Bissau - O
director-geral do Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas (IBAP)
da Guiné-Bissau, Alfredo da Silva, lamentou hoje (segunda-feira), em Bissau,
que o Governo não esteja a comparticipar o financiamento das acções da
instituição criada há 10 anos, noticiou a Lusa.
Em declarações aos jornalistas, por
ocasião das comemorações do décimo aniversário do IBAP, Alfredo da Silva afirmou que, apesar de 26% do
território guineense ser área protegida, o Governo nunca destinou "nenhuma dotação orçamental" ao instituto.
Apenas com a ajuda de parceiros
internacionais o IBAP conseguiu "resultados positivos"
em dez anos de existência, nomeadamente na delimitação de áreas protegidas,
criação de leis que protegem a fauna e a flora, sensibilização contra o corte
da floresta e promoção de condições para o retorno de animais como o elefante e
o leão.
Com a guerra da independência do
país e o corte da floresta por madeireiros, os animais de grande porte fugiram
da Guiné-Bissau para países vizinhos, mas graças à acção do IBAP,
várias espécies têm vindo a regressar nos últimos anos, assinalou Alfredo da
Silva.
O director do instituto da biodiversidade está satisfeito com o trabalho realizado em dez anos,
por dar emprego a 134 pessoas, formar especialistas que já se encontram
no terreno e ainda por mandar estudar em universidades de países ocidentais
vários jovens, referiu.
A meta,
disse ainda Alfredo da Silva, é reforçar as áreas protegidas, indo ao
encontro das populações de várias comunidades rurais.
"Há
quem diga que a Guiné-Bissau tem áreas protegidas a mais. Tudo
bem."
A média
africana é de cinco a seis por cento enquanto nós temos 26%, mas ao contrário
dos outros países, aqui não temos conflitos por causa de áreas protegidas
porque o homem vive nessas áreas", assinalou o director do IBAP.
Os exemplos
de "boa
conservação e convivência pacífica" entre o homem e a natureza
estão no trabalho desenvolvido no arquipélago dos Bijagós, na
floresta de Cantanhez e no parque de tarrafes de Cacheu,
assinalou.
Alfredo da
Silva considerou
a sua instituição "um orgulho nacional e uma referência africana" por
existir num país "frágil
e instável" e ainda assim ter resultados.
"O IBAP é algo impressionante. Temos 22 parceiros
internacionais. Todas as instituições mundiais que actuam no domínio do
ambiente e conservação são parceiras do IBAP", frisou Alfredo da Silva.
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