Alberto Nambeia, presidente do Partido da Renovação Social (PRS), principal força da oposição na Guiné-Bissau, ameaçou organizar uma manifestação se o Presidente da República e o PAIGC, partido no poder, não puserem fim à crise política no país
Após o adiamento da sessão parlamentar da ANP, prevalecendo a crise politica, O PRS muda o formato da estratégia.
"Se isto continua assim, nós vamos levar o povo para a rua, para uma manifestação contra eles", referiu num encontro com militantes em João Landim, a norte da capital, Bissau.
Nambeia receia que o conflito político entre o chefe de Estado, José Mário Vaz, e o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) possa fazer abrandar a economia do país.
"Nós não temos a agenda do Presidente, nem do PAIGC", referiu num discurso em que chamou a atenção do chefe de Estado "para assumir as suas responsabilidades".
O líder do PRS deixou ainda um recado para quem dizia "que Kumba Ialá era factor de instabilidade na Guiné-Bissau: afinal a instabilidade continua".
O PRS tem apoiado desde 18 de Janeiro um grupo de 15 deputados do PAIGC, expulsos do partido e do Parlamento e juntamente com os quais alega já ter formado uma nova maioria para derrubar o Governo do PAIGC - com moções aprovadas, à espera de promulgação do Presidente da República.
Mas José Mário Vaz preferiu promover encontros com os diferentes actores políticos, reuniões que decorrem desde há um mês, para tentar encontrar uma solução de consenso para a crise.
O PAIGC, por seu lado, acusa o PR de ter iniciado a crise e diz que a normalidade já foi reposta a 28 de Janeiro com a substituição dos 15 deputados, justificando-se com a lei eleitoral guineense, o que permitiu a aprovação do programa de Governo.
No entanto, a perda de mandato do grupo continua a ser discutida nos tribunais e a comissão permanente da Assembleia Nacional Popular (ANP, Parlamento guineense) anunciou o adiamento sem data da sessão plenária até que haja uma decisão judicial.
A Comissão política do Partido da Renovação Social reúne esta quinta-feira em Bissau, para debater e posicionar-se sobre a crise politica que assola a Guiné-Bissau.
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