O Presidente da República, José Mário Vaz teceu, no final da tarde da passada terça-feira, 18 de abril 2017, duras críticas aos sucessivos governos que dirigiram o país há 43 anos, responsabilizando-os pela situação de enormes dificuldades em que se encontra a população guineense.
O Chefe de Estado guineense que falava num comício popular, no quadro da “presidência aberta”, perante milhares de pessoas que inaram a praça da cidade de Canchungo (região de Cacheu) no norte do país, disse que desde a independência, a governação do país, pelos seus próprios filhos, não conseguiu criar condições para o desenvolvimento.
“É triste aquilo que estou a dizer: Não temos hoje os hospitais em condições, temos estradas esburacadas. Não temos água potável para a nossa população e não há capacidade de proporcionar auto-suficiência alimentar. Não conseguimos cuidar dos nossos antigos combatentes que nos trouxeram a independência! Não conseguimos cuidar dos nossos idosos e nem conseguimos cuidar praticamente dos nossos filhos e dos nossos netos.
Esta é a real situação hoje da Guiné-Bissau”, espelhou José Mário Vaz.
Assegurou neste particular que o país ao longo de 43 anos da sua independência conseguiu criar apenas ‘novos homens ricos’ em detrimento dos cidadãos guineenses que se tornam cada vez mais pobres. Contudo, avança que não tem nada contra os ricos, mas defende apenas que haja qualidade de vida ao povo guineense.
“É preciso perguntar: quem são os novos ricos na Guiné-Bissau? Onde conseguiram as suas riquezas? Sabemos todos como é que se constrói a fortuna na Guiné-Bissau! Como é possível uma pessoa com muitas dificuldades e no curto espaço de tempo apresenta-se com uma viatura de luxo e uma mansão? Portanto, torna-se já uma pessoa da classe média. Ele consegue tudo isso, só porque teve possibilidade de passar pelo governo. É triste o que acontece nesta terra. Mulheres e juventude guineense é altura para dizermos basta a estes tipos de comportamentos, sobretudo das pessoas que não nos querem deixar ir para frente”, precisou.
José Mário Vaz voltou a denunciar o alegado roubo de pescado no mar guineense. Relativamente à situação da campanha de comercialização da castanha de cajú, Vaz apelou os produtores e os comerciantes a respeitarem as regras em vigor que interditam a exportação deste produto por via terrestre.
Régulo de Canchungo, Baticam Ferreira, na sua intervenção pediu executivo mais médicos chineses para o hospital de Canchungo, tendo aproveitado igualmente a ocasião para elencar as dificuldades da região, em particular do sector de Canchungo, desde a falta de água potável, da corrente eléctrica, como também as condições para as esquadras das forças de seguranças na região.
Notabanaca/MO
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