada a ver connosco, mas consome aquilo que é qualidade da música da Guiné-Bissau. Trata-se do atleta guineense Holder Ocante da Silva. Ele disse que chorou, dizendo aos colegas que era um músico do seu país que estava a tocar na televisão. Toda a gente começou a saltar e puseram-se a gritar o nome da Guiné-Bissau. Por isso é que os nossos trabalhos devem ser apresentados com qualidade. Existem provas, documentários, jornais, revistas, vídeos que falam do que vos estou a falar aqui. Portanto, em minha opinião é importante manter o nível.
Eu sou um artista, mas tenho os meus limites. Ainda não sou rico, mas também não passo fome, sonhei sempre um dia ajudar muita gente neste país. Eu sei que tenho um monte de seguidores neste país. Gostaria que houvesse mais Manecas Costa aqui na Guiné-Bissau. Que houvesse mais pessoas com a minha idade a tocar e manter esse nível. Eu sei que daqui a 30, 40 anos já serei vovó e não vou conseguir fazer aquilo que faço hoje, porque faz parte da lei de vida. Mas antes de isso acontecer, tenho que fazer o meu trabalho de casa. Um dia estarei cá a viver, cá em Bissau e trarei para o nosso país pessoas que querem a minha música e pegar no meu projecto e lavarem-no para o mundo.
OD: O que é que os produtores (gravadores) procuram num artista?
MC: Os produtores tentam ajudar os artistas. Eu por exemplo produzi grandes discos. Tive sorte de produzir os “Netos de Gumbé” – Iva e Iche o disco “Si Canoa Ca N’Kadja”. Foi um disco de que tenho muitas saudades. Fiz a produção, arranjos, e escolhi o melhor caminho do disco para eles.
Produzi o disco da “Diva” Dulce Neves “Nha Distino”, produzi o disco “Katoré” do Tino Trimon. Participei, enquanto arranjador, no disco do Justino Delgado, do Rui Sangara, do Atanásio, da Eneida e muitos outros discos nacionais.
Acho que um produtor procura sempre dar a mão ao cantor ou artista, projectá-lo. Aproveitá-lo, enquanto cantor e artista e juntar o potencial do próprio produtor, criar uma química para que isso seja um sucesso. A única forma de um produtor também se sentir valorizado é dar o máximo dele para que o artista ganhe fama, proteção, projeção, ganhe dinheiro e venda discos. E para que o produtor possa também tirar alguns dividendos daquilo que é o sucesso do artista que é a mão dele, enquanto produtor do disco. Produzir um disco é exactamente dar orientação para que o artista possa ter sucesso a partir do dia que o disco sair para o mercado.
OD: Como é que avalia o momento actual da música moderna guineense?
MC: Acho que estamos num caminho certo, a prova disso foi o recente festival “Sagres” que constitui um marco histórico enorme na Guiné-Bissau e para a população do nosso país. Há muitos anos que não se via uma coisa do género, nem sei precisar o número de pessoas que estiveram no Estádio Nacional “24 de Setembro” quando cantei. Mas pelo que percebi deviam lá estar muita gente, umas 5 ou 10 mil no estádio a consumir a música da Guiné-Bissau. Aquilo que aconteceu no sábado são sinais claros que demostram que já estamos preparados para enfrentar novos desafios.
Nós, os artistas da Guiné-Bissau, temos que ter orgulho da música que produzimos, ou seja, temos um público fiel e é preciso dizer isso, que não só consome a nossa música, mas como a dança. E exige de nós a muita qualidade. O festival “Sagres” é um sinal claro de que os artistas da Guiné-Bissau merecem admiração e carinho do povo guineense e do próprio Governo, porque as pessoas ficaram lá horas a horas a saltarem connosco, a dançarem connosco, a divertirem-se.
Houve um exemplo enorme de civismo da população guineense. Não vi nenhuma luta durante o nosso show. É importante nesse tipo de festival que haja aquele amor à música, à nossa pátria, aos artistas, aos fãs para que os artistas sintam uma aproximação. Eu dei autógrafos naquele dia. “My God”!! Já perdi a conta. Foi nas mãos, no papel, na camisola, tirando fotografias com as pessoas. É isso que nós queremos, é isso que se pretende.
Foi um festival que teve um grande sucesso. Penso que temos que acreditar que o caminho é este e criarmos a união entre todos os artistas da Guiné-Bissau, pensando na partilha e uma boa convivência. Todos saíram a ganhar, porque este festival foi sinónimo de sucesso e que a próxima edição vai arrastar mais gente. Porque é que eu digo isso? Porque a primeira edição foi não só sucesso, mas acabou por ser também uma forma de o povo da Guiné-Bissau homenagear os seus artistas. Foi uma homenagem forte aos artistas da Guiné-Bissau. O segundo dia foi marcado apenas pela música da Guiné-Bissau, aquilo soou forte, doce e foi algo para a qual não tenho explicação. Ver toda gente contente, alegre e não vi ninguém a protestar, mas sim todo o mundo pedia mais. Então isso é sinónimo de sucesso, ainda isso demostra que estamos num caminho certo.
A música da Guiné-Bissau precisa dessa frescura, desse apoio, aquele palco, aquela luz que havia no estádio, o som também. Estava ali um som que chega ao pessoal e bate no coração do povo. Vai ao encontro daquilo que cria expectativa ao longo da nossa carreira e de os nossos fãs sentirem que estamos ali a cantar tudo para eles. O público sentiu que “tudo aquilo que toquei e cantei me tocou”, dá para vibrar, dançar, saltar e para cantar com os músicos é isso que queremos. Ou seja a música da Guiné-Bissau precisa de apoio.
O primeiro apoio é a media nacional a divulgar, nas rádios, nos jornais, na televisão, nas revistas. É esse também o papel da Comunicação Social. Ela deve desempenhar o papel de divulgador da música na sociedade, deve contribuir para que os músicos se sintam apoiados e para que sintam que os seus trabalhos não caiem no esquecimento. Vendo nos tempos que correm os media a poiarem os artistas e a apoiar a música da Guiné-Bissau é encorajador.
O segundo apoio, as rádios devem tocar mais a música nacional, ou seja, tudo que é nacional é bom. Mas tocar 80 por cento de música estrangeira e 20 por cento de música nacional, não concordo com isso. Faço apelo para que as rádios passem mais músicas nacionais e que tentem enaltecer mais músicas nacionais, pesquisando mais sobre os nossos artistas para que naturalmente estes possam sentir-se mais apoiados.
O terceiro apoio tem a ver com os empresários, criando linhas de crédito em dinheiro para que os músicos, por exemplo, possam editar os seus trabalhos. Esses créditos serão reembolsados mais tarde com o trabalho feito. Isso deveria ser a missão dos operadores económicos. Tal poderá servir de outro caminho para que a própria Secretaria de Estado da Cultura possa ajudar futuramente os artistas que têm alguma expressão, aqueles que arrastam o público para os espectáculos. Tendo em conta que quem consome paga, ou seja quem pedir dinheiro emprestado tem de pagar e quem dá dinheiro emprestado tem de recuperar o seu investimento. Tudo isso é um trabalho de futuro.
Também já ouvi por aí falarem da possibilidade de se construir no futuro um Palácio da Cultura. Se isso acontecer, não será apenas algo que vai beneficiar todos nós, mas também acabará por ser uma forma para que todo o espólio do nosso passado e o que aconteceu durante anos e anos na nossa carreira de artistas poderá ser concentrado no Palácio da Cultura. Os primeiros discos, os primeiros livros e muito mais coisas da nossa cultura. Tudo isso acabará por ser também uma maneira da própria população começar a ver o artista de outra maneira.
Quero em meu nome e em nome de todos os artistas da Guiné-Bissau que participaram no festival agradecer essa produção pelo carinho e a vontade de incentivar os músicos da Guiné. E porque não ter um palco maior na segunda edição, um som maior, ambicionar sempre pelo maior, pelo positivo?! Acho que merecemos. Durante esta fase, temos projetos, o Justino e eu, que chamamos de “JUMA”, porque nós entendemos que é altura de fazer algo de especial para os nossos fãs. Juntar o útil e ao agradável, nesse caso dois nomes sonantes da música mundial do seu país que querem estar juntos. Querem casar-se profissionalmente para emocionar muita gente. Se isso acontecer será com o trabalho feito, trabalho de casa, sabedoria e harmonia.
Essa união tem a ver com tudo aquilo que a música moderna da Guiné-Bissau respira neste momento. Temos sonhos, como no meu caso comecei a gravar e parei, mas vou retomar outra vez e o disco deve estar pronto dentro em breve, espero que os meus fãs possam ter essa qualidade que vem ai em pouco tempo.
OD: Como vê a evolução da música guineense, em relação à música dos PALOP?
MC: A música da Guiné-Bissau está ao mais alto nível. Há muito tempo. Desde sempre, sou da opinião de que não devemos permitir que sejamos influenciados por aquilo que vem de fora. É bom que os artistas consumam aquilo que vem de fora e beber dele, mas que trabalhem naquilo que têm cá. Falei sempre da nossa água, do nosso limão, das nossas frutas, da nossa comida e do nosso povo, da nossa gastronomia, dos lazeres que a gente tem cá que são aspetos muito bons da nossa cultura. No lugar de estar a pensar que outros são melhores e nós os piores, temos de fazer o nosso trabalho de casa bem. Temos de criar a nossa forma de estar na música.
OD: O que faz mais o Manecas para além de cantar? 
MC: De momento faço apenas a música, mas claro que um dia gostaria de ter um negócio cá no meu país. Graças a Deus, sou um músico muito solicitado. Vivo da música. Praticamente faço estúdio por mês. Estou sempre em estúdios a gravar, mas não só com os músicos da Guiné mas também com artistas de outros países. Dá para viver.
OD: Porque decidiu viver em Portugal?
MC: Por uma questão de língua, é um país que nos facilita. A questão do nosso passado fez também com que Portugal fosse opção na minha emigração. Porque muitos portugueses estiveram cá, a língua que estudei é portuguesa. É uma influência bonita e boa. Foi também o nosso colonizador. Tudo isso influenciou a minha opção não só como emigrante, mas também como o país onde posso lutar para um dia ser músico internacional e ser reconhecido.
Costumo dizer isso, Portugal foi o trampolim na minha carreira, porque foi em Portugal onde gravei dois dos meus discos, nomeadamente “Mundu di Fémia” e “Fundu di Matu”. Os outros dois álbuns – “Paraíso di Gumbé” e “Aló Irmão” foram gravados aqui na Guiné, em Londres e em Espanha.
Tenho várias razões para estar em Portugal, a minha mãe, o meu pai, a minha irmã gémea foram todos sepultados em Portugal, isso demonstra que tenho também uma ligação espiritual com Portugal.
Casei-me em Portugal. A minha vida está em Portugal, tenho amigos em Portugal, os meus filhos nasceram em Portugal e Portugal acaba por ser a minha segunda casa. Sei que a minha emigração foi uma partida que deixou muita saudade. Decidi emigrar depois de ter tentado várias vezes gravar cá na Guiné, mas sem sucesso, não consegui. Achei que para gravar tinha de sair, emigrar. Apercebi-me que tinha que ter aquela carta de visita, aquele “Play”, aquele disco. Pensava: “tu! como podes ser um artista se não tens um disco, qual é a tua prova? Tinha que ter uma prova como artista e tinha de estar no mercado e ter música, quer se goste dela ou não. Foi uma luta, de bater a porta, seguir e fazer amizades com muita gente.
OD: Existe uma diferença entre cantor e músico? Quem é considerado músico para si? 
MC: Músico é aquele que tem aquele sentimento de acompanhar, de tocar, de partilhar o palco com o cantor de que gosta. Eu sou músico e cantor. Por exemplo, gosto de estar em palco com alguns cantores, como o caso do Justino Delgado, Dulce Neves, Rui Sangara. Como aconteceu recentemente toquei com o Justino Delgado no festival “Sagres”. Foi uma colaboração muito bonita. Ele é um excelente cantor. Quando chegou a hora dele brilhar, sou seu músico. Fiquei atrás dele, porque sei que ele precisava daquela mão.
Ele tem uma coisa. E eu duas. Então eu posso partilhar com ele aquilo que tenho, todos nós saímos a ganhar. Portanto, a diferença que está aqui, é que um músico é um suporte de um cantor. O músico é uma forma do próprio cantor sentir que há uma protecção de excelência que vai dar-lhe um apoio, que vai acompanha-lo bem. O músico faz o cantor sentir que está determinado em que a música saia bem.
OD: Há informações que indicam que o seu novo álbum foi bloqueado pelo seu produtor, porque tem que pagar uma soma avaliada em 60 mil Euros. Quer fazer um comentário sobre isso?
MC: Houve várias promessas, mas temos que admitir uma coisa. Por mais que a gente não queira, mas havendo um grupo de seguidores que te queiram apoiar e de repente mudam de ideias, ficas pendurado. Mas as coisas estão a ser ultrapassadas, porque existem outras pessoas interessadas. Vai ver o que acontecerá, o disco está parado ainda. Estamos numa fase de negociações e espero dar brevemente o melhor aos meus fãs, por que o disco foi gravado com carinho e paramos porque houve várias promessas que não se concretizaram.
Mas não podemos desistir, porque a luta é assim. É seguir sempre em frente com as qualidades humanas. A música está depositada e vem aí de certeza absoluta. Claro que existem coisas que, às vezes, nos deixam tristes, mas não podemos ficar tristes, porque quando uma pessoa diz que nos vai apoiar e de repente diz que só o pode fazer assim, que fazer… Acho que temos que ter a flexibilidade de dar volta a situação. Isto está a acontecer e tenho pessoas que estão no terreno a trabalhar nesse sentido. O montante real que está em causa e por pagar à produção do disco é de 30 a 35 mil Euros.
OD: Tem algum projecto na forja?
MC: O meu sonho é ver a Guiné-Bissau criar Um Festival internacional “José Carlos Schwartz”. Tive a oportunidade de conhecer este homem e acho que ele merece esta homenagem da parte de todos os guineenses. Também tenho um projeto de fazer um disco com músicas exclusivamente infantis, uma coisa que ninguém pensa aqui na Guiné-Bissau. Estes são os meus sonhos. Se calhar não devia revelar isso para que ninguém me retirasse a ideia, mas isto é um sonho.
Um outro sonho que tenho, é de trazer músicos estrangeiros para a Guiné-Bissau, como o Youssou Ndour, Salif Keita, Paulo Flores, ou seja, trazer artistas de renome internacional para que o povo da Guiné-Bissau comece a habituar-se a ver os grandes homens da música, sem ilusões. Também criar um matrimónio entre os músicos da Guiné e os músicos internacionais, como por exemplo aqueles que participaram no festival “Sagres”, sentarem a mesma mesa com outros artistas e aprender com eles.
Espero que o meu projecto com Justino Delgado “JUMA” venha a ter apoio, tanto para gravarmos um disco, assim como para trazê-lo para a Guiné-Bissau. Já fizemos o lançamento em Portugal. O projecto não se resume apenas ao Justino e Manecas. Há mais gente envolvida. Queremos trazer toda a gente do projeto aqui para tocarem em Bissau. Mostrar aos nossos fãs e ao povo da Guiné-Bissau que é possível juntar dois grandes artistas de renome internacional, dois artistas sonantes deste país num palco, numa noite, numa tarde ou num dia espectacular para pararmos mesmo o país. Isso é bom. Para isso aconteça é necessário um trabalho de casa. Apoios empresariais, das instituições bancárias etc.

‟GUINES-LIGA”˸ CUNTUM VENCE BALANTAS DE MANSOA POR 1-0


image


O Futebol Clube de Cuntum venceu neste sábado no Estádio Lino Correia seu congénere dos “Balantas” de Mansoa por (1-0) e contabiliza a sua primeira vitória na “Guines-Liga” 2014/2015. O golo dos rapazes do técnico Mateus samba Sanhá foi apontado por intermédio de William Nancutcha (vulgo N’kolé) aos 39 minutos do jogo que contava para a 5ª jornada da primeira liga de futebol.
A partida contou com uma boa assistência dos adeptos. Num jogo que foi marcado com a exibição de quatro cartões vermelhos pela juíza da partida Leopoldina Ross Deivis: o jogador dos “Balantas”, Seco aos 16 minutos do jogo; treinador da turma nortenha, Bacari Sanhá no início da segunda parte do encontro. O atleta de Cuntum, António Djata foi expulso a dois minutos de 90 e Chi Mané da formação visitante no tempo adicional do jogo.
Cuntum marcou seu golo quando a formação dos “Balantas controlava o jogo, mesmo tendo uma unidade a menos com a expulsão de Seco. Os cuntumenses aproveitaram bem um contra-ataque e fez seu golo num lance bem pensado por N’kolé que atirou, deixando por terra guarda-redes San Bigdadi de Mansoa.
No final do jogo, o técnico de Cuntum Mateus Samba Sanhá considerou que a vitória frente aos “Balantas” é motivante para a sua equipa, que trabalhou muito ao longo da semana para o encontro com os nortenhos, indicando que a formação de Cuntum tem iniciado mal a presente época desportiva, mas garantiu que a partir daquele resultado os seus rapazes estarão mais motivados para trazer uma nova imagem da equipa a “Guines-Liga”.
Técnico dos “Balantas” Bacari Sanhá disse à imprensa que a equipa de arbitragem não teve um critério igual para as duas formações. Considerou que a equipa liderada pela juíza da partida Leopoldina Ross “cortou as pernas” aos seus rapazes, no lance da expulsão do seu jogador que, na sua opinião, houve vários outros semelhantes, mas a equipa de arbitragem não decidiu como foi o caso do atleta da turma nortenha.
Bacari Sanhá afirma que foi essa situação que depois do intervalo foi abordar a árbitro, sobre “se o cartão era só por uma equipa”. De acordo com a explicação de Sanhá, foi essa sua conversa com Ross que levou a sua expulsão do banco dos ‟Balantas” de Mansoa.

Dérbi da capital: ÁGUIAS DE BISSAU EMPATAM A ZERO BOLAS COM LEÕES


image

A equipa de Sport Bissau e Benfica empatou a zero bolas com a equipa de Sporting Clube da Guiné-Bissau. Uma partida disputada este domingo, 01 de Março, nos relvados de Estádio Nacional 24 de Setembro, que teve grande assistência do público e inclusive do primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira que se fez acompanhar de Secretário de Estado da Juventude Cultura e dos Desportos, Tomás Barbosa e do director-geral dos desportos, Carlitos Costa.
O dérbi da capital que estava a ser aguardado com muita expectativa pelos amantes de futebol, acabou por não corresponder a expectativa de adeptos por causa de fraca exibição de futebol por ambas equipas. Os jovens de águias sob orientação de Romão dos Santos, não conseguiram além do empate contra um leão que desde aos 16 minutos da primeira parte jogou reduzido a dez atletas no campo, com expulsão da sua defesa central, capitão Romualdo (Aldo).
As duas equipas tentaram durante a primeira parte chegar ao golo através de jogadas de contra ataque. Aos 43 minutos da primeira parte, a camisa 5 dos encarnados, Ansu apanhou a cartolina amarela e aos 45, a camisa 5 de Sporting, Zeca também apanhou o cartão amarelo.
Já na segunda parte de jogo, a equipa de Sport Bissau e Benfica não conformou com o resultado e tentou chegar a baliza adversária através de jogadas de contra ataque. Os rapazes de Romão dos Santos, tiveram mais oportunidades de golo, mas os seus avançados não conseguiram concretizar a finalização.
Depois de apito final, o treinador de Sporting Clube da Guiné-Bissau, Baciro Candé, disse na sua declaração à imprensa que não conformou com o resultado do empate a zero bolas. Todavia, avançou que mesmo com o empate a sua equipa continua a liderar o campeonato nacional, pelo que aproveitou a ocasião para parabenizar os seus jogadores que conseguiram garantir um ponto com apenas dez homens no campo.
Para o treinador de Sport Bissau e Benfica, Romão dos Santos o objectivo era para ganhar o jogo, pelo que apresentaram uma equipa ofensiva que jogou sempre no ataque. Acrescentou ainda que “os meus rapazes não souberam aproveitar as fragilidades da equipa adversária, portanto Sporting está de parabéns”.
De referir que a equipa orientada por Baciro Candé, continua a liderar o campeonato nacional com 13 pontos e seguidos de leões de leste (Sporting Clube de Bafatá), com 12 pontos.

GUINÉ-BISSAU: JONMAV ASSUME ALIMENTAÇÃO HOSPITAL DE CUMURA



Presidente da República entregou quinta-feira um Cheque no valor de Nove Milhões de francos cfaao Responsável do Hospital de Cumura.

O dinheiro é destinado às despesas de seis meses de alimentação dos doentes internados naquele centro hospitalar situado a cerca de 21 quilómetros de Bissau.

O Presidente, José Mário Vaz, decidiu apoiar o Hospital depois de um jantar que ofereceu a Missão Médica parceira da Fundação Ricardo Sanhá que se encontrava em Missão Humanitária no Hospital e Cumura e outros centros do interior da Guiné.

Durante o jantar, o Chefe do Estado ouviu do Frei Armando Cossa Responsável da Missão Católica de Cumura, como funciona o hospital,as dificuldades e quem são os benfeitores.

Sensibilizado com o nível de organização do hospital, da procura e dos tratamentos dados aos doentes, o Presidente decidiu ir no dia seguinte para um almoço com doentes internados.

E foi ali que anunciou em crioulo o seu compromisso em garantir alimentação dos doentes internados enquanto estiver no poder.

" Vou entregar ao Bispo um cheque de nove milhões de francos cfa.

Enquanto eu estiver como Presidente da República a refeição de um milhão e meio está garantido até eu sair do poder na Guiné-Bissau".

"Por ser Presidente da República, Presidente de todos os guineenses estes doentes são meus doentes,são meus filhos porque me escolheram para ser Presidente",assegurou o Chefe do Estado.

Mensalmente a Direcção do Hospital gasta 1 milhão e meio de francos cfa,cerca de 2 mil e 400 euros. A partir de agora essa despesa vai ser acarretada pelo Presidente da República que vai disponibilizar 1 milhão de cfa e o Gabinete da Primeira Dama,Rosa Vaz vai afectar 500 mil fcfa.

Hospital de Cumura foi construído por Dom Settímio Arturo Ferrazzetta,1º Bispo de Bissau, para o Tratamento dos doentes de Lepra.

Mais tarde com o crescimento da população em Cumura, o Hospital alargou as áreas de serviço, tratando todas as patologias.

“ESTADO É MAIOR DEVEDOR DE APGB COM MAIS DE CINCO BILHÕES DE FRANCOS CFA

  Não dá para acreditar mas leia a notícia para tirar ilações. “Estado guineense é maior devedor de APGB, com mais de cinco bilhões de fr...