O Presidente do PAIGC considerou numa declaração política que estão repostas as condições de "tranquilidade do processo político" na Guiné-Bissau, depois de uma crise que se arrastou desde agosto de 2015.
"O PAIGC vê repostas as condições de normalidade na sua bancada parlamentar e que se irão traduzir na estabilidade da sua participação nos actos legislativos e deliberativos da Assembleia Nacional Popular (ANP) e desta forma garantir a tranquilidade do processo político nacional", refere o documento assinado por Domingos Simões Pereira.
A ANP aprovou hoje o programa do Governo do PAIGC liderado por Carlos Correia.
Na declaração, o dirigente pede "às estruturas internas" do partido "e aos órgãos de soberania" que respeitem "a situação de reposição da verdade política", sem criarem "mais perturbações ao desenrolar da vida política nacional".
O Parlamento voltou hoje a reunir-se e o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) substituiu 15 deputados contestatários que em dezembro se abstiveram na votação do programa de Governo e que em janeiro ameaçavam ajudar a derrubá-lo.
A situação fez com que o grupo tenha sido expulso do partido, numa reunião do Comité Central, com 99% dos votos, realça Simões Pereira na declaração de hoje, em que recorda ter havido anteriormente um "longo processo de diálogo" para tentar sanar divergências.
Após a expulsão, foi requerida a perda de mandato dos deputados, deliberada pela Comissão Permanente da ANP a 15 de janeiro.
O presidente do PAIGC explica que, para "prevenir situações graves ocorridas no passado", cada um dos 57 deputados tinha assinado "uma declaração de compromisso na qual se compromete a respeitar escrupulosamente, excepto nos assuntos de natureza subjectiva - de consciência -, a orientação superiormente emanada do partido".