MINISTRO XANANA GUSMÃO DEFENDE DIÁLOGO INTERNO PARA A GUINÉ-BISSAU



Chefe da pasta do Planeamento e Investimento Estratégico do Timor-Leste falou à ONU News como integrante do G-77 do qual participa o país africano; Xanana Gusmão lembrou da contribuição do ex-presidente timorense, José Ramos Horta, como representante especial na Guiné-Bissau.

A solução para o impasse político na Guiné-Bissau está dentro do próprio país. A opinião é do ministro do Planeamento e Investimento Estratégico do Timor-Leste, Xanana Gusmão.

O ex-presidente e ex-primeiro ministro timorense esteve na sede da ONU, na semana passada, onde se encontrou com o secretário-geral António Guterres. Gusmão disse que parabenizou o chefe da ONU pelo novo posto.

Diálogo

Nesta entrevista à ONU News, Xanana Gusmão comentou o papel do seu país no G-77 e na cooperação com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp. Ao ser perguntado sobre a colaboração com a Guiné-Bissau, o ministro respondeu que os guineenses devem investir no diálogo.

"Eu queria pedir à sociedade guineense, sobretudo os intelectuais, sobretudo os partidos políticos, para terem uma mesa redonda, eles mesmos. Eles mesmos têm que provar, depois de tantos anos de independência, têm que provar eles mesmos que são capazes de gerir o país, e discutir os problemas do país. Não ser levados a obedecer ou a calar-se e esperar que a comunidade internacional apareça lá para os ajudar."

Processo

O impasse político na Guiné-Bissau começou em julho de 2015 quando o presidente José Mário Vaz demitiu o governo do então primeiro-ministro Domingos Simões Pereira.

De lá para cá, o país africano de língua portuguesa já teve vários governos numa tentativa de avançar com o processo político.

A Guiné-Bissau também integra a Comissão de Consolidação da Paz das Nações Unidas. Na última reunião do Conselho de Segurança sobre o país, o órgão pediu aos líderes guineenses que moderassem a retórica e investissem na promoção de diálogo e inclusão.

Ainda durante a entrevista à ONU News, o ministro do Timor-Leste Xanana Gusmão elogiou o papel do colega, o ex-presidente José Ramos Horta, durante o tempo em que Horta foi representante especial do secretário-geral da ONU na Guiné-Bissau. Timor-Leste continua a apoiar o país africano em projetos de desenvolvimento e a dar seu contributo também à promoção do diálogo político.

Conosaba/Monica Grayley, da ONU News em Nova Iorque./MO

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