Reunião da CPLP permitirá definir ajuda à Guiné-Bissau - Rui Machete
O ministro dos Negócios Estrangeiros Português, Rui Machete, considera que a reunião dos chefes da diplomacia da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que ocorre esta quarta-feira na Guiné-Bissau, permitirá discutir os moldes da ajuda àquele país.
Os ministros dos Negócios
Estrangeiros do bloco lusófono reúnem-se esta quarta-feira em Bissau, num
Conselho de Ministros extraordinário, num encontro que pretende debater a
situação na Guiné-Bissau, que regressou à normalidade democrática após eleições
legislativas e presidenciais em abril e maio deste ano, ao fim de cerca de dois
anos de um governo de transição, na sequência de um golpe de Estado.
Em declarações à Lusa, o ministro de
Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, afirmou que "esta reunião
representa, por um lado, a reafirmação do retorno da Guiné-Bissau à convivência
dos países democráticos".
Por outro lado, referiu, é "uma
oportunidade para discutir alguns aspetos da ajuda que a CPLP pode efetuar no
contexto da solidariedade que a organização naturalmente impõe aos seus
membros, de forma a que a Guiné-Bissau possa continuar o caminho do
desenvolvimento que foi interrompido pelo golpe de Estado de 2012".
Segundo um comunicado do ministério
dos Negócios Estrangeiros, a reunião permitirá reiterar o apoio da CPLP a
Bissau, "no sentido de prosseguir com as reformas necessárias para a
estabilidade política, económica e social, bem como a consolidação do Estado de
Direito e as demais condições para a paz e o desenvolvimento".
Na XIII reunião extraordinária do
Conselho de Ministros da CPLP participam também o representante especial do
secretário-geral das Nações Unidas para a Guiné-Bissau, Miguel Trovoada e
responsáveis da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental),
da União Africana e da União Europeia.
Na semana passada, no final de uma
audiência com o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, Miguel Trovoada
apontou a reforma das Forças Armadas da Guiné-Bissau como essencial para
"a estabilidade e paz" naquele país, apesar de os parceiros
internacionais ainda não terem assegurado o financiamento da medida.