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agradeço a vossa compreensão assim que tudo voltar a normalidade passo a actualizar as noticias em horas certas.

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Moanesi Albano Quadé " Manu"

Carlos correia assumiu formalmente os dossiers de governação das mãos de DSP


Carlos Correia, o novo primeiro-ministro guineense assumiu formalmente os dossiers de governação das mãos de Domingos Simões Pereira, que lhe manifestou também a sua inteira disponibilidade para colaborar com o seu Governo.

De concreto Domingos Simões Pereira entregou a Carlos Correia, o programa do Governo, o Orçamento Geral do Estado, instrumentos aprovados pelo Parlamento, bem com os planos operacionais elaborados para dar corpo aos compromissos assumidos com o país na mesa redonda com os doadores.
Parco em palavras, Carlos Correia voltou a frisar ser um desafio enorme aquele que vai ter que enfrentar como primeiro-ministro numa altura complicada para o país em que não contava mais assumir cargos públicos de tamanha responsabilidade.

Domingos Simões Pereira disse estar disponível para dar a sua contribuição ao novo primeiro-ministro, este agradeceu a disponibilidade mas nem um nem outro esclareceram qual a função específica para Simões Pereira, membro do Governo ou conselheiro, só o tempo dirá.

Num outro registo, Carlos Correia, no uso das suas prerrogativas de primeiro-ministro, ordenou, através de um despacho, a que os membros do Governo demitido retomassem as suas funções para a gestão dos assuntos correntes do Estado até a formação de um novo executivo.

Uma reunião que destaca Guiné-Bissau e nova agenda global

(Ministro timorense dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Hernani Coelho, com o secretário executivo da Cplp, Murade Murargy)

Encontro de ministros vai decorrer à margem da Assembleia Geral; secretário executivo do bloco e ministro timorense dos Negócios Estrangeiros preparam viagem a Bissau.


A Guiné-Bissau e a visão estratégica da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp, vão dominar um encontro de ministros das nações lusófonas na sede da ONU.
Falando à Rádio ONU, em Nova Iorque, o secretário executivo do bloco, Murade Murargy, contou porque a estabilização guineense será destacada na  quarta-feira, 30 de setembro.

Estabilização
“É um ponto que se preocupa bastante depois da crise que se instalou há um mês e agora aguarda-se a nomeação do novo governo. Temos que fazer o balanço e ver o que é que a Cplp, como comunidade, poderá contribuir para estabilizar a situação naquele país. Há uma missão prevista para se deslocar a Guiné-Bissau, composta pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste e eu próprio. Ainda não se deslocou àquele país, porque tínhamos que ver qual o momento oportuno para que essa missão se pudesse realizar.”
O anúncio do governo do país ainda está pendente após a demissão do executivo do primeiro-ministro Domingos Simões Pereira, em agosto. A ação seguiu-se a uma crise com o presidente José Mário Vaz.

Prioridades
Murargy  disse que o bloco lusófono está a definir as suas prioridades e metas. Nesse processo, o plano da Cplp é harmonizar a sua actuação com os objectivos da comunidade internacional.
“Ver em que medida também a nossa comunidade se ajusta à nova visão que as Nações Unidas aprovaram, este documento do desenvolvimento sustentável até 2030. Nós queremos alinhar a nossa visão estratégica aos objectivos. Estamos interessados neste documento que é bastante importante: ao crescimento económico e sustentável, às questões climáticas e todas as questões sociais que dizem respeito ao homem. Estas devem ser por nós analisadas e alinhadas com a visão estratégica que estamos elaborando neste momento.”
O encontro a ser realizado à margem da Assembleia Geral da ONU será liderado por Timor-Leste, que assumiu a presidência do bloco até 2016.

Homenagem aos guineenses com trabalhos de mérito


Image result for bandeira da guine bissauAs figuras guineenses com trabalho de mérito vão ser homenageadas para que o seu exemplo seja seguido pelas novas gerações no projeto HomenageArte do Movimento Ação Cidadã (MAC), que quer refrescar os ideais da independência da Guiné-Bissau.
"Temos que atualizar os nossos desafios, as nossas lutas. Não podem ser baseados meramente no passado" em figuras históricas como Amílcar Cabral e outros combatentes, refere Miguel de Barros, membro do movimento. "Mesmo que existam e que nos orientem, temos que projetar novos 'Cabrais'" em diferentes áreas. Daí a necessidade de "promover o mérito".
"Foi nesse contexto que achámos que faz todo o sentido podermos homenagear alguém que tenha deixado algum legado positivo", destaca Juelma Nazareth, que também faz parte do MAC.

Domingos Simões Pereira escreve no "O Militante"




REVISTA O MILITANTE

Edição Especial da Revista Oficial do PAIGC 


A presente edição d”O Militante” está quase integralmente dedicada à celebração do 19 de Setembro, data em que Amílcar Cabral e seus companheiros fundaram em Bissau, o PAIGC. Hoje, há escritos que pontificam reservas sobre a existência de uma data e de um evento específicos que ditaram a fundação do partido. Mas ninguém questiona o ano de 1956 como o início formal da existência de um certo PAI que mais tarde assumiria a roupagem geográfica de Guiné e Cabo Verde para se distinguir de outra formação com a mesma sigla no Senegal.

São portanto 59 anos de existência para o PAIGC, que na sua evolução histórica de movimento de libertação a partido político já soletrou toda a cartilha de identidade e afirmação. Começou na clandestinidade e enfrentou os riscos da mobilização num espaço urbano tão restrito como era Bissau; seguiu para Dakar aonde se fermentou enquanto entidade política e principal movimento para a libertação e, chegou a Conakry já pronto para o início da luta armada. Para trás e no percurso ficaram lugares e encontros muito diversos, como Lisboa, Argel, Túnis, Roma, etc.

Foram anos muito difíceis, mas a clareza do pensamento e a linha ideológica (unidade e luta e a arma da teoria) definidas por Amílcar Cabral asseguraram uma estratégia capaz de conduzir à conquista da liberdade e proclamação do Estado independente. O PAIGC logrou um feito histórico sem precedentes ao conquistar a autodeterminação e a independência de dois países, separados por tantas milhas náuticas e uma grande diferença de cultura e identidade. Este desempenho extraordinário teve no entanto custos exorbitantes. Desde logo porque ceifou a vida de mulheres e homens de elevada dimensão e estatura política e nem poupou a do seu próprio líder e visionário. De tal forma que, as etapas seguintes da construção do Estado da Guiné-Bissau, um dos seus objectivos primordiais, acontecem num ambiente de muita indefinição e uma convulsão interna quase permanente. Tal como Amílcar já havia diagnosticado, a capacidade e propensão para a autodestruição, normalmente expressa através da traição e intrigas internas, começam a minar todos os pilares e fundamentos da unidade, tornam o partido cada vez mais frágil e este fica a mercê de interesses de grupos e de particulares.

Em 59 anos de vida e de luta, o PAIGC enfrentou desafios vários e conquistou importantes vitórias, tanto no campo da mobilização e na sua estruturação interna assim como na diplomacia activa e na sua afirmação pelo mundo. Mas, o PAIGC tem a cada momento de ser capaz não simplesmente de render homenagem e celebrar os seus feitos históricos, mas estar à altura dos desafios actuais e projectar o futuro com visão, confiança e optimismo, por forma sobretudo atrair e incorporar a nova geração de jovens, capazes, dedicados e nacionalistas.

Hoje, os problemas são diferentes no nível e na sua sofisticação mas mantêm a mesma natureza: os maus, os “amontões”, os que não são do partido e simplesmente precisam do partido para a materialização dos seus intentos pessoais, farão tudo para o assaltar, para o fragilizar e para o derrotar. Usarão da mesma arma da intriga, da traição, do oportunismo e do golpe baixo pelas costas. A sua linguagem estará sempre virada a explorar as diferenças e fazer delas factores de divisão e de enfraquecimento do partido. Continuarão a reunir-se por todos os sítios (e nunca na sede do partido) na calada das noites e falarão das diferenças religiosas, étnicas, regionais, culturais, económicas, etc. Evocarão legitimidades de todas as origens e todos os argumentos servirão. Estarão dispostos a mentir, a caluniar e a matar se necessário para sustentar a sua tese macabra e divisionista para atrair simpatias e armar seguidores.

É pois esta a principal razão porque faz sentido a presente edição d”O Militante”. Para lembrar todo o percurso do partido e avivar nossas memórias sobre o sacrifício consentido, por mulheres e homens desta terra, para se chegar aos dias de hoje. Chamar atenção para o privilégio e a responsabilidade que são, pertencer ao PAIGC e pretender ser um herdeiro ideológico de Amílcar Cabral. Mobilizar a presente geração para uma nova luta e para desta feita erradicar a mentira e o “mom-mole”, abraçar os que se arrependerem de verdade e estiverem disponíveis a corrigir o seu erro, mas afastar os traidores e oportunistas. Porque, “fracassará toda a revolução que não tiver capacidade de se defender”.

Temos a obrigação de preparar a nação para a consolidação do optimismo realista que promete “com muito trabalho, com a projeção dos melhores e dos que têm mais mérito, com o combate à corrupção, irmos ter nos próximos anos um país de que se orgulhar e no qual todos queiramos viver”. O ano de governação do nosso partido, os avanços e realizações descritas num suplemento ao presente caderno, interrompido abruptamente por razões ainda verdadeiramente por confessar, serão retomados com mais pujança e maior determinação. Nada nos irá desviar nem nos distrair da nossa promessa de mobilização de todas as competências nacionais, a favor do bem-estar e o desenvolvimento da nossa terra. Esse é o legado e o compromisso que nos propuseram, Amílcar e os seus companheiros, quando a 19 de Setembro de 1956 decidiram pela criação do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo-Verde.

Parabéns ao PAIGC, feliz aniversário e força camaradas.

Domingos Simões Pereira
Presidente do PAIGC.

Portugal quer reconhecimento do português como língua oficial da ONU

O presidente de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, defendeu esta segunda-feira na Assembleia-Geral que o português deve ser adoptado como língua oficial nas Nações Unidas.


“É um veículo de comunicação global e economicamente relevante, na qual se exprimem cerca de 250 milhões de pessoas da Ásia à Europa, da África à América na sua vida quotidiana. É também língua oficial e de trabalho em diversas organizações internacionais, nomeadamente em algumas das agências especializadas das Nações Unidas. A legítima ambição da Cplp é ver a língua portuguesa como língua oficial das Nações Unidas.”
Ao falar aos líderes globais que participam na 70ª sessão da Assembleia, Cavaco Silva citou uma vez mais a dimensão do português ao mencionar a celebração, em 2015, dos 40 anos das independências de países africanos onde a língua é oficial.
“Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Angola. Portugal e o povo português associam-se a esta importante efeméride histórica. A situação na Guiné-Bissau merece uma referência particular.”

Guiné-Bissau
Quanto ao cenário guineense, Cavaco Silva destacou que os políticos do país devem “reconhecer o valor essencial da estabilidade e do trabalho conjunto para realização das reformas necessárias.”
As áreas citadas durante o pronunciamento incluem o sector da segurança, o combate a impunidade e os projectos de desenvolvimento socioeconómico. O líder apelou à confiança no futuro dos guineenses.
“A maturidade democrática que o povo da Guiné-Bissau vem demonstrando é a razão suficiente para que a comunidade internacional continue unida e coordenada para apoiar aquele país.”
Cavaco Silva disse que com tal cenário, a comunidade internacional seria capaz de cumprir os compromissos de cooperação realizados na Conferência de Bruxelas em março.

Crise Humanitária

Sobre a reforma doa sistema das Nações Unidas, Cavaco Silva falou da necessidade de uma revisão das duas categorias dos membros do Conselho de Segurança, bem como dos métodos de trabalho do órgão.
O líder português citou os conflitos na Síria, no Iraque e na Líbia como “exemplos trágicos” da situação humanitária, que exigem acção para que o Conselho possa actuar de “forma solidária e responsável”.
Sobre o fluxo de migrantes, o presidente de Portugal disse que o seu país tem demonstrado solidariedade como quando se colocou disponível para receber milhares de pessoas sem protecção internacional.

(fonte: onu)

PR de Cabo-Verde quer Guine-Bissau nos "caminhos da paz social, da estabilidade política e da prosperidade"


nullO Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, formulou votos para que Guiné-Bissau possa continuar nos "caminhos da paz social, da estabilidade política e da prosperidade" numa mensagem "Esta data[...]oferece-me a agradável oportunidade para formular os nossos mais sinceros votos para que a República da Guiné Bissau possa continuar trilhando os caminhos da paz social, da estabilidade política e da prosperidade, para todos os seus filhos", escreveu Jorge Carlos Fonseca numa mensagem enviada a José Mário Vaz por ocasião do 42.º aniversário da independência do país.

No texto, divulgado hoje e datado de 23 de setembro, Jorge Carlos Fonseca reitera ainda o "firme desejo para que as boas relações de amizade e cooperação entre Cabo Verde e a Guiné Bissau cresçam e sejam cada dia mais fortes".

A Guiné-Bissau proclamou a sua independência de Portugal a 24 de setembro de 1973, tendo sido reconhecida por 80 países.

EUA felicitam a Guiné-Bissau pela celebração dos 42 anos de Independência


Os Estados Unidos felicitam a Guiné-Bissau pela celebração dos 42 anos de Independência Nacional e prometem continuar a apoiar o país para alcançar o crescimento.

Na mensagem enviada pelo Secretário de Estado, John Kerry, consta que “Apoiamos o vosso esforço para a criação de uma democracia mais justa e uma sociedade próspera, na qual os direitos humanos e Estado de direito são respeitados,”

Secretário de Estado aconselha o dialogo e solidariedade institucional e garante que os Estados Unidos continuarão a trabalhar com a Guiné-Bissau para a criação de um ambiente de estabilidade e oportunidades para o fortalecimento de instituições democráticas e crescimento económico.
Viva a coragem e o sofrimento do povo guineense.

MUÇULMANOS ALEGAM A LAICIDADE DO PAÍS E EXIGEM O RETORNO DA PRÁTICA DE EXCISÃO FEMININA


Materiais usadas para a excisão feminina


Um grupo de moçulmanos autodenominado de Movimento Contestatário à lei da proibição da excisão feminina, volta a exigir o retorno da prática da excisão feminina, alegando a laicidade da República da Guiné-Bissau. A contestação do grupo surgiu quatro anos depois da aprovação de uma lei, pelo Parlamento guineense, que proíbe a excisão feminina no país.
A reportagem do semanário “O Democrata” ouviu a opinião de vários especialistas sobre a questão da excisão feminina, tendo a maioria afirmado ser contra a prática, alegando que prejudica a saúde das mulheres. A prática da mutilação genital feminina está a dividir a comunidade muçulmana guineense devido a forma de interpretação do Alcorão.
Alguns especialsitas na matéria corânica alegam que a prática da excisão feminina não consta do livro sagrado dos muçulmanos e muito menos é uma prática recomendada pelo profeta Mohammad. Para os mesmos especialistas, a excisão feminina é uma prática cultural adoptada pelos antepassados há muitos anos, sobretudo os grupos étnicos que praticam a religião muçulmana, mas defendem que não está recomendada no alcorão e nem é ‘sunna’, isto é, algo praticado pelo profeta ou recomendado por ele.

Coordenador do Movimento Contestatário a lei da Proibição da Excisão Feminina, Aladje Iaia Rachido JaloALADJE IAIA JALO: A LEI DA PROIBIÇÃO DA MUTILAÇÃO GENITAL NO PAÍS É UMA LEI DISCRIMINATÓRIA
A reportagem do semanário “O Democrata“ ouviu o coordenador do Movimento Contestatário à lei da proibição da excisão feminina na Guiné-Bissau, Aladje Iaia Rachido Jalo, para abordar as razões que motivaram a sua organização a exigir o retorno desta prática considerada como crime no país, desde 2011.
Aladje Iaia Rachido Jalo afirmou à nossa reportagem que a “lei que proíbe a mutilação genital feminina no país é uma lei discriminatória”. Acrescentou ainda que viola claramente a Constituição da República no seu artigo 24, onde está escrito que “todos os cidadãos são iguais perante a lei, gozam dos mesmos direitos e estão sujeitos aos mesmos deveres, sem distinção de raça, sexo, nível social, intelectual ou cultural, crença religiosa ou convicção filosófica”.
Informou que o movimento que coordena tem como objectivo trabalhar para a libertação das mulheres fanatecas que estão presas ilegalmente, porque aquelas senhoras não cometeram nenhum crime. “Essas mulheres não cometeram nenhum crime. Apenas aplicaram simplesmente a tradição nobre do Profeta Mohammad, praticando a circuncisão das suas filhas, cujo acto é uma purificação da mulher”.
Este responsável do movimento assegurou que a sua organização está a trabalhar afincadamente, todos os dias, para que seja revogada a lei da proibição da excisão feminina, que é “uma lei injusta, caracterizada por discriminar os muçulmanos dos não muçulmanos, entre o sexo masculino e feminino dentro do país, coisa que é proibida pela constituição”.
“Na interpretação e no entendimento de mais de 95 por cento dos especialistas em matéria corânica e muçulmanos da Guiné-Bissau, a religião muçulmana autoriza, com base no sagrado Alcorão, e do sunna do Profeta Mohammad, a prática da excisão feminina”, explicou o responsável que, entretanto, avançou neste particular que mesmo no seio dos especialistas em matéria da saúde ao nível mundial, não há unanimidade em como a prática da excisão feminina é prejudicial à saúde de criança ou da mulher.
Na visão do coordenador do movimento contestatário, a lei que proíbe a excisão feminina está a ser praticada de forma selectiva, o que, no seu entender, não devia ser feita desta forma. Insistiu que a referida lei é discriminatória, porque é criada apenas para a comunidade muçulmana.
“Os deputados da nação que aprovaram esta lei tiveram grande cuidado durante as discussões. Invocaram apenas a questão da violação dos direitos humanos, que todos sabemos que é uma questão muito vaga em termos de conhecimento, até porque não são apenas os direitos das mulheres que estão a ser violados mas também os dos homens, porque se elas são excisadas, eles são circuncisados”, notou.
Lembrou ainda que o islão, quando defendia os direitos humanos no ano 1436, a Europa ainda não sabia o que eram os direitos humanos. No entanto, contou que as “pessoas que estão a trabalhar nesta matéria só podem ser chamadas de ignorantes ou estão a trabalhar por dinheiro, enquanto o movimento contestatário não trabalha para ser pago, mas sim em nome da comunidade muçulmana e de valores culturais”.
Fatumata Binta Djau Baldé, Presidente do Comité
“SOMOS UM PAÍS DEMOCRÁTICO, MAS NÃO SIGNIFICA QUE DEVEMOS VIOLAR OS DIREITOS DAS PESSOAS”
Fatumata Djau Baldé, presidente da Comité Nacional para Abandono das Práticas Nefastas (CNAPN), afirmou que a Guiné-Bissau é um país Democrático mas não significa que devemos violar os direitos das pessoas. A presidente falava numa entrevista exclusiva ao semanário “O Democrata” sobre a posição do comité face ao novo movimento que exige a revogação da lei que proíbe a mutilação genital feminina no país.
Fatumata Djau Baldé disse ainda que a lei que proíbe a mutilação genital feminina não foi criada neste ano. É uma lei criada desde 2011. E pergunta: “Porque só agora surge um grupo de pessoas que alegam ser nacionais, mas todos são oriundos de Guiné-Conacri, a reivindicar que a prática deve continuar porque esta no Alcorão? Os últimos presos que estiveram a praticar a mutilação genital não eram os primeiros presos depois da entrada em vigor da lei. Porque não surgiu este movimento naquele momento, mas só agora? Isso, no seu entender, deixa um clima de incertezas e de muita suspeição.
Djau Baldé explicou ainda que o líder do movimento para a revogação da lei da mutilação genital feminina afirmou que esta prática deve continuar apenas para as mulheres, porque é uma pequena parte (da sua anatomia) que lhe é retirada, mas não para os homens. E fez questão de deixar esta informação para líder, porque ela acredita que ele não sabe que esta prática não é igual, não se faz de mesma maneira, e que varia de um país para outro e de fanateca para fanateca, e que existem ainda vários tipos de mutilação genital feminina.
“Além de tudo, este líder pertence um grupo de pessoas que praticam a excisão de forma mais dura e dolorosa, que são pessoas da vizinha de Guiné Conacri que estão a alastrar-se para o nosso território”, vincou.
Por outro lado, Fatumata Djau Baldé assegura que as autoridades têm que ter um posicionamento de Estado, porque estamos num Estado de direito, as pessoas não podem continuar a violar os direitos de outras pessoas. Na sua opinião, o Ministério Público não deveria permitir que um cidadão afirmasse publicamente que irá pôr em causa a legislação, e que o comité não iria permitir que um grupo de pessoas ponha em causa todos os ganhos adquiridos em termos de respeito pelos direitos humanos.
Acrescentou que o grupo alega que há uma violação de lei Islâmica, mas esqueceu-se de que a Guiné-Bissau não é um Estado islâmico mas sim laico, onde cada cidadão pode praticar a sua religião, mas também não pode permitir que em nome de religião sejam violados os direitos humanos. Aliás, Djau disse que na maioria dos países islâmicos estas práticas não se verificam e naqueles onde era praticada, já não se verifica.
Fatumata Djau Baldé assegurou que enquanto cidadãs nacionais e mulheres vítimas que vivem dia –a – dia com as consequências dessa prática e que vão acompanhá-las pelo resto dos seus dias, não aceitarão mais esta prática nefasta. Além disso, não podem mais perder os ganhos e o reconhecimento de estarem a viver num país que respeita os direitos humanos e fundamentalmente os direitos das crianças, e que não será um grupo de pessoas que irão tirar-lhes esses ganhos.
Portanto o Comité vai usar todos os mecanismos possíveis, inclusive a Assembleia Nacional Popular e o Ministério Público, para que façam com que estas pessoas sejam responsabilizadas pelos seus actos de violação de uma legislação nacional. Como a questão de direitos humanos ultrapassa as fronteiras, não vamos dizer que este movimento é de cidadão A ou B. Mas sabemos que a maioria dos integrantes deste movimento são cidadãos nacionais originários da Guiné-Conacri.
USTAS ABUBACAR: ESPECIALISTAS MUÇULMANOS E DA SAÚDE PROIBEM EXCISÃO FEMININA  
A nossa reportagem contactou uma especialista em matéria corânica para falar sobre a prática da excisão feminina, se se trata de uma recomendação da religião muçulmana, do Sagrado Alcorão ou não, dado que é uma prática aplicada apenas pela comunidade muçulmana, alegando cumprir recomendações mandatadas no Alcorão.
O presidente da Associação dos Imames (padres) da Guiné-Bissau, Professor Aladje Abubacar Djaló, explicou à nossa reportagem que a questão da excisão feminina é uma prática que suscita sérias preocupações a nível da comunidade muçulmana. Por esta razão, decidiu-se realizar uma Conferência Internacional no Egipto em 2006 e que reuniu especialistas em matéria corânica e especialistas de saúde, para analisar o assunto.
O responsável da Associação de Imames Guineenses disse que vai falar apenas das recomendações produzidas pelos “sábios – especialistas”, em matéria corânica e da saúde durante a conferência realizada no Egipto em 2006, onde foram produzidas várias recomendações que proíbem a prática da excisão feminina e não só. A conferência permitiu que os sábios muçulmanos mostrassem que a excisão não é uma prática recomendada no Sagrado Alcorão.
Lembrou que a conferência reuniu diferentes líderes religiosos, médicos, membros da sociedade civil de países da Europa, Asia e África, na qual foram produzidas algumas recomendações, sob as orientações de especialistas em matéria corânica e da saúde.
Referiu que uma das recomendações da conferência do Egipto é que o “próprio ‘Allah – Deus’ adora o ser humano, o que significa que ele mesmo respeita o corpo humano, seja homem, seja mulher, e que em nenhuma circunstância o corpo pode ser violado”.
Recordou ainda que os especialistas em matéria de saúde chegaram à conclusão que a mutilação genital feminina é uma prática que prejudica a mulher física e psicologicamente, pelo que recomendou-se que seja proibida a referida prática.
Notou que os conferencistas alegam que o Alcorão proíbe a violação do corpo de um ser humano. Sustentou que o próprio profeta Mohammad recomendou, numa das suas palavras o seguinte, “não prejudique o seu corpo e muito menos o do seu parceiro”.
O presidente da União Nacional de Imames assegurou que a comunidade muçulmana deve facilitar a integração da lei que proíbe a excisão feminina. Acrescentou ainda que a referida lei foi promulgada no mandato do falecido Presidente da República, Malam Bacai Sanhá.
Esta questão da mutilação genital feminina não é uma questão de reza, zacato e muito menos da reza de ramadão que alguém pode dizer vamos voltar aos versículos do Alcorão. É um problema ligado à saúde das pessoas e se, no Sagrado Alcorão, é proibido violar o corpo de uma pessoa, então, este será o nosso suporte para enfrentarmos quem quer que seja até quando aparecer um especialista da área que desminta que esta prática não prejudica o corpo de uma mulher”, esclareceu.
GENECOLOGISTA: MUITAS MULHERES PERDEM FILHOS POR CAUSA DA EXCISÃO FEMININA
Entretanto, a nossa reportagem contactou a ginecologista do hospital militar principal para falar sobre a consequência da mutilação genital feminina, bem como das experiências vividas junto das mulheres vítimas da excisão.
A médica Hauta Correia Landim explicou que muitas mulheres perdem seus filhos no momento de parto por causa da excisão, porque de acordo com a especialista depois da excisão, a parte que resta no corpo da mulher torna-se pequena e em consequência disso a criança não consegue sair com a facilidade, sem que haja uma intervenção da parteira ou de uma pessoa com a experiência para ajudar no processo.
“Existem três tipos de mutilação genital feminina, a saber: a primeira é quando se corta só a parte que é chamada de ‘Clitóris’. A segunda é cortar a parte de ‘Clitóris e Lábios Menores’ e terceiro e a última forma de mutilação genital é quando se retira o “Clitóris, Lábios Menores e Maiores, “ neste último caso, quando se cicatrizar, fecha-se e é aberta só no casamento, onde a mulher perde muito sangue”, contou a ginecóloga, que no entanto, aproveitou a ocasião para apelar os pais e encarregados de educação para não submeterem as suas filhas à prática da excisão, porque a referida prática prejudica a saúde da mulher.

“ESTADO É MAIOR DEVEDOR DE APGB COM MAIS DE CINCO BILHÕES DE FRANCOS CFA

  Não dá para acreditar mas leia a notícia para tirar ilações. “Estado guineense é maior devedor de APGB, com mais de cinco bilhões de fr...