Pedro Passos Coelho foi recebido pelas 01:10 (02:10 em Lisboa) no Aeroporto Osvaldo Vieira pelo primeiro-ministro guineense, Domingos Simões Pereira, num encontro sem declarações aos jornalistas.
O líder do Governo português chegou a Bissau depois de ter participado no domingo nas comemorações do 40.º aniversário da independência de Cabo Verde.
O programa da visita à capital guineense inclui na segunda-feira de manhã a participação dos dois primeiros-ministros num seminário económico, seguindo-se um encontro entre ambos no Palácio do Governo após o qual será assinado o Programa Estratégico de Cooperação entre Portugal e a Guiné-Bissau para 2015-2020.
O programa prevê a atribuição de uma verba de cerca de 40 milhões de euros para promover a democracia e o desenvolvimento do país lusófono da África Ocidental que tem um histórico de instabilidade política.
Durante a tarde, Pedro Passos Coelho tem encontros marcados com Cipriano Cassamá, presidente da Assembleia Nacional Popular, e com José Mário Vaz, Presidente da República da Guiné-Bissau.
Antes de regressar a Lisboa, o primeiro-ministro vai ainda visitar o laboratório português instalado no principal hospital público de Bissau para analisar amostras suspeitas do vírus Ébola - oficialmente não houve casos registados no país, mas há medida preventivas no terreno face à epidemia que afecta os países vizinhos.
O programa termina com um encontro entre Passos Coelho e Miguel Trovoada, representante da Nações Unidas em Bissau, seguido de uma receção à comunidade portuguesa.
Acompanham Pedro Passos Coelho nas deslocações a Cabo Verde e à Guiné-Bissau o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, e o ministro da Saúde, Paulo Macedo.
Laura ferreira
O pai de Laura é filho de um português e de uma cabo-verdiana da Brava,
"a ilha das mulheres brancas e louras"; a mãe é filha de um português e
de uma mancanha de Bolama.
As "memórias muito gratificantes" de uma infância feliz na Guiné, pois
nasceu em Bissau e no 25 de Abril de 1974 estudava numa escola de
freiras em Bafatá, estão associadas às brincadeiras ao ar livre e às
histórias mágicas que ouvia contar à noite, mas também a situações tão
simples como a mãe, na altura muito jovem, após as noites de chuva,
acordar os filhos para irem todos apanhar as mangas que tinham caído no
quintal.
Funcionário da administração guineense, o pai mudava fequentemente de
posto e a pequena Laura Ferreira viveu ainda em Canchungo (na época,
Teixeira Pinto) e lembra- -se também de estar no quartel de Contima, com
abrigos e buracos nas redes da vedação, de ter andado de helicóptero e
tirado fotografias com soldados que tinham saudades das filhas. Depois,
descobriu que alguns dos "turras" (como eram designados, no contexto da
guerra colonial, os guerrilheiros dos movimentos de libertação) eram da
sua família - e acabariam por desempenhar cargos quando o PAIGC chegou
ao poder em Bissau e na Praia.
Entretanto, acompanhando a família, abandonou o país onde os seus primos
Caló Barbosa e Jânio Barbosa tocavam no famoso grupo Tabanka Djaz e foi
viver para Cabo Verde, a pátria do escritor (e ainda seu parente) Pedro
Duarte, um dos nomes do célebre movimento Claridade e autor de livros
como Manduna de João Tiene. E no Mindelo, onde toda a gente gosta de
passear no jardim da Praça Nova (o local mais central da cidade, onde
ficam o cinema e o hotel), com o seu quiosque e os bustos de Luís de
Camões e de Sá da Bandeira, ouvia tocar no coreto o seu professor de
música do liceu, o consagrado clarinetista Luís Morais. E ainda hoje a
encantam os quadros "maravilhosos" do pintor Kiki Lima.
Nenhum comentário:
Postar um comentário