O Cônsul da Guiné-Bissau no Brasil acusa a embaixadora da Guiné-Bissau de criar obstáculo durante os trabalhos de emissão de passaporte que ocorreu entre os dias 24 de Fevereiro a 09 de Março aos estudantes guineenses no Brasil apoderando-se de uma das máquinas de emissão de passaporte
Entrevistado pelo jornalista Casimiro Cajucam que se encontrava no Brasil neste período, Fernando Borja Monteiro adianta ainda que a embaixada guineense no Brasil não funciona porque foi transferida para a residência da embaixadora.
“A embaixada foi encerrada em Fevereiro de 2016 devido a falta de pagamento de aluguel e alguns materiais ficaram na casa da embaixadora e inclusive uma das máquinas para emissão do passaporte que estava comigo. Ela (embaixadora) transferiu a embaixada para sua casa mas como não sou empregado dela, mas do Estado, então não irei trabalhar lá”, disse.
Entretanto, também ouvidos pela RSM, os estudantes guineenses acusam igualmente a embaixadora de tomar à força o material de produção de passaportes facto que consideram de triste. Cristiano Sanca revela ainda que os estudantes guineenses no Brasil sentem-se abandonados pelos governantes.
“Por in felicidade temos informação que a embaixadora não aceita entregar a outra máquina. Não é possível esta situação do bem comum e nós sentimos abandonados porque o governo não dá mínima atenção aos estudantes. O governo não faz nada aos estudantes”, critica.
Embaixadora nega acusações
Entretanto, a embaixadora da Guiné-Bissau no Brasil, Eugenia Saldanha, considera de falsa e desonesta as acusações que está a ser alvo.
Numa entrevista exclusiva à Rádio Sol Mansi, Saldanha disse que a dificuldade na emissão dos passaportes tem a ver com a falta de máquina para o efeito que, há mais de dois anos, encontrava-se na residência do Cônsul.
“O responsável dos assuntos consulares tinha máquina há mais de dois anos na sua posse e mesmo com ordem superior ele só conseguiu entregar a máquina no mês de Fevereiro deste ano e foi através de terceiro. Acho estranha estas acusações”, afirma.
Estado abandona estudantes guineenses
Já o Cônsul guineense adianta ainda que mesmo sendo o Brasil a maior diáspora estudantil guineense no mundo, existe abandono do governo aos estudantes guineenses devido a centralização da representação em Brasília.
“Com os esforços a serem feitos existe o abandono a nossa comunidade”, adianta.
Em relação a esta revelação a representante da Guiné-Bissau no Brasil garante ainda que a representação da embaixada guineense no Brasil está a funcionar normalmente, embora admite que devido a carência de meios o Estado guineense não consegue cobrir todas as necessidades dos cidadãos em diferentes Estados.
“Damos resposta a tudo o que for possível. Temos recursos escassos mas sempre deslocámos com os nossos próprios meios para resolver os problemas dos estudantes”, explica.
O problema de passaportes é recorrente no Brasil, onde alguns estudantes guineenses correm risco de deportação e de perder o visto de estudo. Entretanto, os estudantes sentem-se abandonados pelas autoridades nacionais.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos/radiosolmansi com Conosaba do Porto/MO
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