CARTA ABERTA AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, JOSÉ MÁRIO VAZ



Excelentíssimo Senhor Presidente,

Venho por este meio implorar Vossa Excelência a não nomear o governo antes da Cimeira da CEDEAO em Abuja, no dia 17 de Dezembro. Sou uma cidadã inconformada com o arrastamento desta crise política que está a afectar a vida de todos os Guineenses, principalmente dos mais pobres.

O último governo que Vossa Excelência derrubou não conseguiu fazer passar seu programa no Parlamento. O bloqueio no Parlamento persiste e nada faz acreditar que este governo que V. Exa quer nomear irá conseguir desbloqueá-lo. Sabemos que o Primeiro-Ministro lhe assegurou que será capaz de fazê-lo, mas não acredite nisso, Senhor Presidente.

Este Primeiro-Ministro não tem historial de bom relacionamento com a verdade. Basta ver o currículo pomposo que apresentou aos Guineenses. Se o Senhor Presidente mandar escrutinar, saberá que esse currículo não corresponde minimamente à verdade.

Senhor Presidente,

Uma boa parte dos Guineenses está preocupada com a nomeação deste Primeiro-Ministro. Sabe-se que os serviços de informação do Estado Francês transmitiram a Vossa Excelência elementos preocupantes sobre supostos envolvimentos desse senhor com algumas redes obscuras. Os Ocidentais estão muito preocupados com isto e com as eventuais repercussões que poderá ter na segurança do país e da sub-região.

Senhor Presidente,

Foi o Senhor quem deu anuência à mediação da CEDEAO. O Senhor foi a Conacri levar três nomes, para que um deles fosse escolhido como Primeiro-ministro. Se o mediador pretende apresentar o relatório da mediação aos seus pares em Abuja, porque o Senhor não aguarda por uma clarificação final? Seria de bom-tom e expressão de respeito pelo Mediador e pela CEDEAO.

Não se esqueça, Senhor Presidente, que a Guiné-Bissau é membro da CEDEAO e que esta organização recebeu o mandato das Nações Unidas e da União Africana para ajudar a resolver a crise política na Guiné-Bissau. Além disso, tem uma força militar no país, a ECOMIB, que tem contribuído para a protecção das instituições políticas.

Senhor Presidente,

Nos termos da Constituição da Guiné-Bissau, o Senhor é o garante da paz, da estabilidade política e da unidade nacional. É dever do Senhor trabalhar para a concretização destes valores importantes. O Senhor deve esforçar-se para assegurar a inclusão das partes e não escolher a via da exclusão.

A nomeação deste governo significa a continuação da política de exclusão que, infelizmente, o Senhor tem favorecido, contra a vontade dos Guineenses e contra a vontade da CEDEAO e de toda a comunidade internacional. O Acordo de Conacri é um quadro apropriado para assegurar a inclusão e evitar que esta crise continue a arrastar.

Senhor Presidente,

Os Guineenses estão cansados. Desde há algum tempo que as suas condições de vida estão a deteriorar. Os salários já não são pagos a tempo, o fornecimento de luz e água piorou consideravelmente, o poder de compra das famílias diminuiu, o ano lectivo está praticamente comprometido e a corrupção é visível em praticamente todas as instituições públicas.

Só o Senhor pode nos salvar desta situação ponderando sabiamente uma decisão serena que assegure a sustentabilidade governativa. A via da exclusão para a qual alguns grupos estão a arrastar o Senhor só contribuirá para a continuação da crise e a deterioração das condições de vida dos Guineenses.

Senhor Presidente,

Termino aqui fazendo votos para que Deus ilumine o Senhor e lhe dê a sabedoria necessária para tomar a melhor decisão, ao serviço exclusivo dos supremos interesses da Nação Guineense.

Com os meus respeitosos cumprimentos.


Leitora Identificada/MO

ESPIONAGEM: Guiné-Bissau na linha




Segundo documentos, relativos a 2009-2010, da National Security Agency (NSA, EUA) relativos às suas atividades em África e às da sua congénere britânica Government Communications Headquarters (GCHQ) divulgados pelo jornal Le Monde.

Na Guiné-Bissau:

Interceção de comunicações incidiu na diplomacia, com escutas ao ministro dos Negócios Estrangeiros e/ou conselheiros diplomáticos, embaixadas de outros países e personalidades ligadas a organizações internacionais como a ONU e a União Africana, para além de instituições europeias, incluindo ex-comissário Joaquin Almunia.

FONTE: ÁfricaMonitor. Assine a Africa Monitor Intelligence > AQUI

FALTA DE GOVERNO NA GUINÉ-BISSAU AUMENTA POBREZA E CORRUPÇÃO - - LIGA DOS DIREITOS HUMANOS



A falta de governo na Guiné-Bissau tem contribuído para o aumento da pobreza e da corrupção no aparelho do Estado, alertou hoje o presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Augusto da Silva.

O Presidente guineense, José Mário Vaz, nomeou o general na reserva Umaro Sissoco Embaló como primeiro-ministro a 18 de novembro, mas este ainda não formou um governo.

Augusto da Silva afirmou hoje que a crise política que assola a Guiné-Bissau tem levado a que o país deixe de contar com políticas públicas devido a "ausência de um governo legítimo" para as elaborar.

Para o presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, "a culpa é do Presidente da República" que, disse, não consegue convencer os partidos políticos a aderirem o executivo de Sissoco Embaló.

Augusto da Silva diz que "há mais de um ano que não tem havido políticas públicas", um vez que desde agosto de 2015 o país deixou de contar com um governo com legitimidade para apresentar ao Parlamento um orçamento e o plano de ação.

Aquele responsável disse também que o facto tem levado à deterioração do respeito pelos direitos humanos, a um aumento de pobreza e a tem feito com que a corrupção acelere na administração pública por falta de controlo.

Lusa/Conosaba/MO

GUINÉ-BISSAU ESTÁ DE "BOA SAÚDE FINANCEIRA"-- BANCO CENTRAL



O diretor nacional do Banco Central de Estados da Africa Ocidental (BCEAO) para a Guiné-Bissau, João Fadiá, defendeu hoje que a saúde financeira do país "é boa" com as reservas cambiais a permitirem pagar as exportações durante 14 meses.
 
O responsável do BCEAO deu estas indicações numa conferência de imprensa após a reunião de balanço trimestral do desempenho dos bancos comerciais que operam na Guiné-Bissau cujas ações são supervisionadas pela instituição que dirige.
 
João Fadiá adiantou que o "desempenho foi bom também ao nível da inflação" que acabou por ser situar na ordem de 2,6% quando a meta inicialmente prevista era de 3%.
 
"Financeiramente a situação do país está boa, em termos das finanças públicas é outra coisa", disse o diretor nacional do BCEAO, remetendo para o Governo guineense uma resposta conclusiva.
 
O diretor do banco central guineense explicou que para a boa saúde financeira contribuiu a campanha de comercialização da castanha do caju, principal produto de exportação do país.
 
O país exportou cerca de 200 mil tonadas do caju em 2016.
 
João Fadiá indicou que perante os dados de que o BCEAO dispõe, o país conseguiu atingir todas as metas em termos da política monetária o que deixa antever boas perspetivas para 2017.
 
Uma boa campanha agrícola associada à retoma da assistência do Fundo Monetário Internacional (FMI) irão ajudar a Guiné-Bissau a conhecer melhor desempenho, precisou ainda João Fadiá.

MB // SMA

“ESTADO É MAIOR DEVEDOR DE APGB COM MAIS DE CINCO BILHÕES DE FRANCOS CFA

  Não dá para acreditar mas leia a notícia para tirar ilações. “Estado guineense é maior devedor de APGB, com mais de cinco bilhões de fr...