Mais de 300 “professores diplomados” do
Ensino básico Unificado (EBU) realizaram ontem uma marcha exigindo a
uniformização do vencimento dos docentes formados nas Escolas “17 de Fevereiro”
e “Amílcar Cabral” de Bissau.
Em declarações a imprensa local, durante
a marcha realizada da Chapa de Bissau ao Ministério da Educação, Mamadú Aliu
Baldé, professor de EBU de Cuntum Madina, em Bissau e membro da comissão
organizadora, revela que neste momento, mais de mil docentes “diplomados”
recebem um salário base de 41.400Francos cfa, por mês, contra outros da “mesma
formação ” que recebem 132 mil francos cfa, por mês.
Este docente que falou ainda de colegas
que ganham 29 ou 35 mil Francos, advertiu que caso o governo não satisfaça as
suas reivindicações, vão paralisar as escolas do Ensino Básico Unificado, a
partir do dia 25 do mês em curso, no seguimento dos seus protestos contra o que
consideram “injustiça e discriminação salarial” de que alegadamente são alvos.
Segundo Paulo Colma, outro diplomado e
docente há 39 anos, “até os professores contratados habilitados com apenas 11ª
classe (sem formação) auferem um salário superior aos dos muitos professores
com formação no EBU”.
Por sua vez, Maria Gomes, docente na
escola 23 de Janeiro em Bissau revelou que apesar de terem, ela e outros
colegas, participado de um curso intensivo para equivalência de diplomas, entre
2005 e 2008, até então não receberam os respectivos certificados.
“Apesar desta formação que tivemos e de
eu estar há 24 anos a dar aulas, continuo a receber apenas 42 mil Francos cfa
mensalmente”, lamentou Maria Gomes que apelida essa situação de “injusta”.
No Ministério da Educação, o grupo de
reivindicadores foi recebido pelo Secretário de Estado do Ensino Superior,
Fernando Dias.
Segundo o Porta-voz da Comissão dos
Professores, António Vaz, as partes acordaram criar uma comissão conjunta para
“resolver esta questão”.
Em declarações à imprensa, Fernando
Dias, realçou o entendimento alcançado com os professores diplomados em
trabalhar, em conjunto para a solução das reivindicações.
Na marcha que levou os professores até à
sede do parlamento guineense, os docentes ergueram cartazes com os dizeres: “
Dêem-nos os nossos direitos”, “Basta, à discriminação salarial”.
//ANG
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