GOVERNO GUINEENSE COMPROMETE-SE EM REGULARIZAR SALÁRIOS EM ATRASO



Júlio António Mendonça
O governo comprometeu-se a regularizar de imediato alguns salários em atraso, remetendo para Janeiro o pagamento de ordenados em dívida de anos anteriores, desde que o Orçamento Geral de Estado de 2017 seja aprovado

O executivo prometeu ainda incluir na proposta do orçamento um aumento do salário mínimo para os funcionários públicos guineenses, dos actuais 28 mil francos CFA (43 euros) para 75 mil francos (114 euros), adiantou Mendonça.

"Desde a Independência [há 42 anos] até a data presente, nenhum funcionário público consegue satisfazer as necessidades básicas com o seu salário", observou o sindicalista.

Júlio Mendonça disse ainda que o "magro salário" obriga a recorrer "a esquemas de corrupção" para resolver os problemas do quotidiano, enquanto "os políticos vivem no luxo absoluto", observou.
A UNTG tinha previsto paralisar a função pública na quarta-feira e hoje, mas a greve apenas teve lugar durante um dia e segundo Júlio Mendonça houve uma adesão acima de 90%.

Outro entendimento alcançado e que permitiu o levantamento da greve geral reside num prazo de 30 dias assumido pelo governo para "disciplinar a actuação" da polícia de trânsito e da Guarda Nacional nas estradas do país.

Os condutores de transportes públicos acusam as forças de ordem de um excesso na aplicação e cobrança de multas.

O governo comprometeu-se igualmente a "usar da sua magistratura de influência" junto das duas operadoras de telecomunicações móveis do país para que alguns funcionários expulsos este ano daquelas empresas possam ser reintegrados. 

 

CIMEIRA CEDEAO - COMUNICADO FINAL




Cimeira de Abuja: JOMAV ADMITE QUE O PRESIDENTE ALPHA CONDÉ REVELOU O NOME ACORDADO EM CONACRI



jomav-aeroporto


O Presidente da República José Mário Vaz admitiu ontem, 17 dezembro 2016, que o mediador da CEDEAO para a crise na Guiné-Bissau, Presidente Alpha Condé revelou o nome acordado durante as negociações alcançadas em Conakri para dirigir o governo.

O Chefe de Estado guineense acrescentou ainda que os participantes no encontro de Conakri em Outubro último negaram que se tenha chegado ao consenso sobre um único nome, e que o assunto nem chegou de ser discutido.
O Chefe de Estado guineense falava à imprensa no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, de regresso de Abuja (Nigéria), onde se encontrava para assistir a 50° Conferência dos Chefes de Estado e do Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
A Cimeira na capital nigeriana tinha em agenda três pontos, designadamente: a situação económica e financeira da sub-região; a crise política da Gâmbia, impasse político na Guiné-Bissau e a situação da rede terrorista ‘BOKO HARAM’ que está a criar insegurança na sub-região.
Sobre a figura do consenso confirmado pela mediador da CEDEAO na crise guineense durante a Cimeira dos Chefes de Estado, Presidente José Mário Vaz admitiu à imprensa que divergiu-se com o seu homólogo da Guiné-Conacri, Alpha Condé, sobre esta matéria.
Interrogado se a divergência com o Presidente Alpha Condé deveu-se ao relatório apresentado pelo mediador que confirma o nome acordado, José Mário Vaz respondeu que o relatório não falou da figura do consenso. “O relatório falou de outras coisas e menos da figura do consenso”, acrescentou.
“Não houve consenso e vocês sabem que não há consenso. Enquanto guineenses não sabem que não há consensos? Vocês falam todos os dias com os detentores dos mandatos e essas pessoas disseram-me que foram a Conacri, mas nunca chegaram a um entendimento relativamente a uma única figura a dirigir o governo a nível dos três candidatos que eu apresentei em Conacri”, adiantou o Chefe de Estado guineense.
Instado a explicar a razão da divergência com o mediador da CEDEAO na crise guineense, Vaz disse que para o Presidente Alpha Condé “há um candidato de consenso a nível dos três nomes. Não há relatório, eu não tenho nenhum relatório e não há nenhuma acta”.
Questionado ainda se o mediador da crise guineense não mencionou o nome acordado, o Presidente respondeu que o “Presidente Alpha Condé mencionara o nome acordado em Conacry, mas as pessoas que estiveram na reunião em Conacri disseram que não chegaram a um consenso relativamente ao nome”..
Solicitado a pronunciar o nome mencionado pelo Presidente Condé durante a Conferência dos Chefes de Estado, o Presidente respondeu desta forma: “vocês sabem, vocês sabem…!”
Por outro lado, José Mário Vaz aproveitou a ocasião para justificar a escolha de General Umaro El Mokhtar Sissoco Embaló para a chefia do governo do consenso, alegando que na lista de três nomes era a figura que tinha mais consenso do qualquer outro nome.
“É do vosso conhecimento que somando os deputados do PRS e mais os deputados do Grupo dos 15, com certeza tem mais acima de 50 mandatos. Ninguém defendeu o candidato Dr. Augusto Olivais, porque houve momento em que eu pensei nomear Dr. Olivais como o Primeiro-ministro, mas imediatamente tive o ‘Não’ do PRS e do Grupo dos 15 deputados”, notou.
O Chefe de Estado lembrou ainda que pediu o Primeiro-Ministro para ser mais flexível na negociação com a Assembleia Nacional Popular, bem como com os partidos políticos sobretudo com o PAIGC na busca de solução para aprovação do programa de Governo.
“A preocupação dos Chefes de Estado e do Governo dos outros países relativamente ao nosso país é normal. Eu tenho estado a dizer que o nosso país não tem problema nenhum. O nosso país está calmo e o único problema que há é de facto esse desentendimento entre os actores políticos”, contou o Presidente José Mário Vaz, que entretanto, aproveitou a ocasião para apelar aos guineenses a abraçarem o trabalho, pois “só o trabalho nos poderá tirar realmente da situação difícil em que nos encontramos”.
Recorde-se que a Conferência dos Chefes de Estado da CEDEAO contou com a presença de 11 Chefes de Estado e representantes dos países membros, bem como representantes das organizações internacionais, nomeadamente as Nações Unidas, a União Africana e a UEMOA.
 
Por: Assana Sambú
Foto: Marcelo N’Canha Na Ritche

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