Governo e UE discutem pescas pela primeira vez desde 2011

 
Uma comissão mista bilateral, instituída pelo acordo de parceria para as pescas entre Guiné-Bissau e União Europeia (UE), esteve reunida na capital guineense pela primeira vez desde 2011, anunciou, em comunicado, a delegação da UE.

Durante o encontro foram analisadas a evolução da atividade desde 2012 e do quadro regulador vigente e respetivas modificações em fase de elaboração, assim como a programação das verbas da UE para o setor.

«O apoio europeu ronda cerca de três milhões de euros por ano, a somar a outros seis milhões anuais de compensação financeira», pode ler-se no comunicado da delegação da UE.
Várias missões internacionais ligadas às pescas têm passado por Bissau desde julho de 2014.

O consulado geral da Guiné-Bissau na cidade da Praia

O consulado geral da Guiné-Bissau na cidade da Praia, Cabo Verde, passa a partir de agora a funcionar aos sábados, isto enquanto durar a regularização extraordinária de estrangeiros (até final de março). Aos sábados o horário de funcionamento é das 08:30h às 13:30h.

Ministro das Pescas do Senegal vai deslocar-se a Bissau para discutir licenças de pesca

Ministro das Pescas e da Economia Marítima do Senegal, Oumar Gueye (foto AP)
O Ministro das Pescas e da Economia Marítima do Senegal, Oumar Gueye, anunciou que pretende deslocar-se brevemente a Bissau para discutir com o governo guineense a questão das licenças de pesca.

«É urgente para nós resolver o problema das licenças de pesca com Guiné-Bissau. Temos recebido algumas queixas sobre esta questão», disse o ministro.

Segundo noticia o Senenews, os pescadores senegaleses têm sentido alguns problemas para efetuar a sua atividade em águas guineenses.

«Sem recursos é impossível trabalhar. Os pescadores comunicaram-me que ainda estão à espera que as suas licenças de pesca na Guiné-Bissau sejam renovadas», explicou Oumar Gueye.

DIA 7 DE FEVEREIRO JOVEM CANTOR GUINEENSE "PATCHE DI RIMA" ESTARÁ EM HAMBURG PARA APRESENTAR UM GRANDE ESPECTÁCULO

“Guines-Liga” 2014/2015: BULA DEFRONTA BIJAGÓS NA RONDA INAUGURAL DO CAMPEONATO NACIONAL

bula vence
A Federação de Futebol da Guiné-Bissau (FFGB) realizou na passada segunda-feira na sua sede, em Alto Bandim – Bissau, o sorteio para os campeonatos da primeira e segunda divisões nacionais. A sorte ditou que o campeão em título, Nuno Tristão Futebol Clube de Bula, deslocar-se-á, na ronda inaugural, à Ilha de Bubaque para defrontar o Futebol Clube dos Bijagós.
O Democrata apurou que a FFGB assume a organização das provas nacionais de futebol, ao contrário do que já era habitual nos últimos anos, quando era a Liga guineense dos Clubes de Futebol (LGCF) o responsável pela organização dos campeonatos de futebol.
O campeonato da primeira liga conta com 14 clubes, enquanto a segunda liga conta com 24 equipas divididas em três séries (A, B e C). As séries B e C contam com oito formações cada. A série A tem mais uma equipa, a de Cupilum. Para o ajuste dos jogos, foi instituído um sistema de folgas por jornada.
O nosso jornal sabe que a data do início do campeonato foi alterada para 31 do mês em curso, a pedido de dez formações filiadas na FFGB.
A temporada arrancará mais cedo para quatro formações que disputarão uma “liguinha” destinada a preencher duas vagas da “Guines-Liga”. São, nomeadamente, as equipas de Mavegro que defrontará a sua congénere de Tigres de São Domingos e a União Desportiva Internacional de Bissau (UDIB) que medirá forças com o Desportivo de Mansaba. Ambas as partidas serão disputadas no próximo fim-de-semana (sábado e domingo) no mítico Estádio Lino Correia.
Recorde-se que no antigo formato, duas formações da capital do nosso campeonato desceram à segunda liga por terem ocupado as últimas duas posições na tabela classificativa. Mas com o aumento para 14 equipas na primeira liga, estas equipas terão de disputar as vagas com os dois melhores posicionados na segunda divisão passada, para além das turmas de Canchungo e Bambadinca que lideraram respectivos grupos e que garantiram um lugar na “Guines-Liga” 2014/2015.
 Eis os jogos da ronda inaugural da “Guines-Liga”:
1ª JORNADA DA 1ª DIVISÃO
Bijagós  vs  Nuno Tristão FC Bula
Mansoa  vs Estrela Negra de Bissau (FARP)
Bolama  vs Sporting
Cuntum  vs Portos de Bissau
UDIB/Mansaba  vs Benfica
Bafatá  vs Canchungo
Mavegro/São Domingos  vs Bambadinca

Segue os encontros da 2ª divisão:
1ª JORNADA DA 2ª LIGA – SERIA – A
Palestra de Quinhamel  vs Quélélé
Safim  vs Ondam
Pefine  vs  Nhacra
Ajuda Sport  vs Cumura
Cupilum estará de folga

1ª JORNADA DA 2ª LIGA – SERIA – B
Binar  vs Ingoré
Mansaba/UDIB  vs São Domingos/Mavegro
Pelundo  vs Cacheu
Bissorã  vs Farim

1ª JORNADA DA 2ª LIGA – SERIA – C
Fulacunda  vs Sonaco
Cacine  vs Cantanhez
Quinara  vs Hafia de Bafatá
Tombali  vs Gabú

BASÍLIO SANCA É NOVO BASTONÁRIO DA ORDEM DOS ADVOGADOS DA GUINÉ-BISSAU

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O advogado Basílio Sanca foi eleito hoje sábado, 24 de Janeiro, Bastonário da Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau ao derrotar a sua concorrente ao cargo, Ruth Monteiro. De acordo com os resultados apurados, Sanca obteve 79 votos contra 49 a favor da sua rival.
A vitória do Basílio Sanca foi facilitada pelo apoio de um dos candidatos à presidência da Ordem, Roberto Indequi que, na sequência de uma denúncia de “compras de consciências” feita pela candidatura da Ruth Monteiro há duas semanas, foi afastado definitivamente da corrida por uma decisão da mesa da Assembleia-Geral e da Comissão eleitoral.
Na véspera do escrutínio, em conferência de imprensa, Roberto Indequi disse ter aceite a deliberação da Assembleia-Geral e anunciou o seu apoio ao candidato Basílio Sanca.
O novo Bastonário eleito substitui no cargo Domingos Quadé que abandonou o mandato ao concorrer como independente as últimas eleições presidenciais ganhas por José Mário Vaz, candidato do PAIGC. Na altura, Quadé afirmara que independentemente dos resultados eleitorais não voltaria assumir as mesmas funções.

LIBERTADOR DA ILHA DE KOMO ESQUECIDO NA VILA DE CATUNGO

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Uma equipa da reportagem do jornal O Democrata deslocou-se este fim-de-semana ao bairro de Antula Bono, concretamente em Djogoró (periferias da cidade de Bissau), onde mora uma figura que transportava guerrilheiros e munições do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) das zonas libertadas para as matas da ilha de Komo (Tombali). O nosso jornal falou com o combatente que lamenta em como a sua contribuição para a libertação do país foi simplesmente ignorada e esquecida.
Trata-se de Quedelé Na Ritche, um homem de mais de dois metros de altura, 87 anos de idade, mas com um físico bem-disposto graças aos produtos naturais que produz para garantir a sua sobrevivência, segundo a sua explicação.
A Ilha de Komo tornou-se num dos símbolos da luta do PAIGC devido a uma operação alí protagonizada pelas tropas portuguesas que pretendiam recupá-la nos primeiros meses de 1964. A batalha durou 72 dias e é considerada pelos especialistas em guerras africanas e na história da luta de libertação como a maior batalha das guerras africanas de Portugal. O PAIGC conseguiu impedir o regresso de militares portugueses à base estratégica na ilha, graças aos esforços e a coragem dos seus guerrilheiros que eram abastecidos por Quedelé Na Ricthe que transportava homens e munições numa canoa a remo da zona libertada para as matas de Komo.
O ex-combatente encontra-se neste momento a residir em casa de um sobrinho em Djogoró (Bissau). Mas o herói de Komo reside oficialmente na sua terra natal em Katungo, no sul do país (Tombali, sector de Komo). A nossa reportagem soube que o papel desempenhado pelo ex-combatente Na Ritche na batalha com o mesmo nome foi reconhecido pelo próprio líder da guerra, Amílcar Cabral, que o mandara chamar a Conakri (base do partido) a fim de lhe prestar uma justa homenagem, em gesto do reconhecimento pela sua contribuição.
FUI MOBILIZADO PELO GENERAL NINO VIEIRA, AQUANDO DA SUA PASSAGEM PELA NOSSA ALDEIA
Quedelé Na Ricthe contou à nossa reportagem que foi mobilizado para aderir a causa da luta pela independência pelo falecido Presidente da República, General João Bernardo Vieira “Nino”, aquando da sua passagem pela sua aldeia natal Katungo. Acrescentou ainda que Nino se fazia acompanhar do seu colega, Buota Na Fantchamna que aderira muito cedo a causa da independência.
“Foram o Nino Vieira e o meu colega Buota Na Fantchamna que me mobilizaram. Incumbiram-me a tarefa de prosseguir com a mobilização de jovens na nossa aldeia inclusive das outras tabancas que compõem o sector do Komo”, explicou o ex-combatente.
Na Ritche assegurou ainda que fazia parte de uma barraca do partido que se encontrava nas matas de Komo e que tinha como companheiros o comandante Pansau Na Isna, o Buota Na Batcha, bem como alguns camaradas que foram enviados para aquela zona para ajudar na defesa da ilha que os portugueses queriam recuperar a todo custo. O nosso entrevistado contou que o capitão português, a sua chegada à ilha, intensificou os combates usando caças, helicópteros, bombas de artilharia pesada acompanhados de colunas de infantaria bem equipados.
Mas os guerrilheiros do partido conseguiram resistir e protegeram a ilha do exército português, tendo sustentado que até os seus próprios colegas reconheceram os seus esforços no transporte de homens e munições da zona libertada para as matas da ilha sem ser visto pelas tropas portuguesas que tinha homens e outros meios para controlar o rio.
“Carreguei material bélico e homens de canoa a remo para levá-los até as matas da ilha, onde se encontrava a barraca dos guerrilheiros. Muitas vezes andamos a noite e as vezes durante o dia. Conhecia a zona muito bem por isso sempre consegui passar bem por “baixo dos narizes” da tropa portuguesa que nem sequer percebia que ia passar pelo rio”, contou.
Solicitado a pronunciar-se sobre como fazia as suas façanhas, se tudo era por um poder sobrenatural ou algo normalíssimo, o ex-combatente limitou-se a explicar com um sorriso que conhecia bem o rio, pelo que passava facilmente sem ser descoberto pela tropa portuguesa.
“CABRAL CONSIDERA-ME DE LIBERTADOR DA ILHA DE KOMO”
Quedelé Na Ritche disse não estar arrependido por ter contribuído para a libertação nacional. Disse que se sente particularmente satisfeito por tudo o que fez para proteger a ilha de Komo que os portugueses queriam recuperar devido a sua situação geográfica. Revelou que o próprio Cabral considerava-o como libertador da ilha de Komo por causa do seu papel no transporte de homens e munições sob intenso bombardeamento.
“Não me sinto arrependido, porque fui a luta com a convicção de combater para libertar a minha terra do jugo colonial. O exército português matou o meu colega da infância que também estava na mata a combater, cortaram-lhe pescoço como se fosse uma galinha. Isso foi uma das causas que me motivou mais a lutar pela independência, porque achava que uma vez que nos libertássemos, viveríamos livres na nossa terra”, assegurou.
Lembrou neste particular que a batalha de Komo fora uma batalha dura que tanto os guerrilheiros e o próprio exército português sentiram, porque muita gente perdeu a vida na batalha e houve quem ficasse deficiente fisicamente devido a ferimentos de bala.
“A Batalha de Komo durou dois meses e meio de intensos bombardeamentos das forças portuguesas que pretendiam recuperar a ilha com toda a força. Nós, com a nossa coragem, conseguimos resistir, apesar dos parcos meios na altura. Conseguimos resistir em nome da liberdade. A população, sobretudo as mulheres e as crianças, foi a maior vítima da batalha de Komo. Como se sabe, é uma ilha e a população decidiu refugiar-se num ilhéu para se proteger. Quem não conseguiu chegar às localidades mais seguras morreu devido aos bombardeamentos dos tugas”, vincou.
“FUI ESQUECIDO PELO PARTIDO COMO SE ESQUECEU TAMBÉM DA ILHA DE KOMO”
O ex-combatente Quedelé Na Ritche lamentou o facto de nunca ter sido chamado pelo partido para qualquer cerimónia oficial. Nem sequer as autoridades se lembram dele para as cerimónias comemorativas nos dias que marcaram a luta de libertação. Sustentou que desde a independência até a data presente ninguém se lembrou dele, muito menos o partido que serviu durante a luta de libertação.
“Fui esquecido pelo partido como se esqueceu também da ilha de Komo, que para ele (partido) não faz parte desta terra”, disse o ex-combatente visivelmente emocionado.
Na Ritche contou que se sente uma pessoa abandonada apesar de tudo aquilo que fez no passado para a libertação do país. Porém afirmou que nada pediu a quem quer que fosse e que deseja apenas que seja considerado como uma pessoa que deu a sua vida e o seu esforço para a liberdade da Guiné-Bissau e do seu povo.
Lembrou ainda que chegou a beneficiar de um apoio do Presidente Nino Vieira que mandou um helicóptero buscar o seu filho na sua aldeia porque este tinha beneficiado de uma bolsa de estudos para Cuba. Acrescentou que o seu filho foi estudar, mas infelizmente regressou “doente da cabeça” (maluco) e que nunca mais conseguiu a total recuperação.
“Sinto-me uma pessoa perdida na vida… estou com dores no coração até hoje pelo sofrimento por causa da doença do meu filho. Agradeço e sempre agradecerei o Presidente Nino pelo gesto de amizade, apesar do destino ter ditado outra saída o que acabou por consumir a nossa esperança”, lamentou o ex-combatente com voz trémula de dor que lhe consumia o coração.
BIOGRAFIA
O ex-combatente Quedelé Na Ritche, nasceu no dia 15 de Março de 1928, em Katungo no sul do país (sector do Komo). Integrou na fileira do partido no início do ano 1962, aquando da mobilização de jovens influentes para a causa da independência.
Foi um dos responsáveis do partido para a mobilização de jovens na sua vila, bem como nas tabancas que compõem o sector de Komo. Não beneficiou de nenhuma formação militar para uma determinada especialidade. Aprendeu com os seus colegas no início da luta a especialidade da infantaria. Obteve grande sucesso o que levou para muito longe o seu nome.
Foi quem transportava homens do partido e munições para as matas. A coragem e as habilidades demonstradas no rio durante a batalha de Komo fizeram chegar o seu nome aos ouvidos do líder da guerra, Amílcar Cabral em Conakri. Foi considerado por Amílcar do “libertador de Komo” devido o seu desempenho.

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