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PADRE MAIO APOIA MAIS DE 200 ALUNOS EM EMPADA
O jovem padre Maio da Silva apoia mais de duzentos alunos no pagamento das propinas no setor de Empada, Região de Quínara, Sul da Guiné-Bissau, através do projeto denominado “Nô Djunta Mon – Nô Misti Bai Escola”, suportado pelo Instituto Padre Vilson Groh (IVG) do Brasil. O objetivo principal do referido projeto é ajudar os alunos com dificuldades financeiras a concluirem pelo menos o 12º ano de escolaridade.
Numa entrevista exclusiva ao repórter do semanário “O Democrata” explicou que aquela iniciativa nasceu depois de uma visita de Padre Vilson Groh ao seu amigo então padre de Empada.
Já na sua segunda deslocação ao setor de Empada, Groh trouxe na sua companhia três jovens brasileiros que tinham como propósito apoiar os filhos daquele setor sul do país nas suas formações, tendo em conta que os estudantes empadenses manifestaram aos visitantes brasileiros as dificuldades que muitos tinham para prosseguir com seus estudos superiores.
Em jeito de resposta, os jovens brasileiros pensaram de imediato em elaborar um projecto de apoio inicialmente para cinco estudantes daquela localidade na sua formação universitária.
“Em 2013, o Padre Vilson abriu-me o caminho para visitar o Brasil, mas não estava claro o que ia fazer de concreto. Mas padre Vilson Groh já me tinha explicado que tem um instituto com seu nome. Mesmo assim não sabia da vocação do instituto, por isso, a minha visita visava apenas conhecer melhor o IVG”, disse padre Maio da Silva.
Maio considera que aprendeu muito com um jovem que ocupa de elaboração de projetos para captação de fundos para o IVG, que conta com vários centros de acolhimento no Brasil. Acrescentando que “depois de três semanas daquela formação intensiva, fizeram-lhe uma proposta que apresentasse algum projeto para verem se tinha aprendido alguma coisa sobre elaboração de projetos de captação de recursos”.
O jovem padre nascido em Bambadinca confessou que não fazia a ideia se seria confrontado com uma situação daquele género, mas não hesitou e apresentou dois projetos: um para apoiar as crianças no período das férias e outro de ajuda aos alunos com dificuldades no pagamento de propinas.
“Pensei o primeiro projeto para as crianças, porque desde 2005, em Bambadinca, trabalhava com crianças no período das férias, assim como quando estava de estágio em Empada, antes de ser ordenado padre, fazia ‘Djumbai’ com crianças, onde ensinávamo-los a fazer rendas, escavar cabaças e fazer ‘Djedares’ ou seja um tipo de pequenas redes que servem para ensaboar e tomar banho. Sobre o apoio aos alunos com dificuldade no pagamento atempado da mensalidade, neste particular lembro que temos um liceu em sistema de autogestão construída por irmãs, mas o Estado é encarregado de colocar os professores. Como conhecedor da escola e das limitações de alguns alunos, decidi fazer esse projeto que iriam apadrinha alguns estudantes”, explicou Maio da Silva.
Depois da elaboração do projeto do padre Maio, decidiram lançar a iniciativa a nível do Brasil, em colaboração com a IVG.
O projeto foi também acolhido por um grupo de jovens provenientes de Curitiba para uma visita em Santa Catarina, fato pelo qual pediram ao padre Maio que se deslocasse a essa localidade para juntos apresentarem o projeto e mobilizarem os fundos para o mesmo.
“O nosso projeto foi aceite no Brasil, principalmente em Florianópolis, (capital de Santa Catarina) e Curitiba (capital de Paraná), onde se concentra o maior número de doadores do Nô Djunta Mon – Nô Misti Bai Escola. Depois do meu regresso ao país, falei com irmã que era administradora da escola e selecionamos os alunos com mais dificuldades financeiras para entrarem no projeto”, notou da Silva.
Contudo,reverendo Maio deixou claro que a escolha dos estudantes é duma forma dinâmica, dependendo também do empenho do aluno beneficiário. Acrescentou que o aluno pode beneficiar do apoio durante um período e no seguinte dar oportunidade a outro.
O projeto Nô Djunta Mon – Nô Misti Bai Escola alargou a sua atuação, atribuindo materiais escolares aos alunos em quase todo o setor de Empada. Em invés da idéia inicial que era afetar apenas os 200 alunos.
Maio disse que os brasileiros deram-lhe certa liberdade em definir como o projeto deve funcionar no país, tendo em conta que conhece melhor a realidade guineense e particularmente a de Empada.
SETOR DE EMPADA COM FALTA DE CARTEIRAS NAS ESCOLAS
O Inspetor da Educação no setor de Empada, Manuel Sanca, queixou-se da falta de carteiras em algumas escolas daquele setor que conta com 50 professores efetivos, 30 novos ingressos, 32 contratados e 36 contratados pela população, mas dentro deste numero de professores, o Estado paga o salário a 108 docentes.
“Temos falta de carteiras, assim como dos outros materiais escolares, mesmo assim podemos dizer que o ensino no setor de Empada está bem e caminha para melhor, porque há uma melhoria a cada ano que passa, tendo em conta que a população já tem a noção do valor da escola nas suas vidas”, explicou Sanca, acrescentando que o número de alunos e escolas está a aumentar. Revelou que para o presente ano letivo inscreveram-se 6.946 alunos de 1ª a 12ª classe. Destacou a participação feminina que em sua opinião estão a subir de uma forma proporcional.
Manuel Sanca destacou a ajuda que a educação setorial recebe da parte de alguns parceiros do desenvolvimento que atuam naquele setor.
Apelou aos alunos a assimilarem no máximo os ensinamentos dos professores, porque o tempo urge e é dinheiro.
NOTÍCIA DC: AVISO SÉRIO DA ONU
Este é o draft do Relatório sobre a situação política na Guiné-Bissau, que vai ser apresentado na reunião do Conselho de Segurança sobre o nosso País.
Fala da renovação do mandato do UNIOGBIS na Guiné-Bissau, este mês, assim como da apresentação ao Conselho de Segurança pelo Representante Especial do SG das NU, Miguel Trovoada, sobre o novo relatório trimestral da situação global do País.
O Conselho pode renovar o mandato do UNIOGBIS, continuando a priorizar o seu papel de bons ofícios, o apoio ao diálogo e reconciliação nacional e a coordenação da assistência internacional.
A resolução poderia expressar profunda preocupação com a deterioração da situação política e lembrar que a Guiné-Bissau corre o risco de perder os fundos prometidos na conferência dos doadores março 2015 em Bruxelas, se os líderes políticos não conseguem restaurar um governo comprometido com o Plano Estratégico e Operacional 2015-2020.
INCONCLUSIVA A REUNIÃO ENTRE PR, POLÍTICOS E DIPLOMATAS
Ficou inconclusiva a reunião entre Presidente da Republica José Mário Vaz, representantes do PAIGC, PRS, Presidente da ANP, 15 deputados do PAIGC expulsos do partido, CEDEAO, União Africana (UA), CPLP e alguns representantes das instituições parceiras da Guiné-Bissau.
A reunião entre políticos e diplomatas durou mais de quatro horas de tempo no Palácio da República sob forte medidas de segurança.
Ainda na reunião esteve o Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos e os conselheiros do Presidente da República como se vê nas imagens.
Na sua intervenção DSP, afirmou que “Presidente da Republica tem todo o direito de gostar mais de 15 deputados expulsos de que nós. Mas, não tem o direito de interferir nos órgãos de soberania, usurpando as competências destes.” Conclui DSP
Apesar da reunião tudo continua na estaca zero ou seja como estava antes. Por quanto, de nada adiantou o encontro e a perca de quatro horas de tempo não abrandou a tensão prevalecente.
NOTA DE AGRADECIMENTO
No passado dia 11 de Janeiro a Federação das Associações Guineenses em Portugal (FAGP) completou um ano de existência.
A data foi comemorada com alguns eventos, a saber:
1. Debate temático na Universidade Lusófona de Lisboa, dia 16 de Janeiro.
O papel do associativismo na integração do migrante na sociedade
portuguesa;
O papel da diáspora no desenvolvimento da Guiné-Bissau;
2. Lançamento do livro: “ Os Media na Guiné-Bissau “, da autoria do escritor e jornalista
Guineense Tony Tcheka, dia 20 de Janeiro, na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, evento que coincidiu com a data do assassinato do fundador da nação guineense, Amílcar Cabral bem como a data dos combatentes de Liberdade da Pátria (23 de Janeiro). Ambas efemérides foram igualmente assinaladas com o mérito e distinção que se impunha.
Os nossos agradecimentos a todos que, contribuíram para o sucesso dos eventos, nomeadamente as associações, individualidades anónimas, coletividades e câmaras que nos honraram com a sua presença e participação.
Um agradecimento especial para:
Os palestrantes nos diversos eventos, pelo empenho, dedicação e qualidade de intervenção;
A Universidade Lusófona e a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa pela
cedência do espaço;
Associação dos Estudantes Guineenses em Lisboa pelo importante papel na concretização dos eventos;
A Embaixada da Guiné-Bissau pelo empenho incansável na preparação, divulgação e patrocínio/Apoio financeiro dos eventos;
Estrada Principal, Nº 99, Chão da Parada, Tornada - Caldas da Rainha - PORTUGAL * Tel. (+351) 919932462 * E-mail: wasnate@sapo.pt
*A todos o nosso MUITO OBRIGADO e desejo de um novo encontro para continuarmos a festejar mais aniversários e outros eventos.
Um bem haja
Lisboa, 30 de Janeiro de 2016
GUINÉ-BISSAU: PRS PEDE PACTO DE REGIME
Um Pacto de regime. É esta a única saída apontada pelo Partido da Renovação Social (PRS), líder da oposição na Guiné-Bissau, para a crise política que assola o país.
A posição foi tornada publica esta segunda-feira por Florentino Pereira, secretário-geral do PRS, numa conferencia de imprensa, assistida também pelos 15 deputados do PAIGC substituídos da sua bancada parlamentar, um acto que para o PRS é ilegal.
O encontro com os jornalistas, numa unidade hoteleira de Bissau, foi ainda assistido por representantes de vários partidos extra parlamentares e foi ocasião para o secretário-geral do PRS tecer duras criticas à actuação do PAIGC e da direcção do Parlamento.
Diz o PRS que a sessão parlamentar do passado dia 28 de Janeiro, onde o programa de Governo foi aprovado, é inexistente do ponto de vista da legalidade.
O PRS pediu ao Presidente José Mário Vaz para actuar em conformidade e demitir o Governo por não ter apresentado o seu programa de acção no tempo previsto por lei.
Apenas um Pacto de Regime, fundado num amplo processo de reconciliação nacional, poderá devolver a estabilidade ao país, diz o PRS.
Rfi\\conosaba/MO
PAIGC RECOMENDA "VIGILÂNCIA" A MILITANTES APÓS ASSALTO AO SEU PORTA-VOZ
O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) apelou ontem aos militantes para que reforcem a vigilância, depois de um assalto violento à casa do porta-voz daquela força política, no poder, na noite de domingo.
"O PAIGC exorta os seus militantes a reforçarem a vigilância e determinação para lutar e vencer também nesta frente", numa alusão à segurança pessoal, a par da intervenção política, anunciou o partido em comunicado.
"Este ato surge na sequência de uma série de ameaças que têm sido proferidas contra vários dirigentes do partido", acrescenta-se.
Segundo o PAIGC, trata-se de "uma tentativa de semear o medo e a perseguição dos dirigentes" ligada à "decisão de expulsão do partido de militantes infractores dos estatutos".
No mesmo documento, pede-se às autoridades um inquérito ao incidente da última noite.
O caso foi protagonizado por um grupo de homens supostamente armados, que assaltou a casa de João Bernardo Vieira, porta-voz do PAIGC e secretário de Estado dos Transportes e Comunicações, disse à Lusa fonte da Polícia de Ordem Pública (POP).
Vieira não estava em casa quando os assaltantes chegaram e agrediram alguns dos guardas privados, no exterior da habitação.
Já no interior, fecharam familiares do governante numa das divisões e roubaram um cofre, acrescentou a mesma fonte policial.
Um comunicado da Secretaria de Estado dos Transportes e Comunicações acrescenta que o cofre continha apenas documentos e que os assaltantes perguntaram várias vezes por João Bernardo Vieira.
O incidente fez com que a ECOMIB, força policial e militar estacionada na Guiné-Bissau, tenha reforçado hoje a segurança aos membros do Governo.
O contingente multinacional "está a agir no seguimento do seu mandato" de protecção dos órgãos de soberania e seus representantes, referiu fonte da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que lidera a força.
«DEPOIS DA CASA ROUBADA, TRANCAS À PORTA.» SEGURANÇA DE MEMBROS DO GOVERNO DA GUINÉ-BISSAU REFORÇADA APÓS ASSALTO VIOLENTO
A ECOMIB, força policial e militar estacionada na Guiné-Bissau, reforçou a segurança aos membros do Governo do país, na sequência de um assalto violento a casa de um governante, na capital, disse à Lusa fonte próxima daquela estrutura.
O contingente multinacional "está a agir no seguimento do seu mandato" de protecção dos órgãos de soberania e seus representantes, referiu fonte da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que lidera a força.
O reforço de segurança aconteceu na sequência um incidente verificado na última noite, no Bairro de Enterramento, periferia de Bissau, acrescentou.
Um grupo de homens, que diziam estar armados, assaltou no domingo, pelas 21:00, a casa do secretário de Estado dos Transportes e Comunicações, João Bernardo Vieira, também porta-voz do PAIGC, disse à Lusa fonte da Polícia de Ordem Pública (POP).
Vieira não estava em casa quando os assaltantes chegaram e agrediram alguns dos guardas privados, no exterior da habitação.
Já no interior, fecharam familiares do governante numa das divisões e roubaram um cofre, acrescentou a mesma fonte policial.
Um comunicado da secretária de Estado dos Transportes e Comunicações acrescenta que o cofre continha apenas documentos e que os assaltantes perguntaram várias vezes pelo secretário de Estado e porta-voz do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
De acordo com o mesmo comunicado, o grupo era composto por "15 homens armados" que se faziam transportar em três viaturas.
O caso está a ser investigado pela POP e pela Polícia Judiciária da Guiné-Bissau.
Lusa/Conosaba/MO
EX-PRESIDENTE SERIFO NHAMADJO FALA DA CRISE VIGENTE NO PAIGC E AFIRMA: "EU NÃO FARIA PARTE DO PROBLEMA, MAS SIM DA SOLUÇÃO"
O ex-Presidente da República de Transição, Manuel Serifo Nhamadjo, culpa os veteranos do PAIGC pela crise profunda do partido libertador cujos militantes e dirigentes estão em rota de colisão. Em entrevista exclusiva à Rádio Makaré-FM, difundida ontem segunda-feira, o ex-Chefe de Estado afirmou que“não se pode resolver um problema intensificando-o.”
“Se fossemos nós a gerir esse conflito, garanto que não se chegaria ao extremismo que se verifica. Tenho plena certeza disso porque a resolução de qualquer problema está em duas partes. Se alguém quisesse criar problema far-lhe-ia ver que não estava interessado nisso; far-lhe-ia ver que tinhamos que procurar soluções. Eu não faria parte do problema, mas, faria tudo para ser parte da solução do problema”, garantiu Nhamadjo.
No entender do ex-Presidente da República de Transição, “enquanto não houver parte que ceda, demonstrando humildade, não iremos a lado nenhum. Duas pessoas quando se digladiam, não se pode meter ao meio pois aumenta a crise, faz crescer ódios e as perspetivas de vingança tornam-se cada vez maiores”.
Sobre as contradições internas no PAIGC, que resultaram na expulsão de 15 dirigentes e a consequente perda de mandatos na ANP, como deputados, o ex-chefe de Estado garante que em nenhum momento se pode sancionar um deputado por emitir a sua opinião.
“Ora, se isso foi tão baralhado ao ponto de se dizer que pode-se tirar-lhe o mandato para expulsa-lo, bem, as interpretações, como se diz, “cada um, leva à sua razão”. Mas, quem pode dirimir esse conflito são os próprios atores que estão em conflito porque, eles, sendo da mesma casa política, tratando-se, suponho eu, de gente que tem os mesmos objetivos para o país deviam ver a melhor saída negociada ao invés de chegar ao extremismo, isto é, até ao ponto de tentarem expulsar-se uns aos outros”, explica Nhamadjo.
Na opinião do ex-chefe de Estado, as partes “chegaram nesta fase, a meu ver, por falta de capacidade de negociação, falta de capacidade de diálogo, falta de paciência e, talvez, falta de humildade”.
“As pessoas não podem pretender continuar, como se fazia no passado em que bastava ser de opinião contrária para ser apontado como inimigo”, disse.
Para El Hadj Serifo Nhamadjo, os principais responsáveis pela crise no PAIGC são os veteranos que deviam servir de “reserva moral” aos mais novos. Mas que, infelizmente, não souberam jogar o seu papel de “apaziguadores”.
“Eu culpo, em grande medida, dois grupos: os mais velhos e os históricos, que deviam segurar a máquina do Partido não para serem executores mas, para serem núcleo de reserva moral que devia estar no Partido. Quando nós, os mais jovens, estivéssemos errados, que nos mostrassem que o caminho adotado não era o melhor, que nos dissessem “erramos nessa via, não errem na mesma via”. Manter-se como reserva moral de aconselhamento para ajudar os jovens que têm cada vez maior ambição de fazer mais e melhor para dar continuidade à brilhante luta do PAIGC para se poder trabalhar como deve ser. Mas, infelizmente, quando há um pequeno problema os históricos dividem-se e, por arrasto, levam os jovens”, afirmou o ex-Presidente da República.
Recorde-se que Manuel Serifo Nhamadjo foi deputado, presidente da ANP, e, mais recentemente Presidente da República durante o período de transição política que se seguiu ao golpe de estado de 2012. Depois das eleições de 2014, foi felicitado pela forma como conduziu o processo de transição no país.
É considerado em muito meios como um potencial candidato a liderança do PAIGC e também, um potencial presidencial nas próximas eleições.
gaznot.com/Conosaba/MO
«ESTAMOS PERANTE UMA AUSÊNCIA DE UM LÍDER» MOVIMENTO DE APOIO A CARLOS GOMES JÚNIOR APELA AO REGRESSO DO ANTIGO PRIMEIRO-MINISTRO
Bissau - Um grupo de cidadãos guineenses reunidos no Movimento de Apoio ao Regresso de Carlos Gomes Júnior, apelou na passada sexta-feira, 29 de janeiro o regresso do antigo Primeiro-ministro deposto durante o Golpe de Estado em Abril de 2012.
Em conferência de imprensa, Saído Seidi porta-voz do movimento, explicou que os guineenses estão mergulhados numa profunda “tristeza” devido à persistente crise política no país. “Pela forma como o nosso país está a ser dirigido, isto demonstra que estamos perante uma ausência de um líder capaz de unir os guineenses”, considerou Seidi.
Na mesma ocasião o porta-voz apelou às forças vivas do país o respeito pelos princípios e funcionamento de interdependência dos órgãos de soberania em nome da unidade nacional, e pediu garantias de segurança que permitam o regresso de Carlos Gomes Júnior.
Saído Seidi afirma também ter recolhido mais mil assinaturas num documento que reclama o regresso do antigo chefe do Governo da Guiné-Bissau. O Movimento de Apoio ao Regresso de Carlos Gomes Júnior manifestou o mesmo pedido junto de organismos internacionais com sede em Bissau, tais como a CPLP, ONU, União Africana, União Europeia e a CEDEAO
(c) PNN Portuguese News Network\\Conosaba/MO
«RECADOS» PRS QUER PM DE CABO VERDE AFASTADO DOS ASSUNTOS POLÍTICOS GUINEENSES
O Partido da Renovação Social (PRS), que lidera a oposição da Guiné-Bissau, apelou ontem ao primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, "para que prescinda de interferir nos assuntos"guineenses.
O pedido do PRS foi feito por Florentino Pereira, secretário-geral do partido, numa conferência de imprensa promovida para comentar os últimos desenvolvimentos da política guineense, nomeadamente a crise no Parlamento.
Sem especificar qual a situação de alegada ingerência do primeiro-ministro de Cabo Verde, o secretário-geral do PRS pediu a José Maria Neves para que se preocupe com os problemas do seu país, ao invés de opinar sobre a crise guineense.
"Relativamente ao primeiro-ministro de Cabo Verde voltamos a apelar no sentido de prescindir, de abdicar [de comentar] os assuntos internos da Guiné-Bissau, sobretudo quando se trata de um conflito", afirmou Florentino Pereira.
O político guineense pede respeito aos dirigentes cabo-verdianos em relação à Guiné-Bissau, que disse ser um Estado soberano.
"Eu nunca ouvi um primeiro-ministro da Guiné-Bissau a falar das crises em Cabo Verde. É preciso respeitar a soberania. Somos parceiros, somos amigos, mas antes de mais, devemos respeitar a Guiné-Bissau enquanto Estado soberano", defendeu Florentino Pereira.
O secretário-geral do PRS também pediu aos representantes da comunidade internacional baseados em Bissau que adoptem posições isentas no tratamento aos titulares de órgãos de soberania guineense - sem no entanto apontar factos.
De acordo com o secretário-geral do PRS, o Governo do primeiro-ministro, Carlos Correia "já não existe" e, disse, "devia ser demitido" pelo chefe de Estado, José Mário Vaz, sob alegação de caducidade, ou seja, por não se ter apresentado ao Parlamento.
O secretário-geral do PRS aponta um pacto de regime como "única saída" para a crise política que assola a Guiné-Bissau.
O pacto, diz Florentino Pereira, seria assinado por todos os actores políticos guineenses.
Lusa/Conosaba/MO
Terroristas iludem forças de segurança no país
Dois terroristas internacionais de nacionalidade mauritana pertencentes à rede “Al-Queada do Magrebe Islâmico – AQMI”, Saleck Ould Cheikh e Mohamedel Shamba Boudji, entraram no país no dia 8 de Janeiro, vindos do Senegal, tendo passado pelo posto fronteiriço do sector de Pirada (Região de Gabú). Um dos terroristas, Cheikh Saleck, como é conhecido no seu círculo, é considerado pelas autoridades policiais nacionais como um dos terroristas mais perigosos e altamente treinados daquele grupo. Beneficiaram da cumplicidade de outros dois jovens guineenses, também suspeitos de pertencerem à mesma rede terrorista.
Saleck Ould Cheikh foi condenado à morte na Mauritânia, em 2011, por atos terroristas, depois de liderar uma operação da AQMI para tentar matar o Chefe do Estado de Mauritânia, Mohamed Ould Abdel Aziz, com um carro-bomba. Saleck escapou-se de uma prisão central de Nouakchott (Mauritânia) a 31 de Dezembro último, depois passou por Dakar (Senegal), onde efectuou uma ligação por telefone para um cidadão guineense, residente em Bissau, pedindo o refúgio.
O cidadão guineense que apoiou a entrada dos terroristas no país já foi identificado e encontra-se sob a alçada das forças policiais. Ainda de acordo com as informações apuradas, o jovem guineense, de 25 anos de idade, que facilitou a entrada de terroristas ao país, converteu-se ao islamismo em 2010 e exercia as actividades de islamização tanto a nível do país, como em alguns países da sub-região.
“O Democrata” soube, no entanto, junto de uma fonte dos serviços de segurança, que o jovem guineense terá sido mobilizado no estrangeiro, durante as suas actividades de islamização, para aderir à organização terrorista “Al-Queada do Magrebe Islâmico” bem como coordenar a célula de Bissau.
O TERRORISTA CHEIKH SALECK FEZ DEZ DIAS NO BAIRRO DE LEI-BALA NA CIDADE DE GABÚ
Após entrarem no país, os dois terroristas foram residir em casa do familiar de um dos jovens, que igualmente faz parte da célula do grupo terrorista, que lhes facilitou a entrada no país, no Bairro de Lei-Bala, na cidade de Gabú, leste da Guiné-Bissau.
Os terroristas internacionais procurados pelos radares policiais e agências internacionais de combate ao terrorismo ficaram dez dias no referido bairro, de acordo com informações apuradas pelo nosso semanário. Os terroristas residiam naquele bairro da cidade de Gabú a espera de orientações de elementos da célula de Bissau para depois prosseguirem para a capital, onde ficariam escondidos.
O nosso semanário soube ainda que o terrorista Mohamedel Shamba Boudji viajou da cidade de Gabú à Bissau no dia 11 de Janeiro, a fim de proceder ao levantamento, num dos bancos comerciais da capital, de uma soma estimada em 217 dólares norte-americanos, enviada da África do Sul. No entanto, as autoridades policiais desconfiam que o dinheiro levantado pelo terrorista é muito superior a quantia avançada, pelo que continuam a investigar o seu rasto. Amed Boudji, como é conhecido no seu círculo, depois de levantar o dinheiro, voltou para a cidade de Gabú.
CHEIK SALECK E AMED BOUDJI PASSARAM UM DIA INTEIRO NO BAIRRO QUATRO NA CIDADE DE BAFATÁ
Os terroristas saíram de Gabú, a 18 de Janeiro, chegaram à cidade de Bafatá na manhã do mesmo dia e foram residir no Bairro 4 por um dia apenas. Só no fim da tarde do mesmo dia é que se aperceberam que as forças de segurança mobilizaram-se para detê-los. Desconfiados e depois de tomarem conhecimento de que estavam a ser caçados pelas forças de Segurança, começaram de imediato a preparar-se para deixar a cidade de Bafatá.
A Polícia Judiciária (PJ) conjuntamente com os elementos do Serviço de Informação do Estado (SIE), depois de terem conhecimento do local e da casa onde se encontravam os terroristas escondidos, através de cruzamento de informações, desencadearam uma operação de captura denominada “Operação Finete” e tomaram de cerco a cidade de Bafatá, no fim da tarde do mesmo.
Os terroristas entraram em contacto via telefone com um dos seus comparsas guineense para se informarem da sua entrada em Bissau. Mas durante a troca de conversas, aperceberam-se de que os seus colegas se encontravam nas mãos da polícia e começaram a preparar a fuga e a saída do país, tendo abandonado a cidade de Bafatá ainda na noite do mesmo dia.
TERRORISTAS DA AL-QUEADA DO MAGREBE PASSARAM A NOITE NAS TABANCAS, DURANTE A FUGA
Saíram da cidade de Bafatá e passaram pelo sector de Bambadinca, depois seguiram para o sector de Xitole e continuaram para a zona da aldeia de Saltinho (sector de Quebo – Região de Tombali), no sul da Guiné-Bissau.
Uma fonte policial contou a ”O Democrata” que os terroristas teriam passado à noite numa das aldeias entre o corredor do sector de Bambadinca (Região de Bafatá) e a aldeia do Saltinho (sector de Quebo). Saíram de Saltinho e seguiram para a aldeia de Cuntabani (uma vila que faz parte do sector de Quebo), onde alugaram duas motorizadas para transportá-los para a Região de Boke (Guinée-Conacri).
A nossa fonte contou que depois de terem a informação da saída e do itinenário da fuga dos terroristas, trocaram informações com as forças de segurança daquele país vizinho (Guinée-Conacri). A fonte adianta ainda que os elementos da força de Gendarmerie (força policial militarizada) foram alertados que os referidos terroristas eram muito perigosos, mas subestimaram os mesmos.
A força de segurança da região de Boke mobilizou três elementos para interceptá-los na fronteira. Durante a tentativa para detê-los, Cheikh Saleck pegou numa pistola e atirou três vezes contra o elemento que chefiava o grupo de segurança da força de Gendarmerie.
Saleck foi neutralizado graças à colaboração dos populares e juntamente com os dois elementos de segurança que, de armas de fogo em riste, ameaçou matá-los. Foi assim que a força de segurança daquele país vizinho conseguiu deter os quatro elementos, sendo dois jovens guineenses, no dia 19 de Janeiro, tendo sido conduzidos para a prisão de alta segurança de Conacri.
O terrorista Saleck Ould Cheikh que tinha sido condenado à morte foi extraditado no mesmo dia para Mauritânia, juntamente com o seu companheiro de filiação Mohamedel Shamba Boudji. Enquanto os dois jovens guineenses (Guiné Bissau) continuam detidos em Conacri sob interrogatório. Um grupo de elementos da PJ e do SIE encontra-se em Conacri, a aguardar a extradição dos memos.
De referir que o terrorista Saleck Ould Cheikh é considerado o cérebro do ataque terrorista que matou quatro turistas franceses na Mauritânia, em 2007. Na altura, Saleck encontrava-se na capital senegalesa (Dakar) e teria sido a partir dali que preparou o ataque que igualmente envolveu dois outros terroristas de nacionalidade mauritana, designadamente Mohamed Chabarnou e Sidi Ould Sidna.
Os dois últimos fugiram para Bissau em 2007, onde acabaram por ser detidos e posteriormente extraditados para a Mauritânia. No entanto, uma fonte policial confidenciou a “O Democrata” que o terrorista Saleck Ould Cheikh chegou a fixar residência em Bissau por algum tempo, data que não precisou.
Segundo a mesma fonte, enquanto residia em Bissau, Saleck Ould Cheikh praticou disfarçadamente a actividade comercial, facto que o permite expressar-se fluentemente em língua crioula.
O AQMI, é um grupo que existira antes do Grupo Salafista para Pregação e Combate (GSPC) é uma organização terrorista internacional de origem argelina, criada em 1997. A rede pertence a um grupo étnico de Sunitas e defensores da Jihad (guerra santa) em todos os países do Norte da África, contra os interesses ocidentais.O grupo terrorista nasceu de uma cisão do Grupo Islâmico Armado dirigido por Hassan Hattab e pelo mufti Ahmed Zarabib. Tem laços com a rede Al-Queada desde 2002, a quem se vinculou definitivamente em 2006.
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