O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo-verde (PAIGC) e o Movimento Democrático Guineense (MDG) manifestaram-se contra a privatização da Administração dos Portos da Guiné-Bissau (APGB)
As posições dos dois partidos foram tornadas públicas, ontem quinta-feira (20/07), durante uma entrevista exclusiva á Rádio Sol Mansi, na sequência da conferência de imprensa dada, esta terça-feira, pelos funcionários da APGB que além de não terem a informação da intenção do governo, dizem estar contra a privatização que deverá durar 90 anos.
Entretanto, o secretário-geral do PAIGC, Aly Izaji, que solidariza com os funcionários, diz que o governo actual não tem competência de proceder a privatização da APGB porque “é uma empresa de um nível muito elevado e de importância fundamental para a Guiné-Bissau e não é uma empresa qualquer”.
“Devido a pressão sobre o cumprimento do acordo de Conacri o actual governo deve ponderar nos seus actos e nos compromissos a assumir para não trazer implicações para o governo futuro e para não criar caos num futuro próximo”.
Para os libertadores a decisão não deve ser tomada sem protelar concurso público e “numa altura em que Assembleia só funciona com o seu órgão interno”.
Aly Izagi diz ainda que o presidente da república pode resolver a situação porque “este é o seu governo”.
“Não se pode tomar decisão implicando to o povo guineense”, afirma.
Mesma opinião tem o líder do Movimento Democrático Guineense. Entretanto, Silvestre Alves diz ser “frontalmente” contra a ideia do governo porque não existem justificações para a privatização da empresa.
“Não sei se isso é justo e racional ou se é atitude das pessoas que têm cabeça sobre ombro para pensar. Estamos a estragar o nosso país. Não somos capazes de fazer nada e ainda estamos a privatizar o porto e quem começou este processo era para a sua conveniência”, critica.
Silvestre Alves diz ser absurdo e de ideia errada quando o Estado entrega a identidade de uma nação nas mãos de uma empresa privada.
A Administração dos Portos da Guiné-Bissau tem mais de 600 funcionários e segundo informações a empresa que deverá dirigir os portos diz estar em condições de suportá-los por um período de cinco anos.
O executivo deliberou o processo de privatização da APGB a 23 de Fevereiro corrente e, no entanto, os funcionários pedem a intervenção do presidente da república.
Entretanto, a RSM tentou mas ainda sem sucesso conseguir a reacção de outros partidos políticos, incluindo o PRS.
Sabe-se que os renovadores reuniram com o sindicato dos funcionários em causa e que depois irão reunir com o primeiro-ministro.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos /radiosolmansi com Conosaba do Porto
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