TRIBUNAL MILITAR E ANP ANALISAM SUSPENSÃO DO DIPLOMA RELACIONADO COM A JUSTIÇA MILITAR

Tribunal Militar

Um grupo dos oficiais do Tribunal Militar da Guiné-Bissau reuniu-se no passado dia, 16 de Julho, com o presidente da Assembleia Nacional Popular e líderes das bancadas parlamentares do PAIGC e do PRS para analisar o diploma relacionado com a justiça militar.
O referido documento havia sido suspenso pelos parlamentares que os deputados aquando da votação  da lei do Regulamento de Disciplinar Militar.
A saída do encontro, Eduardo Costa Sanhá, presidente do Tribunal Militar Superior, afirmou  que a votação do documento dependerá da decisão soberana dos deputados.
“Somos apenas técnicos. Vimos dar a nossa contribuição, esclarecendo alguns aspectos que entendemos ser necessários”, assinalou.
Na mesma ocasião Eduardo Costa Sanhá lembra que o documento não foi chumbado mas apenas suspenso para posteriores análises que implicam alguns procedimentos.

SISTEMA DE SAÚDE DA GUINÉ-BISSAU BENEFICIA DE MOTO-AMBULÂNCIAS


A iniciativa ajuda na redução da mortalidade materna. Foto: Unfpa

Fundo de População da ONU entregou motos ao governo esta semana numa província do leste do país; Unfpa apoia Iniciativa de Redução da Mortalidade Materna.

Amatijane Candé, da Rádio ONU em Bissau.

O Fundo de População das Nações Unidas, Unfpa, doou 20 moto-ambulâncias ao Ministério da Saúde Pública da Guiné-Bissau. Os transportes devem ajudar nas urgências obstétricas.

O donativo enquadra-se no âmbito da iniciativa H4+, sobre a redução da mortalidade materna na Guiné-Bissau. Durante a entrega das motos, a representante do Unfpa em Bissau afirmou que o acesso de mulheres e de crianças aos centros de saúde será facilitado.

Atrasos

Kourtoum Nacro falou com a Rádio ONU e explicou as principais causas da mortalidade de mães ou grávidas.

"O atraso na tomada de decisão para ir ao hospital; atraso no transporte, as estruturas de saúde e o atraso na receção a nível das estruturas sanitárias. As intervenções a nível das comunidades têm por alvo geralmente o primeiro e o segundo, os atrasos, e servem para melhorar a utilização dos serviços."

Rapidez

A entrega das moto-ambulâncias aconteceu na terça-feira, em duas localidades no lest da Guiné-Bissau, Bafatá e Gabu. São duas regiões com os maiores índices de Sida e de mortalidade materna, neonatal e infantil, segundo a ministra da Saúde Pública.

Valentina Mendes disse que as motos vão colmatar dificuldades, uma vez que em algumas vias de acesso não é permitido a circulação de viaturas. Por sua vez, o governador de Bafatá, Abdu Sambú, prometeu fazer bom uso do donativo.

"Nós enquanto governo, o nosso compromisso solene é dizer à ministra e à representante do Unfpa que vamos gerir bem estes materiais ora disponibilizados. Vamos geri-las de forma a podermos de fato diminuir a mortalidade das nossas mulheres."

A aquisição das 20 moto-ambulâncias e a operação do seu transporte ao destino final é orçado em mais de US$ 112 mil, segundo a representação do Unfpa no país.

REPORTAGEM: Segundo populares de Bissorã ESQUADRA POLICIAL É CENTRO DE TORTURA SEM PIEDADE

Esquadra de Polícia do Sector de Bissorã

Os populares da cidade de Bissorã, norte do país, estão indignados com as forças de segurança local devido às recorrentes práticas de tortura contra cidadãos. Os citadinos desta cidade nortenha não hesitam em qualificar essa esquadra policial local de “centro de tortura sem piedade”. Segundo os populares abordados pelo repórter do semanário “O Democrata”, quem chega primeiro na polícia é tido como “detentor da verdade absoluta”. E mais, de acordo com os habitantes entrevistados, a polícia de Bissorã está ao serviço de “quem tem o poder financeiro”.
A reportagem de “O Democrata” conseguiu captar algumas imagens que testam claramente actos de espancamento por parte de agentes afectos àquela Esquadra. Os activistas dos direitos humanos no local confirmaram a morte do Tchutcho Mendonça na esquadra de Bissorã, vítima de espancamento cometido por agentes de segurança. Segundo a nossa fonte, o jovem, de 37 anos de idade, foi detido pela polícia no dia 3 de Julho na sequência de um alegado diferendo que teve com o próprio pai.
Informado do assunto, conta a nossa fonte, um dos agentes da Esquadra de nome Baba Djaló deteve o malogrado com o propósito de dissuadi-lo a deixar de brigar com o seu progenitor.  Mas, a sorte reservado ao jovem foi fatal. Ele não resistiu à tortura, ao espancamento e sucumbiu no dia 5 de Julho corrente. A notícia suscitou e está a suscitar indignação no seio da população desta cidade habituada às práticas similares. Segundo as testemunhas no local, o corpo de vítima apresentava sinais de tortura.
O nosso repórter teve igualmente acesso à imagem de um jovem de nacionalidade Conacri-guineense, Mamadu Djaló, que terá sido espancado brutalmente pela polícia local em plena rua, frente à Igreja Católica de Bissorã. A agressão contra Djaló aconteceu depois de uma discussão com um colega seu num bar. A vítima que apresenta sinais de torturas nas costas disse não ter sido ouvido pela Polícia sobre a discussão que tivera com colega.
Entretanto, segundo uma fonte, a Polícia Judiciária deteve dez (10) agentes da polícia por suspeita no envolvimento de assassinato do jovem Tchutcho Mendonça, “espancado na cela até à morte”. A fonte informa que na sequência do drama, a Esquadra de Bissorã recebeu quatro novos agentes provenientes de Bula e Mansoa.
Um dos responsáveis de uma das organizações comunitárias que opera no sector disse a nossa reportagem que é urgente que as autoridades centrais resolvam a situação da Esquadra de Bissorã. Defendeu ainda que se deve igualmente aumentar o número de efectivos da polícia tendo em conta o elevado nível de crimes que se regista no sector. Disse igualmente que a corporação precisa de formação em matéria de direitos humanos.
A morte do jovem Tchutcho Mendonça provocou, de acordo com as informações apuradas, a fuga de sete prisioneiros, alguns dos quais considerados pelas autoridades policiais de “altamente perigosos”.
“O Democrata” soube junto de uma fonte próxima das autoridades do sector que a polícia se mobilizou na procura dos reclusos em fuga, sobretudo aqueles que cometeram crimes de homicídios. A fonte avança, no entanto, que uma das dificuldades que a polícia depara neste momento é o facto de estar reduzida em termos de efectivos e torna fraca a sua operação.
 
PAI DE TCHUTCHO NEGA TER ORDENADO A PRISÃO DO SEU FILHO MORTO NA CELA
Em Bissorã, circulam rumores segundo os quais terá sido o próprio pai de Tchutcho, que solicitara a prisão do seu filho que acabou por sair morto da cela. O nosso repórter contactou o pai de vítima, Mateus Silva Santos Costa (Matoia) e este refutou esses rumores. Disse que não foi ele quem ordenou a prisão do filho. Informou que foi um oficial de polícia daquela Esquadra, Baba Djaló (com quem partilha a mesma casa) quem ordenou a prisão do seu filho, tendo e, conta que a residência do pai da vítima se encontra a menos de 30 metros da esquadra.
“Tchutcho é o meu filho que não tive a oportunidade de registar em meu nome, por isso se chama de Tchutcho Mendonça. Tivemos uma discussão durante a qual dirigiu-me palavrões, portanto essa não é a primeira vez que discutimos. Ele já tinha sido preso pelo meu vizinho, Baba devido à mesma situação, de forma a intimidá-lo, mas mesmo assim, não parou”, contou o pai da vítima com uma voz tremula.
Reconheceu neste particular que o seu filho (Tchutcho Mendonça) é uma pessoa violenta, dado que sempre se envolveu em conflitos. Contudo, pediu a justiça da parte das autoridades competentes no sentido de apurar o autor do espancamento até à morte do seu filho.
“Tenho as informações credíveis que apontam que foi o comandante Moniz que ordenou os agentes para torturarem o meu filho”, assegurou o pai da vítima, que entretanto, mostrou-se ainda confiante na realização da justiça por parte das autoridades.
Segundo Santos Costa, Tchutcho lhe informou na véspera da sua morte na cela, quando o visitou, que foi espancado pela polícia. Frisou ainda que o seu filho lhe mostrou até os sinais de tortura na costa.
O pai da vítima informou que o seu filho apenas tinha o medo de comandante Baba Djaló, que o mandou deter. Confessou à nossa reportagem que o comandante Baba mandou deter o filho, mas não foi ele quem ordenou o espancamento do mesmo até à morte.
O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos para a região de Oio, Umaro Camará disse a ”O Democrata” que a sua organização condenou o acto e pediu que a justiça seja feita da parte das autoridades competentes no sentido de apurar os culpados.
Camará pediu a colaboração dos populares daquela região norte do país na manutenção de um bom clima de paz e ao mesmo tempo pediu as autoridades policiais no sentido de zelarem pelo respeito aos direitos humanos.
“Se houvesse a colaboração da parte de população talvez nenhum recluso continuaria em fuga. É verdade que as pessoas estão revoltadas devido a circunstância da morte de jovem, por isso não querem colaborar com as autoridades policiais na busca de reclusos que se encontram em fuga”, disse.
Contactado pelo nosso repórter, o Comissariado Regional de Oio disse não possuir  informações suficientes para se pronunciar sobre o caso e alegou o facto de o processo estar sob investigação.
Recorde-se que os dez (10) agentes encontram-se sob custódia da Polícia Judiciária, inclusive o comandante Mário Moniz e seu adjunto M’buli Dabó, desde a data da morte do malogrado Tchutcho Mendonça.
 

«'ANTECIPAÇÃO' - 3 DE AGOSTO» CARLOS CORREIA: A TESTEMUNHA DO "MASSACRE DE PIDJIGUITI"


 

Carlos Correia intervindo num congresso após a independência da Guiné-Bissau

O ex-primeiro-ministro guineense, Carlos Correia, é uma das memórias vivas do episódio histórico que, para muitos, marca o início da guerra de libertação da Guiné: o "Massacre de Pidjiguiti".

Em 1959, Carlos Correia ajudou a mobilizar trabalhadores do porto de Bissau para uma greve por melhores salários - que aconteceria no dia 3 de Agosto daquele ano.

A violenta repressão ao movimento fez 50 mortos e uma centena de feridos. Carlos Correia era funcionário da Casa Gouveia, um dos maiores comércios de Bissau, ligada à Companhia União Fabril de Portugal. Ele ajudou a mobilizar o grupo de trabalhadores grevistas, viu corpos sendo retirados do porto, mas diz que não esteve diretamente envolvido no episódio.

Nesta entrevista à DW África, Carlos Correia lembra a situação dos trabalhadores guineenses na época e as motivações para o levante pacífico que acabou sendo o estopim para a escalada de acontecimentos que levou à luta armada.

O ex-primeiro-ministro também revela o esforço de alfabetização em massa do movimento de libertação. A formação não tinha como objetivo apenas instruir ideologicamente guerrilheiros, mas também dar-lhes condições de manusear o armamento importado.

Carlos Correia foi membro do Bureau Político do PAIGC e mais tarde responsável pela Comissão de Segurança e Controlo

DW África: Como o senhor se salvou do massacre?

Carlos Correia (CC): Eu não estive metido no barulho. Eu era um funcionário da Casa Gouveia. Eu aprendi muito com os marinheiros e com aqueles trabalhadores simples da Casa Gouveia. Eu era empregado no setor de contabilidade da Gouveia. De vez em quando, eu era chamado para fazer o pagamento dos trabalhadores em Bissau. Constatava que alguns marinheiros recebiam salários muito baixos e se socorriam com vales. Isto pode parecer, mas não era favorável aos trabalhadores porque recebiam parte do salário e um complemento com géneros alimentícios e outras mercadorias. Eles acabavam se tornando um “cliente certo” da Gouveia.

Tiramos lições destas situações vividas pelos marinheiros, o que nos mobilizou politicamente. Neste dia, quando soou o alarme eu nem saí com medo de perder a calma. Depois da ordem de serviço, eu saí. Era o momento em que estavam retirando os corpos e colocavam nos caminhões para levar ao hospital. Foi aí que eu tive um “desabafo”. Os polícias vieram me provocar. Eu reagi e fui preso. Portanto, eu não estive diretamente envolvido, mas tinha contato com os marinheiros e conversávamos muito. Como ali estava um jovem também de família simples, eles tinham confiança em mim.

DW-África: O senhor foi perseguido depois.

CC: Como o gerente da Gouveia era chefe do partido nacional, futebolista e jogava numa equipa cujo presidente era o chefe da polícia, acabei sendo libertado no dia seguinte. Os colonialistas pensaram que os marinheiros poderiam organizar outra mobilização. A PIDE sede questionou os seus representantes em Bissau, se havia um indivíduo que se realçou naquela situação. Eles deram ordem para que eu fosse preso. O camarada Aristides (Pereira), que era chefe dos correios, recebia estas transmissões secretas e mandou me avisar. Eu fugi.

DW África: O que mudou em sua vida a partir desta situação?

CC: Houve uma reunião aqui em Bissau nesta altura, quando se reorientou a política do PAIGC. Definiu-se que era preciso deixar de lado as ações nas grandes cidades porque o colonialista coordenava as suas forças nestes locais. E também era importante que todos se preparassem para todas as possibilidades.

Esperar o melhor, mas se preparar para o pior. Ao invés de continuarmos a fazer reivindicações enfrentando a força colonial nos centros urbanos, era necessário preciso se retirar para o interior para se preparar para o eventual desenvolvimento da luta armada, caso o colonialista não aceitasse as nossas reivindicações políticas e o que foi definido na Assembleia Geral da ONU de 1960 quando se definiu a auto-determinação dos povos. Quando eu fugi para Conacri, muitos outros jovens também saíram. Muitos estavam a procurar emprego em um país africano independente, outros tinham razões políticas. Nesta altura, Amílcar constituiu um grupo para dar formações políticas e eu o ajudava.

DW África: A luta armada exigiu que todos adquirissem conhecimento técnico rapidamente.

CC: Quando se começou a dominar o território este problema persistiu. Por volta de 90 por cento da população era analfabeta. Para manusear as armas que tínhamos, era necessário saber ler. Então, foram criadas escolas, sobretudo depois do Congresso de Cassacá, em 1963. O congresso definiu também a criação de hospitais para tratar dos nossos feridos. Em 1965, foi criada a primeira escola-piloto – montada em Conacri, frequentada por filhos dos quadros que estavam em serviço em Conacri e outros alunos selecionados no interior da Guiné. Mais tarde foram criados semi-internatos no interior da Guiné.

DW África: O que restava à ser discutido para que ocorresse um acordo de paz depois do 25 de Abril de 1974?

CC: Era a independência. Havia a teimosia do governo português. Antes e ao longo de toda a luta armada, o PAIGC exigia que Portugal cumprisse o que havia sido definido pela ONU: o direito de autonomia ao povo guineense. Chegou-se ao 25 de Abril e, mesmo assim, Portugal não concedeu a independência. Foi preciso a negociação até o reconhecimento da independência proclamada unilateralmente em 19 de abril de 1973.

A Força de Reserva Africana é uma força militar composta somente de tropas africanas


Depois de cinco anos de atraso, a contagem regressiva começou para o lançamento oficial da 'NATO de África "começa, mas há ainda obstáculos


A Força de Reserva Africana é uma força militar composta por apenas tropas africanas que deverão intervir no prazo de duas semanas em caso de uma erupção de violência

Mesmo que a África avance no crescimento económico, e alguns das suas nações bem sucedidas e pacíficas são actualmente o lugar para os investidores, mas sua situação de segurança em vários países do continente se deteriorou ao longo dos últimos anos.

Actualmente, há uma mistura de novos e persistentes diversificados conflitos acontecendo em diferentes partes da África; Sul do Sudão, Guiné-Bissau, Líbia, Burundi, Lesoto e muito mais.

Existem ameaças terroristas contínuos de Al-Shabaab na Somália, de Boko Haram na Nigéria e o surgimento de novas ameaças, como o recentemente testemunhado em Sousse, Tunísia, onde 38 turistas foram mortos em uma praia.
A União Africana vem trabalhando em sua própria solução há anos, chamada à Força de Reserva Africano (ASF). É concebida como uma força militar composta por apenas tropas africanas que é suposto a intervir no prazo de duas semanas no caso de um novo conflito violento entrar em erupção. A força é dividida pelas cinco regiões do continente - Oeste, Leste, Sul, Norte e Central. Quando for necessária uma intervenção, as tropas de países dessa região podem ser implantadas.

Um país pode solicitar a ASF para ser implantado, no entanto, a UA também pode decidir intervir em casos de genocídio ou crimes contra a humanidade. Isto está de acordo com a mudança da UA em matéria de política de não-interferência para não-indiferença em 2001.

A Força é parte de uma estrutura maior AU com foco na prevenção de conflitos chamados a Paz Africana e Arquitectura de Segurança. Além da ASF, os componentes incluem o Conselho de Paz e Segurança, Painel de Sábios, Sistema Continental de Alerta Prévio e um Fundo de Paz.

Somália manutenção da paz

Já há a Missão da União Africano na Somália, AMISOM, compreendendo 22.000 tropas retiradas Uganda, Burundi, Etiópia e Quênia. O ASF pretende ampliar com isso e ter uma força de prontidão permanente que podem ser chamados a qualquer momento que surgir a necessidade.

Mas as tensões podem aumentar quando as nações vizinhas estão envolvidas na disputa interna de um país. O conflito no Sudão do Sul eclodiu em dezembro de 2013 depois de um racha político entre o presidente Salva Kiir e seu ex-vice-líder rebelde virou Riek Machar.

Os países vizinhos do Sudão e Uganda têm interesses opostos e agendas no conflito. Tropas de Uganda têm lutado ao lado das forças governamentais, enquanto (Cartum) o governo do Sudão supostamente apoia os rebeldes.

A guerra no Sudão do Sul é o tipo de conflito em que o ASF poderia ter desempenhado um papel importante. A violência se arrasta há mais de 18 meses, com pouca chance de um acordo de paz duradouro para ser finalizado em breve.

Sob a ASF, outras regiões podem ser chamadas a implementar as suas tropas se os países vizinhos paralisarem soluções pacíficas, como já aconteceu no Sudão - embora este não seja uma siuação ideal.

As ligações regionais tem que ser flexível em situações onde é necessário. Por exemplo, Boko Haram lançou ataques em solo nigeriano, Camarões e do Chade, dos quais os três países pertencem a diferentes regiões do ASF. Isto demonstra a necessidade de flexibilidade regional.

Voltar para dias de Nkrumah

A idéia do ASF remonta ao primeiro presidente de Gana, Kwame Nkrumah, um dos pais fundadores da União Africana, que previu um "Alto Comando Africano" como um exército continental a fim de proteger a independência dos países africanos, moldado nas linhas da NATO - a Organização do Tratado do Atlântico Norte.

A necessidade de uma força Africana aumentou depois de nem a comunidade internacional nem qualquer país Africano ter intervido durante o genocídio de Ruanda em 1994. O derramamento de sangue no Ruanda, a guerra civil no Burundi em 2001 e outros conflitos levaram a uma situação em que cerca de 80% das missões de manutenção da paz globais estavam no continente Africano sem fazer parte da UA e de uma solução de paz.

A Força de Reserva Africana deve ser declarada operacional até dezembro deste ano depois de um atraso de cerca de cinco anos.

Diferentes desafios causaram o atraso; incluindo as comunicações estratégicas e logísticas, bem como clarificar o mandato da ASF, para determinar se ele deve oferecer assistência humanitária ou de responder a desastres naturais.

Em seguida, há a questão da cooperação entre diferentes nações. Mesmo que os países se sintam mais comprometidos com a sua própria região do que para a UA, ainda existem enormes diferenças de doutrinas, línguas e culturas entre países de uma mesma região criando obstáculos para facilitar a cooperação.

Onde está o dinheiro?

O principal desafio para a ASF é o financiamento, uma questão recorrente para a UA. Há uma dependência estrutural de doações de parceiros para o orçamento da UA. A prontidão da Força será avaliada em um exercício final, chamado Amani II, na África do Sul, em outubro deste ano. A parte maior do orçamento para este exercício está sendo pago pela União Europeia.

Do orçamento de US $ 9,2 milhões $ 5200000 foi doado pela UE, $ 3000000 pela SADC bloco regional Africano Sul e Quênia também contribuiu com US $ 1 milhão.
Caso a ASF seja chamada a intervir, a implantação será por um período mínimo de 6 meses com cerca de 5.000 funcionários, dos quais 3.000 a 4.000 serão soldados e um projecto de orçamento estimado de US $ 60 milhões. Ainda não está claro quanto a quem vai pagar a conta; o Fundo de Paz Africano é uma opção provável. A conferência de doadores também pode ser realizada para levantar os fundos necessários, como foi feito para a missão Mali em 2013.

A realidade da ASF é que dentro de cada região existe uma lacuna com um ou dois países com forças armadas mais fortes e mais bem financiados. A região do Leste Africano é uma excepção com a Etiópia, Quénia, Uganda e Tanzânia, todas tendo exércitos fortes.

É muitas vezes os países africanos mais pequenos que não podem pagar os subsídios para as tropas devido a restrições orçamentais. E, embora na UA esteja regularmente a questão da dependência financeira na ordem do dia, muitos Estados membros da organização continental não fazem doação ou não podem sequer pagar sua taxa de adesão anual UA.

Apesar dos desafios financeiros, regiões já têm implantado tropas em situações críticas. A intervenção da região Africano Ocidental na Guiné-Bissau é um exemplo de como uma situação que foi feito com um orçamento apertado. Isso prova que, apesar dos desafios de recursos, podem ser encontradas soluções para as missões de intervenção críticos.

«CONVITE» LANÇAMENTO NO PORTO DO LIVRO "MODELO POLÍTICO UNIFICADOR - NOVO PARADIGMA DE GOVERNAÇÃO NA GUINÉ-BISSAU



O lançamento decorrerá no Porto, no próximo dia 25 de Julho pelas 16 horas, na Universidade Lusófona do Porto (Sala de Actos). 

A Universidade Lusófona do Porto localiza-se na Rua Augusto Rosa, nº 24, muito perto da estação de comboios de S. Bento e do terminal de autocarros da Rede Expressos.

Livonildo Francisco Mendes






José Maria Neves recomenda "diálogo interno" na Guiné-Bissau


O primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, considerou no passado dia 17 de julho de 2015 que o  importante que haja "diálogo interno" na Guiné-Bissau para consolidar os progressos conquistados no último ano.
"A Guiné-Bissau goza de um grande prestígio internacional pela forma como concluiu o processo de transição e realizou a mesa redonda [de doadores]. É preciso consolidar tudo isso através de um processo de diálogo interno", referiu.
"A Guiné-Bissau goza de um grande prestígio internacional pela forma como concluiu o processo de transição e realizou a mesa redonda [de doadores]. É preciso consolidar tudo isso através de um processo de diálogo interno", referiu.

Guiné-Bissau e Cabo Verde assinam acordos para evitar dupla tributação


Os governos da Guiné-Bissau e Cabo Verde rubricaram acordos para evitar a dupla tributação, evasão fiscal e ainda no domínio sanitário, anunciaram os chefes de governo dos dois países.
Os acordos foram rubricados no final de uma visita de trabalho de quatro dias à Guiné-Bissau do primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves.
Para além do entendimento ao nível da fiscalidade, Cabo Verde vai formar técnicos guineenses para o país ter um laboratório de controlo de qualidade de pescado, entre outras valências.
Os dois governos acordaram também sobre a possibilidade de realizar cimeiras de dois em dois anos.
O primeiro-ministro cabo-verdiano manifestou ainda vontade de ver alguns municípios do arquipélago geminados com a ilha guineense de Bolama, na sequência da sua visita a outras duas ilhas, Bubaque e Rubane.
As ligações marítimas entre os dois países poderão também ser retomadas ainda este ano.
Por outro lado, a empresa Inpharma rubricou um memorando de entendimento com o Ministério da Saúde Pública guineense para o fabrico de medicamentos na Guiné-Bissau.José Mária Neves destacou o trabalho em curso na Guiné-Bissau, um país que disse estar a "reerguer-se depois de vários anos de convulsões", tendo enaltecido o desempenho do primeiro-ministro Domingos Simões Pereira.
Este por sua vez reconheceu que os dois países estão a criar "as sinergias necessárias para uma parceira estratégica" onde o setor privado "terá uma palavra a dizer".
"Objetivamente temos que reconhecer que nós temos um trabalho a realizar", defendeu Domingos Simões Pereira, para quem o "caminho começou a ser feito" através da criação de mecanismos que vão materializar as intenções.
Como forma de reconhecer e agradecer a contribuição dos guineenses no processo da independência da Guiné-Bissau, aliás, motivo principal da visita, o primeiro-ministro de Cabo Verde disse que decidiu oferecer medicamentos à pediatria do Hospital Simão Mendes, de Bissau.

Governo atribui parcela de terreno para cultivo a associação de descendentes cabo-verdianos


O Governo da Guiné-Bissau decidiu atribuir uma parcela de terreno de 500 hectares para cultivo a uma associação de descendentes cabo-verdianos radicados nesse país.

 
A novidade foi comunicada durante uma sessão de trabalho bilateral entre a delegação cabo-verdiana e a congénere da Guiné-Bissau, acto que mereceu elogios do primeiro-ministro José Maria Neves.

Os jovens vão fazer agricultura no terreno doado, para o mercado local da Guiné-Bissau.
 
 
 
 

LÍDER DO MOVIMENTO PATRIÓTICO DEFENDE REMODELAÇÃO NO GOVERNO


O Líder do Movimento Patriótico, José Paulo Domingos Semedo, defendeu quinta-feira, 16 de Julho, a necessidade de uma remodelação no governo liderado por Domingos Simões Pereira. O político fez esta declaração depois de um encontro com o presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá.
Semedo sustentou a sua posição sublinhando que a própria ANP deixou espaço para isso quando aprovou a moção da confiança apresentada pelo Governo aos deputados.
“A Assembleia Nacional Popular concorda com a continuidade do Governo, mas ao mesmo tempo encoraja o Executivo a proceder mudanças nas algumas cadeiras dos seus membros”,disse.
Para José Paulo Domingos Semedo, o Governo não deve compactuar com pessoas cuja idoneidade moral está a ser posta em causa e que ainda não se apareceram à justiça para esclarecer seu eventual envolvimento ou não nas práticas que estão sendo acusados.
“Quando o Ministério Público chama atenção e apresenta os indiciários suficientes, nós somos da opinião que esses membros cidadãos devem responder”, defendeu, encorajando ao  Primeiro-ministro a se livrar destes membros da sua equipa e lançar novos elementos remodelando e limpando a imagem do Governo.
José Paulo Domingos Semedo deixa ainda claro que o Movimento Patriótico, partido que lidera, não vai fazer parte de nenhum eventual Governo remodelado.
O líder do Movimento Patriótico entende que não se pode estar no governo e ao mesmo tempo a fazer a oposição “como faz o PRS”.
Segundo José Paulo Semedo, a sua formação política decidiu estar na oposição por duas razões: primeiro, porque o partido precisa de crescer e amadurecer-se. Segundo, disse que viu um lugar vazio e uma voz contrária às coisas que não coadunam com o bem-estar do país, por isso vai continuar na oposição para apresentar, sempre que necessário, as alternativas à governação.
Falando de uma eventual Revisão da Constituição, o Movimento Patriótico reconhece que algo tem de ser esclarecido na Constituição, mas antes é preciso um debate mais alargado que envolva toda a sociedade.
Falando relativamente às divergências entre dirigentes dos órgãos da soberania, José Paulo Semedo refere que em nenhum momento o seu partido conservou o silêncio.
Neste sentido, o político alerta que qualquer dinâmica governativa traz e potencia consigo conflitos e os conflitos que surgem por causa da dinâmica da governação devem ser bem geridos e entendidos como saudáveis para não provocar a cumplicidade entre os órgãos da soberania.
“Não deve haver a cumplicidade entre os órgãos da soberania só para manter uma pertença paz. Uma das razões de levantamento desses conflitos é que o Presidente da República acaba fazendo o papel reservado à oposição, que devia estar à altura e ao ponto de chamar atenção às irregularidades que estão sendo registadas na governação, mas essa oposição não tem expressão”, lamenta.
Para José Paulo Semedo, os partidos que têm o conhecimento dos factos resolveram embarcar-se todos na onda da governação e os partidos que ficaram para fazer a oposição são partidos “ muito residuais” sem informações, porque não estão envolvidos na espera do poder para estar à altura de fazer uma oposição mais consequente à governação.

LANÇAMENTO DO LIVRO: "NHA SUFRIMENTU" DO POETA GUINEENSE, ELSON CABRAL D'ALMADA NO PORTO


 


“ESTADO É MAIOR DEVEDOR DE APGB COM MAIS DE CINCO BILHÕES DE FRANCOS CFA

  Não dá para acreditar mas leia a notícia para tirar ilações. “Estado guineense é maior devedor de APGB, com mais de cinco bilhões de fr...