Autoridades da Guiné-Bissau pedem continuidade do apoio dos
países para progressos nos direitos humanos; desempenho guineense no
setor foi analisado, esta sexta-feira, no Conselho de Direitos Humanos.
Uma unidade de combate ao narcotráfico será instalada este ano no principal aeroporto da Guiné-Bissau, como resultado da retoma da colaboração do governo com Escritório da ONU sobre Drogas e Crime, Unodc.
O assessor do Ministério da Justiça do país fez o anúncio no Conselho de Direitos Humanos, esta sexta-feira, em Genebra. A Guiné-Bissau apresentou o informe sobre o seu desempenho na área durante os últmos quatro anos na Revisão Periódica Universal.
Apoio
Na ocasião, José António Gonçalves explicou porque é essencial a
continuidade do apoio internacional para que o país registe avanços nos
direitos humanos. Ele mencionou o período de estagnação enfrentado após o
golpe de Estado de abril de 2012.
“Durante dois longos anos, o
isolamento internacional a que fomos votados e a crise política que se
instalou traduziram-se no agravamento da situação socioeconómica da
população e no surgimento de alguns casos lamentáveis de direitos
humanos.”
Em resposta a questões dos países, em espanhol, Gonçalves disse que uma
unidade de combate à corrupção será implementada, igualmente este ano,
pelas autoridades com apoio da Interpol.
Investigar Crimes
Ele disse que as ”medidas
tomadas pelo governo devem ajudar também a continuar a investigar crimes
cometidos. Conforme realçou, o governo não está apenas ”interessado na
quantidade das investigações” mas, ao mesmo tempo, em fazer um diálogo inclusivo para a reconciliação nacional.
Conforme destacou, o inquérito não pode causar danos ao que foi feito neste momento para justiça transicional.
Gonçalves disse que o país não pode tomar medidas para
descriminalizar a relação homossexual porque a legislação não a
criminaliza. Ele explicou que a Constituição prevê a igualdade de todos
cidadãos, independentemente do tipo de relações que estabelecem.
Mulheres no Governo
O representante falou também de um plano nacional para igualdade e
cuidado do género, ao reconhecer que, paulatinamente, mulheres
guineenses ocupam cargos de liderança. Como exemplo mencionou as
titulares das pastas da Defesa, Saúde, Mulher e Ação Social e Saúde e Polícia Judicial no atual governo.
O país defende que houve um aumento de numero de deputadas e das suas responsabilidades na direção na Assembleia Nacional.
No setor da justiça, dois tribunais serão construídos no país que pretende, igualmente, impulsionar o registo de recém-nascidos.