Ao alcançar edição número cem, “ O democrata” deixou clara, e de uma forma inequívoca que é um projecto jornalístico que veio para ficar na sociedade de imprensa guineense. Porque a sua linha editorial deixou de lado um jornalismo amadorístico e pernicioso e pela relação que mantém com os seus leitores procurou produzir notícias com padrões de qualidade e de profissionalismo. Em suma, os seus profissionais estão comprometidos com o interesse público nacional, colocando todas as suas competências ao serviço da causa pública da Nação guineense. Transformam, em primeiro lugar, informações numa notícia de qualidade que atende, antes de tudo, o interesse público.
As cem edições são, acima de tudo, a prática clara de um jornalismo “objectivo” e “profissional” assente numa linha editorial de pesquisa que obriga os jornalistas de “O Democrata” a rejeitarem o amadorismo e o improviso e seguirem determinados padrões de conduta ética e técnicas na organização e produção das suas notícias semanalmente. Porque, entendemos que o jornalismo profissional e objectivo é de comprometermos em servir, semanalmente, aos nossos leitores, notícias de qualidade, exercendo a liberdade de acesso à fonte de informação para garantir também aos cidadãos guineenses o acesso a todo tipo de informação de interesse público.
Ao longo destas cem edições, procuramos demonstrar com clareza e objectividade, nas nossas notícias, a relevância dos seus conteúdos para a vida das pessoas e da Nação guineense. É a instauração desse novo campo de jornalismo no país que nos permitiu estabilizar e ter número de leitores que temos na nossa Guiné-Bissau. Para nós, a questão da relevância dos conteúdos das notícias para a vida dos nossos leitores é fundamental na nossa linha editorial, porque a pautarização e a produção de uma notícia não deve ser de carácter paliativo.
Para nós a melhor qualidade de jornalismo é aquele em que o jornalista procura fontes de informação diversas, criando mais espaço socialmente relevante sobre o assunto que pesquisa captando da maioria atenção dos leitores e não de uma visão fatalista e monolítica atribuindo apenas a notícia uma interpretação de carácter de assessoria institucional. A nossa linha editorial de produção jornalística, ao longo destas cem edições, foi sempre de procurar oferecer, estabelecer e consolidar o conhecimento mediático no pensamento social dos nossos leitores e dos guineenses em geral, quer a nível interno como externo.
Os factores sócio-culturais retardam muitas pessoas a compreenderem a nossa linha editorial e o jornalismo “objectivo” e “ profissional” da pesquisa que instauramos no país. Como as relações nos campos sociais neste país funcionam ainda por vínculos sociais e partidários e não em função do interesse, ainda há pessoas que não compreenderam bem a nossa linha editorial. Algumas dessas pessoas chegam até de nos apelidar de aliados dos seus adversários sem razão de ser.
É verdade que é saudável construirmos uma gramática nacional de jornalismo. Mas, também não deixa de ser verdade que é necessário inserirmos igualmente o jornalismo nacional na escola de jornalismo mundial. É ausência desta inserção do nosso jornalismo no quadro das escolas de jornalismo mundial que explica até hoje, 40 anos de independência, a falta de uma definição clara e inequívoca do lugar do conhecimento mediático no pensamento comunicacional no país.
Por outro lado, é razão do jornalismo nacional não conseguir criar um clima necessário que levasse os guineenses a se preocuparem com as questões do interesse nacional. Por isso, a linha editorial de “O Democrata” surge na visão de algumas pessoas como algo que incomoda. Porque procuramos, ao longo de cem edições, levar aos nossos leitores e aos guineenses em geral a se preocuparem com as questões do interesse da Nação.
António Nhaga
Diretor-Geral
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