Tribunal Fiscal de Bissau ordena penhora a CCIAS


Pelo não cumprimento da notificação que solicita o pagamento da dívida de Instituto Nacional de Segurança Social pela parte da Câmara de Comercio Industria Agricultura e Serviços da Guiné-Bissau (CCIAS), já está movido um processo de penhora por falta de pagamento da dívida no valor de noventa e um milhões, quinhentos e dezanove mil, setecentos cinquenta e quatro (91.519.754,00) Francos CFA.
Isso no âmbito do processo nº  01/2014 cujo a data de notificação a fixar o prazo de pagamento foi no dia 31 de Março de 2015  conforme podem confirmar na cópia da ordem e dos bens em causa a serem penhorados.

JOMAV pede o entendimento entre governo e sector privado para pôr em marcha a economia


O Presidente da República José Mário Vaz, afirmou ontem em Bissau, que sem o sector privando não há cobrança de imposto para fazer face às despesas do Orçamento Geral do Estado (OGE) para alavancar o desenvolvimento almejado no país.
Por isso, Presidente Mário Vaz, exorta que é indispensável acordo e entendimento entre governo, sector privado para pôr em marcha as economias da CPLP, porque segundo disse, o atual momento oferece uma mão cheia de oportunidades o que convida todos na apresentação das iniciativas para assumir o papel determinante para o bem-estar de todos.


 O primeiro magistrado da nação voltou a afirmar que não poupará esforços na luta contra a corrupção e outros males que afetam a sociedade guineense, disse, “é o primeiro inconformado com a atual estado das coisas negativas e será ultimo a desistir nesse combate”.
O Presidente da Republica relembrou a família lusófona que o destino está nas suas próprias mãos, precisa de meter as mãos na lama fazer bons negócios porque o momento é adequado para uma boa escolha de investimento na Guiné-Bissau, porque o país está seguro e atrativo.
O Presidente Mário Vaz exorta ao governo que os recursos proveniente da Mesa Redonda, devem ser utilizados de forma eficiente e produtiva para assegurar o arranque da economia que passa na transformação local dos produtos agrícolas para criação de emprego e aumentar o valor do tecido económico guineense.
O Presidente termina o discurso apelando os empresários mais produtividade como forma de afirmação da classe empresarial da CPLP e garantir o sucesso do tema da conferência de dois dias em Bissau, “CPLP e o Futuro.”
Braima Camará Presidente da CCIAS da Guiné-Bissau, disse ser importante ter estado promotor da economia.
Por seu lado, Salimo ABdulá Presidente da Confederação Empresarial da CPLP reafirma o empenho da sua instituição em fazer crescer mais a economia da família lusófona por forma a garantir emprego e combater a pobreza.
Lai Baldé/Rispito.com, 22 de Abril de 2015

FAO ESPERA QUE GUINÉ-BISSAU ULTRAPASSE METAS DE VENDA DE CAJU EM 2015


 

Meta é produzir 200 mil toneladas de castanha de caju em 2015. Foto: PMA

Autoridades esperam colocar no mercado 200 mil toneladas do principal produto de exportação; campanha de comercialização arrancou no fim de semana.

O representante da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, na Guiné-Bissau disse esperar que a produção da castanha de caju na campanha 2015 ultrapasse as previsões do governo.

A meta das autoridades é atingir 200 mil toneladas este ano, contra as 130 mil do ano passado. A nova campanha de comercialização arrancou oficialmente este fim de semana em todo o território guineense.

Lançamento

A agência da ONU participou no lançamento ocorrido em São Domingos, no norte. A cerimónia esteve a cargo do Ministério do Comercio.

Em entrevista à Rádio ONU, na capital guineese, o chefe da FAO na Guiné-Bissau, Joachim Laubhouet Aladiê, falou da atribuição de fundos ao país.

Meta

O responsável disse acreditar que com a redinamização do comité de seguimento, criado no ano passado, possa ser atingida a meta fixada pelo governo.

Na conversa, o chefe da FAO na Guiné-Bissau assinalou que foram identificadas algumas pragas nas plantações de caju a nível da região de Biombo, um dos principais pontos de produção.

Economia

Aladiê realçou a importância do caju na campanha agrícola, o seu impacto sobre a segurança alimentar das populações e na economia nacional, e revelou que a FAO já disponibilizou US$ 500 mil para a preparação da campanha agrícola 2015.

Na última campanha de comercialização do principal produto de exportação do país, a economia nacional registou uma perda de US$ 65 milhões. O montante equivale a 70 mil toneladas do produto que terão escapado o fisco, acrescentou o representante da FAO.

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GUINÉ CONACRI: PRISÃO PERPÉTUA PARA 11 HOMICIDAS EM MISSÃO ANTI-ÉBOLA



Onze pessoas foram condenadas na Guiné-Conacri a prisão perpétua pelo assassínio de oito membros de uma missão de sensibilização para o Ébola em setembro de 2014, indicou hoje fonte judicial.

As restantes 15 pessoas julgadas por estes homicídios cometidos no sul do país foram libertadas no final do julgamento, na terça-feira à tarde, segundo a mesma fonte, citada pela agência de notícias francesa, AFP.

"Argumentámos durante dois dias, mas não fomos ouvidos, e o juiz Mohamed Diop sentenciou uma pesada pena, que vamos contestar até ao Supremo Tribunal", declarou Michel Labilé Sonomu, advogado de defesa, contactado telefonicamente em N'zérékoré, onde decorreu o julgamento.

O ministério público pedira a pena de morte para 15 dos arguidos e a libertação dos restantes 11 por crime não provado, todos acusados dos mesmos factos.

Os advogados de defesa têm agora seis dias para apresentar recurso da decisão tomada nesta instância judicial.

"Os crimes mais odiosos, cruéis e bárbaros são cometidos nesta região do país", observou o procurador William Fernandez, instando a "uma mudança de comportamento", de acordo com a mesma fonte.

O procurador do ministério público declarou-se "muito satisfeito com as decisões que foram tomadas".

"Enquanto procurador, peço sempre o máximo para obter o que pretendia (neste caso, a prisão perpétua), porque sei que na Guiné-Conacri, não se executam as penas de morte, embora elas estejam ainda previstas no nosso Código Penal. Por isso, esta foi uma boa decisão", explicou.

A 16 de setembro de 2014, oito membros de uma equipa de sensibilização para o vírus Ébola, incluindo responsáveis administrativos e da saúde e três funcionários da comunicação, foram mortos por habitantes. Estes últimos negavam a realidade do vírus e gritavam que se tratava de uma "conspiração dos brancos" na localidade de Womey, no sudeste do país.

Dos três países da África Ocidental mais atingidos pelo surto epidémico de Ébola (Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa), foi na Guiné-Conacri -- de onde partiu a epidemia, no final de 2013 -- que as reações à luta contra o Ébola foram mais violentas, em particular no sul, onde existem fortes tensões entre comunidades e também com o poder central.

Em novembro de 2014, o Presidente guineense, Alpha Condé, justificou o recurso à força contra populações resistentes para rastreio da doença.

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«PAU DE SANGUE A PEDIR SOCORRO» PAU DE SANGUE CONTINUA A CHORAR NAS MATAS DO SUL DA GUINÉ-BISSAU!!!



O pau de sangue continua a chorar nas matas do Sul da Guiné-Bissau!!! Um contentor de pau de sangue no Sul do Pais (Tabanca de Unal, concretamente nas periferias da Floresta Placa de Nino Vieira) custa 50.000 FCFA! A população local foi enganada com um milhão de Francos CFA para a construção de uma escola primaria vergonhosa (sem carteiras, sem janelas, sem pintura, sem pilares e nem sequer dispõe de quadro para escrever). Um milhão doado foi investido para a compra de zincos, transporte dos mesmos e pagamento de subsídios aos carpinteiros.


O paludismo continua a ceifar a vida das crianças inocentes da tabanca de Unal. O posto sanitário construído depois dos primeiros anos da independência transformou-se o dormitório para as cabras! A muito que não funciona. 
 

GUINÉ-BISSAU APELA A GOVERNOS DA CPLP PARA REFORÇO DE SINERGIAS



Lusa — O líder da Câmara do Comércio da Guiné-Bissau, Braima Camará, apelou esta quarta-feira aos empresários da comunidade lusófona ao reforço das parcerias estratégicas a partir das “mais-valias” de cada um dos países e assim ajudarem os seus Governos.

Braima Camará acredita que a partir de alianças entre os empresários dos países lusófonos, o espaço da lusofonia poderá conquistar “mais mercados” e potenciar produtos de cada um dos Estados-membros.

O presidente da Câmara do Comércio guineense deu como exemplo a somatória entre “a tecnologia brasileira e o capital angolano” que daria para transformar o caju da Guiné-Bissau.

Braima Camará notou que dessa sinergia poderia sair “um produto final de excelente qualidade em qualquer parte do mundo”, o que, reforçou, podia ser feito também com o atum de Cabo Verde ou com o camarão de Moçambique.

Empresários da CPLP dizem que cooperação empresarial está longe do potencial económico


“Temos é de ter consciência da riqueza que representamos e dos espaços em que estamos inseridos para, de forma inteligente, aproveitarmos a pertença de todos e de cada um de nós”, declarou.

O presidente da Câmara do Comércio da Guiné-Bissau defendeu a ideia na abertura de uma conferência sobre eventos empresariais da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que decorre em Bissau até quinta-feira.

O encontro é coorganizado pela Confederação Empresarial da CPLP e a Câmara do Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços (CCIAS) da Guiné-Bissau.


«REDE ELÉCTRICA NA GUINÉ-BISSAU» AVARIAS CONSTANTES E INEXPLICADAS


 


Guiné-Bissau: EAGB admite que falhas na rede eléctrica estarão relacionadas com organização criminosa!

Bissau – A Empresa de Electricidade e Águas da Guiné-Bissau (EAGB) admitiu que as constantes avarias que nas últimas duas semanas foram registas no fornecimento de luz eléctrica aos cidadãos de Bissau, estejam ligadas a uma «organização criminosa».

Em comunicado de imprensa datado de 21 de Abril e assinado pelo Director-geral da EAGB, René Barros, que a PNN consultou, a empresa informa que o sucesso verificado na reposição de energia em todos os lares de Bissau terá incomodado muita gente, o que leva a empresa a acreditar que estas avarias constantes e inexplicadas estejam mesmo ligadas a organização criminosa ainda não identificada.

Neste sentido, a empresa pede a colaboração de todas as pessoas, no sentido de denunciarem estas alegadas atitudes que afectam negativamente a vida de todos, informando que não vai poupar esforços para cumprir a sua missão que lhe foi confiada pelo Governo, trabalhando para continuar o fornecimento de luz e água aos habitantes da capital.

A terminar, a empresa garante que estas falhas vão ser superadas com uma equipa no terreno devidamente empenhada para este efeito.

De referir que, com o normal fornecimento de luz eléctrica ao nível da capital, varias empresas privadas que se ocupavam destes serviços ficaram sem nenhum cliente, sendo que automaticamente ficaram descapitalizadas, o que não contentou muitos proprietários destas empresas improvisadas, que cobravam preços desmedidos de fornecimento aos seus clientes em períodos menores de 24 horas.

(c) PNN Portuguese News Network

Opinião: ÁFRICA INAUGURA UMA NOVA ERA DE INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

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A Europa vem contando o seu passado de intolerância religiosa desde as mais antigas civilizações. Uma história que muitos europeus não gostam de relembrar devido à amargura e traumas cicatrizadas nas suas memórias coletivas. Mas, talvez de todas as intolerâncias ocorridas nesta época, a que teria ganho mais notoriedade terá sido o assassinato de Jean Calas em 1762 na cidade de Toulouse, sul da França, narrado pelo famoso filósofo Voltaire, no seu trabalho intitulado “tratado sobre intolerância”.
O catolicismo era “lei” nesses dias em França. Entretanto, o protestantismo vinha crescendo, pois Jean Calas era protestante e, apesar do frenetismo religioso que pairava sobre ele, era um homem calmo e trabalhador. Tinha muitos filhos, entre eles havia um que tinha abjurado ao catolicismo e outro filho chamado Marc Antoine, homem de letras que não tinha conseguido entrar para o comércio como os irmãos, pois não jazia e nem conseguia exercer a advocacia porque não obetve a licença junto de Administração da Igreja Católica. Insatisfeito com esta situação, Marc Antoine contou ao amigo Lavaisse que iria suicidar-se e tinha descrito tudo na sua carta de suicídio.
Marc Antoine e toda família estavam a mesa com o amigo Lavaisse que tinha vindo de Bordéus, interior de França. Após o almoço a família retirou-se da sala de jantar e dirigiu-se para a sala de visitas, com exceção de Marc Antoine que tinha saído para executar seu plano de suicídio sozinho e o fez. Passados alguns momentos os pais voltaram para acompanhar o amigo Lavaisse e viram-no pendurado numa corda – terá sido enforcado e estava morto.
Desesperado, o pai sai em busca de socorro. A mãe, a empregada que era da confissão católica e cuidara de Antoine e de seus irmãos, e o amigo entraram em desespero. Detalhe, Antoine não apresentava resistência corporal, os cabelos estavam bem penteados e a roupa estava bem dobrada em cima do balcão. Aos gritos dos pais, irmãos, amigo, empregada e toda a vizinhança saiu a rua e cercou a casa dos Calas.
Começou-se a ouvir baixinho de que ele iria abjurar ao catolicismo, por isso o estrangularam. O protestantismo permite isso. Outros diziam que, como os pais eram protestantes, só poderiam ter sido eles mesmos quem mataram o Antoine, pois para eles “mais valia um filho morto do que convertido ao catolicismo.”
Assim, as especulações foram ganhando espaço numa sociedade intolerante que havia levado a cada falso (espaços para onde se levam pessoas para o enforcamento), quatro mil cidadãos declarado heréticos. O juiz acabou caindo no alarido do povo e ordenou a prisão do Calas, do amigo e da empregada que, também era da confissão católica e servia há mais de 30 anos naquela família.
O juiz, sem o domínio dos fatos, mas, acreditando nos dizeres do povoado de Toulouse, sentenciou Jean Calas ao enforcamento. Certamente esperava que ele suplicasse a jurisprudência Católica. Algo que este não fez. Assim, Calas foi levado a cada falso e, mesmo insistindo na sua inocência, não foi absolvido e foi enforcado. Desta forma, a França assistia mais um brutal assassinato causado pela intolerância.
Por que um homem que mantinha uma empregada que confessa a religião católica há mais de 30 anos mataria um filho só por este desejar abjurar ao catolicismo? Como foi citado anteriormente, Jean Calas, apesar de religioso, era um homem calmo e, ainda por cima, tinha outro filho, Louis, que também havia abjurado ao catolicismo.

Tempos depois os juízes aperceberam-se que haviam mandado ao cada falso um homem de família inocente. Isso só lhes custou arrependimento. Nada mais. Esta é apenas uma das muitas histórias que assombram o passado da Europa. Aliás, o passado da humanidade em geral.
A Sérvia conheceu a intolerância religiosa entre muçulmanos e cristãos; Portugal, de Afonso Henriques, havia expulsado os mouros; a Espanha, os Judeus; a Itália (Roma), os cristãos e vários outros solos europeus não fugiram à regra. Não entrarei no caso do Oriente Médio e da Ásia, sob pena de não conseguir terminar o texto.

Enquanto tudo isto ocorria no Ocidente, a África vinha sendo castrada pela Europa, o que não lhes deu a chance de se organizar e de formar uma consciência nacional. Porém, recentemente diante dos factos, dá para concluir que estaríamos a assistir a vez de o desenvolvimento estar em perigo devido ao impacto das religiões “infiltradas” no âmago dos africanos e no centro do seu continente.
A África é um dos mais pobres continentes do mundo e atrasado economicamente, de acordo com os critérios pré-estabelecidos pelas organizações internacionais especializadas. Não obstante, pessoas morrerem de fome, de várias epidemias , de guerras resultantes de conflitos étnicos, políticos, agora vem se caminhando vertiginosamente para aquilo que é um dos fenômenos que até então mais dizimou e vem dizimando vidas, na história de humanidade: as guerras religiosas entre homens que até ontem eram unidos e coesos entre si, apesar das diferenças culturais existentes, no caso de África.
O continente africano hoje está sendo celeiro das religiões “antónimos” e “rivais” que em algumas zonas geográficas não promovem a cultura do diálogo entre si, sobretudo o catolicismo e o islamismo, e agora, juntou-se o protestantismo reacionário. Infelizmente, consta-se que a mensagem forte que germina a intolerância religiosa é a “quem não está connosco é contra nós”. Completamente oposta ao que devia ser os designos da religião. Faltam hospitais, infraestruturas escolares e creches, no entanto, a cada dia vem aumentando o número de infraestructuras religiosas (igrejas, templos e mesquitas). Nos nossos dias, em África mata-se em nome de Jesus e Alá. Estaria a África pronta para uma guerra religiosa? O continente vem se fragmentando religiosamente, a guerra vem se avizinhando mas, vos garanto com o meu modesto olhar, que se acontecer uma guerra desta índole, suplantará todos os recordes ocorridos até então em África.
Estas religiões não são totalmente estranhas aos africanos. Embora, desde os primórdios da campanha de converter os africanos às confissões monoteístas, nota-se um autêntico autoritarismo pela recusa de incorporar os ricos valores culturais nos ritos e civilizações destas religiões modernas. Tanto a Bíblia quanto Al corão foram usados para instrumentalizar e dominar este continente, sobretudo a África negra, séculos atrás, basta lermos Elikia M´bokolo no seu trabalho “África Negra”, que não entrarei em detalhes agora.
Hoje uma boa parte de África regista no seio das suas comunidades guerras e atrocidades em nome das religiões vindas de “fora”. Essas perseguições tem ganho uma proporção de extrema violência. Desde 2013 na Nigeria, os Boko Haram vêm aterrorizando e dizimando vidas e mais vidas através de sequestros, roubos, extermínios e ataques suicidas. É bom ressaltar que o caso da Nigeria vem se tornando crônico a medida que estes ganham mais espaço territorial e político. Atualmente, a “Igreja Universal de reino de Deus” vem procurando dominar boa parte de África e pregando suas doutrinas anticulturais, ignorando e humilhando qualquer tipo de religião oposta a ela.
Por último, o que dizer do último ataque do dia 4 de Abril à Universidade queniana que matou 147 estudantes. Não me refiro aos fundamentalistas cristãos ou Jihadistas, mas sim aos jovens universitários. Podemos fazer um cálculo probabilístico de quantos quadros perdeu o nosso continente. O que motivou Shebab a tocar uma atrocidade destas? Podemos perguntar, seria Deus? Porque logo a Universidade? Tristeza é a palavra que descreve a situação em África fundamentalista na esteira da intolerância entre irmãos.
Tudo isto vem acontecendo no momento que a OUA (Organização de União Africana) vai completar mais um ano, daria uma boa reflexão se os líderes africanos não carregassem superstições étnicos e pseudoreligiões dentro deles.
A questão religiosa é o problema que mais ameaça o fim da possibilidade de uma unidade africana. Mas curiosamente não está em voga nas agendas dos governos do continente. Os representantes africanos foram solidarizar-se com a França e as vítimas de “Charlie Hebdo”, concordo e acho bonito o nível de solidariedade com o velho continente. No entanto não houve uma mobilização referente às meninas sequestradas pelo Boko Haram, aos Baga na Nigéria, aos muçulmanos espancados brutalmente na República Centro Africana e nem agora aos 148 no Quénia. Precisamos ler novamente Frantz Fanon? “Os condenados da terra”.
A escritora ruandesa Mukasagana, sobrevivente do genocídio de Rwanda em 1994, perguntou em um dos seus artigos o seguinte: Depois de terem sido “reféns de guerra fria” e de terem passado por sangrentas “guerras tribais”, estarão os africanos condenados a morrer e matar em nome de Jesus ou de Alá?
O proselitismo agressivo e intolerante vem suplantando o bom senso na África, as seitas vem suplantando o bom senso religioso. As religiões neocristãos estão invadindo como nunca o interior da África. Só para ter uma ideia simples, segundo a Revista África 21 na sua edição de nº48 abril de 2014, em 1910, o cristão da África oscilava entre nove milhões e representavam cerca de 1,4% da cristandade. Um século mais tarde eram mais de 500 milhões ao Sul do Saara, ou seja, mais de metade da população, e 23,6% dos 2500 milhões de seguidores de Cristo católicos, protestantes ou ortodoxos recenseados no mundo. A Nigeria com 80,5 milhões de cristãos, a RDC (61,1) e a Etiópia (56,6) figuram na lista dos Top Ten das nações com maior números de cristãos.
Já no Sul do Saara, a realidade é outra. Local onde os muçulmanos ganham uma força cada vez, a religião Islâmica é a que mais tem crescido no Continente com seus 45% contra os 40% dos cristãos, sem contar os “fundamentalistas e jihadistas islâmicos” segundo dados de World Book Enciclopédia.

Já na África lusófona, a igreja criada pelo brasileiro “Bispo Edir Macedo” em 1977, tem sido a porta de entrada do neocristianismo, com seus templos de fé e cultos financeiros. Por ser à África o menos próspero dos continentes, então tem tudo a ver com o “evangelho da prosperidade”.
Mas, sem deixar o foco, é chegada a hora dos governos africanos de um modo geral, se mobilizarem em torno deste fenômeno que se avizinha em passos largos. Garanto-vos que a África não tem estrutura para abarcar uma guerra entre as religiões freneticamente intolerantes como as que tem hoje. Vivenciamos já uma experiência nada satisfatória na República Centro Africana entre milícias cristãs e os Seleka, e não sabemos se amanhã a Nigéria acordará num Jihad ou, numa fila de inquisição.

Entretanto, a questão não é de ignorar, pois o continente vem ficando cada vez mais polvorizado como nunca. Fome, doenças incuráveis, desnutrição, mortalidade infantil, conflitos tribais ou étnicos, não-desenvolvimento, etc. Basta misturar isto a profunda intolerância entre religiões para assistirmos o fim do Continente Africano e da sua história melancólica.
Lanço aqui um desafio ao governo guineense, no sentido de reunir todas as sinergias possíveis e aplicáveis para estancar qualquer tipo de aviltamento e exaltação religiosa exacerbada dentro dos 36.126 quilómetros quadrados do país, como forma de manter uma boa convivência entre as religiões e homens da Fé. Lembrando que, na Guiné Bissau, as “nossas religiões” são distantes e diferentes mas, nós nos confluímos culturalmente desde os primórdios da Guiné (Helder Vaz).
Mas, de modo geral, infelizmente o Continente Africano está indo de mal a pior, uma situação nada agradável para um continente que já passou por quase tudo. África, que futuro lhe reserva junto da fé antagônica?
Como de habitual, quero terminar este texto com uma frase que julgo expressar melhor a tolerância de modo geral.
“Não concordo com o que dizes, mas defenderei até a morte o direito de dizê-la”. (Voltaire ).

 
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Tamilton Gomes Teixeira
Graduado em Ciências Humanas
Especializando em Sociologia.


UNILAB – Brasil

LANÇADO PROJETO DE CAÇA AOS NOVOS VALORES MUSICAIS NO PAÍS

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A empresa portuguesa “Solidstudios” lançou ontem, 22 de Abril, um projecto que visa a caçar novos talentos na área da música que posteriormente serão promovidos a nível internacional. O projecto hoje lançado no espaço Lenox efectuará no país casting com o intuito de descobrir novos talentos.
O coordenador da Comissão Organizadora de Casting, Lassana Fati (DJ Lás) disse que a iniciativa constitui uma oportunidade para afirmação dos músicos guineenses da nova geração nos palcos internacionais. Acrescentou ainda que o casting tem por objectivo analisar e promover os melhores cantores guineenses da actualidade.
“Já seleccionámos os cantores que reuniram requisitos para participarem do casting. É um orgulho ver músicos nacionais aceder aos palcos internacionais, esta é oportunidade para que os músicos guineenses possam aceder aos palcos internacionais como Nelson Freitas, Iúri da Cunha e Anselmo Ralf que é o quinto artista mais rico de África e o mais rico da África lusófona”, assinalou.
Lassana Fati explicou que a empresa pretende seleccionar apenas três cantores. Entretanto avançou que quinze cantores tomarão parte nesta primeira fase e serão avaliados pelos produtores executivos da empresa Solidstudios.
Fati informou ainda que a empresa irá proporcionar a gravação de um CD em Portugal para os três talentos seleccionados e esses terão todas as despesas pagas, nomeadamente viagens, promoção e custos de marketing.
De acordo com o jovem animador da Rádio Jovem, na primeira fase do casting participam apenas músicos da nova geração, os chamados “novos talentos”.
Por: Rafaela Iussufi Quetá

ONU: Programa para intercâmbio entre afrodescendentes


“ESTADO É MAIOR DEVEDOR DE APGB COM MAIS DE CINCO BILHÕES DE FRANCOS CFA

  Não dá para acreditar mas leia a notícia para tirar ilações. “Estado guineense é maior devedor de APGB, com mais de cinco bilhões de fr...