“Nô Baluriza No Mindjeris, Pabia Mindjeris i Símbolo de Paz Ku Unidade” e “Titina, UDEMU Cana Faci Bôs Mpina Cabeça Nô Ista Firme I Determinadas” são lemas escolhidos pelo ministério da Mulher, Família e Solidariedade Social e a União Democrática das Mulheres da Guiné-Bissau (IDEMU) para a comemoração de 30 de Janeiro, dia da Mulher Guineense.
De recordar que, mulher combatente heroína, Titina Sillá foi abatida pelas balas do colonialismo Português, a 30 de Janeiro de 1973, no rio de Farim, região de Oio, Norte do país, quando ía a Conacry para participar na cerimónia fúnebre de Amílcar Cabral, morto pelos seus companheiros do PAIGC.
A praça “Titina Silá”, no Jardim do liceu Nacional Kwame Nkrumah em Bissau foi palco das comemorações da efeméride, onde algumas organizações associadas ao UDEMU e Governo também depositaram vários ramos de coroas de flores, em homenagem a valente heroína, Titina Silá, uma das mulheres destacadas nas fileiras do PAIGC, durante a difícil luta armada de libertação nacional contra o jugo da dominação colonial.
Na ocasião, Carlos Alberto de Barros, titular da pasta do ministério da mulher e família social realçou a emancipação da camada feminina, durante o processo da luta para a independência nacional.
Eva Sillá Nandigna, a filha da malograda, pediu a união e dedicação em memória daqueles que deram a vida para a causa nacional.
O antigo presidente da Assembleia Nacional Popular igualmente Inspector Superior de Luta Contra Corrupção Francisco Binante qualifica de quadro negro e jamais visto, as actuações do Chefe do Estado, José Mário Vaz.
Em declarações nesta segunda-feira à imprensa, Francisco Benante falou sobre o actual cenário político, ensombrado pelo agravamento da crise política, associado com ausência de José Mário Vaz na Cimeira da União Africana que decorre em ADDIS ABEBA, ETIOPIA.
Benante exorta ao Ministério Público, mais contenção nas suas actuações para não transformar num cão de caça do Presidente da República, contra Nuno Na Biam, Domingos Simões Pereira e outras figuras políticas.
O Inspector Superior da Luta Contra a Corrupção considera de triste e negra as actuações de José Mário Vaz e desvaloriza sucessivas denúncias de corrupção feitas por este no aparelho de estado da Guiné-Bissau.
“As denuncias do Presidente da Republica Parecem mais odio e perseguição politica com vista a denigrir a imagem do líder do PAIGC, DSP”, disse Benante.
O presidente da União Nacional dos Imames da Guiné-Bissau pede a união e o entendimento entre os guineenses.
Aladje Abubacar Djaló falava no passado dia 29 de Janeiro em Bissau, na mesquita de Cupelum de Baixo, na cerimónia do encerramento da leitura de Alcorão.
“Só com diálogo franco e perdão se pode alcançar um verdadeiro entendimento entre os guineenses”, defendeu o líder religiosa.
O acto juntou fiéis muçulmanos provenientes de diferentes partes do país estiveram ontem na mesquita de Cupelum de Baixo para a leitura de alcorão para pedir a paz e estabilidade na Guiné-Bissau.
Ciclo de Conferências que será realizado entre os dias 7 e 13 de fevereiro do corrente ano nas instalações da «Universidade Jean Piaget» em Bissau. Este ciclo de conferências está previsto nas actividades da «GEBA SUMMIT», que é um fórum de partilha de ideias e de reflexões no quadro da comunidade académica guineense dentro e fora do país.
Na verdade, a sociedade guineense enfrenta múltiplos desafios no combate à pobreza, exclusão social e luta para um desenvolvimento social e económico harmonioso. O fórum «GEBA SUMMIT» surge da constatação da importância do envolvimento da sociedade académica na procura de soluções ponderadas, integradas e participativas para os múltiplos problemas que afligem as diversas comunidades e franjas da sociedade guineense.
Uma das principais lições de finanças, no momento que o mundo vive, é a vantagem dos empreendedores diversificarem os seus investimentos. “Não ponha todos os seus ovos no mesmo cesto” é uma forma de expressar esta regra. A lógica de diversificação é que, ao aplicar os fundos financeiros em vários investimentos, o empreendedor pode continuar a registar um rendimento elevado e, ao mesmo tempo, reduzir o risco.
Na óptica dos bancos, onde se transformam fundos daqueles que pretendem emprestar para os que pretendem receber empréstimo. Ao fazerem isto, criam-se instrumentos financeiros (como depósitos à ordem e depósitos poupança). Mas, do ponto de vista macroeconómico, o instrumento mais importante é a moeda bancária (ou depósito à ordem) proporcionados, em primeiro lugar, pelos bancos comerciais que operam na Guiné-Bissau (BAO, ECOBANK, ORABANK, BDU e Banque Atlantique).
Os particulares ficam, por seu lado, repartidos entre os que investem na base das empresas e os que tentam adivinhar a psicologia do mercado. A abordagem – na base das empresas – sustenta que os activos (bens e direitos) devem ser valorizados com base no seu valor intrínseco. Para as acções comuns, o valor intrínseco é o valor esperado dos dividendos. Suponhamos que uma sociedade como a MINGA, SARL tenha um dividendo constante de (2 FCFA) por ano e uma taxa de juro adequada para actualizar os dividendos de 5%, o valor intrínseco será: 2 francos dividido por 0,05 [5%] = 40 FCFA por cada acção da MINGA, SARL. A abordagem através da empresa é, por conseguinte, a forma lenta, mas segura, de se enriquecer.
Prova disso, é a prática comercial dos “ditos açambarcadores” do mercado guineense com os produtos, essencialmente, alimentares: Mauritanianos, Senegaleses, Guineenses de Conacri, Malianos, etc, na medida em que, eles “aproveitam-se” da falta de iniciativas e cultura de business por parte dos cidadãos guineense, falta de organização do nosso mercado, vulnerabilidade dos nossos consumidores, fraca capacidade de arrecadação de receitas fiscais pelo Estado, fraca capacidade de obtenção de financiamento destinado aos jovens empreendedores guineenses.
Assim sendo, estes ‘açambarcadores’, maioritariamente, estrangeiros estão, há várias décadas, a ‘controlar’, assustadoramente, a nossa economia. A par disto, confrontamo-nos pacientemente com uma ‘onda’ de empresários ‘sazonais’ que, cada vez mais, invadem o mercado sobretudo de caju [intermediários comerciais, exportadores e agentes de outros segmentos da economia] de forma ‘perigosa’, o que, segundo os analistas atentos, vai provocando fugas de capital e promoção de mão-de-obra “menos qualificada e barata” à economia doméstica guineense.
Da parte guineense, a mania psicológica domina o nosso pensamento sobre o mercado, uma vez que julgamo-nos ‘inúteis’ para as tarefas básicas do comércio (compra e venda), ou seja, preferimos ceder nossos espaços: casas, terrenos, energia, conhecimento, matéria-prima às “mãos alheias”, o que vai influenciando as bolhas especulativas ou colapsos. Uma bolha especulativa acontece quando os preços aumentam, porque as pessoas (potenciais empreendedores – neste caso) julgam que os preços irão aumentar no futuro. Entretanto, as almas impacientes – os empreendedores – podem inspirar-se em Keynes que argumentou que é provável que os investidores se preocupem com o comportamento do mercado, mas não podem e nem devem esperar, paciente e inocentemente, que as acções provem, por si só, o seu valor intrínseco.
É de reconhecer que o exercício do empreendedorismo na Guiné-Bissau, ainda, deixa muito a desejar por razões que se prendem, sobretudo, com o seguinte factor: “uma pesquisa realizada pelo Banco Mundial mostra que para cerca de 70% das empresas entrevistadas, a falta de acesso a alternativas de financiamento é um dos principais constrangimentos ao desenvolvimento privado local. Não obstante, o país ter um forte potencial de desenvolvimento de produtos financeiros apoiados em experiências de sucesso, noutros países em desenvolvimento, tanto para empresas como para a população em geral. Nesta nova paisagem, o conhecimento será definido como conhecimento para o mercado.
O próprio mercado será re-imaginado como o mecanismo principal para a validação da verdade. Como os mercados estão se transformando, cada vez mais, em estruturas e tecnologias algorítmicas, o único conhecimento útil será algorítmico. Em vez de pessoas com corpo, história e carne, inferências estatísticas serão tudo o que conta. As estatísticas e outros dados importantes serão derivados, principalmente, da computação. Como resultado da confusão de conhecimento, tecnologia e mercados, o desprezo se estenderá a qualquer pessoa que não tiver nada para vender.
A União Africana passa a ser presidida pelo chefe de Estado da Guiné Conacri, Alpha Condé enquanto a presidência da Comissão passa para o chefe da diplomacia do Chade Moussa Faki Mahamat.
Estas decisões foram anunciadas logo no primeiro de dois dias da 28a cimeira de chefes de Estado e de governo da União Africana a decorrer até esta terça-feira em Addis Abeba, capital da Etiópia.
Moussa Faki Mahamat vai suceder à sul-africana Nkosazana Dlamini Zuma.
Enquanto isso Alpha Condé substitui, num cargo rotativo de dois anos, na presidência da União o chadiano Idriss Déby.
A cimeira de Addis Abeba readmitiu também Marrocos no bloco, não obstante as dúvidas que se levantavam acerca da presença da República árabe sarauí democrática.
O Secretário-geral das Nações Unidas discursou esta manhã na abertura dos trabalhos. O antigo primeiro-ministro português António Guterres afirmou o apoio incondicional da ONU ao continente africano e reconheceu investir na juventude e também evitar que grupos terroristas façam recrutamentos fáceis. Fonte: RFI
Marrocos foi readmitido esta segunda-feira na União Africana tornando-se assim no quinquagésimo quinto país da organização panafricana. Apesar das reservas de alguns Estados sobre o pedido de adesão de Marrocos, trinta e nove países pronunciaram-se a favor da admissão do país.
É oficial Marrocos foi hoje admitido como quinquagésimo quinto Estado da União Africana.O país que em 1984 que tinha abandonado a organização, como forma de protesto pela facto da União Africana ter reconhecido a República Árabe Sarauí Democrática como Estado membro, volta à família africana trinta e três anos depois.
Apesar das reservas de alguns Estados sobre o pedido de adesão de Marrocos, trinta e nove países pronunciaram-se a favor da admissão do país.
A notícia foi bem recebida pela delegação da Republica Árabe Sarauí que declarou que esta admissão "abre uma nova via às negociações entre as duas partes".
Chade na presidência da Comissão da UA
Este dia fica igualmente marcado pela eleição do chadiano Mussa Faki para a presidência da Comissão Africana, o Gana vai ocupar a vice- presidência da organização panafricana que será presidida no próximo ano pelo chefe de Estado da Guiné Conacri, Alpha Condé.
Mais complicada parece estar a eleição para o Conselho de Paz e Segurança. A falta de consenso entre os candidatos da Argélia e a Nigéria levaram ao adiamento da eleição para amanhã.Fonte: RFI/MO
Oito agentes da Polícia de Ordem Pública da Guiné-Bissau estão detidos nas celas da Policia Judiciaria por suspeita de participação direta no assassínio de um homem que tinha sido detido por furto, disse hoje à Lusa fonte policial.
Os agentes deverão ser ouvidos pelo Ministério Público nos próximos dias, indicou a fonte da Polícia Judiciária (PJ), acrescentando que os mesmos já foram inquiridos num processo interno aberto pelo Ministério do Interior.
O caso foi denunciado na passada sexta-feira pela Liga Guineense dos Direitos Humanos: Sadjo Baldé, guineense de 34 anos, teria sido torturado até à morte na sétima esquadra de Bissau, na noite de 22 de janeiro.
O homem tinha sido detido por furto, após queixa apresentada pela família.
O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos disse hoje à Lusa que espera que "todos os procedimentos legais sejam acionados" ao nível do Ministério Público para que o homicídio seja esclarecido.
Augusto Mário da Silva, presidente da Liga, também espera ver o Ministério do Interior a encetar as diligências administrativas contra os agentes suspeitos.
"É preciso um processo de inquérito interno que possa levar até à expulsão dos culpados", observou o dirigente da Liga, que defende "mão dura do Estado" para desencorajar o que diz ser prática recorrente em certas esquadras do país.
Afirmou ainda que a LGDH "irá até as ultimas consequências" para que os autores do crime sejam identificados e castigados.
"A polícia tem que saber de uma vez por todas que existe para proteger os cidadãos", defendeu Augusto da Silva, satisfeito com o facto de os agentes terem sido levados sob custódia para as celas da PJ.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Chade, Moussa Faki Mahamat, foi eleito como novo presidente da Comissão da União Africana (UA), o cargo executivo mais importante da organização africana.
Moussa Faki Mahamat, que figurava entre os favoritos ao cargo, conseguiu esta segunda-feira (30.01) o lugar depois de sete voltas de votação, tendo como principal adversária a ministra de Negócios Estrangeiros do Quénia, Amina Mohammed.
Na reunião prévia desta instituição, celebrada em julho na capital do Ruanda, Kigali, nenhum dos três concorrentes (entre os quais não figuravam o chadiano e a queniana) conseguiu dois terços dos votos requeridos para conseguir a maioria (36 dos 54 países que integram atualmente a UA).
Moussa Faki Mahamat é um reconhecido diplomata com experiência na resolução de conflitos e na luta contra o terrorismo, tendo estado à frente da pasta dos Negócios Estrangeiros do Chade nos últimos nove anos.
Bloco do Sahel e da África Central
Mahamat representa o bloco dos países do Sahel e da África Central e substitui a atual presidente da UA, a sul-africana Nkosazana Dlamini Zuma, que recusou disputar um segundo mandato.
Chefe da diplomacia do Quénia, Amina Mohammed
A UA atravessa um momento crítico e tem ainda ao seu encargo um trabalho intenso, que inclui a execução da chamada Agenda 2063, que visa promover o desenvolvimento económico e social do continente para alcançar a sua independência financeira.
Representantes diplomáticos, ministros e chefes de Estado africanos estão reunidos desde 22 de janeiro na capital da Etiópia, onde também devem decidir sobre o pedido de reintegração de Marrocos à instituição africana.
Apoios ao Marrocos
O Marrocos tem o "apoio incondicional" de 42 países africanos para ser readmitido na União Africana (UA), disse à agência noticiosa France Presse (AFP) uma fonte diplomática marroquina.
Cimeira da União Africana em Adis Abeba
Em julho passado, o Marrocos tinha anunciado que pretendia reintegrar a UA, que deixou em 1984, em protesto pela admissão da República Árabe Saaraui Democrática (RASD), proclamada pela Frente Polisário (apoiada pela Argélia) no Saara Ocidental, um território controlado por Rabat e considerado parte integrante do reino marroquino.
O Marrocos, que desenvolveu ao longo dos últimos seis meses uma intensa campanha diplomática na África subsaariana, não apresentou quaisquer condições para ser readmitido na UA, nomeadamente, a expulsão da RASD.
Processo reintegração bastante técnico
De acordo com os meios de comunicação marroquinos, que se referem frequentemente ao artigo 29 do ato constitutivo da UA, a reintegração é efetiva apenas pelo voto, por maioria simples, dos chefes de Estado.
Os cinco candidatos que estiveram na corrida
Responsáveis argelinos declararam repetidamente que se trata da adesão de um novo membro, já que a UA substituiu a OUA (Organização de Unidade Africana) em 2002, o que implica um processo muito mais complexo.
A presidente da Comissão da UA (órgão executivo da organização), a sul-africana Nkosazana Dlamini Zuma, foi acusada por Rabat de querer travar o regresso do reino.
No domingo (29.01), o rei Mohammed VI de Marrocos, manteve novos encontros separados com vários chefes de Estado, como o Presidente do Congo, Denis Sassou Nguesso, da Guiné Equatorial, Theodoro Obiang Nguema, e do Ruanda, Paul Kagame, noticiou a agência oficial marroquina MAP.
Bissau, 30 Jan 17 (ANG) – O Ministro da Mulher Família e Solidariedade Social disse hoje que o Governo reconhece o importante papel das mulheres na luta pela fundação da nacionalidade guineense, salientando quem a questão do género ainda continuam a suscitar grandes debates em vários pontos do mundo.
Carlos Kenedy que falava no acto coemorativo de mais um aniversário da morte de Titina Sila, dia da mulher guineense, disse que a questão de género continua a suscitar divergências no mundo actual, mas que algumas mulheres africanas ocupam altos cargos socio administrativas em todo o Globo Terrestre.
“Exemplo disso vimos Dlamine Zuma a frente da União Africana (UA),Ellen Johnson na Presidência da Libéria e Fatou Bensouda na Tribunal Penal Internacional (TPI) “, disse.
Para o governante, a atribuição as mulheres de mesmos direitos e oportunidades que os homens tem constitui um factor fundamental para o reforço do cumprimento dos objectivos do Desenvolvimento Sustentável e da Agenda de Desenvolvimento 2063 da União Africana.
Carlos Kenedy lembrou que a Guiné-Bissau sendo um país africano comprometido com usos e costumes tradicionais, também não poderia escapar esta triste realidade, tendo garantido que na qualidade de responsável da área vai prosseguir com os esforços imprimidos até aqui com vista a consolidar as bases viáveis para a valorização e autonomia da mulher guineense.
“ O nosso pais nunca conseguirá atingir a paz e o progresso almejado se continuar a marginalizar a participação e contribuição das mulheres. Elas devem merecer um lugar por excelência em todas as esferas da tomada de decisão social“,disse tendo garantido que vai associar -se as mulheres na luta pela igualdade de género .
O governante adiantou que, nesse quadro, está em curso o processo da validação e legislação da Politica Nacional de Igualdade de Género, a Politica Nacional de Família, entre outras, salientando que os pacotes dos documentos em causa constituem instrumentos para o crescimento económico e social das mulheres.
Kenedy agradeceu às mulheres guineenses pelas contribuições dadas na luta pela independência do país e nos sucessivos processos da consolidação da paz e estabilidade nacional.
*Basta de preconceito de superioridade face às mulheres. Elas devem ser dadas o espaço que merecem em todos os domínios da convivência social*disse.
O Ministro da Mulher Família e Solidariedade Social, referindo ao Relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), lembrou que o continente africano continua a perder mais de 15 milhões de dólares por ano, devido a ineficácia no aproveitamento da potencialidade da camada feminina.
Por seu turno, a filha da heroina Titina Sila, Eva Sila Nandigna pediu a união entre os guineenses principalmente as mulheres. Eva sustentou que as mulheres,inxlusive a sua mãe, lutaram e sacrificaram as suas vidas para que um dia os seus filhos posam viver em paz e liberdade dentro do seu país.
Para alem da realizacao de um parada militar feminina, tomaram parte na cerimónia as associações que defendem os direitos das mulheres.
Os pacotes para a Guiné-Bissau serão lançados até à BTL, feira do turismo de Lisboa, como resultado da primeira viagem de reconhecimento do destino que envolveu a maioria dos produtores de viagens
Foi, literalmente, uma descoberta para os operadores turísticos portugueses. A primeira 'fam trip' à Guiné-Bissau de 'construtores' de programas de viagens promovida pela Euroatlantic de 6 a 11 de janeiro — onde participaram a Abreu, Solférias, Soltrópico, Sonhando, Clube Viajar, You e Across, que representam 80% da operação turística nacional — irá resultar na criação de pacotes de férias, de uma semana a 10 dias, a lançar já na próxima BTL (Bolsa de Turismo de Lisboa), a feira que decorre na FIL de 15 a 19 de março e que é a principal montra do turismo português.
Para os operadores turísticos, a 'pérola' deste destino novo são os Bijagós, arquipélago com 88 ilhas ao largo da Guiné-Bissau e que é um santuário natural (tem os únicos hipopótamos marinhos do planeta, entre uma grande diversidade de vida animal, como tartarugas ou chimpanzés).
"O nosso objetivo é fazer um turismo de qualidade e controlado tendo em conta o ecossistema que existe em Bijagós, cujo potencial é muito aprazível para o turismo que o mundo hoje procura", salientou Fernando Vaz, ministro do turismo da Guiné-Bissau ao receber os operadores turísticos, a quem fez o apelo de criar um produto de férias "para que os portugueses também venham à Guiné onde vão sentir-se em casa, e não só ao Algarve".
O ministro guineense frisou ainda que "o nosso turismo ainda é incipiente, recebemos 30 mil turistas por ano, e queremos aprender com Portugal. Se Cabo Verde conseguiu tornar-se um destino reconhecido nós também vamos conseguir".
Para a Abreu Viagens, a Guiné tem todas as condições para "funcionar como um destino novo" de lazer, quando até à data era "desconhecido" dos turistas portugueses, conforme destaca Leonor Ramos, gestora do produto África do operador turístico, que participou nesta viagem de reconhecimento à Guiné-Bissau.
Tirando partido dos atuais quatro voos diretos por semana que ligam Portugal à Guiné (dois da TAP e dois da Euroatlantic), a perspetiva da Abreu é lançar a curto prazo programas de viagens de 5 a 7 dias, "focados no arquipélago de Bijagós mas sem deixar Bissau de fora, pois os portugueses têm uma ligação grande à cidade", adianta Leonor Ramos. Na sua perspetiva, o perfil do cliente-alvo para o destino Guiné é sobretudo o "passageiro que já bateu outros destinos ao nível de África, como São Tomé". Mas a gestora de programas da Abreu frisa que neste destino "está tudo ainda muito verde e tem de haver promoção do país, o que não passa só pelos operadores turísticos, é essencial que o Governo guineense assuma aqui o seu papel".
O mesmo objetivo é partilhado pela Solférias. "Faz todo o sentido incluir a Guiné-Bissau na nossa programação pois África é uma das principais apostas da Solférias", salienta Cláudia Martins, gestora de produto deste operador turístico. "Estamos a trabalhar já na programação de verão, válida de maio a final de outubro, e nesta altura do campeonato o que vamos fazer é lançar de imediato uma brochura com um combinado entre Bissau e Bijagós para pôr à venda já em fevereiro, e seguramente antes da BTL."
Do que viu na viagem de reconhecimento à Guiné-Bissau, a operadora da Solférias adianta que o objetivo é "lançar programas de uma semana, incluindo cinco noites em Bijagós e uma em Bissau" e também "conseguir pacotes a preços abaixo dos 2 mil euros", dependendo das tarifas a negociar com as companhias aéreas.
"Vai ser um complemento muito interessante para a nossa programação", prevê Cláudia Martins, sustentando que a Guiné pode funcionar como destino "que complementa a nossa oferta 'charter' para Cabo Verde, embora dirigindo-se a um mercado diferente, que não é do 'tudo incluído', mas sobretudo clientes que procuram outro tipo de experiências. Cada vez há mais pessoas a necessitar do contacto com a natureza, do desligar dos telemóveis, e destinos como este são cada vez mais procurados".
Segundo a gestora da Solférias, "acreditamos que não será um destino de grande volume, mas nesta fase não queremos deixar de ajudar a Guiné-Bissau com tudo o que estiver ao nosso alcance". Salienta que "estão reunidas as condições" para se lançar este destino novo em Portugal, mas sublinha que há ainda "um longo caminho para a Guiné fazer, com todas as notícias negativas que têm saído sobre o país".
"UM PARAÍSO DESCONHECIDO PARA A MAIORIA DOS PORTUGUESES"
Lara Reis, gestora de produto da Soltrópico, também considera que o destino "tem muito potencial e o produto pode ter muita saída em Portugal, mas é preciso mudar a visão que os portugueses têm da Guiné-Bissau". Sustenta que este "pode vir a ser um produto Soltrópico", mas ressalva que terá de ser ainda sujeito à análise do operador turístico relativamente à programação para 2017. Na sua opinião, "de início, e para não correr muito risco, podíamos começar com um pacote mais pequeno, de cinco noites, com Bissau e Bijagós, um paraíso ainda desconhecido para a maioria dos portugueses e que poderá ser um próximo destino a estar em voga".
Segundo a criadora de pacotes de férias da Soltrópico, "mais tarde poderíamos fazer uma identificação de pontos interessantes no país com vista a programas associados a turismo de saudade e às memórias coloniais, pois há uma grande comunidade de portugueses que estiveram na Guiné-Bissau e podem ter interesse em voltar ao país e matar saudades". Frisando que "o que procuramos na Guiné não é um turismo de massas", Lara Reis refere que no início desta operação "os preços terão de ser bastante interessantes, em comparação com outros destinos como São Tomé ou Senegal".
No caso do operador turístico You, a previsão também passa por lançar programas a curto prazo. "Nós já tínhamos pensado fazer alguma coisa na Guiné-Bissau", salienta Elisabete Augusto, diretora de operações da You, para quem a recente visita de reconhecimento ao destino tornou "o produto mais fácil de trabalhar".
Para lançar o destino Guiné, o objetivo da You passa por "publicar circuitos de uma semana a 10 dias, com quatro a cinco noites para ir à praia, e vamos de certeza incluir Bijagós", refere Elisabete Augusto, adiantando que os programas terão um alcance mais vasto. "A nossa ideia é também montar um 'tour' pelo interior da Guiné, passando por cidades como Bafatá ou Gabu, além de Bissau, a pensar nos antigos militares que querem visitar os lugares onde estiveram durante a guerra colonial". Como frisa a diretora de operações da You, "vamos trabalhar para que as pessoas em Portugal possam vir conhecer a Guiné".
Tendo já algum tráfego para a Guiné, organizando viagens associadas a ações humanitárias, também o Clube Viajar, cujo operador é o Viajar Tours, tem a perspetiva de começar a lançar pacotes com Bissau e Bijagós. “O arquipélago dos Bijagós é um paraíso natural e apenas a quatro horas de distância de Portugal”, faz notar Manuela Varanda, agente de viagens do Clube Viajar, frisando que, face ao potencial da Guiné ao nível de programas de lazer, o destino merece começar a ser explorado. “E esta viagem de reconhecimento demonstrou tratar-se de um destino tranquilo, genuíno e com um povo muito gentil, além de ter boa comida.”
LANÇAR UM MANUAL DE VENDA PARA OS AGENTES DE VIAGENS
Para o operador Sonhando, a 'fam trip' à Guiné-Bissau foi “um sucesso”, e também "um verdadeiro derrubar de preconceitos, pois apesar da instabilidade política do país encontrámos um ambiente pacífico e seguro", salienta Mariana Correia, gestora de reservas da Sonhando. Destaca ainda as "paisagens deslumbrantes como o arquipélago dos Bijagós, hotelaria diversificada e de qualidade, receptivos locais com produtos bem trabalhados e prontos a receber o turista português".
Segundo Mariana Correia, "a Sonhando tudo fará para divulgar e colocar a Guiné-Bissau como um dos destinos de eleição dos portugueses", através da criação de pacotes de 5 a 7 noites, que serão lançados ainda antes da BTL. "Vamos apostar em programas de lazer, e também de turismo de saudade associados ao regresso de ex-combatentes, além caça/pesca ou negócios", adianta.
A operadora da Sonhando adianta que "a nossa intenção é fazer um manual de vendas para os agentes de viagens em Portugal, pois sabemos que apesar de uma língua que nos une, existe um profundo desconhecimento da Guiné Bissau enquanto destino turístico com enorme potencial".
Apesar de ser mais especializada em safaris, e tendo o foco em África, também a Across prevê começar a incluir a Guiné na sua programação já em 2017.
"Esta viagem deu-nos a mostrar a verdadeira imagem da Guiné", sustenta Reno Maurício, diretor-geral da Across, frisando que o seu interesse está em "destinos com uma relação forte com Portugal, locais que não tenham só animais mas também história, algo com que o cliente português se possa relacionar".
Segundo o diretor-geral da Across, "vamos já lançar três programas para a Guiné-Bissau, com vertente cultural, de vida selvagem e de praias", e a curto prazo sairão as respetivas brochuras para venda nas agências de viagens. "Vamos aproveitar os voos da Euroatlantic para vender uma série de experiências", que irão resultar em combinados de Bissau com Bijagós e com locais para safaris, além de "programas à medida na área de turismo de saudade, em que queremos levar pequenos grupos de umas 18 pessoas, pois este é um mercado forte na Guiné".
ser os mais baratos do mercado, pois a nossa guerra não é a dos preços". Na Across o preço dos programas para este destino vai depender de uma série de opções disponíveis. "Na Guiné estamos a falar de um produto que pode ir de pouco mais de mil euros até três mil euros", avança.
"Eu acho que vai haver uma grande dose de boa vontade dos operadores que aqui vieram no sentido de promover a Guiné-Bissau", sustenta o diretor-geral da Across.
A "NECESSIDADE DE RESPIRAR NATUREZA"
Para alojar os turistas nos Bijagós, a mira dos operadores está sobretudo no Ponta Anchaca, hotel da francesa Solange Morin na ilha de Rubane onde os quartos são 'tabankas' de madeira à beira do mar e entre palmeiras, exalando um ambiente de luxo natural.
"Quando aqui cheguei isto era selva virgem, não havia nada, nada, tive de fazer tudo do zero", diz Solange Morin, assumindo o seu "grão de loucura" ao ter vendido os seus hotéis no Senegal para criar uma unidade nos Bijagós. "Tinha necessidade de respirar natureza, não há outra sensação de paz e liberdade como há aqui", confessa.
É a mesma sensação que Solange Morin quer transmitir aos clientes do hotel. "Quando as pessoas querem ver as tartarugas ou os hipopótamos, nós podemos fazer isso", garante. O Ponta Anchaca conta com várias lanchas para passeios e também um avião privado em permanência para assegurar o transporte dos hóspedes de Bissau. "É um destino que ainda não é conhecido. As pessoas perguntam: onde ficam os Bijagós?", refere Solange Morin, que tem recebido sobretudo hóspedes franceses, belgas, ingleses ou italianos, "e espero que cada vez mais portugueses".
Além do Ponta Anchaca, são sobretudo os hotéis virados para a pesca, e também de proprietários franceses, que predominam nos Bijagós.
O destaque também vai para o Dakosta Island Beach Camp, do guineense Adelino da Costa, junto à praia de Bruce em Bubaque, onde parece que o tempo parou.
Além dos quartos em vivendas, o Dakosta Island tem também um espaço de tendas marcado por instalações artísticas associadas à cultura bijagó.
"Estamos num espaço protegido pela UNESCO, isto é um museu ao ar livre, é a pura natureza que está a faltar no mundo", faz notar Adelino da Costa, que trocou a vida nos Estados Unidos (onde é um lutador medalhado e tem uma rede de ginásios em Nova Iorque, com a marca 'Pump') para estar mais próximo do investimento turístico que quer reforçar na sua terra.
"A língua portuguesa está-se a perder aqui", considera Adelino da Costa, lembrando que o investimento turístico nos Bijagós está a ser feito sobretudo por franceses, e "há zero de portugueses". Como guineense, propõe-se aqui diferenciar pelo toque da cultura. "O atraso da Guiné pode tornar-se na sua principal vantagem, pois os Bijagós ainda estão em estado natural, nada foi estragado", salienta. "É um local para desligar o telemóvel e desligar de tudo. E isto para os turistas é o mesmo que lhes dar ouro." Fonte: http://expresso.sapo.pt, Conceição Antunes , Jornalista/MO