O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) considera de triste a forma como a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) pretende retirar a sua força de interposição no país, a ECOMIB, estacionada em Bissau desde 2012. A posição do PAIGC foi exprimida pelo seu secretário nacional, Aly Hijazi, numa entrevista ao jornal O Democrata.
Na visão de Hijazi, o contingente militar devia sair de uma forma tranquila, suave e amigável, mas não desta maneira com base na coerção. No comunicado divulgado em Bissau no final de uma missão interministerial, a CEDEAO ameaça sancionar indivíduos e grupos de indivíduos que impedem a implementação do “Acordo de Conacri”, assim como confirma a retirada do seu contingente militar no país a partir do dia 28 de abril corrente.
Em declaração ao semanário ‘O Democrata’ esta quarta-feira, 26 de abril, na sede dos libertadores, Hijazi disse que a CEDEAO devia ter tomado esta decisão há muito tempo, sustentando que a comunidade regional foi paciente e tolerante com a situação da crise política vigente no país.
“Logo após a nossa chegada de Conacri, achávamos que o ‘Acordo de Conacri’ nos proporcionava a melhor solução para a saída desta crise, porque os nomes propostos são todos indicados pelo Presidente da República, consequentemente são pessoas da sua confiança”, explica Aly Hijazi.
Aly considera de falsa a questão dos ‘15 deputados’, acrescentado que se trata de um problema do PAIGC que deve ser resolvido dentro das estruturas do partido e não como está a ser abordado na praça pública. Lembra ainda que muitos indivíduos já foram castigados pelo partido, como são os casos de Carlos Correia e Manecas dos Santos.
“Foi criada uma comissão para receber os 15 deputados, cuja comissão está a ser coordenada por mim, até hoje tenho comigo este despacho do presidente do partido, autorizando a receção dos 15 deputados. O PAIGC está sempre aberto ao diálogo”, garante.
Questionado sobre se a decisão da CEDEAO ajudará na implementação do ‘Acordo de Conacri’, Hijazi responde que não depende do seu partido, mas sim o cumprimento do acordo tem a ver com a nomeação de Augusto Olivais, a decisão que na sua opinião é da exclusiva responsabilidade do Presidente da República, José Mário Vaz.
Para o secretário nacional dos libertadores, se José Mário Vaz cumprir com o primeiro ponto, neste caso a nomeação de Olivais, os outros pontos desbloquearão automaticamente.
Entretanto, O Democrata tentou obter a reação do Partido da Renovação Social (PRS) através do Gabinete da Comunicação do partido, sem sucesso. No entanto, um dos elementos do gabinete contacto por via telefone, informou ao repórter que o partido dará instrução ao seu porta-voz para comunicar à imprensa a posição do partido no concernente ao comunicado final da CEDEAO.
Por: Sene Camará/MO
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