PJ DETEVE COMISSÁRIO DA POP DE BUBAQUE SUSPEITO NA MORTE DE AGENTE GAMBIANO

Inauguração da sede da Polícia Judiciária em Bissau.A Polícia Judiciária deteve na semana passada o Comissário da Polícia de Ordem Pública de Bubaque, Estevão Vieira, por suspeitas de envolvimento no homicídio do inspetor da Polícia de Gâmbia, Bernard Gomes. O polícia gambiano foi encontrado morto com uma corda atada ao pescoço, numa localidade próxima da residência do comissário, na ilha de Bubaque. Ainda no âmbito da investigação, a PJ deteve mais três civis por fortes suspeitas de envolvimento no caso.
corpo do inspetor da polícia gambiana foi encontrado pendurado na noite de 31 de Janeiro a 1 de Fevereiro, no Bairro de Buba, em Bubaque. Segundo informações, algumas pessoas contaram à polícia que terão visto o inspetor gambiano e o comissário da POP de Bubaque juntos, durante todo o dia de 31 de Janeiro.
O nosso jornal soube ainda que o inspetor da polícia gambiana se encontraria na fase da reforma e em gozo de férias, e que teria aproveitado esse período para acompanhar o corpo do seu cunhado (marido da sua sobrinha) à Guiné-Bissau. O Cunhado falecera em Bandjul (Gâmbia) onde se encontrava em tratamento médico.
Ainda de acordo com informações apuradas, o inspetor da polícia gambiana teria na sua posse uma quantia em dinheiro, destinada a apoiar a sua irmã no velório e nas cerimónias fúnebres do cunhado, razão pela qual terá sido morto.
No entanto, “O Democrata” apurou que o corpo de inspetor da polícia portuária gambiana foi transladado para a Gâmbia pelos responsáveis da embaixada daquele país, no passado dia 18 do mês em curso.
EMBAIXADA DA GÂMBIA PEDE JUSTIÇA NO CASO DA MORTE DO SEU CIDADÃO EM BUBAQUE
Contactado pelo nosso semanário, o embaixador da Gâmbia, Abdou Djedju, disse estar muito preocupado com o silêncio das autoridades guineenses que não reagiram à morte do inspetor Gomes na Guiné-Bissau. Lembrou que, depois de tomar o conhecimento da morte do seu concidadão na ilha de Bubaque, prontificou-se e escreveu uma carta ao Ministério dos Negócios Estrangeiros e da Cooperaçéao Internacional, manifestando o desejo de a embaixada ver na justiça os autores da morte do inspetor Gomes.
“O inspetor acompanhou a sobrinha na transladação do corpo do marido que falecera na Gâmbia. Vieram para Bissau e depois seguiram para a ilha de Bubaque, onde foi realizada a cerimónia fúnebre. O cunhado do inspetor encontrava-se na Gâmbia em tratamento médico. O inspetor passou todo o dia de 31 de Janeiro na aldeia da sua sobrinha, mas infelizmente foi encontrado morto e preso a uma corda na manhã do dia um de fevereiro”, explicou.
O diplomata contou que os resultados de autópsia mostram claramente que o inspetor Gomes terá sido espancado até à morte, e que depois terá sido pendurado, preso a uma corda pelo pescoço, como se se tratasse de um suicídio. Sustentou ainda que uma perícia médico-legal concluiu que as principais causas da morte do inspetor foram poli traumatismo crânio-cefálica, fratura da base craniana e choque traumático.
Djedju assinalou que O Ministério da Administração Interna terá recebido cópias dos originais das correspondências enviadas ao Ministério dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação Internacional sobre o assunto.
“O Presidente Gambiano, Yaya Djheme, disse ao Chefe de Estado guineense que a Gâmbia tem relações diplomáticas com outros países, mas não com a Guiné-Bissau. A Gâmbia considera a Guiné como um país irmão, por isso o povo guineense deve ver os gambianos como seus irmãos”, notou o diplomata, que entretanto mostrou-se “muito preocupado”, dado que os seus cidadãos não têm sido tratados como um povo irmão da Guiné-Bissau.

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