Bissau recebeu ontem quarta-feira (10.02.) uma delegação da CEDEAO, chefiada por Olesegun Obasanjo e outra da CPLP, conduzida por Murade Murargy, para mediar a crise interna que paralisa o país há mais de um mês.
A delegação da Comunidade Económica dos Estado da África Ocidental (CEDEAO), chefiada por Olesegun Obasanjo e composta por mais 12 pessoas, reuniu-se com o presidente do PAIGC,Domingos Simões Pereira, assim como com o presidente do Parlamento, Cipriano Cassamá e com o Presidente da Republica, José Mário Vaz.
Trata-se da terceira visita do ex-presidente nigeriano a Bissau desde que eclodiu a crise política e institucional, depois de o Presidente José Mário Vaz ter demitido, em agosto de 2015, o Governo liderado por Domingos Simões Pereira.
Olesegun Obasanjo
Obasanjo reconhece que a situação política é delicada, mas espera encontrar uma solução antes de deixar Bissau. Solução que o PAIGC reclama que deve ser encontrada por via judicial, disse o enviado da CEDEAO. “O presidente do PAIGC acha que a situação, como ela está actualmente, é uma situação que pode ser facilmente arbitrada pelos tribunais".
Em Bissau acredita-se que a larga experiência do estadista nigeriano em matéria da resolução de conflitos no continente africano poderá contribuir para ultrapassar o impasse político que tem vindo a inviabilizar a administração e reorganização do país. Obasanjo disse que a comunidade internacional está preocupada com esta crise na Guiné-Bissau. Por isso, esta crise terá que acabar. "Eu não sou um homem de direito, mas o que eu posso dizer é o seguinte: este tema jurídico deve ser tratado como um problema jurídico e não como um problema político. E é nesse sentido que poderei dar a minha ajuda".
PAIGC não recua na sua posição
Por sua vez, o PAIGC continua firme na sua posição de não voltar à mesa das negociações enquanto o Presidente da República não mudar o formato de reuniões, ou seja: enquanto os 15 deputados expulsos do partido continuem a participar dos encontros.
O Partido ausentou-se da quarta ronda negocial convocada por José Mário Vaz, como nos conta Domingos Simões Pereira, presidente do PAIGC.
"Não quero enfatizar esse aspecto. Houve uma reunião da Comissão Permanente do bureau político que assumiu uma orientação em relação a essa questão. Nós aguardamos que, de facto, o formato seja ajustado àquilo que é a representação das instituições, para podermos participar de forma correta e justa. Mas por enquanto ainda não recebemos qualquer resposta da presidência".
Delegação da CPLP também em Bissau
Murade Murargy
Por outro lado, o secretário executivo da CPLP espera também encontrar-se com os intervenientes da crise política e criar pontes para um entendimento. Murade Murargy disse estar na Guiné-Bissau para procurar entender as divergências e ajudar a encontrar um acordo entre as partes.
A delegação da CPLP inicia os seus contactos com as autoridades nacionais da Guiné-Bissau nesta quinta-feira (11.02.).
dw.com/conosaba/MO
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