REPORTAGEM_Litígio do terreno em Gabuzinho: MORADORES ACUSAM DJALÓ DE APROVEITAR-SE DA FRAGILIDADE DA JUSTIÇA PARA APODERAR-SE DE TERRENOS ALHEIOS


Moradores de Gabuzinho acusam Mamadu Saido Djaló, um cidadão de origem da Guinée-Conacry, e que se naturalizou como guineense (da Guiné-Bissau), de estar a aproveitar-se das fragilidades das estruturas judiciais guineenses para apoderar-se de terrenos alheios, alegando ser o legítimo dono dos terrenos em causa. Testemunhas [pessoas que venderam os terrenos ao Djaló] revelaram ao repórter do semanário ‘O Democrata’ que os terrenos reivindicados por Djaló na justiça não o pertencem.
O espaço de terra em litígio que envolve o comerciante Mamadu Saido Djaló e 47 proprietários de casas que um oficial da justiça e os elementos da Polícia de Ordem Pública desocuparam no passado dia dois (02) de fevereiro, sob as ordens da Vara Cível do Tribunal Regional de Bissau, que julgou o processo, situa-se no novo bairro denominado Gabuzinho, periferias da capital Bissau e dista três quilómetros do troço principal que liga o bairro de São Paulo ao bairro dos antigos combatentes, em Antula Bono. Ainda de acordo com a comissão dos moradores desocupados, são no total 74 casas que deveriam ser desocupados [estimado em mais de mil famílias], mas naquele dia apenas conseguiram despejar 47 casas.
Segundo relatos dos habitantes locais, o espaço pertence igualmente ao reino de ‘Koura’. Em tempos que já vão, era habitado maioritariamente pelo grupo étnico ‘pepel’ e mais um número reduzido de famílias balantas. Ainda de acordo com as informações recolhidas no terreno, o espaço em causa pertence a um homem balanta, Induta Aponto Sanhá, proveniente da tabanca de Incheia, região de Oio, setor de Mansoa, norte do país.
O velho Induta, entretanto falecido, nome por que era conhecido pela comunidade, conseguiu o terreno da parte dos homens grandes pepeis, que lho concederam para aí fixar a sua residência, isto é, construir a sua ‘morança’, no período da época colonial.
Publicada por /MO

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