MINISTRO DO TURISMO DA GUINÉ-BISSAU NEGA NARCOTRÁFICO NAS ILHAS DE BIJAGÓS



Fernando Vaz, ministro guineense do Turismo

Afirmando que o arquipélago é “um dos sítios mais seguros do mundo”, Fernando Vaz dá conta que o Governo está atento ao narcotráfico e tem um plano de reforço de medidas de segurança para preservar a atividade turística.

O ministro do Turismo da Guiné-Bissau, Fernando Vaz, negou, em entrevista à DW África, que as ilhas Bijagós sejam usadas como canal de tráfico de droga no país. Afirmando que o arquipélago dos Bijagós é um dos sítios mais seguros do mundo", o executivo guineense diz que o Estado está atento ao problema do narcotráfico e tem um plano de reforço de medidas de segurança para preservar a atividade turística naquela região integrada na reserva natural da Guiné-Bissau.

Governo com estratégia de desenvolvimento turístico

"Vendeu-se muito essa imagem de insegurança e da droga nas ilhas, isso é falso. Qualquer estranho que chega a uma ilha é rapidamente detetada pelos próprios nativos. Sabe-se que alguém estranho, um intruso está presente na ilha. Portanto, é fácil o controlo", asseverou Fernando Vaz, dando conta que, por causa da estratégia de desenvolvimento turístico, o Estado, está hoje presente "em quase todas as ilhas".

Para o ministro do Turismo da Guiné-Bissau, a "entrada de droga" é um problema que afeta vários pólos turísticos, não só o arquipélago dos Bijagós. Acontece no Algarve, em Portugal, no Sal e Praia, em Cabo Verde, na Madeira e Marraquexe, exemplifica. Para Fernando Vaz, "aquilo que se passou na Guiné-Bissau foi extremamente empolado no mundo, mas não corresponde em termos de quantidade e frequência. Aconteceu uma ou duas vezes, eventualmente, mas posso-lhe garantir que não acontece", atualmente. O ministro garante mesmo que "o turista está mais seguro na Guiné-Bissau do que noutros países africanos de língua portuguesa".

O plano não contempla apenas as ilhas dos Bijagós, adianta o governante, referindo que a Guiné-Bissau leva a cabo uma operação a nível internacional para a promoção e divulgação do enorme potencial turístico nacional - "uma estratégia em defesa de um turismo sustentável" - precisa o ministro.

Fernando Vaz dá conta que a imagem negativa que se tem projetado pelo mundo da Guiné-Bissau deve-se também à "situação política e aos golpes de Estado que aconteceram no país". O governante garante que o clima de instabilidade política não afetará o plano de desenvolvimento do turismo. "Penso que o turismo irá ajudar imenso para a mudança da imagem negativa que se tem da Guiné-Bissau", afirmou.

Oposição e empresário procupados com o narcotráfico

Numa recente entrevista exclusiva à DW, o líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, acusou o Governo guineense de fechar os olhos à entrada de droga no país. Com base em relatórios de organizações não-governamentais, Simões Pereira também apontou o dedo ao Presidente da República, José Mário Vaz, acusando-o "de estar ligado ao negócio do narcotráfico".

Adelino da Costa (conhecido por Dakosta), empresário de sucesso em Nova Iorque (EUA) com investimento turístico nos Bijagós, manifesta a sua preocupação e pede medidas sérias para combater a face oculta do narcotráfico na Guiné-Bissau.

À DW África, o empresário afirmou que esta é uma situação "muito preocupante". "É um problema muito maior do que os nossos olhos podem atingir, porque é um problema que não se vê e é aí que começa. São os donos invisíveis os patrões do negócio chamado droga. Então, pode até ser um problema maior que a Guiné-Bissau", chama a atenção.

Para o combate a este fenómeno, o empresário quer ver uma maior cooperação com os países europeus, porque a droga passa por África em direção à Europa. De acordo com o ministro do Turismo, o Governo da Guiné-Bissau tem tomado medidas de segurança e de fiscalização, que visam persuadir atos ilícitos e de criminalidade.

A colocação de autoridades policiais na ilha de Orango é exemplo disso, acrescenta o governante. "Em termos de segurança, posso lhe afirmar (que o arquipélago dos Bijagós) é um dos sítios mais seguros do mundo. Nunca ouviu falar de um rapto nos Bijagós, de um sequestro ou de um assassinato, de qualquer mal do género", afirmou Fernando Vaz, acrescentando que, anualmente, o destino recebe "perto de 40 mil turistas".

Conosaba/DW/MO


Arquipélago dos Bijagós








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