António Sedja Man
O Procurador-Geral da República da Guiné-Bissau, António Sedja Man, prometeu ontem, em nota à imprensa, que vai intentar uma acção judicial contra o ex-vice-presidente da Federação Guineense de Futebol, Inum Embaló.
Em conferência de imprensa, na passada terça-feira, Embaló acusou António Sedja Man de estar a "impedir o avanço de um processo" judicial, por si intentado, contra os atuais presidente e secretária-geral da federação, Manuel Lopes e Virgínia da Cruz, respetivamente.
Segundo disse, o Procurador avocou o processo - que corre os seus trâmites no Ministério Público- há mais de 40 dias quando a lei diz que a diligência não pode ultrapassar oito dias.
Para Inum Embaló, António Sedja Man, "deve estar a tentar esconder algo".
Em nota à imprensa, o Procurador-Geral guineense refutou as declarações de Embaló e ainda prometeu acionar mecanismos judiciais e legais para o esclarecimento do conteúdo das afirmações proferidas na conferência de imprensa.
O ex-dirigente federativo acusou o presidente Manuel Lopes e a secretária-geral Virgínia da Cruz de terem utilizado, sem qualquer justificativo, cerca de mil milhões de francos CFA, cerca de 655.000.
Embaló diz ter provas de utilização desses fundos a partir de uma "conta bancaria oculta", que era apenas do conhecimento dos dois dirigentes federativos.
Acusou ainda o Procurador de desautorizar uma ordem dada pela magistrada titular do processo de investigação do que diz ser corrupção na federação ao mandar descongelar uma conta bancaria que tinha sido encerrada pela magistrada.
Na nota, o Procurador afirma que ordenou a reabertura da conta bancária por considerar que o congelamento da mesma fora feito sem que a "outra parte", neste caso, a federação, tivesse sido ainda ouvida nos autos.
Também a magistrada tomou aquela decisão sem antes comunicar o Procurador-Geral da República, refere a nota, assinada pelo responsável do gabinete de imprensa e relações públicas do Ministério Público.
O documento ressalva também ser falso quando Inum Embaló diz que o processo de investigação está parado por ordens do Procurador-Geral, realçando que foi entregue a um novo magistrado.
A nota esclarece que o Procurador avocou o processo igualmente para averiguar a suspeição levantada pela federação em como a magistrada que tinha o caso, Fatumata Embaló, ser parente do denunciante, Inum Embaló.
Conosaba/Lusa/MO
Manuel Lopes
Inum Embaló
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