Depois da entrevista, ontem, do Presidente do PAIGC ficamos perplexos pela gravidade das declarações proferidas.
Dentro do quadro de boa convivência democrática e das boas relações que
norteiam o entendimento entre o PRS e o PAIGC, não gostaríamos de
responder, porém, e dada a gravidade, repito, das declarações optamos
por repor a verdade dos factos.
Quando o Presidente do PAIGC, diz que, no decorrer das negociações que
conduziriam à integração do PRS no governo a formar, atribuiu 8 pastas
ministeriais, com a possibilidade de escolha das mesmas e liberdade de
indicação das personalidades, e ainda teve o desplante, de afirmar que
despenaliza dirigentes do PRS, queremos apenas esclarecer o seguinte:
Afinal, quem é o Presidente do PAIGC para penalizar ou despenalizar
dirigentes do PRS? Trata-se, sim, de uma flagrante tentativa de violação
da soberania do PRS
Durante a ronda negocial, que apenas teve duas sessões, nos dias 25 e 27
do mês passado, não conseguimos alcançar um acordo, porque ao contrário
das exigências do PAIGC de apoio integral a nível da governação e do
parlamento, o PAIGC apenas se disponibiliza a atribuir sete (7) pastas, e
não oito (8) conforme afirmou o Presidente do PAIGC, com a agravante de
se terem recusado revelar que pastas seriam atribuídas ao PRS.
Sobre a liberdade de escolha, o PAIGC sempre se mostrou intransigente, e
nem permitiu ao PRS indigitar os seus quadros para o governo,
insistindo que caberá ao Primeiro-ministro essa prerrogativa,
contrariamente às afirmações ontem proferidas pelo Presidente do PAIGC.
A insistência do PRS logrou frutos apenas depois da medida formal da
nossa Comissão Política em recusar integrar o Governo do PAIGC, quando
depois de uma reunião na residência do Primeiro-ministro nos foi
disponibilizado um documento onde constava a orgânica do atual governo, e
onde tivemos a oportunidade de verificar um grande esforço no
esvaziamento de competências nas pastas que outrora foram atribuídas ao
PRS.
Perante estes propósitos, e com o peso de segunda maior força política, e
com as responsabilidades inerentes, não podíamos, de modo nenhum
aceitar, de modo passivo, esta tentativa de vexame por parte de quem,
num ano de exercício de governo comum, com toda a disponibilidade
manifestada pelo PRS em votar com o maior número de deputados todos os
diplomas submetidos à ANP, no mínimo, se esperaria apenas um obrigado.
Mas a convivência democrática assim o exige, e a nossa postura serena
não se modificará, e enganem-se aqueles que pensam que o PRS não saberá
estar à altura da cultura de diálogo e de responsabilidades que o
momento exige.
Não defraudaremos o povo guineense e continuaremos a lutar pelas
melhores soluções que se exige numa verdadeira convivência democrática.
Victor Pereira/Porta-voz do PRS