O primeiro-ministro da Guiné-Bissau
disse acreditar que estão criadas as condições para o Governo passar a
"dialogar de forma mais efectiva" com o Presidente da República, durante um jantar com a comunidade internacional, em Bissau.
Domingos Simões Pereira quis assim
"tranquilizar" os parceiros internacionais sobre a situação política
do país e fez referência às decisões tomadas durante o último fim-de-semana na
reunião do Comité Central do PAIGC - partido que lidera, que sustenta o Governo
e que elegeu o Presidente da República.
"Não estaria a dizer toda a verdade
se não dissesse que este momento é caracterizado também por alguma
tensão", referiu, numa alusão ao relacionamento entre o Governo e o
Presidente da República, José Mário Vaz.
Nesse sentido, "o PAIGC
diagnosticou um conjunto de situações não favoráveis à criação de um ambiente
positivo".
"Estivemos reunidos durante três
dias e aprovámos um conjunto de resoluções que, na nossa perspetiva, irão
remover um conjunto de elementos de distração que não têm permitido um fluxo
bastante mais rápido da nossa comunicação e do nosso entendimento",
acrescentou.
No comunicado final da reunião, o
partido responsabilizou Baciro Dja, um dos vice-presidentes e ministro da
Presidência do Conselho de Ministros, como um dos obstáculos ao relacionamento
entre Governo e Presidente - sendo que Dja pediu demissão do executivo na
terça-feira.
As razões do desentendimento ainda não
foram esclarecidas.
O PAIGC substituiu ainda o
secretário-nacional Abel Gomes por Aly Hijazi, após reconhecidas divergências
entre o primeiro e Simões Pereira, igualmente sem detalhar os motivos.
Estas mexidas não devem ser vistas como
uma "perturbação ao processo", mas antes como a "remoção de
condições que estariam a emperrar o sistema", sublinhou hoje o
primeiro-ministro.
Ao mesmo tempo, Simões Pereira recordou
que o documento final do Comité Central exorta todos os titulares de órgãos de
soberania "a encontrarem espaços de diálogo" e disse acreditar que
"é isso que vai acontecer".
O primeiro-ministro disse ainda esperar
poder discutir em breve com José Mário Vaz a saída do ministro da Presidência
do Conselho de Ministros.
"Não tive até este momento
condições de desenvolver esse assunto com o Presidente da República, mas
acredito que nas próximas horas vamos ter condições de o abordar e propor ao
país um quadro de normalidade governativa", sublinhou. Com RDP
África
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