«AUDIÇÃO NO MINISTÉRIO PÚBLICO» MINISTRO DA ECONOMIA E FINANÇAS DA GUINÉ-BISSAU, DR. GERALDO MARTINS AFIRMA TER "FICHA LIMPA"

Geraldo Martins
Bissau,27 Jan 16 (ANG) - O ministro da Economia e Finanças foi ouvido terça-feira na Vara crime do Ministério Público para responder sobre o alegado atribuição de valores monetários superiores ao que devia à alguns funcionários públicos para tratamento médico no estrangeiro.

Em declarações à imprensa, após mais de três horas de audição, Geraldo Martins disse que agiu de forma legal no estrito cumprimento da lei e das suas competências “porque não há nenhuma norma que define o montante que deve ser atribuído ao fulano ou beltrano nessa situação”.

"Nós atribuímos montantes de acordo com avaliação que fazemos de caso a caso", disse o governante, que considera o acto do Ministério Público de “muito estranho”.
Geraldo Martins disse estar de consciência tranquila.

“A única coisa que eu posso dizer aqui hoje, é que tenho uma “ficha limpa”. E muitos daqueles que me acusam hoje, não podem olhar nos olhos do povo da Guiné-Bissau e fazerem a mesma acusação", disse Martins.

Afirmou que nos últimos tempos, o Ministério da Economia e Finanças tem sido incomodado muito pelas denúncias de algumas instituições estranhas só pelo facto de já ter solicitado auditorias ao Fundo de Apoio a Industrialização de Produtos Agrícolas(FUNPI) e o Relatório sobre acusações de corrupção do Presidente da República aos membros do ex.-executivo de Domingos Simões Pereira.

"Considero de estranho estas tentativas de perturbação, porque só agora começa a ser levantado o referido processo e todos os ministros das Finanças que passaram no país autorizaram as mesmas despesas até com valores superiores ao meu", lamentou.

No mesmo quadro, a ex-ministra da Saúde do governo de Domingos Simões Pereira e actual titular do Ministério da Mulher, Família e Coesão Social, Valentina Mendes foi igualmente ouvida pelo Ministério Público, sobre o processo relacionado com apoios à transferência de doentes para tratamento no estrangeiro.

"Fui convocada por causa da Junta Médica", ou seja, o mecanismo através do qual o Ministério da Saúde gere um certo montante para casos de transferências para tratamento médico no estrangeiro", disse Valentina Mendes.

A governante prometeu juntar a documentação que prova que não cometeu qualquer ilegalidade e apresentá-la ao Ministério Público numa segunda audiência, cuja data não especificou.

A governante afirmou que pelos valores em causa não se justificava a sua presença na audiência.

Declarou estar "limpa e tranquila" em relação à actuação da Justiça e lamenta ter tomado conhecimento da sua notificação através dos órgãos de comunicação social.

"Antes de receber a convocatória, esta já estava na comunicação social", criticou.

ANG/ÂC/SG\\Conosba/MO

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