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«CONTRADIÇÃO» GUINÉ-BISSAU: PAULO TORRES GARANTE QUE NÃO FOI DESPEDIDO DA SELECÇÃO NACIONAL
Bissau – O Seleccionador Nacional de futebol garantiu esta quinta-feira 15 de Outubro que não foi despedido como seleccionador da equipa Nacional da Guiné-Bissau.
Em exclusivo à PNN, Paulo Torres disse que continua a trabalhar à frente da equipa e sublinhou que tem um compromisso com o país. “Neste momento estou a trabalhar, levantei hoje muito cedo fui para Federação do Futebol da Guiné-Bissau (FFGB) e não foi comunicado nada pelo Governo”, disse Torres.
O técnico português ao serviço da selecção nacional confirmou ter salários em atrasos, uma situação que deverá ser regularizada brevemente.
Sobre o seu relacionamento com a direcção técnica, Torres apontou várias críticas à direcção e particularmente à sua atitude durante o jogo da Libéria no Estádio Nacional 24 de Setembro em Bissau.
“Eu gostaria que a minha equipa de trabalho trabalhasse comigo, pois aquilo que aconteceu no banco no jogo contra Libéria, e o meu adjunto devia assumir o que aconteceu, não pode voltar a acontecer”, disse Paulo Torres.
Por este motivo Paulo Torres defende que a equipa técnica da Selecção Nacional de Futebol deve estar mais disponível e mais próxima da realidade do futebol no mundo.
Paulo Torres confirmou também que foi castigado pela Confederação Africana de Futebol (CAF) por ter orientado um dos jogadores da equipa nacional numa das partidas. Sobre este assunto, Torres disse que a equipa técnica não recorreu em tempo contra esta sanção o que prejudicou a Selecção nacional. “Na Libéria trabalho correu correctamente, mas gastei mais de 50 euros ao telefone a partir de camarote para falar poder com o Paulo Russo, apesar de estar a orientar o jogo na tribuna conseguimos um resultado fantástico”.
Sobre o último jogo em Bissau, o responsável da equipa nacional assumiu, mas desmentiu que Amidu Baldé tivesse sido substituído neste jogo a seu pedido devido a dificuldades respiratórias.
Da sua experiência com a Selecção Nacional guineense, Torres referiu que nunca foram criadas condições técnicas para trabalhar com a selecção local faltando assim um importante trabalho de base. “A parte técnica FFGB tem ainda de trabalhar muito para que sejam criadas condições para seleccionador principal da Guiné-Bissau”, disse.
Apesar de algumas dificuldades, Paulo Torres considera que o seu desempenho à frente da equipa nacional é positivo e lembrou que o objectivo que tinha sido traçado foi comprido: “O meu contrato tem como objectivo principal melhorar classificação do ranking da FIFA, não foi exigido a entrada na fase final de nenhuma competição quer da CAN ou mundial, mas já subimos em 80 no ranking lugares da FIFA e já temos uma selecção reestruturada, contudo sei que todos querem resultados”, defendeu Torres.
Para o técnico nacional no mundo não existe uma selecção que ganha os jogos só com o seleccionador, mas sim com uma equipa de trabalho, aproveitando mais uma vez para reforçar as críticas contra a equipa técnica e a um dos seus adjuntos.
Sumba Nansil
(c) PNN Portuguese News Network/Conosaba/MO
Aprovado acordo zoossanitário entre o Cabo Verde e G-Bissau
O Governo, através do Conselho de Ministros, aprovou o Projecto de Decreto que estabelece o acordo zoo-sanitário entre Cabo Verde e a Guiné-Bissau, assinado a 19 de Julho em Bissau.
Segundo o porta-voz do Conselho de Ministros, Démis Lobo o acordo zoo-sanitário estabelece medidas e acções que visam facilitar o comércio de animais e de produtos de origem animal, mas preservando os respectivos mercados de doenças infecto-contagiosas e parasitárias.
“Este pacto deverá estar em conformidade com as normas, regras e directrizes internacionais particularmente as da Organização Mundial da Saúde Animal, Ofício Internacional de Epizootias e do Acordo da Organização Mundial do Comércio sobre a Aplicação de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias do Codex Alimentarius”, enfatiza.
Ainda conforme Démis Lobo este diploma prevê a aplicação de princípios de transparência e de equidade, concertação, intercâmbio de informações e de experiências entre os dois países. Além disso devem criar uma Comissão Mista de Avaliação e Acompanhamento do Acordo que se reunirá pelo menos uma vez por ano, alternadamente em Cabo Verde e na Guiné-Bissau.
«INICIATIVA» DR. JULIÃO SOARES SOUSA LANÇA UMA CAMPANHA DE RECOLHA DE MATERIAL ESCOLAR, MEDICAMENTOS E ROUPAS PARA A GUINÉ-BISSAU
Julião com o Guineense Aly di Gabú radicado a muitos anos no Porto
Historiador e investigador guineense, especialista em História Política da Guiné e de Cabo Verde, Julião Soares Sousa em colaboração com várias Associações e ONG's lançaram este ano uma campanha de recolha de material escolar (carteiras, mochilas, cadernos, lápis, canetas, lápis de cor, marcadores, borracha…), medicamentos, roupas, brinquedos, etc.
Ainda no âmbito da última campanha do mês de Abril e Maio, Dr. Julião efectuou recentemente uma visita a cidade invicta (Porto) a fim de receber dois sacos de roupa que o Aly di Gabú ofereceu ao Centro de Reabilitação de Toxicodependentes e Doentes Mentais de Quinhamel.
O material recolhido em diferentes pontos do país, com o apoio de mais de uma dezena de ONG's e Associações, já se encontra armazenado numa escola da Pampilhosa, em sala disponibilizada temporariamente pela Junta de Freguesia local.
"Contamos ainda, nos próximos tempos obter ainda mais apoios pessoais e institucionais para fazer chegar todo este material aos seu destino", afirmou o Dr. Julião Soares Sousa
Em conversa com o administrador e editor do Blogue Conosaba do Porto', o Dr. Julião lançou um apelo aos dadores e disse "para nos ajudar a ajudar quem mais precisa, pode ajudar com o que já não lhe faz falta, mas que ainda se encontre em bom estado."
ESCOLA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES TRANSFORMA-SE EM “NINHO DE OURO” PARA JOVENS ESTUDANTES
A crescente dificuldade de emprego que se regista no país condiciona os jovens a escolher o curso de formação de professores, porque ao terminar a formação, consegue-se facilmente uma colocação e consequentemente ganha-se um salário mensal de cerca de 100 mil francos CFA. Uma equipa de reportagem do semanário “O Democrata” visitou, na última semana, diferentes Escolas de Formação dos Professores da cidade de Bissau, onde constatou a concentração de um grande número de jovens a “lutar” para se inscreverem nos testes de admissão.
A reportagem constatou através de uma conversa tida com os formad0res, que ao longo dos últimos anos tem vindo a aumentar o interesse dos jovens, sobretudo dos de famílias com pouco ou quase sem quaisquer tipos de rendimentos financeiros, para a formação de professor. Esta nova dinâmica social e profissional teve como impulso uma melhoria salarial, regularidade agora no pagamento de salário aos funcionários públicos.
A reportagem do Jornal “O Democrata” ouviu os jovens candidatos ao curso de formação de professores, com os quais abordou alguns pontos de vista sobretudo que está nas motivações para se inscreverem nos referidos cursos.
Na conversa com Jailsom Malaca, de 26 anos, que está concorrer pela segunda vez. Começou por explicar que ser professor, não estava no seu horizonte profissional e o sonho que tinha era tirar o curso de engenharia informática, mas como não tem condições para sustentar o curso desejado então viu- se a optar como solução entrar para a Escola de Formação e caso venha a concluir o curso, terá assim um emprego garantido e salário que lhe permitirá pagar curso dos seus sonhos.
Jailsom Malaca confessou que ingressar numa escola pública de Formação de Professores, nos últimos anos, não é nada fácil, porquanto cada vez há um aumento de interessados e muitas vezes há quem vá pelo caminho da corrupção para poder conseguir entrar numa destas escolas.
O Jovem Santana Afonso, de 27 anos, Formado do Curso Médio de Contabilidade pela Escola Nacional de Administração, candidato ao ingresso, disse que foi obrigado a se candidatar, uma vez que concluiu o seu curso há três anos, mas não conseguiu emprego e não podendo ficar naquela situação, optou pelo curso de professorado, embora goste de trabalhar como contabilistas. Santana Afonso sublinhou ainda que para além dele, também se escreveram para ingresso no curso de professorado um número considerável de colegas com quem tinha feito curso de contabilidade.
O nosso segundo entrevistado sublinhou que a crescente procura do curso está a levar à falta de transparência e de rigor na selecção de candidatos visto que “há muita gente que quer entrar pela janela”, notou Santana Afonso.
Diante desta constatação, a nossa equipa de reportagem falou com o Director da Escola Normal Superior Tchico Té, Miguel Lisandro Soares da Gama, que apresentou dados estatísticos de inscritos para o teste de admissão. São ao todo 2.500 inscritos (dois mil e quinhentos), número superior ao dos inscritos em 2013. “O Democrata” apurou que destes, serão seleccionados no máximo 35 estudantes para o curso de geografia/história, 35 para inglês, 35 para francês, 35 para português bacharel, 35 para Licenciatura em língua portuguesa e 70 para biologia/química e 70 para física/ matemática, totalizando ao todo, 315 candidatos a seleccionar.
Miguel da Gama encontrou como explicação para o aumento da procura da sua escola, a facilidade em ter emprego para quem tenha feito o curso. Contudo diz estar consciente que, nem todos os que querem ingressar reunem condições para serem professores e por isso explica que irão reforçar o rigor na selecção de candidatos. Esclareceu que os testes agora deixarão de ser apenas na área de formação escolhida pelo candidato, mas também serão submetidos a todos eles o teste escrito e oral de língua e como forma de assegurar a transparência e selecção de qualidade.
O director do maior centro de formação de professor, que funciona há alguns anos, deixou claro que enquanto continuar a ser o responsável daquela escola, nunca aceitará que haja tendências na selecção de candidatos, tendo citado o seu próprio exemplo, quando se inscreveu para ingressar, nos tempos idos, no curso da Licenciatura em Língua Portuguesa. Disse que não conhecia ninguém, nem da direcção nem do corpo docente, mas conseguiu na altura entrar é por isso não pode aceitar hoje, enquanto director que seja instaurado a corrupção na selecção dos candidatos.
Para além do Director da Escola Normal Superior “Tchico Té”, conversamos também com o Director da Escola“ 17 de Fevereiro”.
Amarildo Desejado de Araújo, que está como responsável naquela escola deste Março de 2014, reconheceu que houve irregularidade no processo de selecção de candidatos no ano anterior e aponta como responsáveis a direcção anterior e os próprios professores.
Desejado de Araújo acrescentou que há estudantes seleccionados no ano passado, mas que não sabem nem ler e nem escrever. E para evitar, no futuro, prejuízos ao sistema de ensino, o director da Escola 17 de Fevereiro garantiu maior rigor na selecção.
Na mesma entrevista, Amarildo Desejado de Araújo informou que foram inscritos para o teste quase 1000 (mil) candidatos, dos quais serão seleccionados apenas 120 (cento e vinte) estudantes.
Por fim, “O Democrata” ouviu Pascoal João Nancassa. O subdirector da Escola Nacional de Educação Física e dos Desportos defendeu a criação de uma política de retenção dos quadros formados nas escolas de formação de professores, caso contrario, o sector corre o risco de ficar sem quadros, visto que os jovens que estão a ingressar nas escolas de formação de professores não estão a fazê-lo por amor às profissão mas sim porque querem ter emprego na educação para sustentar os seus estudos superiores.
Pascoal João Nancassa citou exemplos de vários quadros formados na sua escola que agora estão a trabalhar em outras áreas. Ele entende que, para acabar com isso, é importante a atribuição de um salário condigno aos professores como única forma de atrair e fazer manter os jovens na área de ensino.
O subdirector da Escola Nacional de Educação Física contou a “O Democrata” que se inscreveram para o teste de admissão, mais de 500 candidatos (quinhentos), mas que serão recrutados só 120 (cento e vinte), tendo assegurado aos candidatos que naquela instituição só se apuram os melhores.
O semanário “O Democrata” apurou que no ano passado, alguns funcionários do Departamento dos Recursos Humanos do Ministério da Educação anexaram, fraudulentamente, nomes de alguns cidadãos que queriam ingressar na escola de formação, a lista de bolseiros que o Ministério envia ao quadro da Escola de Formação de Professores.
A direcção desta escola de formação de professores mandou suspender a frequência à escola de todos os estudantes cujos nomes foram anexados, ilegalmente, a lista dos bolseiros.
São chamados de bolseiros do Ministério da Educação os professores que já estão no sistema, mas sem formação ou nem diploma. Se desejarem ser diplomados, os seus nomes são envidados para uma das escolas de formação de professores, dependendo da sua escolha.
PROFESSOR UNIVERSITÁRIO: SISTEMA DO ENSINO GUINEENSE É ANÁRQUICO EM TODOS OS SENTIDOS
Raimundo Ialá, docente na Escola Normal Superior da Educação” Tchico Té” e assessor técnico do Secretário de Estado do Ensino Superior do Governo demissionário, analisando a situação, considera que o sistema do ensino guineense é “anárquico em todos os aspectos”.
Para Raimundo Ialá, esta situação deve-se, em parte, a falta do cumprimento da lei 03/2011, a Lei do Ensino Superior. Nota ainda que as instituições do ensino superior, aproveitando-se da incapacidade do Estado em fazer cumprir a lei, acabam por criar centros de formação que lançam para o mercado licenciados “atípicos e a martelo”, sustenta. Este docente revelou ainda que 71% por cento das instituições do ensino superior privadas não estão autorizadas a funcionar.
Em termos de infraestruturas, equipamentos e corpo docente, não deviam estar a funcionar porque, a qualidade do ensino também se revê nestas componentes.
“O pior de tudo está nas ciências médicas. Não têm laboratórios, programas adequados e actualizados. E o grosso desses estudantes, tanto de medicina geral como da enfermagem geral, não têm espaços para as aulas de prática. E como resultado, vamos ter muitos licenciados em ciências médicas, na sua maioria, em forma, mas na substância nada”.
Face ao perigo que esta área científica representa para a vida humana, Raimundo Ialá defende que seja reservada ao Estado. “Atenção que quando se mexe com a vida do homem há duas circunstâncias: ou salvamo-la ou matámo-la”, alerta, indicando que é inadmissível que apenas num ano lectivo haja um centro de formação superior a lançar 522 formados para o mercado.
“Temos, como referência nacional, a Faculdade do Direito, que está a funcionar há 25 anos mas lançou apenas quatrocentos e picos juristas”.
Este especialista teme que nos próximos anos o país tenha no mercado, muitos licenciados desempregados. Outros por acidente vão ter emprego e o Estado vai ter a obrigação de lhes pagar, como licenciados, quando na realidade a sua produção não corresponde ao de um licenciado. Portanto há “uma anarquia terrível no sistema do ensino superior”. O próprio diz duvidar que uma legislatura seja capaz de resolver esses problemas, sem o comprometimento ao mais alto nível da governação e aplicação efectiva da lei do ensino superior. Reconhece que o país tem a falta de “qualidade do ensino terrível” resultado do produto final (professores e estudantes) lançado para o mercado nacional.
Numa comparação à imagem da Escola Normal Superior “ Tchico Té” em finais dos anos oitenta e princípio da década de noventa, Raimundo Ialá entende que “ esta imagem ficou deturpada” e que em termos da qualidade dos docentes e dos estudantes, a imagem atual sai a perder.
Acredita, na sua perspectiva, que isso tenha resultado de um sistema de ensino básico e secundário “extremamente fraco” e que não conseguem transmitir com o devido rigor os conteúdos programáticos aos alunos.
“Esse problema tem a ver também com os professores que saem dos centros de formação, bastante fracos. Outros nem sequer passaram por um processo de formação pedagógico, uma componente chave, e entram no sistema para contribuir nas asneiras que já existente no sector”, explica.
Na visão deste docente da Escola Normal Superior “Tchico Té”, o assunto do ensino na Guiné-Bissau é um problema sistémico cuja resolução dependerá de uma reforma profunda no sistema educativo. Uma reforma a começar pelo processo de formação dos professores, dos manuais do ensino e a mudança na globalidade. Raimundo Ialá lamenta “com muita mágoa” que esses factores sejam uma realidade, no sistema do ensino guineense.
“Confrontamo-nos com alunos que terminam o 12º ano de escolaridade, mas não conseguem produzir nem se quer uma página. Mas é compreensível, porque os professores também estão numa situação como esta”, observa.
O assessor técnico do ex-Secretário de Estado do Ensino Superior, destaca exemplo de um estudo recente feito por uma agência das Nações Unidas. Nesse trabalho, foi realizado um teste aos alunos do Ensino Básico e este mesmo teste foi aplicado aos professores do ensino básico, mas o resultado foi “ um paradoxo incrível”. Os alunos tiverem mais sucesso que os próprios professores.
“Isto revela claramente até que ponto o nosso sistema é frágil, pois é inacreditável que um aluno tenha maioar sucesso, numa determinada matéria, do que um professor, o seu tutor no sistema”, lamenta. Assinala que são estes os aspectos que o Governo tem que encarrar para inverter a tendência negativa que se regista na educação.
Insistiu que os sucessivos Governos sempre têm assumido como slogan, a educação. Mas na prática não há nada que possa confirmar esta determinação e o envolvimento político para resolução dos problemas sociais, particularmente os problemas ligados ao sector do ensino.
No entendimento de Raimundo Ialá, a Guiné-Bissau está vulnerável e susceptível a perder a sua própria autonomia cultural e até política, porque está a ser incapaz de acompanhar aquilo que passa no mundo.
“Estamos inseridos num mercado global com estudantes que nem sequer podem competir com os do Senegal. A carga horária lectiva que temos é incomparável com a carga horária lectiva do Senegal”, refere.
O especialista em ensino guineense e assuntos sociais lamenta igualmente o facto de os estudantes guineenses estarem a correr riscos de lhes ser vedada a possibilidade de observar a outra face da moeda, porque nãos estão a ser devidamente preparados para enfrentar a competitividade que o mundo global requer.
Por isso, insiste que é a partir desta competitividade que será salvaguardada a soberania política do país para evitar a importação das técnicas e de técnicos de outros países, uma situação que diz poder levar à perda da soberania cultural e política.
Nesta perspectiva Raimundo Ialá tece duras cricas ao poder político, que na sua visão, não tem olhado o assunto com “alguma serenidade” enquanto entidade inserida no sistema. Contudo, reconhece que há esforços, os quais considera de insignificantes para a dimensão do problema que a educação tem, pelo que assinala ser necessário uma “intervenção robusta” para inverter a situação.
Para Raimundo Ialá, a educação nunca foi prioridade. A Escola Normal Superior, fabricante do professor que vai para o sistema, não tem biblioteca, não há laboratórios, funciona sem uma sala de informática e nem dispõe de uma rede de Internet para pesquisas. Há ainda séries de problemas como por exemplo, alunos superlotados nas salas de aula, portanto é um conjunto de situações que devem ser analisadas.
“Hoje, no mundo contemporâneo, o processo de aprendizagem é liberal (aluno deve procurar ensinar-se a si mesmo), não se reserva apenas ao professor. O professor deixou de ser o único detentor de conhecimento”, assinala.
O docente queixa-se ainda de más condições de trabalho e salário miserável de setenta e oito mil francos (78 mil Cfas) para um professor do centro de formação dos professores.
Quanto aos de procedimentos nos processos de admissão dos estudantes aos centros de formação, Raimundo Ialá diz não ter argumentos para sustentar a questão, mas realça que ao nível de “Tchico Té”, onde é docente, sempre tem havido rigor na admissão selectiva de alunos.
“O que não ajuda é a nomeação dos directores com base em critérios meramente políticos. O director é obrigado a agir em obediência absoluta a quem o nomeia. É nesta perspectiva que entra exactamente a lógica de desvio de procedimentos, que tanto se reclama. Porque quando não existe autonomia para decidir conforme as normas, abre-se a possibilidade de ter, nos cursos, estudantes que não tenham passado pelos testes de admissão, segundo rege a lei do ensino superior, que recomenda que, para ter acesso a qualquer centro de formação superior tem que se fazer um teste. Ora se isso não acontece é porque alguma força obscura está impor regras fora da praxe normal da instituição”, espelha.
PRS DA GUINÉ-BISSAU NO CONGRESSO DO PSOE EM ESPANHA
O Secretário-geral do PRS se encontra neste momento a caminho de Espanha onde deverá participar na reunião do Partido Socialista Espanhol (PSOE). Florentino Mendes Pereira vai aproveitar a ocasião para apresentar a mensagem do presidente do PRS aos dirigentes do PSOE, de quem é parceiro na IDC. Momentos antes de partir para Espanha, Mendes Pereira reunião com o Presidente onde entre outros abordaram assuntos ligados a vida nacional.
PRODUÇÃO DE TUBÉRCULOS E LEGUMINOSAS CRESCE NA GUINÉ-BISSAU
A produção de tubérculos e leguminosas está em crescimento na Guiné-Bissau, de acordo com o relatório preliminar da campanha agrícola 2015-2016 a que a Lusa teve acesso. A subida deve-se, em parte, ao facto de a população “procurar culturas alternativas ao caju”, explicou Rui Fonseca, encarregado da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO, sigla inglesa) em Bissau.
A produção de mandioca e batata-doce “registou crescimentos de 59,9% e 61,6% respetivamente em relação ao ano passado”, escreve-se no documento no que respeita aos tubérculos.
A aposta nestes produtos é ainda mais evidente quando comparada a produção deste ano com a média dos últimos cinco anos: os valores revelam incrementos de 95% e 117%, respetivamente, acrescenta o relatório.
Seja como for, as quantidades são ainda muito baixas, pelo que bastam pequenos incrementos anuais para dar origem a grandes variações percentuais como as registadas, justificou Rui Fonseca à Lusa.
Na área das culturas leguminosas, “o amendoim e o feijão-frade tiveram aumentos de 39% e 28,7%, respectivamente”, em comparação com 2014 e de 89% e 41% em comparação com a média dos últimos cinco anos.
Na área das culturas leguminosas, “o amendoim e o feijão-frade tiveram aumentos de 39% e 28,7%, respectivamente”, em comparação com 2014 e de 89% e 41% em comparação com a média dos últimos cinco anos.
As quantidades podem ser baixas, mas há uma tendência, sublinhou o encarregado da FAO.
“As pessoas estão a apostar bastante nestas culturas por causa do caju”, cuja amêndoa é a principal fonte de receita das famílias guineenses, mas “tem grande flutuação de preços”, referiu Rui Fonseca.
“As pessoas estão a apostar bastante nestas culturas por causa do caju”, cuja amêndoa é a principal fonte de receita das famílias guineenses, mas “tem grande flutuação de preços”, referiu Rui Fonseca.
A população “tomou consciência de que é preciso diversificar culturas para não ficar dependente” de um só produto.
Rui Fonseca aponta o exemplo da batata-doce, “vendida com muita frequência para o Senegal”.
Rui Fonseca aponta o exemplo da batata-doce, “vendida com muita frequência para o Senegal”.
O relatório preliminar da campanha agrícola é elaborado todos os anos pela FAO em conjunto com o Programa Alimentar Mundial (PAM), o governo guineense e o Comité Permanente Inter-estados de Luta Contra a Seca no Sahel (CILSS).
Esta última edição, dedicada à campanha 2015/16, foi feita com base em 74 inquéritos a explorações agrícolas de todo o país e visitas ao terreno entre 28 de setembro e 02 de outubro.
Esta última edição, dedicada à campanha 2015/16, foi feita com base em 74 inquéritos a explorações agrícolas de todo o país e visitas ao terreno entre 28 de setembro e 02 de outubro.
In lusa
ASSALTANTES ARMADOS EM BISSAU ATINGIRAM UMA VÍTIMA MORTAL E DOIS FERIDOS GRAVES
A cidade de Bissau foi de nova sacudida esta madrugado do domingo com vários tiros de armas automáticas dos assaltantes que mais uma vez resultaram numa vítima mortal e 02 feridos em estado grave, dos quais, um da cidadão da Guiné-Conacri e um mauritano.
Um cidadão de Guiné-Conacri foi alvejado e morto com 02 tiros a queima-roupa no seu estabelecimento comercial no Bairro de Belém em Bissau.
De acordo com as testemunhas o episódio rolou por volta de 03 horas da madrugada, apareceu de forma repentina um grupo de 08 assaltantes com armas automáticas, punhais, catanas, lança, e outros objetos correntes para concretizar o roubo de dinheiro ainda não revelado e a morte.
Segundo ainda as testemunhas, o grupo disparou no local vários tiros com gritos, dispersando e ameaçando os vizinhos. “ Quem aproximar aqui vamos juntá-lo com a vítima. Vamos matá-lo”. Facto que desencorajou os vizinhos, ficaram passivos impotentes a ver o ato bárbaro e cruel acontecer. Por isso, responsabilizam as autoridades policiais de nada fazer aos cidadãos. “Responsáveis de tudo isto são as autoridades policiais porque não fazem patrulhamento nos bairros.” Concluíram testemunhas
Nas noites anteriores, o grupo já esteve nos Bairros de Quelele, e de Caracol, onde fizeram refém e descarga balas aos seus proprietários da nacionalidade mauritano que foi evacuado para Dakar, para efeitos de tratamentos médicos mais especializado.
O malogrado vivia em Bissau mais de 15 anos, era casado e pai de 01 filho.
O corpo da vítima se encontra de momento na morgue do Hospital Nacional Simões Mendes de Bissau e as cerimónias fúnebre efetuarão segunda-feira 19 de outubro em Bissau.
Gloria interna a sua alma.
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