Um espanto !! António Bastos voltou a fugir na G-Bissau

António Bastos, ex-administrador da SAD da União de Leiria, voltou a fugir depois de ter sido capturado na Guiné-Bissau.


Num momento em que se esperava o processo de extradição para Portugal, o antigo empresário da área dos materiais de construção voltou a fugir na capital Bissau, depois de simular um problema de saúde durante um interrogatório.

À guarda do Estabelecimento Prisional da capital guineense, o ex-administrador da antiga SAD, na passada segunda-feira, foi levado para o tribunal para ser ouvido por um juiz, no sentido de ser extraditado para Portugal, onde o espera uma pena de 13 anos de prisão efectiva por homicídio. Dado por preso na Gâmbia.


GUINÉ-BISSAU E UE LANÇAM GUIA TURÍSTICO DO PAÍS FEITO POR ONG PORTUGUESA


Guiné-Bissau e UE lançam guia turístico do país feito por ONG portuguesaO Governo da Guiné-Bissau e a União Europeia (UE) promovem hoje o lançamento de um guia turístico do país cujas receitas de venda vão reverter para acções de turismo sustentável e solidário.
"Por acordo específico com o Ministério do Turismo e Artesanato, as receitas da venda do livro, efectuada pelo mesmo ministério, serão revertidas para a promoção de um turismo sustentável e solidário no país", anuncia a UE em comunicado.

A publicação financiada por fundos europeus é da autoria da organização não-governamental portuguesa Afectos com Letras, que desenvolve acções de apoio social na Guiné-Bissau.

O guia está disponível em português, inglês, francês e espanhol e faz um levantamento dos pontos com interesse turístico nas várias regiões do país, incluindo uma selecção de projectos de turismo sustentável financiados pela UE.

Cada exemplar pode ser adquirido directamente junto do Ministério do Turismo e Artesanato da Guiné-Bissau por 6.560 francos CFA - cerca de 10 euros.

CARTA DOS PARTIDOS POLÍTICOS DIRIGIDO A PR

A mostrar Carta Aberta (1).jpgA mostrar Carta Aberta (1).jpg




Luso-Guineense: ZIDANE BANJAQUI SONHA COM TÍTULO DE MELHOR JOGADOR DO MUNDO


FIGURA DA SEMANA


O Jornal “O Democrata” elegeu como figura da semana o futebolista luso-guineense de 17 anos, Zidane Agustini Banjaqui, que joga nos júniores do Sport Lisboa e Benfica, onde é tido como uma das grandes promessas do desporto-rei português, apesar de ter ingressado na fileira das águias a menos de duas épocas proveniente do Real Sport Clube de Massamá.
“Vou ser melhor do que o Zinedine Zidane. Quero ser o melhor do Mundo. Trabalho para isso”, sublinha confiante, o avançado que, se um dia alcançar o estrelato, não será apenas o concretizar de um sonho pessoal, mas também do pai, que decidiu atribuir nomes de estrelas do futebol aos filhos. É que Zidane é irmão de Figo e ambos são primos de Maldini e Rivaldo. Parece confuso, mas é o próprio que o explica a reportagem do jornal “Record” na altura ainda em Massamá.
BIOGRAFIA
Zidane Agustini Banjaqui nasceu no dia 15 de Dezembro de 1998 em Portugal, sendo portador de dupla nacionalidade [portuguesa e guineense]. O avançado que joga de preferência nas alas esquerda ou direita do campo teve três épocas de leão ao peito ao longo da sua formação antes de mudar para os rivais da Luz nesta temporada 2015/2016.
Em 2008/2009 Zidane iniciou a formação no Real Sport Clube, seguindo na época seguinte para a estrutura de Alvalade em Alcochete, onde permaneceu durante três anos de 2009/2010 (-2010/2011 e 2011/2012). Em 2012/2013 foi o ano do regresso a casa [Real Sport Clube] que durou igualmente 3 épocas – 2013/2014 e 2014/2015. Actualmente milita nos juniores do Sport Lisboa e Benfica e é internacional pelas camadas jovem da selecção lusa antes de deixar o Real Sport Clube onde fora capitão da formação massamense.

ADIADA A SESSÃO PARLAMENTAR DESTINADA PARA APRESENTAÇÃO DO ORÇAMENTO-GERAL DE ESTADO


A Sessão Parlamentar agenda para segunda-feira, dia 15 deste mês, para apresentação do Orçamento-geral de Estado (OGE) do Governo de Carlos Correia, ficou protelada para o dia 25 de Fevereiro. 
De acordo com uma fonte, os membros da mesa do Parlamento guineense pretender organizar melhor para o desenrolar da crise após inconclusivos encontros de diálogo promovidos pelo Presidente Mário Vaz.
Recordamos que a bem pouco tempo, os 15 deputados expulsos pediram à mesa da ANP para que lhe permita voltar a ocupar os seus respectivos “lugares substituídos de forma ilegal”. "Apelamos à mesa da ANP no sentido de cumprir à letra a decisão judicial como forma de dignificar a justiça e o princípio constitucional da separação de poderes". 
O grupo adiantou que se os membros da mesa do Parlamento guineense não permitisse retomarem os seus lugares, estará a praticar crime contra a realização da justiça na modalidade de obstrução à actividade jurisdicional.
Mas até ao momento, o grupo contestatário não recebeu nenhuma resposta sobre a matéria
A fonte adianta que Bissau poderá receber em breve um novo medianeiro ou um enviado especial de uma organização a crise politica/parlamentar integrando encontros promovidos pelo Presidente da Republica. 
  
A fonte avançou que o Chefe de estado “já tem em mãos decisão da solução a crise politica parlamentar, por isso, as audiências do diálogo que estão sendo promovidas por ele, apenas uma questão de formalidades. Vai mesmo derrubar o Governo. Por isso, está esperando apenas o ultimo encontro do diálogo a realizar entre as partes, para depois tornar publico a sua decisão de derrubar o governo liderado por Carlos Correia.

“GUINÉ-BISSAU LIVRE DE ZICA MAS VULNERÁVEL A ESSA DOENÇA”


A ministra da Saúde Pública anunciou que a Guiné-Bissau ainda não tem o vírus Zica mas é um país de risco a essa doença devidas as vulnerabilidades das fronteiras aéreas, marítimas e terrestre com alguns países que têm registados casos do mosquito transmissor do Zica.
Cadi Seide que falava sexta-feira à imprensa, garantiu todas as medidas estão a ser tomadas com outros membros do Governo por forma a retomar a campanha de limpeza nos bairros ao nível nacional, com vista a afastar qualquer doença que possa aparecer no país.
Recordamos que o Governo da Guiné-Bissau considera em comunicado de Conselho de Ministros do dia 04 deste mês, Zica na lista de doenças com potencial epidémico na Guiné-Bissau. Por isso, o colectivo governamental instruiu a Secretaria de Estado dos Transportes e Comunicações no sentido de adoptar as medidas adequadas e recomendáveis para a prevenção da epidemia do Zica na Guiné-Bissau.

Reportagem: REGIÃO DE QUÍNARA, “BEMBA” DE VIOLAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS


Vice-presidente da Liga na região de Quinara, Cesário Quartel da Silva - Copie

A região de Quínara é ‘bemba’ de violação dos direitos humanos, desde abuso a menores, acusações de feitiçaria, excisão feminina, assassinatos e casamentos forçados. O Sul da Guiné-Bissau tem apenas dois tribunais um em Buba, outro em Quebo, regional e sectorial respectivamente. A região Sul da Guiné-Bissau registou nos últimos tempos quatro assassinatos, nalguns casos os assassinos ainda não foram identificados até à data.
A província sul depara-se igualmente com a insuficiência do pessoal na corporação da Polícia da Ordem Pública (POP) em todos os sectores. Por exemplo, o sector de Empada tem apenas quatro agentes da POP para uma população de cerca de dezaseis mil habitantes.
Quínara, com uma área de 3.138 km² e uma densidade populacional de 14,27 habitantes por km² e uma população total calculada em 52.134 habitantes no censo populacional de 2004, conta apenas com dois tribunais, um regional com sede em Buba (sede regional) e outro sectorial sediada em Quebo.
Constituem as principais localidades da região as cidades de Buba, Empada, Fulacunda e Tite, este último palco do primeiro tiro disparado pelas armas dos combatentes da liberdade da pátria Arafam Djamba Mané. Abria-se, então, a longa caminhada da luta armada para a libertação nacional. Ambos os sectores beneficiam dos serviços judiciais dos dois tribunais que cobrem toda a vasta província Sul do país.
Um dos maiores problemas daquela região é a impunidade, ou seja, as pessoas cometem crimes e ficam sem serem traduzidos em justiça, levando a que, muitas vezes, os lesados realizem a justiça por conta própria.
Outra situação tem a ver com as intervenções dos queixosos. Quando o caso segue os seus tramites legais, pedem, por vezes, que os processos sejam arquivados, invocando ligações familiares com o criminoso. Esse fato foi confirmado pela activista dos direitos humanos na região, igualmente vice-presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) de Quínara, Cesário Quartel da Silva.
Várias agressões físicas devidas a acusações de feitiçaria aconteceram no setor de Tite, que é campeã na referida matéria, assim como casos de casamentos forçados.
PROFESSOR MORTO E SEU CORPO ABANDONADO NO MATO DE TITE
Há pouco tempo, um professor que lecionava numa tabanca do sector de Tite foi encontrado morto. O seu corpo foi descoberto alguns meses depois da sua morte, abandonado numa mata, já numa fase avançada de decomposição, supostamente assassinado por um grupo de jovens da mesma aldeia. O professor tinha se deslocado à cidade de Buba para levantar o seu salário, o que estaria na origem do ataque e consequentemente a sua morte.
Ainda em Tite, um homem foi obrigado a abandonar o seu lar, na sequência de uma acusação de feitiçaria por um grupo de jovens. Julgaram que o velho em causa queria matar um jovem que estava doente. Depois de terem ameaçado de morte o homem em causa, ele não hesitou e foi buscar a protecção na Esquadra da Polícia sectorial, algumas horas depois da sua entrada na polícia, os jovens foram cercar a corporação policial de Tite. O número dos invasores era superior ao do pessoal de segurança pública do setor.
Um activista de direitos humanos daquele sector, ao tomar conhecimento da situação, diligenciou uma ligação para a sede regional em Buba, solicitando o reforço da corporação policial e da força militar instalada na região. A resposta chegou a tempo de salvar a vida do homem acusado. Polícias e militares deslocaram-se à tabanca dos jovens e detiveram todos os habitantes, desde os rapazes, homens e mulheres para de seguida levá-los para Buba a fim de serem identificados os autores daquela ameaça.
De acordo com o ativista da LGDH, o que estava em causa era a intenção de apropriação dos bens da vítima, tendo em conta que o homem tinha certa quantidade de gado bovino.
O responsável da LGDH considera que os fatos apontam o sector de Tite como sendo a pior localidade para ser velho, em toda a Guiné-Bissau. Justificando que todos os idosos são considerados feiticeiros, assim como os que se dedicam muito ao trabalho.
Tite é conhecido naquela região como um lugar onde os pais dão suas filhas em casamento forçado, ou seja, pai e mãe fazem acordos com o marido sem o consentimento da menina.
JOVEM ASSASSINA A PRÓPRIA MÃE NO SETOR DE EMPADA
O sector de Empada não foge à tempestade de crimes. No ano passado, um jovem aparentando ter 35 anos de idade, matou a própria mãe, depois de tê-la acusado de feitiçaria. No seu entender, a mãe pretendia matar um dos seus irmãos mais novo, que estava doente nas vésperas de entrar para a cerimônia de circuncisão (Fanado). O caso aconteceu na tabanca de Languê.
O “justiceiro” de 35 anos acusou à mãe de feitiçaria, daí começou a desenhar a estratégia para eliminar a mulher que lhe colocou neste mundo. A pobre mãe deslocou-se a procura da água no poço que fica um pouco distante das casas. A saída da sua mãe foi uma oportunidade para o jovem disfarçar que ia trabalhar para à bolanha. Montou uma emboscada no caminho e quando a mãe vinha da fonte com um balde de água à cabeça, agrediu a pobre senhora até à morte.
Depois de ter cometido o crime, o “espertinho” foi à bolanha e aproveitou para besuntar de lama as suas pernas, pensando assim que poderia desviar a atenção das pessoas, sugerindo com o gesto que tinha ido trabalhar. Voltou à residência familiar. Na altura, ninguém desconfiou que ele tinha cometido tão vil e bárbaro acto. Foi o próprio quem se dirigiu ao local do crime, gritando de regresso a casa, “Encontrei a minha mãe! Ela está morta”, “Encontrei a minha mãe! Ela está morta”.
Entretanto, as técnicas do “espertinho” não duraram muito tempo, porque os agentes da polícia sectorial executaram o seu trabalho de investigação e apuram que o jovem, fingindo-se de inocente, era o autor do crime. Em seguida foi levado à esquadra da polícia, acabando por confessar o assassinato da própria mãe, com a justificação da alegada “tentativa da mãe matar o seu irmão” que se preparava para as cerimônias do fanado.
O ativista da LGDH no setor de Empada disse à nossa reportagem que os quatro agentes da POP são insuficientes para uma população de mais de 15 mil habitantes, revelando que os jovens substituíram os pais que já não tinham forças para executar trabalhos policiais, afiançando que nem por perto conseguem fazer a mínima cobertura das oitenta e seis (86) tabancas que compõem o sector.
Neste particular, Cesário Quartel da Silva lembrou-se de um assalto ocorrido recentemente no sector. Os larápios assaltaram o estabelecimento comercial dos mauritânianos, a antena da empresa de telecomunicações Orange. Não houve policiais para seguir os rastos daquele bando de ladrões, mas que, graças a colaboração da população local, acabando os assaltantes por ser capturados e entregues aos agentes da POP, que por sua vez os encaminhou o caso para Buba.
O professor Cesário lamentou a forma como o assunto foi tratado, porque um dos bandidos que participou na onda dos assaltos no sector voltou a estar em liberdade em menos de uma semana, passeando novamente pelas ruas, impune, criando dor e revolta nas pessoas vítimas dos roubos, enquanto outros continuaram nas celas de Buba.
“É pena ver alguns dos ladrões do mesmo grupo a andarem aqui na Praça de Empada. Este tipo impunidade é que cria revolta nas vitimas a ponto de pensarem em fazer a justiça com as próprias mãos. Na verdade, não sabemos em que condições umas são libertadas e outras continuam detidas em Buba”, frisou.
JOVEM DE 25 ANOS VIOLA A PRÓPRIA IRMÃ DE OITO ANOS DE IDADE
Um jovem de 25 anos de idade violou sexualmente a própria irmã, de apenas oito anos de idade, na secção de Daresalam. O caso ocorreu no mês de Novembro do ano findo.
O pedófilo aproveitou-se da ausência dos pais. O pai fora procurar um medicamento para a cura de uma doença, em Mansaba (uma aldeia da mesma secção) e a mãe acompanhou o marido. Como o rapaz de 25 anos era o filho mais velho, os pais pediram-lhe que passasse a dormir no mesmo quarto com a criança aproveitando a ausência dos velhos, o jovem por sua vez, em lugar de proteger a irmã resolveu violá-la.
A criança depois de sentir uma diferença no corpo, foi ter com a sua tia e esta fez questão de mandar informar o pai da menina. O progenitor da criança, depois da sua chegada à casa, levou o filho à polícia de Empada. Quando a corporação local decidiu enviar o processo para o tribunal regional, o pai quis recuar, pedindo que o caso não fosse transferido, sustentando que levou o filho apenas para ser repreendido pela policia. Mas as autoridades não estiveram com “meias medidas” e mandaram o caso para Buba, onde o jovem estava detido. A nossa reportagem tentou saber junto dos activistas dos direitos humanos do sector se o violador estaria ainda detido, mas ninguém tinha tal informação.
No mesmo mês de Novembro de 2015, na tabanca de Gã Disselis, aconteceu outra situação do género. Um jovem de 35 anos de idade com mulher e filho violou uma menina de 14 anos, aproveitando-se da trovoada e chuva que se faziam sentir no momento, para abusar da adolescente, tapando a boca da vítima com as mãos.
Apos a acção do individuo e passado a trovoada, a menina conseguiu gritar e as pessoas acorreram ao quarto onde se inteiraram do sucedido. Quando ela começou a relatar o que lhe aconteceu, a mesma pessoa, ainda de cuecas, foi assistir também, mas como a adolescente o tinha visto em cuecas durante o ato de violação, ela reconheceu logo o rapaz e denunciou-o às pessoas graças à peça de roupa.
O violador refutou no momento as acusações, mas os familiares da menina moveram uma intimação contra ele junto a policia sectorial. Na polícia o jovem foi questionado pelos agentes do motivo de ser a única pessoa a ser apontada pela menina, respondeu que tinha ido ver se as crianças já dormiram ou não, porque chovia, acabando por ser  preso pela polícia.
Outro caso da violação foi cometido por um cidadão estrangeiro contra uma criança de cinco anos de idade dentro da cidade de Empada.
A reportagem do jornal “O Democrata deslocou-se até a residência do activista dos direitos humanos para saber na sua opinião sobre o motivo daquela onda de violação de menores. No entender do também professor de liceu local, Cesário Quartel da Silva, considera que a falta de denúncias por parte da população está na base do aumento de abusos de menores no sector.
“Muitos casos de crime não chegam às mãos das autoridades e ficam somente entre familiares, sobretudo os de violações de menores. Não são denunciados. Muitas vezes escondem esses fatos, só porque o criminoso é famíliar da vítima e os familiares preferem ficar calados com o assunto. Por vezes o abusador tem relação afectiva com a família da vítima. Se continuar assim, sem denuncias nem punições, este tipo de crimes continuarão a multiplicar-se”, alertou professor Cesário, acrescentando que os casos do género devem ser denunciados às autoridades competentes, sendo estes os agentes certo.

“Guines-Liga”: BENFICA DE BISSAU GOLEIA LAGARTOS DE BAMBADINCA E ISOLA-SE NA LIDERANÇA DO CAMPEONATO


Foto de Benfica de Bissau campeao 2015

Sport Bissau e Benfica isola-se provisoriamente na liderança de Campeonato Nacional da primeira divisão, ao receber e golear, este sábado 13 de Fevereiro, Lagartos de Bambadinca por 7-1, beneficiando do empate de São Domingo frente ao FC. Cuntum a zero bolas.
O jogo foi realizado no estádio Lino Correia que registou uma boa assistência na bancada principal. As águias de capital começaram a desenhar muito cedo a goleada, sob um domínio total e absoluto.
Sabimbe aos 9 minutos, Badilé aos 15 minutos, 29 e 82 minutos, Lula aos 41, Alficene aos 52 munitos, e stromberg, marcaram para Benfica e o golo solitário dos Lagartos de Bambadinca foi apontado por intermédio de Fidel na transformação de grande penalidade.
Nos outros encontros, a sensacional equipa de Lobos de Pelundo viajou até Bafatá derrotar Sporting local por uma Bola sem resposta. O golo de Pelundo foi apontado nos minutos iniciais do encontro por intermédio de Mamadu Lamine Kuyaté.
Portos de Bissau empatou a zero bola frente aos Balantas de Mansoa, no jogo realizado no estádio 24 de Setembro. O mesmo resultado verificado entre Cantanhez e Mavegro no sul do país.
Tigres de São Domingos recebeu e empatou também com cavalos Brancos de Cuntum a zero bolas, no seu terreno. São Domingos que estava a dividir a liderança com Benfica e Sporting, e Bula bateu UDIB por uma bola a zero.
A jornada encerra-se amanhã entre Sporting da Guiné-Bissau e FC Canchungo, no estádio Lino Correia.

Resultados da quarta jornada:
BENFICA 7-1 BAMBADINCA
BAFATÁ 0-1 PELUNDO
CANTANHEZ 0-0 MAVEGRO
BULA 1-0 UDIB
SÃO DOMINGOS 0-0 CUNTUM
PORTOS 0-0 BALANTAS DE MANSOA 

DIFERENTES GRUPOS DE DEPUTADOS DISPUTAM CONTROLO DO PARLAMENTO DA GUINÉ-BISSAU


Parlamento da Guiné-Bissau.

O parlamento da Guiné-Bissau tem agendado para segunda-feira o início de uma nova sessão, a segunda do ano legislativo 2015/2016, numa altura em que diferentes grupos de deputados disputam o controlo daquele órgão.

A sessão foi agendada pela Comissão Permanente da Assembleia Nacional Popular (ANP), mas sem a presença da maior força da oposição, o Partido da Renovação Social (PRS).

O PRS ausentou-se em solidariedade com um grupo de 15 deputados do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) que, em janeiro, foram expulsos do partido e depois alvo de perda de mandato no parlamento, mas que dizem estar a ser injustiçados.

Os deputados daquele grupo já foram substituídos, na sequência de uma ordem judicial, mas entretanto foi publicado um despacho de outro juiz do mesmo tribunal (Tribunal Regional de Bissau) que considera a perda de mandato inválida.

Assim, com sentenças para todos os gostos, cada lado já anunciou que vai tentar ocupar os lugares no parlamento na segunda-feira.

Por um lado, o PAIGC com a maioria eleita que apoia o Governo (com novos deputados na bancada), por outro, o "grupo dos 15" a formar nova maioria com a oposição, para derrubar o Governo - decisão que até já tomaram e enviaram para promulgação do Presidente da República após uma reunião no hemiciclo, em janeiro, mas cuja legalidade também tem sido disputada.

Na agenda da segunda sessão ordinária, prevista para durar até 29 de março, estão contemplados 11 pontos.

Entre eles, encontram-se o Plano Nacional de Desenvolvimento, a Lei do Orçamento Geral do Estado, propostas de lei que definem o Estatuto Remuneratório dos Magistrados Judiciais e do Ministério Público.

Faz ainda parte da agenda a lei que aprova o Código de Justiça Militar, o Código de Trabalho e ainda o levantamento da imunidade de um dos deputados.

O confronto político e judicial no parlamento é o mais recente reflexo da luta que opõe José Mário Vaz, Presidente da República, e Domingos Simões Pereira, presidente do PAIGC, demitido em agosto de 2015 do cargo de primeiro-ministro.

Lusa/Conosaba/MO

BEBES NEGROS ERAM USADAS COMO ISCAS PARA CAÇAR JACARÉS NOS EUA



Durante a escravidão e até meados do século vinte, bebés negros foram usados como isca de jacaré no Norte e Centro da Florida nos Estados Unidos de América.

Os caçadores de jacarés roubavam os filhos quando as mães, muitas delas escravas estavam ocupadas com seus afazeres diários. Algumas seriam crianças de um ano de vida ou menos. Outras crianças eram roubadas à noite mediante ataques brutais contra seus pais, de seguida amarravam uma corda em volta do pescoço e ao redor de seu torso junto de uma árvore no pântano ou eixavam-nas em gaiolas como se fossem galinhas.

Como as crianças choravam e gritavam os jacarés apareciam rápido para devora-las, em questões de minutos os jacarés estavam sobre elas. O caçador que se mantinha distante não dava conta da presença do jacaré, já que a caça era realizada a noite, então somente quando o animal atacava a criança e tentava arrasta-la no pântano para devorar ou quando começava a come-la viva é que os caçadores conseguiam se aperceber da presença do mesmo através dos movimentos e esticar da corda. Somente nesta altura que eles partiam em direcção ao bebe e matavam o animal.

A revista Time, em 1923, relatou que os caçadores da cidade de Chipley, Flórida, praticavam tais actos, mas a cidade negou-o como "uma mentira boba, falsa e absurda."

A prática tem sido documentada em pelo menos em três filmes: "Alligator Bait" (1900) e "O 'Gator eo pickaninny" (1900). E a história de dois meninos negros que serviam de isca de jacaré foi contada em "Fúria Untamed" (1947).

Na verdade, o termo "isca de jacaré" era comum em todo o Sul dos estados unidos, pelo menos, da década de 1860 até ao ano de 1960 foi um insulto racial e uma ameaça que os brancos usavam para "domesticar" as crianças negras resilientes.

Mas na década de 1940 no Harlem, em New York ", isca de jacaré" aplicada aos negros de qualquer idade - particularmente aqueles que eram da Flórida.

Finalmente, em termos de iconografia, a partir de, pelo menos, a década de 1890 até os anos 1960, as crianças negras eram frequentemente retratado como isca de jacaré nos brinquedos para as crianças brancas, saboneteiras, escovas de dentes, cinzeiros e, especialmente, em cartões postais enviados através do correio dos EUA.

http://www.modestoneto.com.br/2016/02/bebes-negros-eram-usados-como-iscas.html


Retrospectiva: LIÇÕES DE PAZ DA IRLANDA DO NORTE PARA A G-BISSAU


Peter Thompson, o recentemente nomeado mediador internacional para o processo de reconciliação nacional da Guiné-Bissau, fala ao SOL da esperança numa solução negociada para a crise guineense e no que falta para garantir a viabilidade do conturbado país.



Que expectativa tem sobre o sucesso do processo de reconciliação agora lançado? 

Estou optimista. Chegou a altura do povo da Guiné-Bissau encontrar uma solução comum para os seus problemas. O meu lema para o processo de reconciliação é «um futuro partilhado». Um futuro partilhado implica uma discussão partilhada sobre identidade nacional [guineense] e essa discussão deve ocorrer na Assembleia Nacional Popular, onde todos os cidadãos estão representados. Em comparação com o nosso processo de paz, na Irlanda do Norte, os problemas fundamentais [da Guiné-Bissau] não são tão complicados. Na Irlanda do Norte, tivemos de lidar com o problema da religião, do que estava certo e do que era errado. Na Guiné-Bissau é uma questão de construir consensos através do diálogo. O povo da Guiné-Bissau quer todo o mesmo futuro, mas tem diferentes maneiras de interpretar a solução.

Foram traçadas algumas ‘linhas vermelhas’ na negociação?

Não, eu não aceito «linhas vermelhas». A única forma de criar um futuro partilhado é através de um debate aberto. Fiquei muito impressionado pela capacidade dos políticos guineenses em sentarem-se à volta de uma mesa e, abertamente, discutirem as suas divergências. Se alguém quer dizer algo, diz. Em comparação, já estive envolvido em conversações noutros estados, onde dois partidos políticos não podiam estar na mesma sala juntos. Não nos podemos esquecer que, na Irlanda do Norte, conseguimos trazer e juntar na mesma mesa de negociações os piores inimigos – pessoas que se tentaram matar umas às outras, que mataram pessoas da família com quem estavam agora a conversar. Acho que a grandeza de um homem define-se pela sua capacidade de se reconciliar com o inimigo.

É expectável a realização da segunda volta das presidenciais interrompidas pelo golpe de Abril de 2012? 

De um ponto de vista técnico e logístico, penso ser impossível acontecer uma segunda volta das eleições presidenciais [de 2012]. Acredito que agora todos os partidos políticos estão a preparar-se para um novo processo eleitoral. Tive a oportunidade de ser um dos observadores internacionais na primeira volta e espero que as eleições possam ocorrer o mais cedo possível.

E o regresso de Carlos Gomes Júnior ao poder? 

Penso que essa é uma questão para os partidos políticos que escolhem os candidatos e para o povo da Guiné-Bissau que vota neles.

Falou como elementos das forças armadas? Há algum interesse genuíno da parte dos golpistas militares na resolução da crise?

Os veteranos das Forças Armadas estão representados numa subcomissão do processo de reconciliação nacional. A maior preocupação dos soldados é o seu futuro em termos económicos. Se eles deixarem as Forças Armadas como parte da reforma do sector da segurança, o que terão fazer para ganhar dinheiro? Por isso é que ficam nas Forças Armadas até serem idosos, com uma arma numa mão e um saco de arroz noutra. Talvez, ao encontrar-se uma solução para este problema, poder-se-á dar às Forças Armadas um papel mais construtivo na sociedade. Criar oportunidades económicas para os militares que queiram deixar as Forças Armadas acabará também por contribuir para a luta contra o crime organizado, que é o pior tipo de ‘oportunidade económica’.

Tem falado com cidadãos comuns? O que lhe dizem os guineenses?

Tenho sim. Nos últimos quatro anos, visitei cada região do país e, de forma regular, visito mesquitas, igrejas e escolas para ouvir a opinião das pessoas. Como sabemos do processo de paz na Irlanda do Norte, o maior desafio é criar um futuro partilhado para que cada parte o sinta como seu. A reconciliação nacional deverá ser ‘propriedade’ não só de políticos, mas de taxistas, vendedores do mercado e agricultores – as mulheres e homens comuns da Guiné-Bissau. Se a paz é um negócio, a sua população é a sua accionista. Os líderes das organizações internacionais deviam passar mais tempo fora da capital, com o povo da Guiné-Bissau: estes têm um sentido de esperança que inspira. O povo da Guiné-Bissau tem os mesmos desejos que o povo português – uma boa educação, um emprego estável e uma boa qualidade de vida para a sua família. O cidadão guineense comum não quer nem deseja violência, conflitos ou crimes. Não estão interessados em políticas de culto de personalidade nem estão interessados que os militares façam política. Querem as mesmas coisas que eu e você.

A luta interna no PAIGC fragiliza o processo? 

Lutas internas nos partidos são um processo normal na democracia. Desde que estas disputas sejam pacíficas e justas e não prejudiquem o processo de reconciliação. Espero que todos os partidos políticos tenham debates vivos nas disputas pelas respectivas lideranças, mas também na construção da paz, do desenvolvimento e da justiça social.

Como nasceu este processo?

Inicialmente, o processo de reconciliação nacional foi estabelecido pela Assembleia Nacional Popular em 2009. Foi originariamente criado com o apoio das Nações Unidas para melhorar as relações entre as várias etnias, discutir a identidade nacional, a compensação das famílias das vítimas e o legado do conflito – basicamente, todos os problemas do país desde a sua independência de Portugal. Eu fui um observador internacional neste processo. Vejo o meu papel de conciliador como uma continuação do trabalho que já fiz no passado, mas, claramente, as circunstâncias são muito diferentes agora e há maiores desafios para reconciliar os vários pontos de vista e para criar alguma harmonia entre os políticos guineenses. A Assembleia Nacional Popular é um espaço de muita abertura – todos são francos e eu próprio devolvo essa mesma franqueza. As pessoas da Irlanda do Norte são famosas por dificilmente enganarem.

Como surgiu o convite para a mediação?

Já me encontrava envolvido na comissão há alguns anos como observador internacional neste processo (em conjunto com o meu colega, o político britânico Ian Paisley Junior). Sou o Coordenador do Grupo Parlamentar Britânico para a Guiné-Bissau e o Representante Africano da PACTX-NI, uma instituição britânica que partilha a experiência e o legado do processo de paz na Irlanda do Norte. Tenho experiência como negociador em conversações decorrentes de conflitos em vários estados africanos, usando as lições e o exemplo da Irlanda do Norte. Como Membro Observador da comissão de reconciliação, ia apresentar as lições do exemplo da Irlanda do Norte durante a Conferência de Reconciliação Nacional em Janeiro de 2012, organizada pelas Nações Unidas. Infelizmente, o antigo Presidente da Guiné-Bissau Malam Bacai Sanhá faleceu e a conferência foi cancelada. Depois do golpe de Estado em Abril, as actividades da Comissão e da Assembleia Nacional Popular pararam devido à crise política. Não queria que este processo acabasse, por isso acabei por desenvolver várias conversações e encorajar as partes a reunirem-se na Assembleia Nacional Popular para encontrarem, juntas, os caminhos para o futuro do povo da Guiné-Bissau – um futuro partilhado para todos. Os membros da Assembleia Nacional Popular decidiram que este novo processo necessitava de um moderador externo para contrabalançar todos os pontos de vista e argumentos, e eu aceitei este repto em Dezembro de 2012, com o apoio do Grupo Parlamentar Britânico para a Guiné-Bissau e o povo guineense.

Há uma solução para esta crise? É razoável acreditar no regresso à ordem constitucional? 

Sim, acredito que há uma solução a ser encontrada. Mas esta solução deverá ser uma solução guineense para problemas guineenses. Se for à biblioteca, não irá encontrar um livro chamado “Como resolver os problemas da Guiné-Bissau”. As respostas têm de ser encontradas no coração e na mente do povo da Guiné-Bissau. A comunidade internacional pode ajudá-lo a compreender o que deseja, mas precisa também de lhe dar os recursos e ferramentas para criar um futuro partilhado por si próprio. Quanto à ordem constitucional, esta não é negociável – é o direito do povo da Guiné-Bissau.

Qual o paralelo entre a crise crónica da Guiné-Bissau e a da Irlanda do Norte? 

São dois países etnicamente diversificados de 1,7 milhões de pessoas, em luta para encontrarem uma identidade nacional unificada. Após 40 anos de um conflito sectário e de milhares de mortes, os políticos da Irlanda do Norte aprenderam a unir uma das mais divididas sociedades do mundo. Estabelecemos várias instituições de reconciliação importantes, incluindo uma Comissão para Vítimas e Sobreviventes, e um departamento na polícia para investigar crimes históricos. O futuro partilhado é agora uma obrigação legal do Governo da Irlanda do Norte. Uma outra experiência relevante é o nosso processo de reforma do sector de segurança. A Irlanda do Norte tem actualmente o mais abrangente e bem sucedido exemplo de reforma no sector de segurança no mundo actual. Foi criado um serviço de segurança centrado na comunidade, inclusivo de todas as crenças e tradições da comunidade e de todos os seus actores políticos. A Guiné-Bissau poderá aprender muitas lições desta experiência e eu estarei a trabalhar sem cessar para promover o exemplo da Irlanda do Norte e os seus valores de reconciliação e justiça. Muitos dos políticos mais importantes da Irlanda do Norte manifestaram o seu apoio a esta minha determinação.

Qual o papel do crime organizado nesta crise?

Claramente, a Guiné-Bissau com o tráfico de droga que vai até à Europa a partir da América Latina. Mas para lá da questão, bem conhecida, do tráfico de droga, não devemos esquecer outras formas de crime que ocorrem no país e em toda a região, incluindo a desflorestação ilegal, a venda de medicamentos contrafeitos e o turismo sexual pedófilo. São crimes que destroem comunidades e famílias e que receio que ocorram todos os dias na África Ocidental, rendendo milhões de euros para criminosos em Portugal, Reino Unido e em todo o lado. De um ponto de vista da reconciliação nacional, é óbvio que um sistema político mais coeso e uma economia mais estável podem desempenhar um papel mais decisivo na luta contra o crime organizado.

Esteve reunido recentemente com Bill Clinton, qual a visão do ex-Presidente dos EUA sobre a crise guineense?

O Presidente Clinton foi um dos negociadores-chave no nosso processo da Irlanda do Norte. É uma das pessoas que nos ajudou a criar um futuro partilhado e as suas experiências são uma importante inspiração para o meu trabalho em Bissau. Estive com ele várias vezes para discutir a reconciliação nacional. Encorajou muito o meu trabalho e espero revê-lo em breve para partilhar com ele o nosso progresso em Bissau.

Como vêem Reino Unido e os EUA a Guiné-Bissau? 

A maioria das pessoas não conseguem sequer encontrar a Guiné-Bissau no mapa. Há muito pouco comércio ou investimento e nenhuma ligação cultural com o país. Esta é uma das razões pela qual os problemas ficaram escondidos da comunidade internacional. O melhor contributo possível da parte do Reino Unido será o de partilhar as lições do processo de paz da Irlanda do Norte.

A comunidade internacional esqueceu o país? Que apelo lhe faz? 

Talvez não tenha esquecido, mas pode ter negligenciado. O mundo enfrenta muitos desafios actualmente, no Médio Oriente, no Norte de África e em todo o lado. A Guiné-Bissau pode não ser uma prioridade na mesma escala hoje, mas merece ter-se em consideração o que acontecerá no futuro se uma solução partilhada para a crise política actual no país não for encontrada agora. Como o meu médico costuma dizer sempre, a prevenção é melhor do que a cura. Vamos resolver os desafios que o povo da Guiné-Bissau enfrenta agora antes que estes se tornarem amanhã em problemas maiores para o resto do mundo. Vamos reforçar as instituições do Estado e criar incentivos para a democracia. Isto irá prevenir a maioria dos problemas mais graves.

Que contactos tem mantido com outros actores externos como Angola, Portugal e a Nigéria?

Tenho com regularidade encontros com representantes destes três países. Angola e Nigéria são países importantes em África e têm a oportunidade de exercer uma influência positiva no desenvolvimento do continente. Em relação a Portugal, sou com regularidade convidado para a Assembleia da República. Alguns dias antes do golpe de Estado, estive no Palácio de São Bento para expressar as minhas preocupações e quando regressei de Bissau, onde estava a monitorizar as eleições, três semanas depois do golpe de Estado, fui directamente para o Parlamento em Lisboa para me reunir com membros da Comissão Parlamentar dos Negócios Estrangeiros. A minha relação com Portugal é muito construtiva e espero que Portugal seja um forte apoiante do processo de Reconciliação Nacional. Culturalmente, Portugal é um irmão mais velho da Guiné-Bissau e penso que pode ter um papel fundamental no desenvolvimento do país. Sei que a relação entre os dois Estados passou por algumas dificuldades, mas o povo português pode beneficiar das oportunidades económicas de uma Guiné-Bissau em paz e estável. Talvez agora seja um bom momento para Portugal ter um debate relativamente à sua relação com a Guiné-Bissau.

A CEDEAO é finalmente um parceiro ou mantém-se um obstáculo neste processo? 

A CEDAO é um importante actor no esforço internacional, em conjunto com a União Africana, a União Europeia e as Nações Unidas. Nenhum destes actores é um obstáculo se estão a contribuir. Para ser honesto, a melhor contribuição que a CEDAO e outros podem fazer é unirem-se e proporem uma solução conjunta para o desenvolvimento deste país pobre. Ninguém tem todas as respostas sozinho.

Como observa a desestabilização progressiva de toda a África Ocidental?

Preocupa-me, e o mundo deverá prestar atenção. A África Ocidental tem muitos estados frágeis, vulneráveis ao crime organizado, à destabilização política e ao terrorismo. Estes são problemas que vão chegar a Lisboa, Londres e a todo o lado se não forem contidos rapidamente. A Guiné-Bissau é um dos Estados mais frágeis de África e todos precisamos de trabalhar para evitar a desintegração regional.

Acredita na viabilidade da Guiné-Bissau? De que necessita o país?

Sim, acredito no futuro do país. O povo da Guiné-Bissau é extremamente determinado. Sabe que a Guiné-Bissau chegou a ser uma colónia britânica durante 16 meses, entre 1792 e 1793 e tivemos de sair porque a população local era muito dura? O povo guineense é orgulhoso, determinado e inteligente. Os guineenses querem um futuro partilhado, mas precisam de ajuda para criar este debate partilhado. A maioria dos problemas actuais – por exemplo, as eleições e os militares – surgiram devido a uma falha de entendimento mútuo. De um ponto de vista de curto prazo, as instituições democráticas do país necessitam de ser reforçadas – a Assembleia Nacional Popular deve ser fortalecida para reflectir-se como a voz eleita do seu povo. O sector público deve ser mais eficiente em termos financeiros e os sectores de segurança e justiça precisam de aprender as lições dos países vizinhos. De um ponto de vista de longo prazo, o país precisa de uma reforma económica total. Um sector público sustentável, uma política fiscal realista e uma forma viável de comercializar os seus recursos naturais, são as únicas formas de o país construir um futuro sólido.

(Fevereiro, 2013) 


 

CENTRO DE PRÓTESE DE QUELELÉ – “BOMBEIRO” DE DOENTES DE TROMBOSE


Paciente durante a sessão de tratamento de Acupuntura (método de tratamento chinesa)

O aumento de casos de acidente vascular cerebral (trombose) está a constituir um desafio enorme ao sistema nacional de Saúde Pública e em particular para os técnicos de Centro de Recuperação e Reabilitação Motora. Regista-se cada dia no país casos de doentes de acidente vascular celebrar (trombose) que deixa as autoridades sanitárias de mãos atadas e sem uma solução à vista, em termos de tratamento e cura eficiente da doença, razão pela qual a maioria das vítimas recorre às curas tradicionais e espirituais.
Ainda de acordo com o especialista de saúde, a maioria dos pacientes com hipertensão arterial apresentam insuficiências cardíacas, que são provocadas, na maioria dos casos, pelo estilo de vida levada pelas pessoas, e isso pode favorecer as condições de alto risco para padecer da doença de trombose.
Centro de Prótese, como é conhecido pelos guineenses, é o único centro que cuida de reabilitação das pessoas atingidas pela trombose, está situada no Bairro de Quelélé (periferias de Bissau).
Neste momento, centro depara-se com várias dificuldades a começar pela superlotação do seu espaço, insuficiência de técnicos com formação específica na área, falta de piscina de natação para casos de recuperação, falta de rampa de treino para quem precisa de exercício de reabilitação física.
Sobre a sua situação do centro, uma equipa de reportagem do semanário “O Democrata”, deslocou-se ao local, para se inteirar da real situação de funcionamento desta instituição que é tida como o “Bombeiro” de doentes de trombose, dado que consegue salvar vidas dos doentes, ou seja, ajuda de que maneira na recuperação das pessoas atingidas por AVC.
OFICIAIS MILITARES APODERAM-SE DO ESPAÇO DO CENTRO
Uma das dificuldades do centro tem a ver com a situação do espaço para abrir mais serviços técnicos que poderiam ajudar facilmente na recuperação de doentes, dado que o existente e que outrora pertencia ao perímetro do centro é ocupado agora por oficiais militares e alguns particulares que aí construíram casas.
Segundo informações apuradas pelo repórter do Jornal “O Democrata”, a ocupação do terreno de centro começou depois do Conflito- Político e militar de 07 de Junho de 1998, em que os oficias decidiram ocupar parte do centro para construir casas.
As residências construídas para receber pacientes provenientes do interior do país e sem família em Bissau, foram igualmente ocupadas por militares que, de acordo com as informações, alegam que o edifício e o próprio centro pertence ao ministério da Defesa Nacional e não ao ministério da Saúde Pública.

SERVIÇO DE FISIOTERAPIA DO CENTRO ATENDEU MAIS DE MIL PACIENTES EM 2015
O serviço de fisioterapia do centro atendeu, para efeitos de tratamento através de exercícios físicos e massagem em 2015, 1.929 (mil e novecentos vinte e nove) pacientes. Entretanto, o número de pacientes que recorrerem aos serviços, superou os dados de 2014, que foram estimados em 1.474 (mil e quatrocentos setenta e quatro).
Ainda de acordo com as estatísticas, a maior parte dos pacientes recebidos no centro é de idades compreendidas entre 30 e 40 anos, que são considerados de primeiro grupo. Enquanto o segundo grupo é constituído por idosos, ou seja, pessoas com mais de 50 anos de idade.
Um número considerável de pacientes acaba por desistir do tratamento devido a dificuldades financeiras para custear o transporte de casa para o centro e vice-versa. Tendo em conta a desistência do tratamento por pacientes, o centro não dispõe do número exacto de pessoas que recorrem ao tratamento no mesmo.
PACIENTES PAGAM DOIS MIL FRANCOS CFA DIÁRIOS PARA A SESSÃO DE EXERCÍCIO
O serviço de fisioterapia do centro dispõe apenas de quatro técnicos formados na área e os restantes são simplesmente pessoas recrutadas e com vontade de assistir os doentes sob a orientação dos técnicos. Essa situação, de acordo com as informações, é uma das grandes dificuldades desta instituição, sobretudo no concernente a resposta eficaz do serviço solicitado pelos pacientes.
A sala do ginásio tem a capacidade para acolher entre 15 a 20 pacientes para a sessão de exercício, mas tendo em conta a procura do serviço leva muito mais do que a sua capacidade normal. Esta situação dificulta os técnicos em termos de orientação dos exercícios.
O preço praticado para o exercício aos pacientes estima-se em dois mil Francos CFA diários, sendo os mais executados pelos doentes são: a massagem corporal, correcção de marcha e mobilidade.
PACIENTES PEDEM AO EXECUTIVO PARA DAR APOIO TÉCNICO E FINANCEIRO AO CENTRO
Não obstante as dificuldades de ordem materiais e de recursos humanos, Centro de Recuperação e Reabilitação Motora   tem registado sucessos no tratamento de pacientes afectados por Acidente Vascular Cerebral.
Este facto foi testemunhado por uma vítima, Paula da Silva, de 45 anos de idade, mãe de três filhos, que contou a nossa reportagem que logo depois de ser atingida pela doença, não conseguia fazer nada sem ajuda das pessoas, tendo chegado a pensar que jamais recuperaria das mazelas por forma a retomar as suas actividades normais.
Paula da Silva explicou com uma voz trémula que conseguiu  recuperar  da doença graças a intervenção dos técnicos do Centro, que lhes apoiaram psicologicamente e no tratamento, durante  o período de um ano em que durou o seu tratamento. Contou ainda que graças ao tratamento que recebeu agora consegue andar sem ajuda de ninguém.
Reconheceu no entanto, que o centro se depara com dificuldade de várias ordem, por isso aproveitou o nosso semanário para apelar ao governo no sentido de criar mais condições ao centro em termos materiais de trabalho, a fim de fazer o seu trabalho.
Um outro paciente de 27 anos de idade, que escusou-se de revelar o nome, pediu o executivo no sentido de prestar muita atenção ao centro, tendo em conta o trabalho de salvar vidas das pessoas que tem feito. Acrescentou ainda que na sua opinião deve ser criadas condições ao centro para acolher os pacientes provenientes do interior.
“Apanhei essa doença no ano passado, mas consegui recuperar graças ao tratamento do centro, por isso apelo as pessoas de optarem pelo tratamento do centro em vez de recorrer ao tratamento tradicional, que muitas vezes acabam por ficar ainda mais pior”, notou o jovem.
JOÃO KENNEDY RECONHECE FALTA DE CAPACIDADE DE ATENDIMENTO DO CENTRO
O director do Centro, João Kennedy de Pina Araújo, reconheceu na entrevista à nossa reportagem que o aumento de casos de doentes de AVC está a ter consequências directas no centro, dado que não dispõem de capacidade de atendimento em termos técnicos e de pessoal para dar uma resposta satisfatória.
Revelou que diariamente os técnicos do centro atendem mais de 60 pacientes provenientes de diferentes bairros da capital e inclusive os que vêm das regiões, que segundo ele, acabam por abandonar o tratamento devido a falta de espaço para residirem bem como de meios financeiros para pagar o transporte diário.
“Sabemos que há um número significativo de pessoas do interior que precisam do centro para o tratamento, mas que infelizmente não têm a informação sobre a existência do centro e do seu serviço. Há aqueles que têm informação sobre o serviço do centro, mas infelizmente preferem recorrer o tratamento tradicional, então muitas dessas pessoas não conseguem recuperar-se e por último recorrem ao centro. E muitas vezes essas pessoas chegam em situação cansada e isso nos dificulta e muito”, explicou.
Assegurou que o centro tem equipamentos técnicos básicos para fazer recuperação de qualquer cidadão atingido pela doença. Contudo, lamentou a falta de espaço para ampliação, ou seja, a criação de outros serviços que poderiam ajudar facilmente na recuperação de doentes.
ESTILO DE VIDA LEVADO PELAS PESSOAS FAVORECE RISCOS DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
Entretanto, a nossa reportagem contactou um especialista de saúde para falar das causas do AVC (trombose) e as medidas que se podem adoptar para a sua prevenção.
Quinhi Nantote que igualmente exerce a função de director-geral do Hospital Militar Principal, explicou à nossa reportagem que a maioria dos pacientes com hipertensão arterial apresentam insuficiência cardíaca, que de acordo com ele, são provocadas na maioria dos casos pelo estilo de vida levado pelas pessoas.
“O estilo de vida levado pelos individuos favorece as condições de alto risco para padecer da referida doença. Este estilo de vida leva as pessoas a acumular o colesterol, especificamente no coração, limitando o seu normal funcionamento. Um coração com essas condições facilmente padece de outras aritimias que podem levar ao desprendimento de um êmbolo, que pode ser uma partícula, um coágulo ou gordura acumulada, que no seu trânsito de circulação pode entupir uma artéria e fazer o indivíduo apresentar um quadro de trombose, sobretudo provocado porfibrilação auricular”, explicou o especialista.
Assegurou ainda que as diabetes são igualmente um dos factores de risco graves para doenças cardiovasculares, uma vez que são associadas à hipertensão, como também facilita a acumulação de colesterol nos obesos.
“Na Guiné-Bissau, a falta da procura de centros de saúde por parte dos pacientes levou ao aumento da patologia da doença e da sua gravidade”, notou o médico que, entretanto, sustentou que os pacientes só procuram os centros médicos, quando se encontram na fase mais avançada da doença.
Aproveitou a ocasiãao para aconselhar à população e principalmente aos da faixa etária de 35 anos de idade para cima, no sentido de procurarem conhecer o seu estado de saúde.
“O metódo mais ideal de prevenção da doença é conhecer o seu estado de saúde, sobretudo quando estiver nos 35 anos de idade ou mais. Fazendo a determinação da pressão arterial, principalmente quando está a ganhar peso”, conclui.
De referir que o Centro de Recuperação Reabilitação Motora começou a funcionar na década de 1990, mas parou durante o Conflito Político Militar de 1998. Foi reconstruído em 2011 com o apoio da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), tendo sido equipado pela Cruz Vermelha Internacional.

“ESTADO É MAIOR DEVEDOR DE APGB COM MAIS DE CINCO BILHÕES DE FRANCOS CFA

  Não dá para acreditar mas leia a notícia para tirar ilações. “Estado guineense é maior devedor de APGB, com mais de cinco bilhões de fr...