O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, Iaia Djaló, demitiu-se ontem das funções de conselheiro especial do Presidente guineense, José Mário Vaz, por questões de "honestidade política".
Em carta dirigida a José Mário Vaz, à qual a agência Lusa teve acesso, Iaia Djaló refere que decidiu deixar de ser conselheiro do chefe de Estado guineense por "questões de princípios, coerência, transparência e honestidade política".
"Esta decisão vem na sequência do posicionamento político do Partido da Nova Democracia (PND) em relação à formação do atual Governo e ainda em relação ao posicionamento do mesmo sobre o Acordo de Conacri", lê-se na carta de Iaia Djaló.
O PND, liderado por Iaia Djaló, é um dos quatro partidos com assento no parlamento da Guiné-Bissau que não reconhecem o Governo liderado por Umaro Sissoco Embaló e exigem ao Presidente a sua demissão.
Dos cinco partidos representados no parlamento apenas o Partido da Renovação Social (PRS) integra oficialmente o Governo de Sissoco Embaló, que as restantes formações políticas consideram ilegal e inconstitucional.
Os partidos acusam o Presidente guineense de ter desrespeitado o Acordo de Conacri ao nomear Embaló como primeiro-ministro.
O acordo é um instrumento político patrocinado pela Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) para saída da crise política na Guiné-Bissau, que prevê a formação de um Governo integrado por todos os partidos representados no Parlamento e que a figura do primeiro-ministro seja de consenso e de confiança do Presidente do país.
Na carta de pedido de demissão, Iaia Djaló afirma ainda que, na qualidade de líder do PND, se sente na obrigação de assumir as suas responsabilidades partidárias e ainda alinhar-se com os valores da democracia.
Iaia Djalo foi nomeado conselheiro especial de José Mário Vaz a 16 de outubro de 2016.
Conosaba do Porto/MO
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