A
União Africana (UA) manufestou-se preocupada com a tensão na
Guiné-Bissau entre o Presidente da República e o primeiro-ministro,
anunciou ontem a organização em comunicado.
O comissário para a
Paz e Segurança da UA, Smail Chergui, mostra preocupação face à "tensão
entre dirigentes políticos", refere o documento, sem nunca referir
nomes ou cargos.
A declaração
surge numa altura em que a relação política entre o Presidente da
Guiné-Bissau, José Mário Vaz, e o primeiro-ministro, Domingos Simões
Pereira, tem centrado atenções.
"Se não for
rapidamente circunscrita, a situação atual pode comprometer os
progressos já alcançados e complicar os esforços empregues para
mobilizar apoio internacional necessário para a Guiné-Bissau", refere-se
no comunicado, que cita Smail Chergui.
As declarações
foram feitas na quinta-feira, na sede da UA, em Addis Abeba, capital da
Etiópia, num encontro com dois membros do Governo da Guiné-Bissau: Mário
Lopes da Rosa, ministro dos Negócios Estrangeiros, e Cadi Seidi,
ministra da Defesa.
Apesar de
sublinhar os progressos realizados desde as eleições de 2014, o
representante da UA expressou a sua preocupação sobre a situação
política.
Smail Chergui
exortou todas as partes a trabalhar em prol de uma "grande coesão, a
acelerar as reformas do setor da segurança, a promover a justiça e
reconciliação e ainda a relançar a economia".
Auscultado pelos
veteranos do partido no poder e que o elegeu, o PAIGC, o chefe de Estado
disse estar na posse de dossiês que põem em causa a autoridade moral de
alguns membros do Governo e que essa é a razão das divergências.
Entretanto, o
PAIGC e o parlamento aprovaram na última semana moções de apoio a
Domingos Simões Pereira e ao Governo, apelando ao diálogo entre todos -
algo que o primeiro-ministro acredita que será mais fácil depois do
afastamento de dois dirigentes políticos na última semana.
Baciro Dja
demitiu-se do cargo de ministro da Presidência do Conselho de Ministros e
Abel Gomes abandonou o secretariado-nacional do PAIGC.
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