Disparidades de género na educação primária. Foto: ONU/Marco Dormino
Unesco destaca
Angola pelo agravamento da diferença entre meninas e meninos na escola
primária; Na Guiné-Bissau, formação de professores ainda é crítica; Cabo
Verde teve mais alunos a passar do ensino primário para o secundário.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Um novo relatório sobre educação para todos nos últimos 15 anos destaca
que somente metade dos países da África Subsaariana tem os professores
formados.
As mulheres da região são igualmente mencionadas no documento Educação
para Todos 2000-2015: Realizações e Desafios, porque metade delas não
tem alfabetização básica. O estudo foi lançado pela Organização das
Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco.
Alunas em Angola
Entre os lusófonos africanos, Angola é referido por ter oferecido
oportunidades de educação para mães adolescentes. Mas o país é citado
como exemplo de disparidades de género na educação primária, por ter
passado de 76 meninas para cada 100 meninos em 1999, para 65 em 2012.
Cabo Verde está também
entre as nações que registaram um progresso lento para eliminar o
desequilíbrio na paridade de género, um problema comum na África
Subsaariana.
Entretanto, os cabo-verdianos tiveram uma subida no número de passagens
para o ensino secundário. Em 1990, 40% dos alunos foram formados no
ensino primário e nove anos depois a percentagem subiu para cerca de 70%
.
Professores da Guiné-Bissau
A Guiné-Bissau é um dos exemplos onde o rácio de alunos por professores
formados é superior a 100: 1. No país, os docentes do ensino primário
treinados de acordo com as normas nacionais rondam 39%. Os professores
formados continuam em falta num terço dos países da África Subsaariana.
Os salários têm um impacto direto sobre a atratividade e prestígio do
ensino, refere o relatório que cita que professores guineenses não
ganham o suficiente para que as famílias saiam da linha de pobreza.
Aumento em Moçambique
Moçambique é mencionado no relatório pelo aumento da população em idade
escolar em 50% ou mais entre 1999 e 2012. O país baixou as disparidades
de género no acesso à educação.
Na África Subsaariana, um em cada três adolescentes em países de baixa
renda não vai concluir o ensino secundário inferior em 2015.
Em São Tomé e Príncipe,
52% de meninas foram matriculadas no ensino primário até 2012. O país
está na posição 90 no Índice de Desenvolvimento de Educação, uma posição
acima do Timor-Leste.
Na lista, Portugal é o lusófono melhor posicionado em 33º lugar. Angola ocupa a posição 104, com Moçambique no lugar seguinte .
unmultimedia
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