O Governo da Guiné-Bissau anunciou hoje a descida do preço de pescado, passando a caixa de 20 quilogramas a custar entre seis e dez mil francos CFA (entre nove e 15 euros), dependendo da qualidade do produto.
Até aqui uma caixa do peixe da primeira qualidade era vendida a 15 mil francos CFA (22 euros) às peixeiras (mulheres que se dedicam à venda do peixe nos mercados do país) e a de segunda custava 11 mil francos CFA (16,70 euros).
O ministro das Pescas e Economia Marítima, Fernando Landim, considerou exagerado o preço de venda do peixe no mercado interno e disse que, em obediência ao repto do Presidente guineense, José Mário Vaz, o Governo decidiu “baixar significativamente os preços”.
O Presidente guineense considera que “não faz sentido” que a Guiné-Bissau, sendo um país “com peixe em abundância não dê o produto às populações” a preço acessível, daí o desafio que lançou ao Governo do primeiro-ministro Baciro Dja.
“Temos que dar arroz e peixe às nossas populações”, declarou o chefe de Estado no dia em que empossou o novo Governo, no passado mês de junho, referindo-se ao arroz que é a base da dieta alimentar no país e ao peixe como produto em abundância nos mares e rios do país.
O ministro das Pescas disse que a decisão de baixar os preços do pescado no mercado interno e que deve entrar em vigor nos próximos dias é a resposta do Governo ao repto do chefe de Estado.
“Nós estamos aqui para obedecer as regras do jogo e sobretudo as exortações do Presidente da República. Quando o Presidente fala é uma ordem e que deve ser posta em prática”, declarou Fernando Landim.
Para já estão a ser descarregados no porto de pesca de Bissau 142 toneladas do peixe, a partir de um navio pesqueiro de uma empresa chinesa que tem um contrato de abastecimento ao mercado guineense.
A ideia é atingir mensalmente as 300 toneladas.
“Vamos evitar que o nosso peixe seja vendido para fora do país sem que a população tenha acesso ao produto”, afirmou Isidoro Rodrigues, presidente da comissão das descargas.
A Guiné-Bissau tem acordos de pesca com vários países e armadores internacionais ao abrigo dos quais parte do pescado devia ser vendido no mercado interno, mas essa situação quase não acontece, levando ao encarecimento do produto.
Lusa com Conosaba