Bissau, 06 Ago 15 (ANG) - A Associação dos ex-Militares das Forças
Armadas Portuguesas na Guiné-Bissau (AMFAP) exige as autoridades lusas,
em colaboração com o governo guineense, o pagamento dos seus direitos,
como “prevê o Acordo de Argel” de 1974.
Em entrevista à ANG, O Presidente da AMFAP, António Albino Gomes
informou que o referido acordo de paz que reconhece a independência da
Guiné-Bissau, assinado na capital de Argélia entre o então regime
colonial e o PAIGC, o Partido independentista, previa que Portugal
pagasse, nomeadamente, as pensões de sangue, de invalidez e da reforma.
“Ainda este acordo previa que
metade dos bens deixados pelo Estado português, como o antigo Estaleiro
Navais e a fábrica de cerveja, CICER, fossem revertidos para nós”, acrescenta António Gomes para mostrar o “incumprimento”, por parte das autoridades de Bissau.
Apesar de “lamentar o não cumprimento dessa obrigação por parte do Estado português”,
afirmou que os ex-combatentes têm a esperança de verem materializados
os seus direitos apesar de muitos dos seus colegas terem já morrido
sem os receberem ”.
Este responsável da associação dos antigos militares portugueses exorta
ao estado guineense a entrar em conversações com o governo de Lisboa
com vista a satisfação dessas exigências .
Aos colegas antigos combatentes, este ex-militar de 68 anos, pede a “coragem e esperança de um dia receberem aquilo a que têm direito”.
Na sede da AMFAP em Bissau está em curso o processo de actualização das
inscrições e a organização das diferentes categorias dos antigos
combatentes guineenses que estiveram ao serviço do então regime
colonizador português.
Criada em 2001, em Bissau, a Associação dos ex-Militares das Forças Armadas Portuguesas na Guiné-Bissau (AMFAP) já inscreveu mais de seis mil antigos combatentes e, segundo o seu Presidente, com estas actualizações, o número pode ainda crescer devido as novas inscrições.
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