A sessão de hoje do parlamento guineense, em que estava em jogo a
continuidade do Governo do PAIGC, foi suspensa devido a distúrbios
provocados por alguns deputados.
O Presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP), Cipriano Cassamá, alegou
falta de condições para os trabalhos decorrerem depois de vários
deputados interromperem a chamada (para verificação de quórum) com
gritos e palmadas nas mesas.
Os distúrbios começaram quando, ao longo da chamada, começaram a ser
chamados os nomes de novos deputados do Partido Africano da
Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), destinados a ocupar o lugar
de 15 parlamentares expulsos na sexta-feira pela Comissão Permanente da
ANP.
A perda de mandato foi requerida pelo PAIGC depois de expulsar o "grupo dos 15"
do partido por alegada traição, ao absterem-se na primeira votação do
programa de Governo, em dezembro, e ameaçando inviabilizá-lo hoje -
levando à queda do executivo.
Hoje, os membros que perderam os mandatos ocuparam os seus lugares e
gritaram palavras de ordem dirigidas ao presidente da ANP, sendo
acompanhados nos protestos pelos deputados da oposição do Partido da
Renovação Social (PRS).
Antes de Cipriano Cassamá entrar na sala para conduzir os trabalhos, um
dos membros da mesa já tinha tentado fazer a chamada, mas também sem a
conseguir terminar.
Os trabalhos que estavam marcados para as 10:00 acabaram por só arrancar
às 13:00, com o presidente da Assembleia a justificar o atraso com
reuniões que decorreram durante a manhã.
Segundo explicou, houve uma reunião da mesa da ANP e uma conferência de
líderes, mas, no hemiciclo, não foi possível ir além da chamada.
Não há indicação sobre quando deverá ser retomada a sessão.
No exterior, apesar de se juntarem algumas pessoas com palavras de ordem
e cartazes de apoio às diferentes fações políticas, tudo decorreu com
normalidade sob o olhar atento de elementos da polícia.
Lusa\\Conosaba
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