CHINA VAI DEFENDER MAIOR INDUSTRIALIZAÇÃO E SEGURANÇA EM CIMEIRA COM ÁFRICA


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O presidente chinês, Xi Jinping, vai defender na cimeira do Foro de Cooperação África/China (FOCAC), que começa sexta-feira em Joanesburgo, o reforço dos projetos de industrialização no continente e a aposta na cooperação securitária, disse hoje fonte oficial.
As intenções chinesas foram adiantadas hoje numa conferência de imprensa em Pequim pelo porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Hua Chunying, que considerou a cimeira um sucesso e que a intenção passa por aumentar e diversificar a cooperação económica bilateral.
Após concluir hoje uma visita de Estado de dois dias ao Zimbabué, Xi Jinping estará sexta-feira naquela cidade sul-africana para assistir à primeira cimeira da FOCAC a realizar-se em África, em que estarão também presentes os presidentes de Angola, José Eduardo dos Santos, e de Moçambique, Filipe Nyusi.
O chefe de Estado chinês, que esteve pela primeira vez na África do Sul enquanto tal logo após chegar ao poder, em 2013, para deixar clara a importância de África na política externa chinesa, regressa agora ao país com a intenção de anunciar um grande número de medidas para acelerar a industrialização e modernização agrícola do continente.
“Prestaremos mais atenção ao bem estar da população africana e à redução da pobreza”, afirmou Hua Chunying.
Depois de seis anos consecutivos como principal parceiro comercial do continente, com um volume de investimento que superou os 30 mil milhões de dólares em finais de 2014 (60 vezes mais do que em 2000), é intenção de Pequim atingir os 100 mil milhões de dólares até 2020.
Um dos setores mais importantes apoiados pela China em África é o dos transportes, sobretudo ferroviários, com projetos no Quénia, Uganda, Ruanda, Burundi, Sudão do Sul, Etiópia, Djibuti e Nigéria.
No entanto, as práticas e a atuação das empresas chinesas no continente têm sido fortemente criticadas em África, sobretudo no que diz respeito à escassa mão-de-obra contratada localmente, a precariedade laboral, a inexistência de estudos de impacte ambiental ou o suposto benefício da ajuda chinesa a dirigentes africanos corruptos.
Por outro lado, admitem fontes chinesas, a China está a enfrentar um problema “cada vez mais grave” para garantir o êxito nas suas operações em alguns países africanos, como a falta de segurança, nomeadamente Angola, Camarões, Mali ou Sudão.
Face às circunstâncias, e questionado sobre a questão, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, afirmou recentemente em Pequim que a segunda maior economia mundial quer aumentar a cooperação antiterrorista e em matéria de segurança com África, sendo este um dos temas a debater na cimeira de Joanesburgo.
Um dos possíveis temas a abordar na reunião é o plano de Pequim de abrir um centro de logística militar no Djibuti, onde estão já idênticas estruturas da França e dos Estados Unidos, o que constituía a primeira instalação chinesa do género fora do país.
Em setembro último, ao discursar nas Nações Unidas, Xi Jiping comprometeu-se a aumentar dos atuais 3.000 para 8.000 o número de “capacetes azuis” chineses em operações de manutenção de paz da ONU – atualmente estão em missões no Sudão do Sul e Mali.
Sob o lema “China e África Progredindo Juntos”, a cimeira será a sexta da FOCAC desde que a instituição foi criada, em 2000, esperando-se ainda que Xi Jinping anuncie um novo pacote de ajuda financeira ao continente.
Fonte Lusa

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