A empresa cabo-verdiana de produtos farmacêuticos (Inpharma) vai, a partir de Outubro de 2016, começar a fabricar medicamentos para Guipharma, da Guiné-Bissau, informou ontem a instituição.
“Estamos a alinhavar os pormenores para a partir de Outubro de 2016 começarmos a fabricar os medicamentos para Guiné Bissau”, confirmou o director comercial da farmacêutica cabo-verdiana, Gil Évora.
A exportação dos medicamentos ocorrerá no âmbito de uma parceria firmada entre a Inpharma e o Governo da Guiné-Bissau, que visa também a construção da farmacêutica Guipharma, um projecto que ficou parado após o golpe de Estado de Abril de 2012.
Em entrevista à Inforpress, o presidente do conselho de administração da Inpharma, Luís Vasconcelos Lopes, disse que a Guiné-Bissau vai construir e instalar de raiz a sua empresa farmacêutica Guipharma com o apoio técnico da farmacêutica cabo-verdiana.
O processo de negociação para a construção da farmacêutica guineense foi concluído em Junho de 2015, durante uma reunião entre a administração da empresa cabo-verdiana e a ministra da Saúde Pública da Guiné-Bissau, Valentina Mendes, que se encontrava em visita de trabalho de três dias a Cabo Verde.
“Conseguimos materializar os propósitos da Inpharma de se tornar um parceiro estratégico para a implementação da indústria farmacêutica na Guiné-Bissau, sendo que hoje estabelecemos as linhas mestras para a constituição, por parte do Governo da Guiné-Bissau, de uma empresa similar a nossa que se chamará Guipharma”, disse na ocasião, Luís Vasconcelos Lopes.
Segundo o responsável, a futura empresa farmacêutica a ser construída na Guiné-Bissau, irá procurar “replicar a experiência” da farmacêutica cabo-verdiana.
Entretanto, durante a fase de implementação da farmacêutica bissauguineense, a empresa cabo-verdiana vai produzir medicamentos com a marca Guipharma para exportar para Guiné-Bissau.
“Iremos ter o privilégio de ser o fornecedor e aumentar as nossas exportações, o que representa o reconhecimento da nossa capacidade do conhecimento, porque já somos reconhecidos como instituição capaz de poder vender a sua tecnologia e conhecimento a países terceiros”, frisou.
A empresa cabo-verdiana de produtos farmacêuticos que neste momento exporta para Angola, São Tomé e Moçambique, produz mais de 60 produtos, nomeadamente pomadas, cremes, xaropes, comprimidos, cápsulas, entre outros.
A empresa cabo-verdiana de produtos farmacêuticos nasceu em 1990 fruto de uma parceria entre a empresa cabo-verdiana Emprofac e a empresa portuguesa Labesfal, às quais se juntaram privados nacionais. Iniciou a sua produção em 1993.
Entretanto, em 2008 ganhou a acreditação internacional do Instituto Português de Acreditação (IPAC) e transformou-se no único laboratório de qualidade acreditado na sub-região africana.
A empresa conta com 55 por cento de capital cabo-verdiano e 45 português.
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