MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO DA GUINÉ-BISSAU SEM CONDIÇÕES FINANCEIRAS PARA SUSTENTAR BOLSEIROS PARA RÚSSIA




O Ministério da Educação Nacional diz não ter condições financeiras para sustentar a bolsa de estudo dos 54 bolseiros guineenses que deverão entrar para o presente ano lectivo na Rússia, por isso pede os familiares para sustentarem a bolsa e depois o ministério das finanças vai reembolsá-los
Os estudantes devem estar la até dia 30 do mês em curso.
Esta situação motivou o encontro, esta segunda-feira (24/10), entre o ministério da educação, os pais e encarregados de educação e dos representantes dos educadores.
Após este encontro, numa entrevista, o Secretário-geral do Ministério da Educação,José Júlio Cesar Delgado, disse que este pedido surgiu como estratégia para os alunos não perderem a bolsa de estudo como tem acontecido há vários anos.
“O que compete ao ministério da Educação é fazer as folhas e entregar o ministério das finanças, sabemos da real situação das finanças públicas. O ministério tem uma divida mais de 60.000.000 milhões de Franco CFA para com bolseiros de Portugal, Argélia, Tunísia, Rússia e Marrocos”, explica.
Entretanto, o Presidente da Associação dos Pais e Encarregados de Educação,Armando Correia Landim, diz estar de acordo com este pedido do ministério e pede os pais para fazerem isso em benefício dos filhos.
“O melhor futuro para o seu filho é investir. Já sabemos as condições (pagar depois receber reembolso), não podemos ser pessimistas em relação a isso, porque já fizeram o título e entregamos só ministério das finanças, assim que tiver o dinheiro do título o ministério vai reembolsar o dinheiro. O governo esta com um pé em cima e outro em baixo”, garante Correia Landim.
Fátima Aurora Fonseca Mendes, uma das mães presentes no encontro, tem opinião diferente e pede para o ministério da educação assumir a sua responsabilidade porque “se para uma viagem o Presidente da Republica e o primeiro-ministro alugam o avião, agora que tratem os problemas de pagar o bilhete de avião dos estudantes para que possam estudar”.
“A autoridade deve resolver o problema. Para isso teremos que ter quase um milhão de fcfa nas mãos. Só para o bilhete de viagem são quase quinhentos mil, seguro de saúde e outros impostos. E, quantas folhas já estão nas finanças de outros pais que emprestaram o dinheiro”, interroga Aurora Mendes que reafirma que os pais não têm dinheiro para estas despesas.  
Os 54 bolseiros devem partir para a Rússia até o dia 30 do mês em curso, para os cursos de Licenciatura, Mestrado, Doutorado e Bacharelado. Os seleccionados já têm visto de ida e de volta.  
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos / Bibia Mariza Pereira com Conosaba
Imagem: Bibia Mariza Pereira/MO

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