Empresários guineenses e cabo-verdianos acordaram cooperar em nove
áreas, enquanto os governos dos dois países se propõem realizar cimeiras
bilaterais periódicas, foi ontem dia 8 de março anunciado em Bissau.
Estas vertentes constam do memorando de entendimento assinado entre
responsáveis do governo dos dois países no final de uma visita de seis
dias realizada por investidores cabo-verdianos à Guiné-Bissau, liderada
pela ministra do Turismo, Investimentos e Desenvolvimento Empresarial de
Cabo Verde, Leonesa Fortes.
A periodicidade da cimeira bilateral ainda não foi definida mas para
já os empresários dos dois países concordaram em estabelecer parcerias
nos setores da agricultura, agro-negócio, pescas, turismo, transportes,
energias renováveis, construção civil e tecnologia de informação e
comunicação.
Os nove setores foram apontados como tendo potencialidades e
oportunidades de negócio entre os dois países, mas também foi
reconhecido que para tal serão precisos “mecanismos que possam agilizar
os acordos”, nomeadamente no âmbito fitossanitário, no setor da
indústria, com enfase para o ramo farmacêutico.
A dupla tributação é outra área que deve merecer um acordo nos
próximos tempos, segundo o ministro da Economia e Finanças da
Guiné-Bissau, Geraldo Martins. Houve também um entendimento quanto à
urgência de serem implementados os acordos já existentes nomeadamente
nos ramos das pescas, agro-indústria e construção civil.
O ministro da Economia e Finanças da Guiné-Bissau considerou de
histórica a visita da delegação cabo-verdiana, que hoje termina, por
acontecer “numa altura em que os guineenses estão a traçar um novo rumo
após anos tumultuosos”. Geraldo Martins enalteceu a solidariedade dos
cabo-verdianos e disse acreditar que “desta vez as coisas serão
diferentes” em termos de materialização de intenções do empresariado dos
dois países.
A ministra do Turismo, Investimentos e Desenvolvimento Empresarial de
Cabo Verde, Leonesa Fortes, afirmou que o governo do seu país acredita
que “estão a ser criadas as condições” para que “haja confiança” entre
os dois Estados e desta forma possibilitar negócios entre o setor
privado.
“O maior sinal que a Guiné-Bissau dá a Cabo Verde e ao mundo é a
inclusão na governação, apesar da vitória com maioria absoluta, o PAIGC
(Partido Africano para Independência da Guiné e Cabo Verde) fez um
governo onde integra todas as forcas politicas”, observou Leonesa
Fortes.
Em representação do setor privado dos dois países, Braima Camará,
presidente da Camara do Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços da
Guiné-Bissau e José Spencer Lima, líder da Câmara do Comércio de Cabo
Verde, sublinharam a disponibilidade dos empresários em “fazer avançar
as intenções” das parcerias.
Segundo Spencer Lima, da parte cabo-verdiana, o governo já tem
disponível um navio com capacidade para mil toneladas pronto para ligar
os dois países e a Transportadora Aérea de Cabo Verde (TACV) irá iniciar
dentro de três meses voos diretos entre as duas capitais. A comitiva
empresarial já se encontra em Cabo Verde, tendo chegado por volta das
20h locais.
Fonte: Lusa
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