ONU NÃO PLANEIA CONCELAR AJUDA FINANCEIRA À GUINÉ-BISSAU


ONU


A Organização das Nações Unidas não planeia cancelar a ajuda financeira prometida à Guiné-Bissau, mas está preocupada com a participação dos outros dadores internacionais, disse à Lusa uma fonte do Conselho de Segurança.
“A ajuda não deve ser cancelada, mas existem muitas preocupações devido a esta crise”, considerou.
“Dentro destas muitas preocupações, uma das principais é que os dadores estarão muito relutantes em dar os fundos prometidos se sentirem que não podem confiar no novo governo ou recearem que vai existir instabilidade de novo”, acrescenta o mesmo funcionário.
A 25 de março, a Guiné-Bissau organizou com o apoio do Programa de Desenvolvimento da ONU e da União Europeia uma conferência de dadores em que foram prometidos 1,2 mil milhões de dólares em ajuda.
“Estas promessas foram feitas em apoio ao Plano Estratégico e Operacional do Governo para o período de 2015-2020”, especifica o último relatório elaborado pelo Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS), divulgado a 13 de agosto.
“O plano do governo é uma base clara de reforma em áreas centrais como defesa, segurança, justiça e desenvolvimento económico e social que lança as fundações para uma estabilidade e desenvolvimento duradouro na Guiné-Bissau”, acrescenta o documento.
O Conselho de Segurança da ONU reúne-se esta sexta-feira à porta fechada com o Representante Especial para o país, Miguel Trovoada, depois do responsável informar publicamente a organização sobre a situação atual
Contra todas as posições dentro e fora do país, o Presidente da República da Guiné-Bissau demitiu o Governo a 12 de agosto e designou como primeiro-ministro, no dia 20, Baciro Djá, vice-presidente do PAIGC.
O PAIGC, que venceu as eleições e tem maioria no Parlamento, acusou Vaz de cometer “um golpe palaciano” e sustenta que não havia razão para demitir o Executivo.
O Parlamento da Guiné-Bissau pediu na segunda-feira que o Supremo Tribunal de Justiça se pronuncie sobre as decisões do Presidente ao mesmo tempo que foi criada uma comissão de inquérito para averiguar da veracidade da alegada corrupção e outras ilegalidades invocadas por Vaz para destituir o Governo.

Fonte: Lusa

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