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A Polícia da Ordem Pública (POP) impediu ontem, 22 de Novembro, a realização de uma marcha pacífica que devia ter início às 7 horas a frente do edifício do Palácio do Governo rumo à Praça dos Heróis Nacionais.
A manifestação que acabou anulada, foi promovida pelo “Bassora di Povu”, lançado sexta-feira última em Bissau por um grupo de jovens indignados com a classe política nacional.
A nova organização exige a retirada completa de todos políticos e a formação de um governo de tecnocratas encarregue de gerir o país durante um período de dez anos.
As forças de segurança no local alegaram que  “Bassora di Povu” não dispõe de nenhuma autorização para a realização da marcha. Dezenas de manifestantes alegam que a legislação guineense não impõe autorização para realizar uma marcha.
Nos dísticos exibidos por marchantes se podia ler as seguintes palavras. : Jomav, Domingos Simões Pereira, Cipriano Cassamá, PAIGC, PRS e todos os partidos políticos fora!
No entendimento do Bassora di Povu, a classe política nacional falhou e por isso “não merce mais a confiança do povo”.
Em nome do grupo, Saturnino de Oliveira disse à imprensa que o despacho do Ministério da Administração Territorial que proíbe manifestações viola o princípio do direito fundamental do homem, nomeadamente a liberdade de cidadãos manifestarem  descontentamento com base na lei.
“Estamos aqui hoje para manifestar o nosso descontentamento face à situação que o nosso país enfrenta. A nossa insatisfação não é contra uma pessoa, mas sim contra todo o sistema que afunda o nosso país. Entendemos que a classe política em geral falhou. Depois de 43 anos da independência as pessoas continuam a ter a ideia de impedir uma manifestação pacífica”, lançou o activista.
Assegurou ainda que a presença do grupo perante o edifício governamental é um sinal que o povo “já está cansado do sistema político” e exige a mudança profunda de uma forma pacífica.
“Compreendemos que é difícil a luta que estamos a levar a cabo, porque lutar contra um sistema político implantado há muitos anos é difícil, mas estamos determinados a continuar com a luta. Apesar de nos impedir de marchar, conseguiremos fazer com que o povo guineense saiba que realmente há pessoas atentos nesta terra. Queremos ainda chamar atenção da população guineense que essa é uma luta para defender os direitos de todos perante uma classe política falhada, razão pela qual todos devem aderir à iniciativa”, advertiu .
 
Por: Aguinaldo Ampa

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