Cipriano Cassama, José Mário Vaz, Ramos Horta e Rui Nene. Foto: Amatijane Candé
Evento reuniu mais de 200 delegados na capital guineense; participantes recomendam a população a reforçar a cidadania, e as autoridades a reforçar o respeito à democracia; iniciativa financiada com Fundos da Consolidação da Paz.
Terminou este fim de semana o Simpósio Internacional da Comissão para a Organização da Conferência de Reconciliação Nacional na Guiné-Bissau, com apoio do Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz, Uniogbis. O presidente guineense, José Mário Vaz, esteve na cerimónia de encerramento do evento.
Crise prolongada
O simpósio intitulado "Enfrentar o Passado para Construir a Guiné-Bissau de Amanhã" teve como padrinho e convidado de honra o antigo presidente do Timor-Leste, José Ramos Horta.
Dirigindo-se aos presentes, o também antigo representante especial do secretário-geral da ONU reconheceu a existência de um clima de "medo, descontentamento e incertezas" no país.
" É visível e inegável que apesar da aparente tranquilidade e acalmia no país, graças ao pacifismo e civismo do povo guineense, existe um clima de descontentamento, incerteza e medo. Aqui nesta sala ouvimos repetidamente a palavra basta. Os discursos foram contundentes e comoventes com apelo ao diálogo, reconciliação, paz e boa governação."
Mais de 200 delegados participaram do simpósio, que recomendou ao presidente da República a exercer sua magistratura de influência para a realização da conferência nacional. Aos líderes políticos, a reunião exortou a optarem pela via do diálogo, da verdade e reconciliação na promoção de uma democracia participativa.
Recomendações incluem um apelo ao diálogo franco aos órgãos de soberania e em respeito à democracia, ao direito, à liberdade de expressão e manifestação.
O simpósio encorajou ainda as forças armadas a continuarem com a postura de não-violência, de subordinação e edistantes de querelas políticas.
Estado de Direito
Falando aos presentes, o padre Domingos da Fonseca, presidente da Comissão para a Organização da Conferência "Caminhos para a Paz" disse que a construção do Estado guineense deve alicerçar-se na verdade, perdão, justiça e reconciliação. Ele apontou o respeito e a convivência democrática como fator de unidade.
"Somos chamados a uma reflexão profunda, individual e coletivamente, reconhecendo as vicissitudes e erros do passado para que sejamos capazes de conciliar com a nossa história e procedermos uma mudança radical de mentalidade, de opções e estratégias rumo ao progresso nacional, do bem-estar e desenvolvimento sustentável."
No seu discurso de encerramento, o chefe de estado guineense, também presidente da Comissão de Honra da conferência voltou a responsabilizar a Assembleia Nacional Popular pelo impasse político vigente no país.
Conosaba com Amatijane Candé, de Bissau para a ONU News./MO
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