Por ocasião do Dia Mundial da Saúde, que se assinala esta terça-feira, 7
de Abril, o Comissário Andriukaitis, responsável pela Saúde e Segurança
Alimentar, afirmou que «este ano, o Dia Mundial da Saúde é dedicado à
Segurança Alimentar, um tema que nos relembra que damos, na Europa,
demasiadas vezes como adquirido o facto de a comida nos nossos pratos
ser segura.
A Europa pode orgulhar-se de que os seus 500 milhões de consumidores
beneficiam dos mais elevados padrões de segurança alimentar a nível
mundial, e que muitos outros países os consideram como a norma a seguir.
No entanto, com a globalização do comércio de géneros alimentícios, é
agora mais importante do que nunca manter as normas de higiene e
segurança dos alimentos, proporcionando ao mesmo tempo o acesso de
países terceiros ao nosso mercado». O Dia mundial da Saúde assinala-se
hoje para marcar a fundação da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Todos os anos, a OMS selecciona um elemento importante para a saúde e
encoraja os indivíduos de todas as idades e proveniências a realizar
eventos que destaquem a importância do elemento escolhido para uma boa
saúde e bem-estar.
Lavar bem as
mãos, separar alimentos crus de alimentos cozidos e mantê-los em
temperaturas adequadas são medidas que podem salvar vidas. Só em 2010,
houve 582 milhões de casos de doenças provocadas pelo consumo de comida
contaminada. Ao todo, foram 351 mil mortes, segundo dados preliminares
de um levantamento feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS),
divulgados na semana passada.
Existem
mais de 200 doenças que podem ter origem no consumo de alimentos
contaminados, desde diarreia até câncer. Elas podem ser provocadas por
micro-organismos presentes nas comidas como bactérias, vírus e
parasitas, ou por substâncias químicas prejudiciais.
Este
ano, a OMS escolheu a segurança alimentar como o tema do Dia Mundial da
Saúde, celebrado nesta terça-feira (7). Segundo o órgão, enquanto a
responsabilidade pela segurança alimentar recai principalmente sobre os
produtores de comida e sobre os governos, que têm o papel de
regulamentar a área, há medidas simples que podem ser adoptadas em casa
para prevenir contaminações.
Veja cinco passos para garantir uma segurança maior dos alimentos em casa:
Manter a limpeza
Lavar
bem as mãos antes de cozinhar é essencial. Além disso, para garantir a
limpeza dos vegetais, como verduras, frutas e legumes, é preciso
lavá-los para retirar as sujeiras e deixá-los de molho por 30 minutos em
uma solução com hipoclorito de sódio.
“Muita
gente acha que o vinagre faz a desinfecção e isso é um erro. O vinagre
só ajuda as partículas maiores a sedimentarem na água, mas não mata os
micro-organismos mais nocivos à saúde”, diz Nídia Pucci, nutricionista
do Hospital 9 de Julho.
Não misturar alimentos crus e cozidos
Carnes
cruas ou vegetais crus ainda não lavados não devem ser misturados com
alimentos cozidos, prontos para consumo. De acordo com Nídia, todo
alimento tem bactérias, mas enquanto os cozidos têm uma quantidade de
bactérias não patogénicas, os crus podem ter bactérias que provocam
doenças.
A
nutricionista explica que recorrer aos mesmos utensílios para preparar
carnes cruas e outros alimentos pode gerar uma contaminação cruzada. “As
bactérias que são do frango cru, por exemplo, podem passar para uma
verdura. Por isso deve-se preparar um de cada vez e lavar a tábua e a
faca antes de preparar o próximo alimento.”
Outra
dica é evitar a tábua de madeira, já que ela torna mais difícil a
limpeza e eliminação de possíveis bactérias. A tábua de acrílico é uma
opção mais segura.
Cozinhar bem para matar micro-organismos
O
cozimento em temperaturas acima de 100ºC é capaz de matar bactérias
patogénicas. Para evitar contaminações, o ideal é evitar o consumo de
carnes cruas ou mal passadas ou ovos com gema mole. Nídia lembra que a
recomendação vale especialmente para gestantes e idosos, mais
vulneráveis a esse tipo de infecção.
De
acordo com a OMS, os microorganismos presentes em comidas que mais
provocaram mortes em 2010 foram as bactérias Salmonella typhi, que levou
a 52 mil mortes e a E. coli, responsável por 37 mil mortes, além do
norovírus, causador de 35 mil mortes.
Manter temperaturas seguras
Para
prevenir o crescimento de micro-organismos, é importante observar a
temperatura de armazenamento dos alimentos. O ideal é mantê-los em uma
temperatura menor do que 5ºC ou maior do que 60ºC. A nutricionista
observa que é importante ficar atento à regulação da geladeira em casa:
no verão, ela deve ser ajustada para trabalhar com uma potência maior.
Usar água e alimentos crus seguros
Na
hora de comprar os produtos, é preciso ter cuidados especiais, segundo
Nídia. No caso de carnes, frios e lacticínios, o consumidor deve observar
a temperatura da geladeira do mercado. No caso de alimentos congelados,
a presença de pedras de gelo soltas dentro da embalagem pode indicar
que o alimento descongelou e voltou a ser congelado, o que não é seguro.
“Carnes
com coloração marrom ou acinzentada e frios com coloração esbranquiçada
podem indicar que, mesmo estando dentro de prazo de validade, o
resfriamento pode não ter sido adequado”, diz a especialista.