Secretário de Estado dos Transportes e
Comunicações da Guiné-Bissau, João Bernardo Vieira
A segurança
no aeroporto de Bissau melhorou relativamente. Apesar das fracas
infraestruturas, que afetam a qualidade dos serviços, há melhorias no controlo
dos passageiros, nas entradas e saídas.
As
autoridades da Guiné-Bissau estão a envidar esforços para aumentar a
eficiência nas operações aeroportuárias, que incluem a formação em Portugal
de técnicos dos Serviços de Migração e Fronteiras
da Guiné-Bissau.
O aeroporto internacional de Bissau reúne as condições
mínimas indispensáveis para receber os aviões de todas as proveniências, apesar
de ainda não estar dotado de todos os meios operacionais e infraestuturais
necessários.
As condições
de segurança, antes postas em causa depois do episódio de cidadãos sírios com
passaportes falsos que escalaram a capital guineense com destino à Europa,
melhoram na medida do possível.
A garantia é
dada, em declarações à DW África, pelo secretário de Estado dos
Transportes e Comunicações da Guiné-Bissau, João Bernardo Vieira: “Estas
condições estão completamente asseguradas e já foram demonstradas pelo
ministério guineense do Interior”.
As condições
de segurança estão asseguradas, mas as autoridades locais responsáveis pela
gestão do aeroporto de Bissau admitem existir ainda algumas dificuldades
operacionais que o governante não pormenorizou quando questionado sobre a
possibilidade dos voos da Transportadora Aérea Portuguesa (TAP),
voltarem a Bissau.
Avião da Transportadora Aérea Portuguesa (TAP)
“O governo assumiu todas as condições para que haja de facto segurança para
que os aviões da TAP possam aterrar e levantar voos em Bissau com toda a
segurança exigida. O que o presidente do Conselho da Administração da Aviação
civil mencionou é o facto de existirem dificuldades no aeroporto de Bissau. Mas
isso não significa necessáriamente que seja uma questão de segurança. As
dificuldades são inerentes ao país que temos”.
À margem
destas declarações em Lisboa, uma fonte bem informada adiantou à DW
África que nos últimos seis meses houve uma melhoria acentuada no Aeroporto
Internacional de Bissalanca, em Bissau. Reforçou-se o controlo dos passageiros
e as medidas de segurança são mais visíveis depois da tomada de posse do novo
Governo. A mesma fonte acrescentou ainda que há mais agentes de migração nos
vários pontos de controlo.
No entanto,
acrescenta, as infraestruturas são as mesmas que suportaram os voos da TAP durante
largos anos. A administração da companhia aérea portuguesa, que adiou em
novembro o reatamento dos três voos semanais para Bissau, disse à DW África
que agora não estão em causa as condições de segurança nem tem a ver com os
eventuais risco do ébola.
Fernando Pinto,
presidente da TAP
Segundo o
presidente da TAP, Fernando Pinto, “a razão principal é o mercado.
Chegamos a efetuar uma pesquisa no quadro do sistema de reservas para vermos as
possibilidades e constatamos realmente que temos uma procura muito baixa. Não
podemos esquecer que no momento em que fomos forçados a afastar temporáriamente
outras empresas ocuparam essa posição. Então vimos que não era ainda possível
retornar ao mercado. Vamos ver no início do próximo ano se conseguimos reativar
o processo”. No que toca à segurança, o país conta a partir desta
sexta-feira (19.12.) com quatro técnicos superiores guineenses que receberam
formação de uma semana em Lisboa para reforçar a atividade da Direção
Geral de Migração e Fronteiras.
A formação
tem lugar um ano depois de as autoridades guineenses terem forçado a
tripulação da TAP a transportar passageiros sírios ilegais num voo Lisboa-Bissau.
O plano integra um protocolo assinado com a TAP, em julho deste ano, que
prevê cooperação, formação e capacitação nas áreas das migrações e controlo de
fronteiras da Guiné-Bissau, a par da retoma dos voos diretos entre as
duas capitais.