Os sócios da Câmara de Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços (CCIAS) aprovaram este fim-de-semana por unanimidade em Bissau o relatório de contas da direcção cessante liderada por Braima Camará. Num universo de 512 delegados oriundos de diferentes pontos do país, 508 votaram a favor e 4 contra. Na mesma ocasião anunciou-se a data da tão esperada eleição da CCIAS para o próximo dia 26 do mês em curso.
Depois da aprovação do relatório de contas, o presidente da CCIAS, Braima Camará, candidato a sua própria sucessão, enalteceu a forma como as autoridades permitiram que os sócios da instituição que dirige exerçam a democracia interna, acrescentando que a democracia está feita de diversidade de opiniões, ideias e divergências de pontos de vista. Disse que o mais importante é a tolerância, a humildade e o entendimento.
“Sou um homem democrata, de tolerância e de diálogo. Vou ter as minhas portas abertas para que continuemos a procurar grandes consensos, porque todos os que fazem parte do sector-privado são importantes. Qualquer um dos colegas empresários que não está na CCIAS nos faz a falta. A divergência é salutar na democracia, mas o diálogo é fundamental”, assinalou Braima Camará.
Camará insistiu na necessidade do diálogo com vista a aproximar as posições e encontrar grandes consensos a volta dos enormes desafios que o país enfrenta neste momento.
Solicitado a pronunciar-se sobre a motivação do grupo que contesta a realização da Assembleia-geral da CCIAS, Camará disse que não há grupo, mas sim “colegas empresários que divergem em termos de ponto de vista”. Prometeu continuar na via da procura do consenso através do diálogo.
Camará mostrou-se satisfeito com a aprovação dos documentos apresentados pela sua direcção, e assegurou ter cumprido com seu dever na organização empresarial. O número um da CCIAS disse estar confiante na sua vitória na eleição do dia 26 de Abril próximo.
O presidente da mesa da Assembleia-geral da CCIAS, Armando Correia Dias assegurou que os trabalhos do conclave da CCIAS decorreram dentro da normalidade, sustentando que a CCIAS vai ao voto no dia 26 com transparência sem grandes problemas.
Sobre os pontos aprovados na reunião magna da CCIAS, Dias disse que o conclave aprovou o princípio de pluralidade de candidaturas bem como o código de conduta a ser assinado por todos os candidatos. De acordo com o referido código, o candidato que perder as eleições deve congratular-se com o vencedor. Minimizando a ameaça de impugnação das decisões tomadas na presente Assembleia-geral por parte contestatária, Dias limitou-se a afirmar que se houver uma previdência cautelar, a CCIAS tem juristas que cuidarão do assunto.
IDRISSA DJALÓ: “CCIAS REALIZA CONCLAVE SEM SÓCIOS”
O porta-voz do colectivo de empresários contestatários, Idrissa Djaló considerou que a direcção da CCIAS e a mesa da Assembleia- geral realizaram um conclave sem participação dos sócios da organização com direitos para participar naquele fórum de aprovação de relatório de contas da instituição a que pertencem.
Revelou que a maior parte dos empresários do país não poderá assistir a referida reunião, adiantando que os presidentes de grandes associações comerciais não participaram do conclave da CCIAS, citando o exemplo do Jaime Gomes da Associação Nacional de Cajú (ANAC), e do Fernando Flamengo da Associação dos Industriais. Djaló afirmou que o objectivo do colectivo era mostrar a injustiça de que são vítimas.
O porta-voz do colectivo lamentou a forma como a direcção da CCIAS recusou as suas entradas para a sala do conclave com a intervenção da Polícia da Ordem Pública que impediu o acesso dos contestatários ao recinto do hotel onde decorria a Assembleia-geral daquela organização empresarial.
Djaló explicou que o colectivo que representa nunca tem a intenção de criar problemas, mas deixou entender que qualquer resultado saído da Assembleia-geral será impugnado pelo grupo contestatário.
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